O mês de dezembro chegou e o trio de ferro da capital, Sport, Náutico e Santa Cruz já planeja a temporada 2012. Mas enquanto o novo ano não chega, é hora de lembrar o que de mais marcante aconteceu este ano na vida de rubro-negros, alvirrubros e tricolores.
Os três têm muito o que comemora. O Santa Cruz conquistou o campeonato estadual e foi vice-campeão da Série D, garantindo o direito de disputar a Série C na próxima temporada. Náutico e Sport iniciaram o ano na briga pelo hexa, o Timbu apesar de não ter sido campeão, saiu ‘vencedor’, pois manteve a hegemonia de seis títulos seguidos no estado. No final alvirrubros e rubro-negros comemoraram o acesso a Série A do Brasileiro.
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O desacreditado tricolor e a ressurreição de uma nação
No inicio do Campeonato Pernambucano poucos acreditavam no Santa Cruz. Mas o treinador Zé Teodoro formou um time entrosado e que, muitas vezes, jogava de forma defensiva. Na primeira fase, terminou na segunda colocação atrás apenas do Náutico. Na semifinal enfrentou o Porto, vencendo as duas partidas, a primeira por 2x1 fora de casa e a segunda por 3x1 no Arruda.
Na decisão todo o peso de enfrentar o rival Sport, que era considerado favorito antes da competição. No primeiro confronto, na Ilha do Retiro, o tricolor jogou de forma inteligente, explorando os contra-ataques e com gols de Gilberto e Landu venceu a partida por 2x0. No jogo da volta, com o Arruda lotado a boa vantagem fez com que o Santa Cruz não tivesse pressa e mesmo sofrendo um gol aos 47 minutos do segundo tempo, comemorou o título de campeão pernambucano após seis anos.
Nas competições nacionais, o Santa Cruz também deu orgulho ao seu torcedor. Na Copa do Brasil enfrentou o São Paulo na 2ª fase. E, mesmo eliminado, não fez feio, sobretudo na primeira partida, no Arruda, quando ganhou por 1x0. O volante Everton Sena se destacou ao anular o meia Lucas.
Diferentemente das outras duas competições, na Série D o Santa Cruz entrou como o favorito. Zé Teodoro manteve a base da equipe que venceu o Pernambucano, mas perdeu o artilheiro Gilberto, negociado com o Internacional por R$ 2 milhões. Na primeira fase, a equipe se classificou na segunda colocação do grupo A3, ficando atrás do Santa Cruz-RN e sem apresentar um bom futebol. Nas oitavas de final, despachou o Coruripe-AL e nas quartas eliminou o Treze, conquistando o acesso para a Série C. O Santa acabaria como vice-campeão. O título ficou com o Tupi.
A meta era salvar o hexa. Acesso coroou temporada
Pressionado pela iminente ameaça do Sport em conquistar o hexa, motivo de orgulho do clube, a diretoria do Náutico se reuniu com alguns alvirrubros assim como aconteceu em 2001 e fez de tudo para evitar o título do rival. Como há muito tempo não acontecia, a folha salarial era de um valor próximo a do Sport e uma boa equipe foi montada por Roberto Fernandes. O Timbu foi o melhor time da primeira fase, terminou com dez pontos a mais do que o Leão e na semifinal teria o maior rival pela frente. O primeiro confronto, na Ilha do Retiro, foi 3x1 para o Sport. O jogo da volta, nos Aflitos, o Náutico teria que vencer por 2x0 ou por três gols de diferença. Isso não aconteceu. O triunfo por 3x2 foi insuficiente. A sorte dos alvirrubros é que o Santa bateu o Sport na decisão.
Na Copa do Brasil, depois de despachar Trem-AP e Bangu, o Náutico deu de cara com o Vasco. Aí não deu. O Timbu perdeu logo por 3x0 nos Aflitos e praticamente deu adeus à competição. O detalhe é que essa acabaria sendo a única derrota do time em casa na temporada. O empate por 1x1 em São Januário só ratificou a classificação cruzmaltina.
Sem sucesso nos primeiros cinco meses do ano, a diretoria alvirrubra iniciou uma reformulação no elenco. O primeiro a sair foi o técnico Roberto Fernandes e Waldemar Lemos foi contratado. Depois saíram alguns titulares da equipe como Rodrigo Heffner, Bruno Meneghel e Ricardo Xavier. O início do novo treinador não foi bom, uma goleada por 4x0 contra a Portuguesa quase tirou Waldemar do cargo. Mas com um estilo “paizão” Waldemar Lemos ganhou os jogadores, formou o time com três volantes, que marcava muito, sofria e marcava poucos gols, mas que vencia. Foi assim que o Náutico conquistou o acesso a Série A e se tornou vice-campeão do Campeonato Brasileiro da Série B.
A meta era ser hexa, mas o acesso salvou a temporada
O ano de 2011 começou para o Sport, pela segunda vez em sua história, com uma meta: conquistar o hexacampeonato estadual. O almejado título foi o tempero de início da temporada dos pernambucanos. E o estigma de favorito, motivado pelo forte elenco e pela disparidade financeira, caiu ainda na primeira fase. O Sport conseguiu se classificar na quarta colocação, com apenas um ponto a frente do Central e dez atrás do líder Náutico. Porém, as esperanças rubro-negras foram renovadas nas semifinais, quando bateu o Timbu na Ilha do Retiro por 3x1 e, mesmo com a derrota por 3x2 nos Aflitos, avançou para a final. Na grande decisão, tropeçou dentro do seu reduto, diante de sua torcida. 2x0 para os tricolores em pleno Adelmar da Costa Carvalho lotado. No jogo da volta, no Mundão do Arruda, a vitória por 1x0 não foi o suficiente para conquistar o tão sonhado hexa.
A má fase durante o Estadual também afetou na participação na Copa do Brasil. Ainda no início de março, o Sport foi eliminado da competição nacional na primeira fase. Diante do frágil Sampaio Correa, do Maranhão, os rubro-negros empataram por 0x0 fora de casa e ficaram no 2x2 na Ilha do Retiro, sendo eliminados nos critérios de desempate. O fracasso precoce na competição que consagrou o time em 2008 abalou as estruturas no clube. Para se ter uma ideia, quatro treinadores (cinco se contarmos com as participações repetidas) passaram no comando do time: Geninho, Hélio dos Anjos, Mazola (duas vezes) e PC Gusmão.
Sem hexa, sem Copa do Brasil, o grande objetivo do Sport era sem duvidas voltar para elite do futebol nacional. Na teoria e no financeiro o elenco era forte, concorrente ao título da competição. Mais uma vez, ficou na teoria. Os pernambucanos patinaram durante toda a Série B. Figuraram poucas rodadas no G4. Sempre brigando contra a matemática, a desconfiança da torcida, da imprensa e, até mesmo, da própria direção e jogadores. A prova disso foi a constante troca de treinadores e a inconstante escalação.
Mas o que parecia impossível aconteceu. E justamente na volta do desacredito e frasista Mazola, que só faltou usar o famoso “vocês vão ter que me engolir”, do lendário Mário Jorge Lobo Zagallo. O treinador reassumiu o elenco na reta final da competição, quando as chances já eram mínimas e, além de vencer os jogos, tinha que torcer para combinações de resultados. Depois da derrota no clássico contra o Náutico, restavam cinco jogos. Foram quatro vitórias e apenas um empate, fora de casa contra a líder e campeão Portuguesa. Do outro lado, Vitória, Americana, Boa Esporte e Bragantino tropeçaram. O inesperado acesso causou um frenesi nos rubro-negros. A torcida do Sport invadiu o aeroporto e as ruas da cidade, proporcionando momentos históricos para o Leão da Ilha. Afinal, o Sport estava de volta a Primeia Divisão.