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O resultado mais alto da primeira prévia de dezembro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) confirmou que o período de deflação do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) chegou ao fim, mas é cedo para uma conclusão sobre a tendência da inflação apurada pelo índice neste mês. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da instituição, Salomão Quadros, que, em entrevista à Agência Estado, destacou que, a despeito das pressões importantes de alta observadas na parcial do IGP-M, não há um processo espalhado de inflação, já que existem itens com peso relevante ainda em queda.

"É cedo para tirarmos conclusões na primeira prévia. A notícia mais relevante é a de que a deflação realmente ficou para trás", comentou Quadros, lembrando que a segunda parcial ainda será conhecida. "Mas não é um processo de alta generalizada. Não é uma subida de preços que não tenha uma âncora ou contrapeso", salientou.

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Conforme divulgação realizada nesta segunda-feira (10) pela FGV, a primeira prévia do IGP-M de dezembro trouxe uma taxa de inflação de 0,50% ante uma deflação de 0,19% registrada na primeira parcial de novembro. O resultado ficou acima do intervalo de expectativa dos economistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, já que eles aguardavam taxa em alta de 0,20% a 0,38%, com mediana de 0,31%.

De acordo com Salomão Quadros, a importante aceleração foi gerada por um movimento semelhante dos três subindicadores que formam o IGP-M. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,50% ante recuo de 0,36%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,56% ante variação positiva de 0,16%; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou elevação de 0,36% contra aumento anterior de 0,14%.

"A maior influência para o resultado veio do IPA. Primeiro porque ele pesa mais (60%) e segundo porque ele teve a maior aceleração", disse Quadros sobre a parte do IGP-M que reflete os preços do atacado. "O IPC também acelerou, mas veio de uma base mais forte e, com isso, o ganho não foi tão forte como o do IPA, que teve uma mudança mais intensa", acrescentou.

O coordenador observou que, dentro do IPA, houve importantes movimentações nos Bens Finais (de queda de 0,59% para alta de 0,55%) e nos Bens Intermediários (de variação positiva de 0,08% para avanço de 0,24%). Ressaltou, porém, que a aceleração nos preços das Matérias Primas Brutas (de baixa de 0,68% para elevação de 0,79%) foi a mais importante neste processo.

Segundo ele, este comportamento das Matérias Primas Brutas já era esperado para alguns itens que estavam em queda ou em variação positiva pequena. Agora, eles estão passando por um processo de ajuste natural. Dois bons exemplos foram a soja, cuja baixa passou de 3,06% para 1,77%, e o milho, que saiu de um avanço de 1,85% para uma elevação de 4,97%. Outro item que mereceu atenção foi o minério de ferro, que estava em queda de 3,84% na primeira prévia de novembro e passou a subir 0,87% na primeira parcial do mês de dezembro.

Na outra ponta, Salomão Quadros destacou itens que impediram um resultado ainda maior do IPA, dentro das Matérias Primas Brutas. Um de grande peso, o de bovinos, saiu de uma alta de 1,04% para uma variação positiva bem menos intensa, de 0,38%.

Ainda no comportamento do IPA, o coordenador citou alguns itens que, agora em alta no atacado, tendem a influenciar futuramente os preços no varejo de uma forma mais direta ao consumidor. Um dos exemplos é o feijão, que saiu de uma queda de 4,62% na primeira parcial de novembro para uma elevação de 7,22% na primeira prévia de dezembro.

Outro item, tradicionalmente volátil, que tende a pesar no bolso do consumidor é o tomate. No IPA, o item saiu de um declínio de 36,22% para um avanço de 37,36%. No IPC, ele também dá mostras de que já começa a pressionar, depois que passou de uma baixa de 27,02% para uma alta de 16,07%.

"É possível que tenhamos para o mês dezembro uma onda de pressão em Alimentação no IPC", afirmou Quadros, lembrando também que outro item de peso tanto neste subindicador quanto no IPA, a carne bovina, saiu de uma baixa, de 5,38%, para uma variação positiva de 0,05% no atacado. "A Alimentação ainda pode dar um certo trabalho", opinou.

O coordenador ressaltou, no entanto, que, antes de uma interpretação definitiva sobre o futuro do IGP-M em dezembro, é necessário ficar atento ao que será divulgado na segunda prévia do indicador de inflação. A divulgação desta parcial está agendada para o próximo dia 19 pela FGV. "A primeira prévia é um terço do mês e isso é pouco para tirarmos uma conclusão", insistiu.

O momento ruim que o governo enfrenta, com o fraco desempenho do PIB do terceiro trimestre, o escândalo que derrubou a chefe do escritório da Presidência em São Paulo, com a deflagração da Operação Porto Seguro da Polícia Federal, os investimentos que não decolam e projetos emperrados, pode afetar a imagem de gerente que a presidente Dilma Rousseff tenta imprimir à sua gestão desde que tomou posse. E os reflexos de tais problemas para quem já foi batizada de "mãe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)" podem comprometer a pavimentação de seu caminho à disputa pela reeleição nas eleições gerais de 2014.

Um dos principais interlocutores da oposição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse em entrevista exclusiva à reportagem que, lamentavelmente, o governo atual está montado em um sistema que, em vez de corrigir as suas deficiências crônicas, dificulta a solução dos problemas por conta do aumento do clientelismo, protecionismo e partidarização. "Não está faltando dinheiro, está faltando competência à máquina pública", destacou. Para ele, Dilma vai precisar de muito esforço para mudar o atual cenário e precisa entender que isso depende de uma liderança inspiradora que seja capaz de mudar a atual base de sustentação política, apoiada ainda no toma lá, dá cá.

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Com relação ao papel de 'gerente' que caracteriza a presidente da República, FHC considera: "A respeito da administração da presidente Dilma e essa fama de gerentona, é preciso deixar claro que a máquina pública não funciona na base de que uma pessoa manda e os outros obedecem. Ela depende de motivação, de reformas, de mais profissionalização, de menos interferência política em áreas decisivas." E complementa: "Ela (Dilma) sozinha não resolve (os problemas). Precisa de uma nova infusão que só vem da sociedade. Não vem do governo. Só quando a sociedade está soprando mais é que a coisa muda."

O ex-presidente tucano relativizou o fraco desempenho do PIB brasileiro no terceiro trimestre deste ano, de 0,6% em comparação com o segundo trimestre do ano, afirmando que é uma ilusão imaginar que o governo ou que o presidente pode controlar essa taxa de crescimento, pois isso depende de várias circunstâncias. No seu entender, é preciso um plano estratégico para definir como o Brasil vai crescer daqui pra frente. "E para isso não basta sentar em um gabinete, fazer um plano e dar a ordem, é preciso motivar a sociedade em uma certa direção."

Tiririca

Se FHC foi complacente com a presidente Dilma, o mesmo não ocorre com outros setores do PSDB. Documento recente divulgado pelo braço de formação política da sigla, o Instituto Teotônio Vilela, denominado "O Fiasco da Gerente", tece duras críticas à atual gestão. "Dilma caminha para concluir seu segundo ano de mandato sem passar nem perto de cumprir o principal objetivo a que se comprometeu quando eleita: dar uma gestão mais eficiente ao país. Seu fiasco se mede num crescimento econômico medíocre e numa máquina pública permanentemente emperrada", diz o ITV.

Para os tucanos, um dos problemas mais graves da atual gestão petista é o desmonte dos investimentos, pois é o que significa o crescimento da economia amanhã. "Diante de um cenário tão negativo, cabe questionar: onde está a "capacidade de planejamento" que a presidente da República tanto alardeia possuir? Cadê a gestora eficiente que ao longo de anos foi vendida pelo marketing petista ao Brasil? A constatação imediata é de que até Tiririca aprendeu a ser deputado, mas Dilma Rousseff está longe de se tornar a boa gerente que se apregoava. Pior do que está fica", ironiza o documento do PSDB.

Na avaliação do cientista político, professor e vice-coordenador do curso de administração pública da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira, Dilma vive um momento delicado, não apenas na seara econômica, mas também na política, com "a crise batendo em seu gabinete, mesmo que Rosemary Noronha não fosse pessoa de sua cota de indicações", numa referência à Operação Porto Seguro. "O momento é extremamente delicado e pode ter sim consequências na imagem de gerente que ela construiu, com reflexos na sucessão presidencial de 2014", destaca. Contudo, o cientista político afirma que essa situação ainda não chegou ao ápice por conta de dois fatores positivos na economia: renda e nível de emprego.

Carvalho Teixeira adverte que se a renda e o nível de emprego forem atingidos pela crise, o cenário político para Dilma tende a ficar muito difícil, podendo comprometer a formação das alianças para 2014. "Não creio que a imagem de gerentona tenha sido afetada, mas ela precisa de muita cautela e apresentar soluções para resolver esses problemas que o governo está enfrentando", destaca o cientista político.

Os professores de matemática do BJ Colégio e Curso, Eduardo Almeia, Marcone Souza, Diogo Lôbo analisaram as provas de Matemática e suas tecnologias, do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Segundo a equipe do BJ, a prova mais uma vez não foi conteúdista, mas sim exigiu a capacidade leitora e interpretativa dos estudantes. Segundo o professor Eduardo, não foi exigido dos alunos “a utilização de fórmulas decoradas e exercícios padronizados”, afirmou.

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Ainda segundo os professores, a prova estava muito menos ligada a conteúdos específicos e muito mais preocupada com a “avaliação das competências e habilidades presentes na matriz de referência”, como citado pelo professor Diogo.

“O Enem preza pelo entendimento. É necessário ter calma, escolher questões mais simples, mais diretas e objetivas”, comentou o professor Marcone. Ainda segundo ele, a exemplo das questões com funções, elas estavam ligadas ao nosso cotidiano.

Segundo os professores, pode-se considerar a prova de 2012, em relação a do ano anterior, mais extensa e menos objetiva, o que dá a impressão de ter sido mais difícil para o aluno, segundo os professores.

Ainda segundo eles, o grande vilão do Enem foi o tempo, já que as questões demandavam muita interpretação e vinham com textos longos. “Um aluno que acerta 25 questões está dentro da média”, concluiu o professor Diogo.

Em uma análise do cenário pós eleições municipais no Brasil, o cientista político e professor do Insper Humberto Dantas avalia que o PSB se fortaleceu como força política estratégica no plano nacional ao inflar em mais de 40% o número de prefeitos eleitos pela sigla. Para Dantas, o PSB é importante para "todos os partidos que querem jogar o jogo eleitoral nacional, tornando-se a noiva da vez nas eleições presidenciais de 2014". "Eduardo Campos (presidente do PSB e governador de Pernambuco) está fazendo o jogo de ser, enquanto partido político, a moça mais desejada da festa. É um partido estratégico para todas as demais siglas que querem jogar o jogo eleitoral nacional em 2014", avalia.

Dantas ressalta que o PSB tem um bom desempenho nos Estados do nordeste, "região predominantemente petista", onde os tucanos tiveram dificuldade em obter votos nas últimas eleições nacionais. "Isso torna o partido um aliado preferencial do PSDB, especialmente porque o DEM, aliado histórico dos tucanos, perdeu sua penetração nessa região", afirmou. Ele menciona também que, em uma eleição com resultados apertados, o apoio dos socialistas pode ser decisivo para o PT manter-se no poder devido ao elevado número de palanques da sigla de Campos."É um partido que governa seis Estados, incluindo alguns importantes do nordeste. É um partido ultra estratégico para as pretensões futuras do PSDB e para a manutenção do poder no PT", analisa.

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O cientista político explica que, ao se dar conta dessa conjuntura, Campos - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com o PT e o PSDB. "Ele apareceu em um almoço com a (presidente) Dilma e com o (ex-presidente) Lula, posa para fotos com o (senador mineiro do PSDB) Aécio Neves e deixa no ar a possibilidade de lançar candidatura própria ao Planalto", diz.

São Paulo

Ao analisar o resultado das eleições em São Paulo, onde o estreante em disputas eleitorais Fernando Haddad (PT) venceu o candidato do PSDB, José Serra, Dantas ressaltou a importância da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que ele foi "um dos fatores decisivos", não o único. "O binômio PT forte em São Paulo e desejo de renovação na cidade fez com que, dentro das estruturas do PT, entendessem que era necessário colocar alguém novo na disputa. Lula bancou a candidatura de Haddad, ou seja, é o responsável pela indicação, mas o partido e a vontade da sociedade também foram", avaliou.

Para Dantas, Lula não teve um desempenho muito bom em diversas cidades onde ele fez campanha. Ele citou Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM) e Salvador (BA), onde Lula participou das campanhas, mas seus candidatos perderam. "Apenas Campinas (onde o estreante em eleições Marcio Pochmann perdeu, mas conseguiu chegar ao segundo turno) e São Paulo contaram com uma participação decisiva de Lula, nos outros lugares dá para dizer que o Lula derrapou", comentou.

Sobre o desempenho do PSDB neste pleito, o professor do Insper afirmou que, apesar da derrota para o PT em São Paulo, o partido obteve "vitórias interessantes" no País. "O PSDB volta ao poder em Manaus, lembremos que a Dilma, em 2010, teve mais de 80% dos votos válidos naquele Estado, importantíssimo para o PSDB. Vence em Belém, vai bem no Recife", afirma. Dantas ressalta, porém, que algumas derrotas no Estado de São Paulo passaram um recado ao partido. "As urnas dão recados que merecem atenção do PSDB, eles perderam São José dos Campos, que é uma cidade emblemática (por ser um dos berços políticos do governador Geraldo Alckmin), Jundiaí, é preciso observar", diz. E emenda: "agora, o PT também perde coisas históricas. Perdeu Diadema para o PV, que lançou um ex-tucano para a Prefeitura", diz. "Ambos têm derrotas importantes, mas têm vitórias interessantes", conclui.

O iPad Mini, versão reduzida do tablet da Apple, chegará às lojas americanas na próxima sexta-feira (2 de novembro). O gadget é fácil de lidar, e vem fazendo sucesso entre em testes de veículos especializados, porém um item foi considerado um problema: a tela do iPad Mini possui resolução inferior à de concorrentes e a de outros produtos da empresa. 

Depois de se dedicar a inserir a tecnologia Retina em suas telas, a empresa retrocedeu com o último lançamento em dispositivos móveis, colocando uma tela de resolução inferior. 

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Como de costume o aparelho foi testado à exaustão, e conseguiu um bom conceito em quase todos os quesitos. Porém a falta de uma tela Retina foi encarada como "um retrocesso". O iPad mini possui a mesma resolução do iPad 2, 1.024 x 768 pixels. Porém, devido a área reduzida, a densidade de pixels é maior do iPad mini, sendo 163 pixels por polegada, contra 132 no iPad 2. 

Segundo a Exame, um bom motivo que levaria a Apple a utilizar o iPad 2 ao mini é manter a compatibilidade com os aplicativos existentes, sem elevar demais o custo do tablet. Aplicativos para iPad funcionam em duas resoluções: a do iPad 2 (1.024 x 768 pixels) e a do iPad de quarta geração (2.048 x 1.536). 

Ao optar por fabricar uma tela como a do tablet de quarta geração, a Apple teria mais trabalho e gasto na fabricação. Além disso, devido a densidade de pixels seria ainda maior do que a do iPad 4G, graças ao tamanho reduzido. 

Mesmo com a críticas enormes em relação a telas, a avaliação do iPad mini é positiva. O gadget concentra os recursos que existem na versão maior num dispositivo mais leve e compacto. 

Segundo David Pogue, do New York Times, o iPad Mini - em comparações com os concorrentes como o Nexus 7 e o Kindle Fire HD, é o melhor. “O iPad mini tem mais classe, é mais atraente, é mais fino. Ele tem duas câmeras em vez de uma. Seu acabamento é muito mais refinado. E, acima de tudo, ele oferece um colossal catálogo de aplicativos – algo com que os tablets com Android podem apenas sonhar” afirmou. 

A Apple começa a vender o iPad mini na próximo sexta-feira nos EUA e em mais 25 países, porém o Brasil está fora da lista. Os preços são de US$329 para a versão com 16 gigabytes de capacidade e acesso à internet via Wi-Fi; e US$ 829 para a versão com 3G/4G e 64 GB. 

Ainda não houve uma confirmação oficial do preço com que o tablet deve chegar ao Brasil.

O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto disse nesta segunda-feira ser "óbvio que o aumento da liquidez mundial tende a valorizar o real". Segundo ele, os países desenvolvidos que promovem afrouxamentos monetários sabem disso e o Brasil toma medidas "em legítima defesa" para combater a valorização artificial da sua moeda.

Delfim deu as declarações em evento em São Paulo após ser questionado por jornalistas sobre a fala do presidente do banco central norte-americano (Federal Reserve ou Fed, na sigla em inglês), Ben Bernanke, em seminário patrocinado pelo Banco do Japão (BoJ) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Tóquio. Bernanke afirmou que os efeitos do fluxo de capital nas economias emergentes não são predeterminados e dependem das escolhas das autoridades monetárias dessas economias.

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"Ele (Bernanke) está falando aquilo que ele tem que falar, mas é óbvio que o aumento da liquidez mundial tende a valorizar o real. Isso nem ele nem ninguém nega", disse o economista. "O Brasil apenas toma medidas em legítima defesa, medidas que estão funcionando."

Protecionismo

Sobre o questionamento de países na comunidade internacional de que o Brasil está adotando medidas protecionistas, o ex-ministro rebateu afirmando que todos os países defendem sua atividade e que o Brasil é menos protecionista do que aqueles que o acusam. "O Brasil tem uma porção de dificuldades. Tivemos um câmbio sobrevalorizado durante muitos anos, destruímos a sofisticação de uma indústria que é muito importante e agora estamos tentando reconstruir isso. Não tem nada de protecionismo", afirmou Delfim. "Na OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil tem medidas que atingem outros países, e os outros países têm medidas que afetam o Brasil. Mas o Brasil é credor nessa contabilidade."

O economista foi homenageado, na capital paulista, com o título de professor emérito de 2012 ao receber o Troféu Guerreiro da Educação, promovido pelo Centro de Integração Empresa Escola (Ciee) e pelo jornal O Estado de S.Paulo. Também estava presente no evento o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Ele, porém, saiu da cerimônia sem falar com a imprensa.

O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou nesta segunda-feira que o corte da Selic na semana passada, de 7,50% para 7,25% ao ano, encerrou a série de reduções da taxa básica de juros neste ano. Segundo ele, o Banco Central (BC) deve esperar para analisar os efeitos sobre a economia dos cortes promovidos até o momento e das medidas de estímulo anunciadas.

"O governo já deu muitos incentivos de forma que seja bom parar um pouquinho para verificar seus efeitos", declarou Delfim Netto, após ser homenageado com o 16.º Troféu Guerreiro da Educação, entregue pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e pelo jornal O Estado de S.Paulo.

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Delfim Netto disse confiar na análise do BC e que a instituição tem instrumentos mais sofisticados que os analistas para avaliar a economia do País. "Na minha opinião, o BC tem se comportado de uma maneira muito conveniente para o desenvolvimento brasileiro."

O economista elogiou também a abertura dos votos dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Para ele, isso reforça a independência do BC. "Essa abertura é muito boa, porque mostra que as pessoas estão pensando diferente."

Delfim Netto negou ainda que o BC tenha deixado de lado o tripé econômico formado por superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação. Na opinião dele, o BC segue as metas, mas faz ajustes de acordo com a realidade de cada momento. "Os três alicerces são os mesmos, isso não mudou nada. Apenas estão sendo feitos ajustes para a economia se adequar à realidade do momento."

Na avaliação do cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o mensalão, com a condenação dos réus, atinge o PT de forma dramática. O início de tudo, acredita, foi uma certa arrogância ideológica de esquerda, que levou à desqualificação dos participantes do jogo parlamentar.

Para ele, o impacto para o partido é negativo e leva a uma leitura importante de sua história. "O mensalão só foi possível em decorrência de uma espécie de desvio ideológico, a arrogância produzida por certa autoimagem ideologicamente condicionada, que levou à desqualificação dos outros participantes do jogo parlamentar, considerados burgueses, e à ideia de que o melhor a se fazer era comprar sua lealdade", analisa.

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Segundo o cientista político, o resultado dramático desse processo "levou o partido à moderação, à aceitação do jogo social-democrático". "A ideia de social-democracia, com a moderação e a renúncia a meios considerados revolucionários, era um anátema no PT. Foi uma evolução positiva, embora só tenha ocorrido após o erro que custou muito caro ao partido e causou prejuízos ao governo Lula", acrescentou.

Reis considera difícil avaliar se com a condenação diminui a influência de José Dirceu no PT. "Uma certa militância, mais fiel, deve desqualificar a importância da condenação. Pode até transformá-lo numa espécie de herói da caminhada. Mas será muito difícil para ele continuar exercendo sua liderança".

Ele considera Dirceu um dos mentores do mensalão. "Essa mescla de disposição ideológica, ânimo realista e busca de eficiência, que levou ao mensalão, é muito singular dele", conclui. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

 

 

 

Novos números da última pesquisa de intenção de votos do IPMN para prefeito do Recife, com trabalho de campo nos dias de 27 e 28 de setembro, foram divulgados na web, na madrugada deste domingo (30), pelo Portal LeiaJá. Nela, o candidato pessebista, Geraldo Júlio, atingiu agora 42% de intenções de voto (subiu dois pontos em relação à pesquisa anterior), Daniel Coelho pontuou 22% (cresceu um ponto), Humberto Costa voltou para 16% (caiu três pontos) e Mendonça Filho, com 3%, perdeu um ponto.

Linhas

O gráfico 1, constante do texto, mostra a evolução das intenções de voto de Geraldo Júlio, contrastada com a trajetória da soma das intenções de voto dos demais candidatos, incluindo neste conjunto os menos competitivos. Os levantamentos são todos do IPMN e o período considerado é de julho a setembro, meses de campanha pós-convenções partidárias.

 

É oportuno atentar para a interpretação do gráfico. Enquanto a linha vermelha (representando todos os candidatos menos o pessebista) se perfilar acima da linha azul, com percentuais de intenção de votos fora da margem de erro, a soma das intenções de votos dos demais candidatos é maior que a pontuação do líder.

Nestas circunstâncias a eleição tende para o segundo turno, se ela fosse realizada em qualquer das datas antes do levantamento dos dias 10 e 11/09. Observe-se que a partir da mencionada data há um acentuado estreitamento entre as duas linhas, culminando com superposição (overlapping) entre elas na última pesquisa.

O resultado em destaque no gráfico, 42% a 42%, configura empate numérico (e técnico), significando que, em termos de votos válidos, o candidato representado pela linha azul teria alcançado 50% dos votos válidos, necessitando de apenas um voto adicional para sacramentar a eleição no primeiro turno, se ela se realizasse hoje.

 

Médias
Para os propósitos desta seção do texto não se exige o requisito de que as pesquisas tenham sido geradas a partir de uma mesma fonte. Elas podem provir de institutos diferentes, com distintos desenhos de concepção. A ideia subjacente é catalogar seus resultados à medida que vão sendo divulgados e, depois, colocá-los em seqüência de data de trabalho de campo para possível visualização de tendência. 
Uma forma de se vislumbrar tal tendência é sintetizar os diferentes percentuais de intenção de votos consignados aos candidatos através do expediente de média móvel (rolling average). Esta média vai se movendo horizontalmente, período a período, em um dinâmico processo de inclusão/exclusão de informações.
                                                                                           
A tabela e o gráfico 2 expõem essas médias móveis de intenção de votos. Elas ajudarão a identificar movimentos que possam auxiliar na conjectura sobre a eventual ocorrência ou não de segundo turno.
Nota-se, de pronto, que a média de intenção de votos de Geraldo Júlio é sempre crescente, de período a período. Isso significa que, independente dos resultados individuais de um determinado instituto, suas intenções de voto, em média, estão sempre em ascensão, à medida que o tempo vai passando. Este desempenho é muito importante na reta final do pleito para uma postulação que almeja vê-lo encerrado na sua etapa inicial.
Humberto Costa e Daniel Coelho tiveram seus movimentos descendente e ascendente, respectivamente, interrompidos entre os dois últimos períodos, o que suscita a necessidade de novas rodadas de pesquisa para aquilatar trajetórias mais nítidas.
De qualquer sorte, já se detecta certa estabilidade recente de Daniel no entorno de 21% a 22% das intenções de voto, e de Humberto com uma fatia do eleitorado gravitando ao redor de 17% a 18%. 
O importante aí é que, na soma, as médias dos dois postulantes têm-se circunscrito a um patamar de no máximo 40%. Este teto auxilia a candidatura líder a lograr êxito no primeiro turno, já que a pontuação de Mendonça Filho é declinante e os candidatos menos competitivos alcançam apenas 1%.
Considerações finais
Com média sempre crescente de intenção de votos e ao atingir, pela primeira vez, a casa dos 50% de votos válidos (não só nas pesquisas do IPMN, mas em qualquer outra pesquisa de qualquer instituto até agora publicada) Geraldo Júlio dá um passo gigantesco para ganhar a eleição já no seu primeiro escrutínio. 
Acresce força a essa possibilidade a trajetória de intenções de voto de Humberto Costa e Daniel Coelho verificada nestes últimos dez dias de setembro. A média de intenção de votos do senador neste lapso de tempo é de 16,8% e a do candidato tucano de 22%, ambas com variâncias muito pequenas, denotando estabilidade no entorno desses números, qualquer que seja o instituto que os tenham gerado.
Seriam exatamente esses dois candidatos que poderiam imprimir oscilações positivas em suas intenções de voto, mesmo que pequenas, que viessem, isolada ou conjuntamente, forçar a realização do pleito em dois turnos. Isso não está ocorrendo nos últimos 10 dias.
 
Entretanto, ainda resta a última semana antes do dia 7 de outubro e, em eleições, uma semana é uma eternidade... Tudo pode acontecer, inclusive nada, e a atual configuração se manter tal e qual, com variações marginais que não afetem o desfecho que se avizinha.
Assim, se não houver fatos novos e impactantes, “ondas de opinião”, acontecimentos imponderáveis, os embasamentos numéricos, técnicos e político-eleitorais que emolduram a atual corrida à prefeitura apontam para um pleito em uma só etapa, ainda que provavelmente decidido no olho mecânico!
As análises são de total responsabilidade do autor do texto, o economista Maurício Romão

A desaceleração do IGP-10 em setembro confirma que os efeitos da quebra de safra de produtos agrícolas como soja e milho sobre os preços começam a se dissipar. Nos próximos meses, porém, o foco de pressões inflacionárias deve se deslocar para o varejo, que só agora começa a repassar ao consumidor as fortes altas registradas pelo atacado nos meses anteriores. De acordo com o coordenador dos IGPs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os IGPs atingiram o pico em agosto e a tendência é de desaceleração.

Em setembro, as matérias-primas responderam por 90% da desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) - que saiu de 2,21% em agosto para 1,40% neste mês. "O efeito da seca americana sobre a soja e o milho se suavizou. O choque está arrefecendo, mas deixando herdeiros", disse Quadros. Em setembro, a soja em grão subiu 5,46%, após um aumento de 15,62% em agosto. No caso do milho, a alta saiu de 22,17% para 5,68%.

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Quadros lembra, porém, que o choque de oferta agrícola ainda gera pressões derivadas graças ao aumento de custos para o produtor de carnes, por exemplo. O preço do suíno vivo saltou 21,49% em setembro, contra 11,44% em agosto. Paralelamente, estão em curso algumas altas que não estão ligadas à seca americana e até agora encobertas pelos estragos da soja.

É o caso do arroz, cujo preço ao produtor saltou 12,42% por causa da entressafra e estoques baixos. Já o trigo sofreu elevação de 11,8% em setembro por reflexo de uma quebra de safra na Rússia. Segundo Quadros, isso deve justificar elevações que já começam a aparecer no varejo e tendem a se intensificar.

O economista destacou ainda no IPA o recuo dos preços de Bens Intermediários - de 1,11% em agosto para 0,75% em setembro. A desaceleração foi concentrada na queda de preços de combustíveis e lubrificantes para a produção - saindo de 5,01% para 0,85% - em resposta ao fim da pressão vinda dos dois aumentos do óleo diesel no ano.

A disseminação da inflação pelo varejo ficou patente com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) de setembro, que dobrou a 0,42%, maior alta desde maio. A principal explicação para a disparada veio de Transportes, influenciado pela elevação dos preços dos automóveis novos (0,52%) e menor ritmo de queda dos preços dos usados (-0,40% após queda de -2,48% em agosto). O grupo respondeu por 65% do aumento do IPC.

Para Quadros, a evolução desse item daqui para frente é uma incógnita. "Pode ter havido uma alta diante do temor de que a isenção do IPI não fosse prorrogada. Mas a alta pode estar associada à grande demanda. A pergunta é se foi um movimento pontual ou não", diz ele. "É preciso avaliar bem para calibrar a medida (de isenção do IPI, recém-prorrogada até outubro). Se você está tendo alta de preços significa que ela começa também a ter custos para o País."

Se uma nova alta dos preços de automóveis é incerta, a pressão sobre os preços dos alimentos no varejo é dada como gradual, mas inevitável. Dentro do IPC, a alta do item alimentação se manteve praticamente estável (saindo de 1,11% para 1,09%) mas em um patamar considerado alto pela FGV. Para Quadros, haverá novos aumentos dos preços de carne suína, aves e até bovina por tabela.

Quadros prevê que a taxa acumulada de inflação no item Alimentação, que já chega a 8,48% em 12 meses, subirá a 10% em decorrência dos repasses das altas passadas no atacado. Parte disso já apareceu em setembro, com a intensificação de aumentos na carne de porco (3,40%), aves e ovos (2,71%) e óleo de soja (1,93%).

O arroz subiu 4,34% e pães e biscoitos, 1,46%. O que contrabalançou esse quadro foi o preço do tomate, que após extrapolar para 59,56% em agosto desacelerou e subiu apenas 5,67% em setembro. "O tomate pesa 0,40% no IPC e equilibrou as demais altas. Mas esse "efeito tomate" dificilmente vai se repetir", explica Quadros.

Ainda este ano, todos os assentos plásticos de estádios e arenas esportivas vão receber o selo de qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A proposta para o Regulamento Técnico da Qualidade para Assentos Plásticos para Espectadores de Eventos Esportivos está disponível no site do Inmetro e recebe sugestões até quarta-feira (5), quando termina o prazo da consulta pública que começou no dia 22 de agosto.

A analista de Metrologia e Qualidade do Inmetro Luciane Lobo explica que, apesar do curto prazo da consulta, o órgão recebeu um bom número de contribuições. “Esta primeira consulta pública é para analisar o que vai ser avaliado no produto. O prazo foi curto por causa da emergência do assunto, já que a Copa das Confederações é no ano que vem. Ainda não tabulamos as contribuições, mas tivemos bastante participação”.

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De acordo com ela, vai ser aberta esta semana outra consulta pública, sobre a avaliação de conformidade, para a determinação dos prazos para a implantação da norma. Luciene explica que já existem regras para a fabricação dos assentos plásticos, a Norma 15.925 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que não é obrigatória.

“A portaria do Inmetro incorpora as normas da ABNT e as exigências da Federação Internacional de Futebol [Fifa] e deve ser publicada no início de outubro. Ela será compulsória, todos os fabricantes terão que seguir as exigências. Se algum estádio colocar assentos que não estejam conforme as novas regras, terá que trocar”.

A empresa que vai fornecer os 78 mil assentos para o Maracanã informou, por meio de nota, que o modelo das cadeiras segue o mesmo padrão das instaladas em estádios como o Allianz Arena, em Munique, que recebeu jogos da Copa do Mundo de 2006, e do Parque Aquático Olímpico de Londres. E considera positiva a certificação do produto.

“A giroflex-forma considera positiva a iniciativa do Inmetro e pensa que ela poderia até mesmo ser ampliada para todos os tipos de assentos e, não somente, para os assentos de estádios. Hoje, temos assentos para uso corporativo, nos quais os usuários ficam até oito horas ou mais sem nenhum respaldo de ergonomia e segurança”.

De acordo com a nota, os assentos fabricados já seguem todas as recomendações da ABNT e da Fifa sobre segurança, resistência e durabilidade.

As normas estabelecem critérios de resistência à carga, impacto e corrosão, durabilidade e não propagação de chamas, além de exigir que o assento seja fabricado em material reciclável.

O pacote de R$ 133 bilhões de investimentos em logística, anunciado nesta quarta-feira pelo governo federal, só deve provocar impactos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no médio prazo, na avaliação dos professores da Universidade de São Paulo (USP) Luciano Nakabashi e Alberto Borges Matias. Mais cético, Nakabashi, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP), avalia que, "se o investimento de fato acontecer", os reflexos serão sentidos no crescimento do País somente a partir de 2014. "É preciso saber ainda até que ponto o pacote consegue trazer capital privado, geralmente de grandes corporações, com condições que deem retorno e garantia às companhias e sem a ajuda do BNDES", afirmou.

Nakabashi considera que o ponto positivo do pacote de investimentos em rodovias e ferrovias é a possível eliminação de grandes gargalos de logística do País, considerados os maiores entraves para a produtividade e a competitividade da indústria nacional. "Esse gargalo, resolvido, pode estimular o investimento do setor privado, principalmente de indústrias e de setores do agronegócio", disse.

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Para Nakabashi, outro fator positivo no médio prazo para os investimentos se consolidarem é que a criação de 150 mil empregos, estimados pelo governo na esteira do pacote, não será de imediato. "Estimular muito o emprego com medidas para o PIB no curto prazo afeta demanda e, como estamos já em pleno emprego, traz inflação. Por isso, as medidas acertam ao focar no aumento da oferta, com a melhoria da competitividade e efeitos no emprego no médio prazo", observou.

Já Matias, coordenador do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), avalia que o pacote ajudará na recuperação do setor industrial, um dos que mais frearam o crescimento do PIB no primeiro semestre, e deve ampliar a participação de empresas estrangeiras nas obras de infraestrutura. "Para alguns setores com alto nível de investimento e tecnologia, como o de produção de vagões, por exemplo, a indústria nacional não está preparada, o que favorece a entrada de grandes companhias, notadamente asiáticas", avaliou.

Ainda segundo Matias, mesmo com os esperados investimentos em infraestrutura, há "muito espaço" para o crescimento do PIB lastreado no crédito e no consumo. "O modelo econômico brasileiro centrado em expansão de consumo ainda continua forte, com um volume em 51% do PIB, ante uma média de 150% nos países desenvolvidos", disse. No entanto, segundo ele, o crescimento deve ocorrer prioritariamente por meio do aumento do crédito às pessoas jurídicas. "Com a valorização do dólar e o aumento do crédito para as companhias, o setor industrial voltará a crescer", disse.

Por Maurício Costa Romão

O Gráfico que acompanha o texto dá margem a se observar os movimentos ondulatórios da trajetória de intenção de votos das quatro principais candidaturas concorrentes à prefeitura da cidade do Recife, nas duas primeiras rodadas de pesquisa dos meses de julho (cinco) e agosto (três).

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Embora seja gerada por institutos diferentes, com metodologias distintas, a evolução dos números constantes do Gráfico, postada consoante a data do trabalho de campo dos levantamentos, descortina uma visão sequenciada das manifestações de preferência dos eleitores recifenses pelos seus candidatos à medida que os inquéritos eleitorais se vão sucedendo. Naturalmente, os percentuais dos distintos institutos não são comparáveis entre si.

Vê-se, de pronto, que ao longo do período considerado as intenções de voto do senador Humberto Costa, que tem liderado as pesquisas, ficaram quase sempre no limite superior do patamar de 30 a 35%, e apenas no último levantamento é que se postaram na faixa intermediária desse patamar. A oscilação para baixo, contudo, não deve ser interpretada como tendência de queda. Há que se aguardar a realização de novas pesquisas. De qualquer sorte, já se identifica aí uma notável constância no intervalo mencionado.

O deputado federal Mendonça Filho, sempre pontuando bem na vice-liderança, situou-se na maior parte do tempo no piso do patamar de 20 a 25% de intenção de votos. Assim como Humberto, apresentou declínio no último levantamento, mas que deve ser tomado, neste momento, como um resultado meramente pontual. Um novo levantamento pode mostrar se essa caída é real ou foi resultante de oscilação na margem de erro.

Geraldo Julio, por seu turno, apresenta um contexto tendencial mais definido, com mudanças de patamar, para cima. Iniciando no patamar de 0 a 5% das manifestações de voto, evoluiu sucessivamente para os patamares seguintes de 5 a 10% e de 10 a 15%. A trajetória do candidato pessebista sinaliza para uma próxima inserção no patamar subsequente, de 15 a 20% das intenções de voto, fenômeno que precisa ser referendado mais adiante, em outros levantamentos.

Já Daniel Coelho, que depois da ascensão de Geraldo Julio tem ocupado a quarta posição entre os principais candidatos, oscilou sempre dentro da faixa de 5 a 10% das intenções de voto, com os dois últimos levantamentos mostrando números mais próximos do limite inferior.

A Tabela seguinte resume os resultados dos vários institutos, apresentando, para cada candidato, as médias de intenção de voto relativas aos levantamentos de julho e agosto (as pesquisas dos institutos Opinião e Ibope realizadas no fim de julho e início de agosto foram enquadradas no mês de agosto).

A média, como medida de tendência central, tem a vantagem de amortizar a influência dos valores individuais da série, no caso, os percentuais de intenção de votos dos institutos isoladamente. É sempre conveniente utilizá-la quando se tem várias pesquisas contemporâneas oriundas de diferentes institutos.

Assim, nessas duas primeiras rodadas de pesquisas, apenas Geraldo Júlio aumentou sua média de intenção de votos, e o fez fora da margem média de erro de três pontos de percentagem, para mais ou para menos. Os demais candidatos oscilaram para baixo, porém no intervalo de erro amostral.

Aguardam-se para o fim de agosto novos inquéritos eleitorais, os quais já captarão a influência exercida pelo horário de rádio e TV, que se iniciará no dia 21 do corrente. Novos elementos, portanto, comporão o quadro de análise da atual disputa pela prefeitura da cidade do Recife. 

A decisão do Yahoo em apontar como nova CEO da empresa Marissa Mayer, executiva de longa data da Google, é uma aposta em uma líder forte e competente, apesar de ser alguém sem experiência nos principais negócios da companhia, de acordo com a visão de alguns analistas. 

Mayer recebe muito crédito por gerar uma experiência de usuário muito mais limpa em diversos produtos do Google que ela dirigia até então, como serviços de localização e mapas. Todavia, o histórico da executiva não inclui mídia ou anúncios. O Yahoo se descreve como uma companhia de mídia, e exibe publicidade para obter sua receita, de acordo com Rebecca Lieb, analistas do Altimeter Group.

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Já o analista do instituto de pesquisas Gartner, Allen Weiner, afirma que Mayer não foi a “escolha segura” para o Yahoo porque sua experiência está muito mais centrada em produtos do que em mídia, que é o foco do Yahoo, “entretanto ela é uma ótima escolha em várias instâncias - a mesa de diretores, o público, os anunciantes, os usuários - todos ficarão muito felizes com o que ela representa em termos de histórico, experiência e presença”, argumentou Weiner. 

A primeira tarefa de Mayer, de acordo com Weiner, deve ser persuadir o CEO interino, Ross Levinsohn, que possui experiência com mídia, a ficar por perto para compartilhar sua experiência, apesar de estar sendo retirado do cargo mais alto da empresa. A executiva também precisará contratar “equipes fortes” que possam gerenciar o negócio de exibição de anúncios do Yahoo, o que não é uma parte significativa do que o Google faz, apontou Lieb. Bons líderes precisam contratar pessoas para se fortalecerem, contudo a CEO deve atrair mais talentos ao Yahoo do que a empresa tem feito até agora. “Muitas pessoas do Vale do Silício diriam aos quatro ventos que vão trabalhar com Marissa, porém poucos contariam a alguém que trabalharão no Yahoo”, explicou Lieb. 

A experiência de Mayer ao trabalhar com os produtos da Google, sublinhou Lieb, pode ajudar a solucionar alguns do problemas do Yahoo: focar na extensa oferta de soluções da companhia. “No momento, o Yahoo é uma empresa sem fundo. É impossível descrever em poucas palavras o que ela faz, e Mayer tem as habilidades para acabar com isso. A executiva é comprometida com mensagens de marcas limpas, simplicidade, clareza e experiência de usuário requintada, coisas que o Yahoo precisa desesperadamente” 

Por fim, liderar uma companhia que passa por dificuldades é uma tarefa de alto risco, mas que pode ser uma grande recompensa para Mayer, opinou Weiner. “Se ela for capaz de virar a mesa a favor do Yahoo, ela pode se tornar uma lenda assim como Steve Jobs.”

(Por Cameron Scott, IDG News Service)

A crise política do Paraguai e o possível impeachment do presidente Fernando Lugo podem resultar na expulsão do país do Mercosul. Isso porque a decisão de afastar Lugo do cargo pode ser interpretada como contrária ao artigo 5º do Protocolo de Ushuaia, que criou o bloco econômico e obriga os países integrantes a manterem regimes democráticos de governo.

Para o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e especialista em América Latina Moisés Marques, a possível saída de Lugo poderia ser encarada pelos países do Mercosul como um "golpe branco" e significaria "a morte econômica" do País vizinho. "Pelo que os governos dos outros países já sinalizaram, o Paraguai seria expulso do Mercosul e ficaria ilhado economicamente", avaliou Marques. "Além de ser um satélite brasileiro, principalmente na produção agrícola, o Paraguai é um país sem saída para o mar e depende dos vizinhos".

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Lugo enfrenta na Câmara dos Deputados local um processo de impeachment por causa de um conflito entre policiais e sem-terra, que deixou 18 mortos, há pouco mais de uma semana.

Na avaliação do professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Mario Gaspar Sacchi, os países vizinhos podem ainda criar controles alfandegários e barreiras que impediriam o Paraguai de exportar carne, soja e alguns produtos manufaturados. "O Brasil pode fechar o corredor que dá para o porto de Paranaguá (PR)", exemplificou.

O professor de relações internacionais da Universidade Anhembi Morumbi José Aparecido Rolon tem a mesma visão de Marques e diz que o eventual impeachment coloca em questão as relações do Paraguai com o bloco para se sustentar economicamente. "Não há interesse em perder essas relações, especialmente com o Brasil, que é um parceiro importantíssimo", disse Rolon, acrescentando que a cláusula democrática do bloco atua como uma âncora para a manutenção da democracia interna do país.

Rolon avalia, no entanto, que o impacto imediato após eventual queda de Lugo seria essencialmente político, com um aumento das incertezas. "Isso representa um retrocesso para a democracia e para o avanço do desenvolvimento econômico-social do Paraguai". Segundo ele, se não houver sucesso na pressão da Unasul para a sustentação da democracia no País vizinho, pode haver também o retorno dos questionamentos em torno da existência do Mercosul como bloco econômico.

Marques, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, avalia ainda que a questão mais complicada para os dois principais países do Mercosul - Brasil e Argentina - seria a questão da energia produzida pelo Paraguai na usina de Itaipu e comercializada com os vizinhos. Mas até nessa questão, segundo o professor, o Paraguai poderia sair perdendo, pois foi justamente sob o governo de Lugo que houve uma melhor precificação para o país da energia de Itaipu vendida para ambos os países vizinhos.

Ainda sob o ponto de vista político, Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais da Unesp, avalia que o Paraguai estaria sendo vítima de oportunismo, pois Lugo tem pouco mais de um ano de mandato pela frente e a abertura dessa crise daria mais visibilidade e cacife para a oposição.

Os novos administradores do Cruzeiro do Sul vão levantar, com base na data desta segunda-feira, um balanço para apurar as condições financeiras do banco, sob intervenção do Banco Central, segundo informou Antonio Carlos Bueno, diretor executivo do FGC em coletiva de imprensa. O objetivo é apurar pontos como patrimônio líquido, valores que precisam ser contabilizados e aportados.

O FGC teve três ou quatro dias para ver os números do banco. A partir desta segunda-feira é que teve contato efetivo com os indicadores. A PriceWaterhouseCoopers foi contratada para fazer a auditoria. "As carteiras do banco de crédito estão boas", disse Bueno. O Cruzeiro do Sul criou um fundo de recebíveis (FIDC) exclusivo do FGC de R$ 4,2 bilhões. O FGC se compromete a comprar cotas de até R$ 3,7 bilhões. Desse total, já comprou R$ 1,1 bilhão e hoje aportou mais R$ 200 milhões na carteira. O fundo é administrado pelo Bradesco.

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O banco está funcionando normalmente. No primeiro dia, tem alguns problemas operacionais, sobretudo na área tecnológica, e ainda antes do encerramento do expediente devem ser resolvidos. Os próprios funcionários do banco estão ajudando nesse processo, segundo o executivo. "O fundo está entrando com seu conhecimento de mercado", disse Bueno. Os antigos administradores tiveram seus mandatos extintos, mas vão continuar ajudando no processo de administração temporária.

As responsabilidades serão apuradas, de acordo com Bueno. O FGC quer conhecer os números do Cruzeiro do Sul de forma a ajudá-lo a sair da administração temporária mais forte do que entrou. Os vencimentos serão honrados, incluindo os Certificados de Depósitos Bancários (CDB). A intervenção do BC foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira, mas havia sido antecipada no domingo pela Agência Estado.

 

Rombo

Ainda não há um número oficial quanto ao tamanho do rombo do Cruzeiro do Sul, estimado, até o momento, em R$ 1,3 bilhão, segundo o diretor executivo do FGC."Tudo indica que esse é o número, mas não sabemos com exatidão".

O Cruzeiro do Sul chegou a ser negociado para venda, mas Bueno disse que havia muitas incertezas sobre sua real situação. Por isso, optou-se por não vender a instituição agora e entrar com o regime de administração temporária para sanear o banco. O objetivo do FGC é evitar perdas aos credores.

O FGC foi notificado pelo BC na quinta-feira. Os problemas do Cruzeiro do Sul foram detectados em uma carteira de crédito específica e antiga, dentro dos balanços, informou Bueno, sem no entanto fornecer mais detalhes. Os fundos de recebíveis estão sendo examinados neste primeiro momento.

Se o Cruzeiro do Sul fosse liquidado, o FGC teria de arcar com R$ 2,2 bilhões no banco, incluindo DPGE (Depósito a Prazo com Garantia do Fundo) e mais depósitos. Além disso, o Cruzeiro do Sul tem mais R$ 2,8 bilhões em passivos no exterior.

O engenheiro agrônomo e doutor em Economia, José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, avalia que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no próximo trimestre pode apresentar queda ainda mais acentuada, por causa do efeito da seca do Nordeste que será melhor contabilizado, principalmente em relação à produção de milho e feijão.

Nesta sexta-feira, o IBGE divulgou um recuo de 8,5% no PIB da agropecuária no primeiro trimestre do ano em relação a igual período de 2011. A forte baixa se deve principalmente à quebra da produtividade da safra brasileira de soja, provocada pela forte estiagem que castigou as lavouras na região Sul.

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Gasques estima que a soja tem uma participação de 23% no Valor Bruto da Produção agropecuária (VBP) e observa ainda que na comparação deste ano está pesando o fato de a oleaginosa, em 2011, ter registrado bom desempenho, tanto em termos de produtividade quanto de preços.

Os estudos elaborados por Gasques sobre o VBP projetam atualmente uma queda de 2,3% para este ano, provocada basicamente pelo recuo de 13% no valor da soja. Segundo ele, o aumento de 50% da produção de milho de segunda safra na região Centro-Sul, plantado após a colheita da soja, deverá servir de amortecedor para a queda do VBP nos próximos meses.

Com a decisão de corte de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic tomada nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e um comunicado com conteúdo idêntico ao da reunião de abril, a equipe da LCA Consultores reiterou sua estimativa de que o Banco Central repetirá a dose na reunião de julho do comitê.

Em comunicado divulgado à imprensa, a consultoria destacou que continua com a previsão de que o ciclo de reduções nos juros, iniciado em agosto de 2011, será encerrado exatamente no próximo encontro do Copom, quando a autoridade monetária deverá reduzir pela última vez a Selic, que fechará 2012 na marca de 8,00% ao ano.

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"Nosso cenário base antevê uma melhora gradativa do ambiente externo e uma retomada paulatina da atividade doméstica no decorrer do segundo semestre - contexto que nos parece condizente com a nossa projeção de que a taxa básica de juros será reduzida até 8% ao ano", escreveram os economistas da LCA.

Além de manter suas estimativas, que já haviam sido coletadas pelo AE Projeções na semana passada, a LCA avaliou que renovou o alerta de que parece relevante o "risco de frustração" das expectativas de uma continuidade de cortes ainda mais agressivos na Selic, além da marca de 8%.

A desaceleração da atividade industrial iniciada no terceiro trimestre de 2011 definitivamente chegou ao mercado de trabalho, segundo o sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira. Entre as explicações para a redução do ritmo de geração líquida de empregos na passagem de fevereiro para março, quando a criação de postos de trabalho com carteira assinada caiu 25,8%, de 150,6 mil para 111,7 mil, Silveira cita o impacto da diminuição da atividade fabril.

"Em algum momento no tempo, conforme vínhamos alertando antes, a desaceleração da produção industrial iria afetar o mercado de trabalho, que reage a posteriori", ressaltou o diretor da RC Consultores. Na verdade, avalia Silveira, a indústria vem afetando o mercado de emprego desde o ano passado. "O intervalo entre o início de um movimento na produção e seu impacto no mercado de trabalho é de seis a nove meses. Mas como a geração de empregos era muito grande as pessoas nem perceberam que a indústria já estava afetando esse mercado", explica Silveira.

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A economia, de acordo com o sócio da RC Consultores, está andando de lado. E um indicador desse comportamento é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que, conforme o BC divulgou na segunda-feira, recuou 0,23% ante janeiro, de 140,53 pontos para 140,20 em fevereiro, o pior desempenho mensal desde outubro do ano passado.

Devido aos efeitos meramente aritméticos, segundo Silveira, o IBC-Br deverá encerrar o primeiro trimestre com crescimento de 0,40% na comparação com o quarto trimestre de 2011, em razão, fundamentalmente, da elevação do consumo das famílias. "Uma coisa é comparar fevereiro com janeiro e o primeiro trimestre de 2012 com o quarto de 2011, porque a base da comparação é bem menor. O patamar deste começo de ano é melhor, mas a economia continua andando de lado", diz Silveira.

Mark Zuckerberg é muitas coisas. Problemático, polêmico, mercenário e genial. Mas ele certamente não é bobo. 

Sua empresa, o Facebook, comprou o Instagram, o popular sistema de edição e veiculação de imagens em dispositivos móveis. Tem uma base de usuários crescente, e que crescerá ainda mais com a disponibilização do software para plataformas android. Estava avaliado, a um ano atrás, como uma propriedade intelectual (IPO) de cerca de 100 milhões de dólares.

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Sem grandes mudanças neste meio tempo, o que teria feito o cabeça do Facebook a abrir a carteira para um valor tão enorme? A resposta pode ser analisada olhando um post do próprio Zuckerberg em sua página do Facebook. "É um marco importante para o Facebook, por que é a primeira vez que adquirimos um produto e companhia com tantos usuários. Não planejamos fazer isso muitas vezes, e talvez nunca mais. Mas prover a melhor experiência de compartilhamenteo de fotos é uma das razões pelas quais tantos amam o Facebook, e sabíamos que valeria a pena unir as duas companhias", disse o fundador.

A meu ver, o Facebook estava morrendo de medo. Não do que o Instagram é, mas sim, sobre o que ele poderia ser, e o que ele poderia fazer ao Facebook no futuro. A razão é simples: O Facebook é uma plataforma medíocre para a forma como fazemos e consumimos fotos hoje.

Toda a filosofia de design da experiência da rede social de Zuckerberg funciona em cima de um desktop fixo: os aplicativos para plataformas móveis são bastante inferiores ao nível de experiência da página do Facebook na web. Já o Instagram é uma experiência nascida e voltada para celulares e artefatos móveis, e que estava se popularizando como centro de distribuição, edição e divulgação de fotos. O real álbum de fotos da web - e com a tendência de integração entre aplicativos sendo a nova moda nas áreas de desenvolvimento, não seria impossível que o Instagram ameaçasse o Facebook mais adiante, como o próprio Zuckerberg o fez com redes sociais anteriores.

Tanto o Facebook quanto o Instagram partem da ideia de compartilhamento de fotografias. Mas, enquanto o Facebook se tornou uma ferramenta, o Instagram apostou numa proposta emocional artística e nostálgica. Usa-se o Facebook, mas as pessoas consideram suas fotos de Instagram pequenas obras de arte. Razão versus emoção e fotos são algo que a emoção fala mais alto. E tudo isto vale 1 bilhão de dólares, pelo jeito.

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