O México só conseguiu vencer as oitavas de final da Copa do Mundo por duas vezes: em 1970 e 1986, quando foi país-sede. Porém, os mexicanos encontraram, no Brasil, um nova casa. Cantaram e curtiram como se estivessem no próprio quintal, recebendo amigos. Após 28 anos sem passar para o quinto jogo, estiveram mais próximos do que nunca.
Mas Fortaleza não é Guadalajara e o Brasil não é o México. Apesar do calor, da proximidade e da hospitalidade, a seleção conhecida como El Tri foi eliminada por 2 a 1 após sofrer uma virada fulminante da Holanda de Louis van Gaal, neste domingo (29). A escrita continua, os mexicanos não.
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Insistência caliente. Só o México quis jogar durante os primeiros 45 minutos. No calor intenso dos 30º celsius esquentando a panela de pressão que é a Arena Castelão. Dentro do estádio de Fortaleza acontece algum efeito estufa sobrenatural. E foi ainda mais apimentado pelos mexicanos. A cada grito de “puto” nas cobranças de bola parada ou empurrando a própria seleção sob o canto de “Ay, ay, ay, canta e no llores” (Cante e não chore), a música de Trio Los Panchos, Cielito Lindo.
Cantaram e não choraram em nenhum momento. Quem chorou mesmo foram os holandeses. Rogando pelo pênalti sofrido por Robben aos 46 minutos da etapa inicial. O atacante recebeu passe de Van Persie, saiu na cara do gol e foi derrubado com dois toque: primeiro de Rafa Marquez e depois, Moreno. Pênalti óbvio que o juiz português Pedro Proença não marcou.
Quem marcou foi Giovani dos Santos com apenas três dois minutos do segundo tempo. O atacante recebeu na intermediária, dominou no peito, saiu da marcação de Blind e bateu cruzado de canhota no canto direito. Ciellessen pulou, se esticou como pôde, mas parecia que estava preso pelo grito dos milhares de mexicanos da Arena Castelão.
Resposta mecânica. Perdendo por 1 a 0, à Holanda só restava uma opção: atacar. Enquanto o técnico mexicano tirou Giovani dos Santos, autor do único gol para colocar um meia, o holandês Louis Van Gaal trocava o lateral direito Verhaegh pelo meio-campista Depay. Não deu outra, pressão da Laranja Mecânica.
Em seis minutos, a Holanda destruiu o sonho de 28 anos dos mexicanos. Após muito pressão e boas defesas do goleiro Ochoa, Sneijder acertou o pé. Um lindo chute de fora da área, de primeira, no canto esquerdo: 1 a 1.
Aos 48, Robben invadiu a área e conseguiu reaver o que não teve no primeiro tempo, um pênalti. O atacante invadiu a área driblou Layun e foi derrubado pelo zagueiro e capitão Rafa Márquez. O árbitro assinalou o pênalti. Huntelaar cobrou com força no canto esquerdo rasteiro. Outra vez Ochoa só olhou. Como olharam os milhares de mexicanos das arquibancadas.
Próximo passo. A Holanda está novamente nas quartas de final da Copa do Mundo e enfrentará o vencedor do confronto entre Costa Rica e Grécia, que será decidido ainda neste domingo (29), na Arena Pernambuco em Recife. Jogo será em Salvador, na Arena Fonte Nova, no próximo sábado (5), às 17h.
FICHA DE JOGO
HOLANDA 2
Cillesen; Vlaar, De Vrij e Blind; Verhaegh (Depay), Wijnaldum, De Jong (Martins Indi), Sneijder e Kuyt; Robben e Van Persie (Huntelaar). Técnico: Louis Van Gaal
MÉXICO 1
Ochoa; Francisco Rodríguez, Rafa Márquez e Héctor Moreno (Reyes); Aguilar, Salcido, Héctor Herrera, Guardado e Layún; Giovani dos Santos (Javier Aquino) e Oribe Peralta (Chicarito Hernandez). Técnico: Miguel Herrera
Local: Arena Castelão (Fortaleza)
Árbitro: Pedro Proença (Portugal)
Assistentes: Beto Miranda e José Trigo (ambos de Portugal)
Cartão amarelo: Aguilar, Rafa Marquez, Guardado
Gols: Giovani dos Santos (2 do 2ºT) -MÉXICO; Sneijder (42 do 2ºT), Huntelaar (48 do 2ºT)
Público: 58.817