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O calendário de abastecimento de Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, será reajustado a partir desta sexta-feira (1°). A mudança será necessária por causa do baixo nível da Barragem de Santana II.

Segundo a Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa), duas semanas do mês serão destinadas para o fornecimento de água para a sede do município; uma semana para o distrito de Fazenda Nova; Barra de Farias terá água apenas em um dia do mês; e uma semana o sistema será paralisado.

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“A nossa intenção com essa paralisação de uma semana no sistema é a de preservar o manancial para que a água existente dure o máximo de tempo possível e que possa entrar no próximo período chuvoso”, explica Mário Heitor, gerente da Unidade de Negócios Regional Alto Capibaribe.

Conforme dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a Barragem de Santana II está, atualmente, com 24,3% da capacidade.

Com informações da assessoria

Com capacidade de transporte de até 8,5 milhões de toneladas por ano, o rio São Francisco já não vive o dia 3 de fevereiro da mesma forma. A data marca o dia de Navegação do Velho Chico, mas, desde julho de 2014, o rio não é mais utilizado como via de transporte. A medida foi tomada em razão do baixo volume de água, responsável pelo aparecimento de pedras e bancos de areia, capazes de causar danos às embarcações. 

Em agosto do ano passado, a baixa vazão da Usina Hidrelética Três Marias, em Minas Gerais, expôs empecilhos para o transporte, como o assoreamento e o surgimento de bancos de areia formados no Porto Fluvial do São Francisco, em Pirapora, município mineiro em que começa a hidrovia (primeiro ponto de embarque e desembarque). Segundo relatório enviado pela empresa energética que administra a hidrelétrica, o lago da usina operava com apenas 9,5% da capacidade total.   

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O comprometimento da navegação nos 1.371 quilômetros do rio não afetam somente o transporte de materiais como grãos, caroços de algodão e gipsita – principais produtos que passam pelo curso de água -, mas também o turismo de passageiros. No Vale do São Francisco, único local em que acontece o transporte de pessoas, a atividade ainda não foi paralisada, mas os baixos níveis inspiram cautela. “Estamos trabalhando com bastante cuidado, por causa dos bancos de areia. As embarcações grandes já não passam mais, então só restaram as lanchas, os jet skis e os catamarãs, que podem comportar até 80 pessoas”, explica o guia turístico Josué Pereira. 

Segundo Pereira, a usina hidrelétrica de Sobradinho, a 40 quilômetros dos simbólicos municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, opera atualmente com apenas 22% da capacidade total. “Com as chuvas em alguns períodos específicos do ano passado, esse nível chegou a subir para 28%, mas está parado há um bom tempo”, afirma. 

De acordo com o superintendente da Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA), Luiz Felipe Carvalho, o transporte hidroviário é diretamente influenciado pelas condições climáticas. “Como o rio nasce em Pirapora, uma cidade mineira, também estamos sentindo os efeitos da seca que está prejudicando a região Sudeste como um todo”, lamenta. Apesar de o transporte estar proibido durante o período de baixos níveis, há a esperança de que os trabalhos possam ser retomados ainda em 2015. 

“Durante o ano, iremos instalar sinalização luminosa para facilitar o transporte noturno de materiais pelo Rio São Francisco. Esperamos que o volume do rio volte a subir para que haja, novamente, o transporte de cargas”, comenta o superintendente da AHSFRA. Josué Pereira, guia turístico no Vale do São Francisco, espera pelo mesmo resultado. “Agora é pedir à natureza e a Deus”, diz. 

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