Na próxima quarta-feira (5), o Fórum Suape apresentará, de forma online, o documentário “Sangue: vidas e lutas quilombolas em defesa do rio”, da jornalista Débora Britto. O filme conta histórias de resistência da comunidade quilombola da Ilha de Mercês, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, contra os impactos ambientais e humanitários causados pelo Porto de Suape.
Em 2007, a Ilha de Mercês, teve seu principal curso d'água, o Rio Tatuoca, ser cortado ao meio por um dique de enrocamento. Construída para ser uma via de acesso provisório ao Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial Portuário de Suape, a obra suprimiu o fluxo natural da maré e trouxe como consequências a destruição da vegetação de mangue, o desaparecimento de diversas espécies de animais e o comprometimento da subsistência de toda a comunidade, que vivia da pesca.
##RECOMENDA##Realizado pelo Fórum Suape, o filme se constrói a partir de relatos de moradores/as e pesquisadores/as. "As entrevistas são capazes de dar a dimensão do dano social e ambiental, ao mesmo tempo em que revela uma articulação comunitária potente em sua resistência", diz o Fórum Suape.
O lançamento de "Sangue" ocorre no contexto da celebração do Dia Mundial da Água, no último dia 22, e corrobora a jornada de luta pela preservação e pelo cuidado com os recursos hídricos. “Abordamos a história, a identidade, o processo de violação de direitos e a perspectiva de luta. Contar essa história é uma forma de preservar a memória e inspirar outras pessoas”, afirma Débora Britto.
O Fórum Suape ressalta que, além da Ilha de Mercês, dezenas de outras comunidades têm sido atingidas pela atividade do Complexo Portuário de Suape, seja pela expulsão de moradores de seus territórios, seja pela destruição de ecossistemas. O filme será disponibilizado no canal do Youtube do Fórum Suape.