A audiência de instrução que ouviria os dois indiciados pelo assassinato do professor José Renato de Souza após um assalto no restaurante Galetus localizado na Caxangá foi adiada para o dia 1° de Julho. As contradições nas versões dos suspeitos Severino Martins Canha e Marcelo Henrique dos Santos e a informação de que um estaria ameaçando o outro motivou a mudança da data, visto que eles possuíam o mesmo defensor público.
Um momento, entretanto, comoveu quem acompanhava o pacato movimento em frente à 1ª Vara Criminal, no Fórum de Joana Bezerra, na área central do Recife. No momento da chegada dos suspeitos a uma sala próxima de onde seriam ouvidos, o irmão da vítima, José Ricardo de Souza, que em todas as conversas com a imprensa se mostrava muito controlado, partiu para cima dos indiciados. Gritando “assassinos”, “monstros” e “eu quero olhar na cara deles”, José Ricardo precisou ser controlado por familiares e pela Polícia Militar (PM) e depois, passando mal, foi levado ao posto médico do fórum.
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Confira o momento da reação de José Ricardo:
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Ao serem abordados pela imprensa, apenas Severino Martins Canha decidiu falar. Ele reforça que não disparou contra a vítima. “Foi ele [Marcelo Henrique] que atirou, pode perguntar, tem a câmera dizendo, a câmera filmou tudo”, disse. “O adolescente também atirou?”, perguntou um jornalista. “Também”, completou Canha.
A ação criminosa que resultou na morte do professor contou com quatro suspeitos, sendo Severino, Marcelo e dois adolescentes. O inquérito policial de fato concluiu que os disparos de arma de fogo foram realizados por Marcelo Henrique e um dos adolescentes.
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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) havia solicitado o depoimento de sete pessoas na audiência de instrução: três funcionários do Restaurante Galetus, a viúva do professor, os dois adolescentes suspeitos, e uma sétima pessoa. Apenas os funcionários do restaurante, a viúva e um dos adolescentes compareceram. Os dois menores atualmente cumprem pena na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Cabo de Santo Agostinho (Funase), na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Antes da chegada dos suspeitos, José Ricardo, o irmão do professor, conversou com os jornalistas. Ele relatou como, desde o crime, ocorrido no dia 9 de agosto de 2015, a vida da família estava difícil. “Em relação à minha mãe, acabei de falar com ela pelo telefone , ela infelizmente está desabando de lágrimas lá em casa. Eu, inclusive, estou muito preocupado com ela. A viúva, que já tinha um tratamento médico, piorou muito depois disso. Qualquer família que passa pelo que a nossa está passando fica praticamente devastada porque não tem um dia ou uma noite que você não se lembre do fato”, resume.
Confira José Ricardo falar sobre o irmão e o crime:
O crime
O professor José Renato de Souza almoçava com a esposa no domingo de Dia dos Pais. Ele se preparava para pagar a conta quando foi abordado pelos assaltantes. O professor se recusou a entregar seus documentos, chegando a agarrar a arma na mão de um dos adolescentes, quando foi atingido na mão. Os suspeitos acreditaram que ele seria um policial.
O suspeito Marcelo Henrique, que recolhia o dinheiro do caixa, voltou e atingiu José Renato nas costas. O professor ainda tentou fugir mas levou outro tiro nas costas. Os dois disparos nas costas foram fatais porque acertaram órgãos vitais.
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