Tópicos | Aeel

A Associação do Empregados da Eletrobras (Aeel) criticou o anúncio da manutenção do atual presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior, e, como consequência, o seu projeto de capitalização da companhia, depois de Bolsonaro ter afirmado antes da posse que não daria continuidade ao projeto de privatização da Eletrobras. Para tentar reverter a venda, a Aeel está pleiteando uma reunião com o Ministério de Minas e Energia (MME) e informou que continuará trabalhando junto a parlamentares contrários à saída da União do controle da empresa.

"A privatização da Eletrobras, do jeito que está estruturada, não atende aos interesses e anseios da nação brasileira. É viciada e não suportará a transparência, os princípios éticos e morais indispensáveis no trato da coisa pública", disse a Aeel em nota aos empregados.

##RECOMENDA##

A associação disse ter inclusive comemorado a nomeação do ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, devido ao seu histórico de atuação no setor de energia. Antes do atual cargo, Albuquerque era diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. "Contudo, nas primeiras horas de atuação do governo Bolsonaro, o que vimos foi um golpe na esperança de todos: o ministro declarou que retomará o projeto de privatização da Eletrobras, desmentindo o próprio Bolsonaro, e ainda surgem rumores que o atual e nefasto presidente da Eletrobras foi convidado a continuar no cargo", criticou em nota.

A Aeel explica que a capitalização da empresa - se for seguido o Projeto de Lei 9463/2018 enviado em janeiro do ano passado para a Câmara dos Deputados -, vai encarecer as contas de luz no longo prazo. Especialistas e parlamentares envolvidos no assunto argumentam que a empresa será vendida por um valor muito mais baixo do que vale, e que as usinas hidrelétricas perderão o regime de cotas, onde a remuneração é baseada no custo de manutenção e operação, e por isso a energia será mais cara.

"O novo MME não pode concordar com a entrega de um patrimônio nacional como a Eletrobras (que se fosse construído hoje custaria aproximadamente R$ 300 bilhões) por cerca de R$ 20 bilhões", criticou a Aeel. "Quem comprar o controle pagará R$ 20 bilhões e receberá +/- R$ 40 bilhões de indenizações referentes à renovação das concessões e cotização das usinas e de quebra também ganhará a descotização das usinas, que fará dobrar o preço do megawatt-hora (MWh)", explicou.

A proposta de capitalização da Eletrobras, terceira etapa de um projeto que já foi em parte executado por Ferreira Júnior - a venda de seis distribuidoras deficitárias e 11 participações em Sociedades de Propósitos Especiais - consiste na oferta em bolsa de valores de ações da empresa para aumentar o seu capital, na qual o governo não irá participar a fim de reduzir a sua participação de um pouco mais de 60%, para uma fatia inferior a 40% na Eletrobras.

Nenhum outro acionista poderá ter mais de 10%, para garantir a democratização do capital, segundo o projeto, e a União teria uma ação de classe especial, a chamada Golden Share. Pelo modelo, Itaipu e Eletronuclear não fariam parte da venda, sendo provavelmente controladas por outra estatal a ser criada.

Os trabalhadores do Grupo Eletrobras entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, 15. No mesmo dia, às 9h, está prevista uma manifestação em frente à sede da empresa, no Rio de Janeiro. De acordo com a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), a paralisação foi aprovada pelos funcionários em assembleia na última terça-feira, 09.

O objetivo da greve é pressionar a administração da Eletrobras a melhorar os termos da proposta para o acordo coletivo de 2013. As negociações entre a companhia e as entidades sindicais tiveram início em maio, mas não deslancharam após a última reunião no dia 4 deste mês, em Brasília.

##RECOMENDA##

O fornecimento de energia seguirá sem problemas, mas aumentará o risco do setor com uma possível greve dos trabalhadores da Eletrobras, a partir do próximo dia 15. O alerta é do diretor da Associação de Empregados da Eletrobras (Aeel), Manuel Mendes Torres, destacando que, caso a paralisação ocorra, as áreas operacionais de usinas serão afetadas.

"Se as assembleias determinarem a greve, não vamos deixar haver mudança de turno nas usinas no dia 15. Isso significa que quem estiver trabalhando terá que ficar mais horas em seu posto. Isso não afeta o fornecimento de energia, mas, se houver algum incidente no sistema, a resposta com certeza será mais lenta", afirmou Torres nesta sexta-feira, 05, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

##RECOMENDA##

Os funcionários do grupo Eletrobras reivindicam um reajuste salarial de 11,18%, que soma o índice de 6,88% elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e outros 4,3% correspondentes à expansão do consumo de energia nas residências. A Eletrobras, no entanto, mantém a oferta de aumento de 6,49%, conforme a variação do IPCA.

"Além disso, temos diversas outras reivindicações, que chegam a mais de 50 cláusulas. Entregamos a nossa pauta à empresa em abril, mas não recebemos contraproposta nas duas reuniões que tivemos até agora", acrescentou Torres.

Por isso, as assembleias regionais de trabalhadores do grupo Eletrobras, marcadas para segunda e terça, dias 8 e 9, podem determinar uma paralisação de 72 horas ou mesmo uma greve por tempo indeterminado. "A companhia alega que precisa saber o resultado do plano de demissões voluntárias para fazer uma nova oferta, mas não podemos esperar até o fim do ano para termos uma posição", declarou o diretor da Aeel.

A Eletrobras foi a mais afetada pelo plano de barateamento das contas de luz, lançado pelo governo em setembro do ano passado. Além de receber uma indenização abaixo do esperado pela renovação antecipada das concessões de geração e transmissão, a companhia viu suas receitas caírem drasticamente. Por isso, o plano de reestruturação do grupo pretende reduzir em 30% as despesas até 2015.

Além do corte de gastos com publicidades e patrocínios e a possível saída do controle de algumas empresas de distribuição de eletricidade, a Eletrobras lançou um plano de desligamento voluntário com o objetivo de cortar 5 mil vagas. "Mas existe uma série de cargos de altos salários por indicação política que não estão sendo cortados. A Eletrobras tem condições, sim, de garantir o reajuste adequado aos trabalhadores", reclamou Torres.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando