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A queda de 1,0% na confiança do comércio em novembro ante outubro consolidou a percepção de que os empresários não contam com uma aceleração das vendas do setor nos próximos meses. Ainda que haja mais comerciantes apostando em melhora do que em piora (resultado em indicadores acima dos 100 pontos), o pessimismo tem se espalhado, avaliou nesta quinta-feira (27), o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo.

"O número de empresas esperando melhora diminuiu muito. Há percepção de piora, de desaceleração, e de que não haverá aceleração nos próximos meses", observou Campelo. Com o recuo deste mês, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) atingiu o segundo pior nível da série histórica, iniciada em março de 2010.

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Diante dos resultados, o economista da FGV agora espera aumento de cerca de 2% no volume de vendas do comércio restrito em 2014, o que seria o pior resultado desde 2003. No caso do varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, a expectativa é de queda entre 1,5% e 2,0%.

As incertezas sobre a recuperação do comércio também devem afetar decisões em termos de abertura de vagas e investimentos, pontuou Campelo. "Sem percepção de desaceleração, há desânimo até para contratações e investimentos", disse. Neste mês, o emprego previsto avançou 3,4%, mas o resultado não é considerado tendência. Há piora na comparação com novembro do ano passado, quando 29,4% declaravam intenção de abrir novas vagas. Agora, essa fatia é de 23,3%.

Bens duráveis

A confiança dos segmentos ligados a bens duráveis recuou em novembro, já reagindo ao mais recente aumento dos juros básicos. No fim de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 11,25% ao ano.

Neste mês, a confiança do segmento de móveis e eletrodomésticos recuou 2,8%, após alta de 0,4% em outubro. "O setor reagiu ao aumento de juros e percebe que o consumidor está mais cauteloso", disse Campelo. No caso de veículos e motocicletas, houve queda de 5,3%, após avanço de 4,4%. "O setor de veículos não está confiante, concessionárias continuam estocadas, precisando fazer promoções, o que reduz a margem", explicou.

Natal

Os segmentos do varejo que costumam ser mais demandados na época do Natal são justamente os que têm tido deterioração mais intensa das expectativas, afirmou Campelo. Hipermercados e supermercados, móveis e eletrodomésticos, artigos farmacêuticos e tecidos e vestuário puxaram o Índice de Expectativas do Comércio (IE-COM) para baixo em novembro. A queda foi de 2,3% em relação a outubro e de 11,2% em relação a igual mês de 2013.

No setor de hipermercados e supermercados, as expectativas pioraram 19,3% na comparação com novembro do ano passado. "Já não há tanto otimismo em relação aos últimos anos", disse Campelo. "A tendência dos negócios para os próximos seis meses também piorou. Já não é tão certo para eles que as vendas serão maiores neste ano."

Segundo o economista, as perspectivas de um Natal pior pode ter contagiado a confiança de segmentos que costumam ser demandados nessa época. "Os setores mais ligados ao Natal estão até piores", comentou Campelo. "Os empresários estão olhando com bastante preocupação a tentativa dos consumidores de equilibrar suas finanças. Isso preocupa o comércio", acrescentou o economista. O crédito evoluindo menos também afeta a demanda para os próximos meses, segundo o superintendente.

As empresas da indústria de transformação podem ter se mostrado excessivamente pessimistas em setembro, alertou o superintendente de ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. Em conversa com jornalistas, Campelo relativizou a melhora no Índice de Confiança da Indústria neste mês. Ele afirmou que pode ter ocorrido um movimento de calibragem nas expectativas para os próximos seis meses, que estavam muito baixas, e que os indicadores atuais ainda não corroboram a tese de uma melhora consistente da indústria. "Ainda temos de observar se em novembro está havendo uma recuperação da indústria", disse, lembrando que a definição da eleição retira incertezas e pode ter alguma capacidade para diminuir o pessimismo.

Campelo explicou que o principal fator para essa melhora no índice de confiança se deu pelo avanço nas perspectivas para os negócios em um período de seis meses. "Havia algum impacto desse aumento de incertezas provocado pelo período eleitoral, esse componente de incerteza colaborou para intensificar esse pessimismo. Agora temos um primeiro sinal de atenuação disso, e talvez também tenha algum vislumbre de que a situação não era tão pessimista", afirmou.

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No entanto, ele alertou que esse movimento ocorreu muito mais pela diminuição do pessimismo do que por um crescimento do otimismo. A proporção de empresas que projetavam uma piora nos negócios em seis meses era de 29,9% em setembro, e recuou para 18,6% em outubro. As que projetavam um cenário neutro passaram de 44,3% para 54,3%, enquanto as que viram uma melhora subiram de 25,8% para 27,1%. Ou seja, a migração se deu do pessimismo para a neutralidade.

Ele lembrou que 2014 tem sido um ano muito ruim para o setor, e que as variáveis que medem a situação atual ainda são fracas, como o Nível de Utilização da Capacidade Instalada abaixo da média histórica e os níveis de estoques excessivos em diversos segmentos. "A indústria continua em uma região de confiança extremamente baixa", acrescentou. O Índice de Confiança da Indústria marcou 82,6 em outubro, de 81,1 em setembro. O limite que indica uma área de confiança extremamente baixa é de 90,7, acrescentou. O indicador está abaixo desse nível desde março. "A alta no mês é relativamente tímida", avaliou, lembrando que o indicador ainda está 15,8% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar de o indicador de confiança ter melhorado no número geral, dos 14 segmentos monitorados, apenas sete mostraram uma melhora. "Uma virada consistente depende de esse movimento estar mais espalhado", disse. Ele lembrou que o indicador de expectativas em seis meses registrou uma alta tão forte, de um patamar muito baixo, que ofuscou as demais medidas. O índice de expectativas subiu para 85,9, uma alta de 4,9% na margem. "Ainda não dá para afirmar que indica uma tendência de melhora." Ele lembrou que o ruído das eleições influenciou o indicador a apresentar um comportamento mais volátil.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 1,0 ponto porcentual em outubro, para 82,0%. Esse é o menor patamar desde agosto de 2009, quando marcava 81,2%. "Pela queda do Nuci, há a possibilidade de a indústria ter um desempenho negativo na produção", afirmou.

Além de as indústrias estarem utilizando um nível baixo da capacidade instalada, os estoques continuam elevados. O porcentual de empresas que relatou ter estoques excessivos subiu de 14,1% em setembro para 14,6% em outubro. "Os estoques da indústria são mais um fator a não sustentar uma virada consistente no momento", explicou. Campelo também lembrou que o nível de demanda projetado para três meses, especialmente a interna, está muito fraco e se aproxima dos níveis de 2009. Em outubro, 3,7% das empresas reportaram um nível de demanda interna forte, e 31,8% como fraca. A demanda externa apresentou alguma melhora, e Campelo levantou a possibilidade de isso se dar por conta de um real mais depreciado, mas lembrou que esse movimento ainda é "muito embrionário". "O setor precisa de um tempo para poder usufruir de um novo nível de câmbio, ele precisa estabilizar", disse.

O superintendente relatou uma melhora no nível de demanda no segmento de bens de capital, que é um setor que costuma antecipar projetos de investimentos. Essa percepção da demanda vinha caindo desde janeiro e avançou na margem, mas Campelo lembrou que esse indicador também continua longe da média histórica.

Os feriados decretados em função da Copa do Mundo ficaram para trás e a produção industrial registrou alguma recuperação em agosto, o que animou os empresários do setor. O Índice de Expectativas (IE) medido na Sondagem da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), melhorou 1,8%, segundo a prévia divulgada nesta quinta-feira (21). "O resultado reflete uma melhora marginal na produção", disse o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo. "Mas ainda é cedo para dizer que isso determina uma fase de aceleração. Não é suficiente para traçar um cenário de melhora", ponderou.

O ajuste na produção trouxe na mesma esteira um leve aumento no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), de 83,2% para 83,3%, de acordo com a prévia. A melhora nas expectativas mostrou ainda que a perspectiva para o emprego parou de piorar. Mas a tendência para os negócios nos próximos seis meses ainda está em queda, o que coloca em xeque a força dessa recuperação. Além disso, o Índice de Situação Atual (ISA) mostrou novo recuo, de 4,0% em agosto ante julho. No saldo, a confiança cedeu 1,2%. "Persiste a fase muito ruim na indústria", avaliou Campelo.

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Diante das projeções de que o segundo semestre será um pouco melhor, o superintendente considera "um quadro factível" que a melhora na produção - e, consequentemente, nas expectativas - persista nos próximos meses. "Mas seria uma melhora bastante limitada. A percepção sobre a demanda está muito fraca, e a indústria está estocada. Persistem alguns fatores de incerteza, como a eleição. Acredito mais numa devolução da intensificação (da piora), em vez de uma fase de aceleração", disse.

O superintendente adjunto de Ciclos Econômicos e Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Aloisio Campelo, afirmou que outubro aponta para um início do quarto trimestre sem muitas mudanças no comportamento da indústria, mas destacou como boas notícias do Índice de Confiança da Indústria (ICI) a leve aceleração do ajuste no nível dos estoques e melhora de patamar do Índice de Expectativas (IE). "O nível de confiança em termos histórico ainda é considerado baixo, mas é bom porque o Índice de Expectativa, que vinha caindo desde março, agora pelo menos aponta para cima", explicou.

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (29), pelo Ibre/FGV, o ICI caiu 0,2% em outubro ante setembro, passando de 98 pontos para 97,8 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 0,4%, para 97,5 pontos. "Esse aumento do IE ocorre por conta da estabilização do indicador de otimismo e uma melhora do indicador de emprego previsto", disse.

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Após quatro quedas consecutivas, o indicador de emprego previsto subiu 2,2%, para 104,4 pontos. Conforme o indicador, 14,8% das empresas pretendem ampliar o número de empregados enquanto 10,4% preveem redução de quadros. "Mas ainda não dá pra dizer que a indústria vai voltar a contratar fortemente", ponderou.

Campelo destaca ainda como fator positivo o fato de o resultado final ter sido melhor do que a prévia. "Houve uma mudança expressiva nos últimos dias. Acrescentamos dados e o cenário foi melhor", explicou. A prévia apontava para queda de 0,9% do ICI, que caiu 0,2%. Já o IE que tinha uma queda esperada de 0,6% subiu 0,4%.

O economista diz ainda que a tendência da produção física da indústria é seguir a mesma linha da confiança e deve ficar negativa em relação ao ano passado. "Entramos no quarto trimestre e a indústria continua com o desempenho baixo", ponderou. Segundo ele, não é possível dizer que esse desempenho ruim pode impactar na produção do final de ano, "pois os dados são todos com ajuste sazonal".

Estoques - Campelo afirmou que os dados mostram que de um modo geral a situação de acúmulo de estoques começou a mostrar alívio. "É uma variável que muda pouco, porém temos mais segmentos caminhando no sentido favorável", disse. "O indicador vinha apresentando alta desde maio. Foi o primeiro desempenho favorável em cinco meses", afirmou. Em maio, o indicador estava em 101,5 pontos e subiu até 107,7 em setembro.

Em outubro, dos cinco segmentos superestocados, três conseguiram sair desta situação: celulose, matérias plásticas e vestuário. "Por outro lado, o setor têxtil passou a ter estoque excessivo", ponderou.

A confiança do comércio no mês de setembro não sustentou a melhora no indicador percebida em agosto. "Com essa acomodação, diminui a percepção de que o terceiro trimestre seja muito bom", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Varas (FGV), Aloisio Campelo.

No trimestre encerrado em setembro ante igual período de 2012, a queda foi de 3,6% no Índice de Confiança do Comércio (ICOM). Nos três meses até agosto, a retração foi de 2,8%, na mesma base de comparação. Por ser recente, a série, iniciada em 2010, ainda não possui dados dessazonalizados. Mas os resultados de 2013, segundo Campelo, estão sistematicamente abaixo dos registrados no ano passado.

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Para o superintendente, o desempenho negativo pode ser explicado em parte pelo efeito da base mais alta. Em setembro de 2012, além do índice traduzir uma confiança superior do empresário do setor de comércio, havia uma tendência de aceleração mais intensa. Já setembro de 2013 apresenta uma queda de 5,7% no ICOM ante igual mês do ano anterior.

"O setor, em termos históricos, ainda está com a confiança em patamar baixo. O terceiro trimestre tem uma recuperação observada em materiais de construção e móveis e eletrodomésticos, mas na média tem um ritmo moderado de atividade. Houve melhora em agosto, mas o resultado de setembro traz de volta essa percepção de que não é um ritmo muito forte", avalia Campelo.

O setor de material de construção é o único ponto fora da curva, permanecendo praticamente estável tanto no indicador mensal (0,2% ante setembro de 2012) quanto no trimestral (-0,1% em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado). "Mas esse segmento não estaria vendendo muito para novas construções. Não parece ter havido aceleração de novas edificações ou estradas. São obras de acabamento, resquícios do ciclo anterior de construção, além de reformas", observa Campelo.

Entre os duráveis, a piora na percepção dos empresários é mais disseminada. No trimestre findo em setembro, houve queda de 6,0% em relação a igual período de 2012. Segundo Campelo, a principal influência vem do setor de veículos, que está estocado e conta com expectativas menos otimistas para as vendas.

Além disso, o impulso positivo emprestado pelo programa Minha Casa Melhor, que financia a compra de móveis e eletrodomésticos para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, perdeu força. No trimestre até agosto, ele chegou a atenuar a queda no ICOM para bens duráveis para -4,8%, em relação a igual período de 2012.

Entre os bens não duráveis, o ICOM apresenta uma melhora em relação ao primeiro semestre, quando a aceleração da inflação de alimentos representava uma ameaça às vendas de hipermercados e supermercados, afirma Campelo. Entre março e maio, a queda do índice chegou a 7,0% ante a média de iguais meses de 2012. Com a alta de preços um pouco mais arrefecida, o indicador apresentou queda de 1,9% no trimestre findo em setembro (sempre na comparação com igual período do ano anterior).

A demanda insuficiente e o custo da mão de obra são os principais fatores limitativos à expansão dos negócios. Embora 23,9% dos empresários afirmem que não há impedimentos, 18,6% listam a falta de demanda como um obstáculo (ante 12,1% em setembro de 2012), enquanto 17,7% reclamam do alto custo salarial. Campelo atenta para o fato de que chega a ser contraditório, uma vez que a percepção de demanda menor é um sinal de desaquecimento da economia, enquanto a mão de obra com custo elevado indica aquecimento. "É uma espécie de contradição que o mercado brasileiro vive nesse momento", diz.

O resultado da sondagem da indústria de setembro mostra que de fato pode-se esperar uma desaceleração do setor no terceiro trimestre do ano, avalia o superintendente adjunto de ciclos econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo.

"É um sinal de que não só a confiança diminui, mas também de um terceiro trimestre com desaceleração mais forte da indústria, possivelmente até com queda em relação ao anterior", comentou Campelo, citando a estabilidade do nível de utilização da capacidade (Nuci), que variou de 84,4% para 84,2% de julho para agosto e em setembro repetiu este número. O pico do Nuci no ano foi atingido em maio (84,6%). "As manifestações, talvez por trazerem incerteza, jogaram a confiança para baixo principalmente em julho. Em agosto, outros setores recuperaram, mas a indústria não", aponta o economista.

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De acordo com ele, a sondagem corrobora uma mudança de expectativas sobre o terceiro trimestre, na comparação com o segundo. O Índice de Confiança da Indústria, apurado na sondagem, caiu 1% do mês passado para setembro e atingiu o menor nível desde julho de 2009, ao chegar a 98 pontos, abaixo da média histórica dos últimos 60 meses (103,4 pontos). A queda na confiança foi bastante difundida entre os setores: dentre os 14 analisados, 8 estão com a confiança em queda, 3 estão estáveis e 3, em alta. Em junho, encerramento do segundo semestre, havia seis setores em alta e sete em queda.

Na comparação de setembro sobre junho, o índice de confiança indústria de transformação registrou queda de 5,6%. Outro quesito que aponta para a desaceleração no terceiro trimestre é o indicador de produção prevista, que caiu 1,4%, para 121 pontos. No final do ano passado, este índice chegou a quase 135 pontos. "Não diria que esse indicador mostre que o quarto trimestre vai ser ruim, mas está confirmando o resultado fraco do terceiro trimestre", disse Campelo.

"É importante frisar que a diminuição da confiança do grau dos empresários na economia tem sido mais forte do que a diminuição da produção", comentou Campelo. Segundo ele, entre os fatores que podem estar influenciando este deslocamento estão, entre outros pontos, a lucratividade e a preocupação com a competitividade. Ele aponta também que a produção pode estar sujeita a maior volatilidade, o que não acontece com os investimentos, que seguem a avaliação dos empresários sobre a situação futura. "A produção tem suas guinadas, estimulada por políticas econômicas, mas a contratação e o investimento não", disse o economista.

Investimentos

"Aquela recuperação que vinha forte em investimentos está começando a mudar", afirmou. Campelo explicou que o segmento de bens de capital "vinha bem" até o meio do ano, mas em julho a confiança caiu e apenas em setembro se acomodou. No mês, o ICI avançou 1,2% sobre agosto em bens de capital. Na comparação entre setembro (mês que encerra o terceiro trimestre) e junho (mês que encerrou o segundo trimestre), contudo, o setor registrou queda de 9,4% no índice de confiança.

O indicador de situação futura dos negócios, a variável que, segundo Campelo, tem maior relação com as decisões de investimento, recuou em setembro para 134,4 pontos, abaixo da média histórica de 138,2 pontos. A queda de agosto para setembro foi de 0,6%, depois da queda de 0,1% de julho para agosto. A proporção de empresas que esperavam melhora na situação dos negócios em seis meses, que chegou a 56,7% em fevereiro, chegou em setembro a 42,3%. Em maio, a porcentagem ainda era de 53,3%. "O período de expansão foi muito bem-vindo. Agora esse terceiro trimestre está confirmando uma virada. Estaria sinalizando um menor ímpeto de investimentos", disse Campelo.

Bens de capital

A confiança só está pior do que em bens de capital no setor de bens duráveis. Na variação mensal a queda foi de 6,6% e na comparação de setembro com junho, de 19,7%. "Os duráveis estão voláteis pelas mudanças de política", disse Campelo, em referência ao IPI. A piora na confiança, segundo ele, vem sendo puxada pelo setor automobilístico. "É possível que seja relativizado pelo programa Minha Casa Melhor, mas a indústria ainda não sentiu esse impacto", disse. Ele explica que a situação do segmento de duráveis "tem relação com o aumento de juros e com o acúmulo de estoques em razão de antecipação de vendas".

De acordo com ele, há elevação dos estoques tanto no segmento de duráveis como no de bens de capital no terceiro trimestre, o que deixa os setores mais sensíveis à questão da mão de obra. "A indústria reteve mão de obra quando a situação não estava favorável. Mesmo na fase em que estava recuperando, não contratou. A tendência até é de desmobilização da mão de obra se não se confirmar uma retomada", explicou. O quesito de emprego previsto caiu 2,3% em setembro ante agosto, uma piora "acima da média dos outros indicadores", segundo Campelo.

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