A fabricante brasileira Embraer inaugurou nesta terça-feira (20) o hangar onde montará seu avião de transporte militar KC-390, que considera um passo crucial para desenvolver um "estratégico" setor de Defesa.
"A indústria de defesa é estratégica, e muitos concordarão que tem um potencial extraordinário para o desenvolvimento", declarou a presidente Dilma Rousseff, presente na inauguração. A Embraer é a terceira fabricante mundial de aviões comerciais e também produz aeronaves para utilização executiva. Nos últimos anos, retomou o fortalecimento do seu setor de defesa, que é hoje sua maior fonte de lucros após os aviões comerciais.
Nesta terça, a Embraer anunciou o contrato com a Força Aérea Brasileira (FAB) para a venda de 28 aviões KC-390 nos próximos dez anos, o substituto brasileiro do modelo norte-americano C-130 Hércules.
O contrato tem um valor de 7,2 bilhões de reais (cerca de 3,27 bilhões de dólares no câmbio atual). A primeira entrega está marcada para o final de 2016. "Com esses 28 aviões, estaremos dando um sinal para que (outros países) possam adquirir com confiança um produto brasileiro", declarou o ministro da Defesa, Celso Amorim.
O novo avião "significa não só um grande impulso à indústria nacional de defesa, mas também supre uma necessidade de nossas Forças Armadas", acrescentou o ministro, ressaltando a dimensão continental do país, que tem fronteira com nove países e com a Guiana Francesa.
Atualmente, está sendo finalizado o primeiro protótipo do KC-390, que deveria voar no final deste ano. "Esse é um projeto genuinamente brasileiro, que envolve importantes alianças - associação industrial - com Argentina, Portugal e República Tcheca", explicou Amorim.
A Embraer informou que esses três países mais a Colômbia e o Chile assinaram cartas de intenção de compra desses aviões. Com projeto lançado em 2009, o KC-390 é o maior avião já construído pela indústria aeronáutica brasileira, segundo a fabricante. De tamanho médio, tem uma capacidade de carga de 23 toneladas e uma velocidade máxima de cruzeiro de 860 km/h.
A aeronave foi projetada para ajudar em missões de transporte logístico militar, lançamento de cargas e de paraquedistas, reabastecimento de aviões e de helicópteros em voo, operações de busca e de resgate, evacuação médica, assim como missões humanitárias.
A empresa brasileira é a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, atrás da norte-americana Boeing e da europeia Airbus. Sua sede fica em São José dos Campos, a 80 km de São Paulo. Em 2013, a companhia anunciou lucro líquido de 342 milhões de dólares, 1,7% menor do que em 2012.