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O deputado federal Luizão Goulart (Solidariedade-PR) apresentou nesta quinta-feira, 23, um projeto de decreto legislativo para tentar anular os reajustes nos valores das bandeiras tarifárias aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A taxa adicional é cobrada dos consumidores via conta de luz quando há condições desfavoráveis para geração por usinas hidrelétricas e é necessário acionar mais térmicas.

A proposta aprovada pela agência na terça-feira, 21, traz aumentos da ordem de 60% nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha 1. O valor da bandeira amarela terá aumento de 59,5%, de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts (kWh) consumidos para R$ 2,989. Já a bandeira vermelha 1 vai de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh, alta de 63,7%. O patamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, passou de R$ 9,492 a cada 100 kWh para 9,795, alta de 3,2%.

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A aprovação dos reajustes não foi bem recebida pelos parlamentares. No último mês, o Congresso tem se debruçado sobre uma série de propostas que buscam mitigar os preços da conta de luz e dos combustíveis.

"São inadmissíveis esses abusos e excessos contra o povo brasileiro, que tanto tem sofrido com as constantes altas tarifárias desde o início da pandemia, unida à escassez hídrica. As agências reguladoras precisam estar de acordo com a realidade brasileira. É desmedido esse reajuste com a situação socioeconômica da população", disse Luizão Goulart.

Em nota, a agência reguladora informou que o reajuste não terá impacto imediato para os consumidores, já que desde de 15 de abril está em vigor a bandeira verde, ou seja, sem cobrança adicional. A Aneel ressaltou, ainda, que devido às melhores condições dos reservatórios das hidrelétricas, os dados atualmente indicam que há maior probabilidade desse patamar ser mantido ao longo do ano. A bandeira para o mês de julho será anunciada amanhã, 24.

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 21, os novos valores de bandeira tarifária, montante que é cobrado de forma adicional na conta de luz de acordo com as dificuldades de geração de energia.

A proposta aprovada traz aumentos da ordem de 60% nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha 1. O valor da bandeira amarela terá aumento de 59,5%, de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts (kWh) consumidos para R$ 2,989. Já a bandeira vermelha 1 vai de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh, alta de 63,7%. O patamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, passou de R$ 9,492 a cada 100 kWh para 9,795, aumento de 3,2%.

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A diretora-geral interina Camila Bonfim ressaltou que, apesar dos aumentos, os patamares seguem abaixo da chamada bandeira "Escassez Hídrica" que foi adotada entre agosto de 2021 e abril deste ano para bancar os altos custos de geração diante da escassez hídrica vivenciada no período. O patamar extraordinário resultou em cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

Ela ressaltou ainda que a definição dos valores não significa sua aplicação imediata uma vez que a bandeira tarifária é definida mensalmente pela agência reguladora. Apesar da vigência dos novos patamares a partir de julho, a expectativa, por conta das condições hidrológicas, é que seja mantida verde nos próximos meses, ou seja, sem cobrança adicional.

Apesar da sugestão feita por distribuidoras de energia de criação de maneira permanente de uma bandeira tarifária para situações extremas, conforme mostrou o Broadcast Energia, a agência decidiu, neste momento, apenas revisar os valores de cada uma das bandeiras.

O diretor Ricardo Tili sugeriu, no entanto, que a agência aproveite a "calmaria" que deve haver sobre o tema considerando as boas condições climáticas para que a metodologia das bandeiras tarifárias seja estudada mais a fundo.

Anúncios de aumento na conta de luz são sempre motivo de preocupação. Desde 2015 que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) resolveu adotar o sistema de bandeiras na conta de luz, para o consumidor saber se está pagando o valor normal ou um valor a mais pela energia elétrica. As bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica.

Elas são indicadoras do valor da energia - de quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, nos estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo.

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A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumido. A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. A bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.

“Com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e diminuir o valor da conta (ou, pelo menos, impedir que ele aumente)”, explica a Aneel em seu site.

Reajuste das bandeiras

Os valores das bandeiras foram reajustados no dia 29 de junho. O aumento mais significativo foi o do patamar 2 da bandeira vermelha, o mais alto de todos. O aumento foi de 52%.

Esse aumento, no entanto, não é calculado em cima do valor total da conta de luz, e sim no acréscimo gerado a cada 100 kWh consumido. O reajuste das bandeiras provoca um impacto no valor final da conta de luz, segundo a Aneel, de 4,9%.

Por que a conta aumenta?

A usina hidrelétrica, que gera energia a partir da força da água nos reservatórios, é a mais barata e a primeira opção do SIN. Por isso, em épocas de muita chuva e reservatórios cheios, a bandeira tarifária costuma ser a verde, porque a energia está sendo produzida da maneira mais em conta.

Em períodos de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como diesel e gás. Além de ser mais poluente, é mais cara. Por isso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da geração de energia aumenta e a bandeira tarifária muda.

Quem faz a avaliação das condições de geração de energia no país é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). É ele que define a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda. Ela define a previsão de geração hidráulica e térmica, além do preço de liquidação da energia no mercado de curto prazo.

Ao justificar o aumento na conta de luz, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou via redes sociais, nesta terça-feira (1º), que o País corre o risco de ter apagões. Em resposta a um comentário em sua página oficial no Facebook, o chefe do Executivo ressaltou que "as represas estão em níveis baixíssimos" e que o período de chuvas ainda não veio. A fala foi direcionada ao comentário de um usuário que disse: "A conta de luz vai aumentar. Obrigado PR."

Na segunda-feira (30), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a retomada do sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz a partir desta terça. Por conta da pandemia da covid-19, o mecanismo havia sido suspenso em maio.

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A agência havia acionado a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra, até o fim deste ano, mas a decisão foi revisada na segunda-feira, para a vermelha patamar dois.

"As represas estão níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício", escreveu Bolsonaro.

De acordo com a Aneel, não é possível manter a bandeira verde nas atuais condições. Agora, as tarifas terão bandeira vermelha em seu segundo patamar, com uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.

A justificativa relacionada à seca também foi apresentada pelo diretor da Aneel, Efrain Pereira da Cruz. Ele destacou "afluências críticas" nos principais reservatórios do País, no Sudeste e Centro-Oeste, além do Sul, e deterioração nos meses de outubro e novembro.

A situação já implicou no acionamento de termelétricas, o que pressionou o custo de geração de energia no País, que desde setembro já retomou o consumo de energia no patamar pré-pandemia.

O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que a inclusão das bandeiras tarifárias na conta de luz, que aumentam o preço da energia conforme a falta de chuvas, não tem cumprido sua missão básica: inibir o consumo. Antes disso, o que de fato tem ocorrido é o aumento da arrecadação do setor.

A hipótese já tinha sido levantada pela área técnica do tribunal no ano passado, quando decidiu analisar a cobrança extra. Pelas regras atuais, há quatro bandeiras em vigor. Na bandeira verde, não há taxa extra. A amarela custa R$ 2,00 para cada 100 quilowatts (kWh) consumidos. Esse valor sobe para R$ 3 na bandeira vermelha "patamar 1" e para R$ 3,50 na bandeira vermelha "patamar 2".

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O volume arrecadado pelos adicionais, desde o início da implantação do sistema, em 2015, até fevereiro de 2018, somou cerca de R$ 21,6 bilhões, segundo o tribunal. Na avaliação do TCU, embora os recursos tenham permitido um melhor equilíbrio de contas das distribuidoras de energia, há um "desvirtuamento do objetivo principal das bandeiras", situação que recai sobre a responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Nessa quarta-feira (21), o ministro relator do processo, Aroldo Cedraz, confirmou o que já se imaginava. "Verificou-se que as bandeiras tarifárias não estão alcançando o relevante objetivo de provocar consumo consciente de energia nos períodos em que a geração está mais cara, estando elas, na verdade, assumindo um papel cada vez mais importante de antecipar receitas para evitar um acúmulo de custos para as distribuidoras de energia, deixando em segundo plano a preanunciada intenção de atuar como sinalizador para redução de consumo", disse Cedraz.

A Corte de contas deu prazo de 180 dias para que o Ministério de Minas e Energia e a Aneel façam um "realinhamento" das bandeiras aos "reais objetivos almejados" com a cobrança extra.

O TCU também deu prazo de 30 dias para que a Aneel, em articulação com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), publique relatórios mensais com informações detalhadas sobre as bandeiras, com transparência para o cidadão.

Para além de dar um "sinal de preço" ao consumidor, as bandeiras passaram a cobrir os rombos financeiros causados pelo "risco hidrológico".

"Essa alteração de foco tem como uma de suas prováveis causas, a meu ver, a falta de priorização, por parte do órgão regulador, da finalidade sinalizadora desse mecanismo de reação da demanda, cujo alcance nem, sequer vem sendo monitorado", disse Cedraz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 9084/17, do deputado Vaidon Oliveira (Pros-CE), que veda a aplicação do sistema de bandeiras tarifárias pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Implementado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias permite o repasse ao consumidor final do custo extra das distribuidoras com a geração de energia.

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De acordo com a agência reguladora, esse sistema de tarifação objetiva sinalizar mensalmente aos consumidores quais são as reais condições de geração de energia elétrica, dando a eles a oportunidade de adaptar seu consumo. A ideia é de que a área energética passa por momento de dificuldade na produção e, portanto, precisa dividir os custos com os usuários.

Porém, para o autor do projeto, o regime de bandeiras tarifárias é prejudicial ao consumidor. “A existência de um cenário ruim não pode expor o consumidor a cobranças ilegítimas de energia. Mesmo num cenário insólito e hostil, o consumidor, principalmente o de mais baixa renda, não pode ser penalizado”, afirma o deputado.

Da Agência Câmara

O reajuste nas bandeiras tarifárias que será analisado, nesta sexta-feira (6), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar em quase R$ 9 a conta média de luz das residências brasileiras já em março, caso a estiagem continue na maior parte do País. Cálculos feitos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, e confirmados por fontes da área apontam que na bandeira vermelha, que vigora desde o começo do ano em todo o País, o valor médio pago pelos consumidores nas faturas mensais subirá de R$ 65,20 para R$ 74,15.

Mais cedo, a Broadcast informou, também segundo fontes, que a Aneel vai propor que o valor da bandeira vermelha suba dos atuais R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos no mês, um aumento de mais de 83%. Para a bandeira amarela, a cobrança adicional deverá subir de R$ 1,50 para R$ 2,50 por 100 kWh.

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Com a mudança, uma conta de R$ 65,20, que hoje já sobe para R$ 70,09 na bandeira vermelha, chegará a R$ 74,15 com o novo aumento, quase R$ 9 a mais. Na bandeira amarela, essa mesma conta de R$ 65,20 subiria para R$ 67,65 considerando o preço atual, mas chegará a R$ 69,27 com a alteração.

Esses valores consideram que o consumo médio do brasileiro é de 163 kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que a tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Aneel, é de R$ 400 por megawatt-hora (MWh).

Além disso, o aumento do valor das bandeiras tarifárias vai impactar na mesma proporção as receitas mensais das empresas de distribuição. Em um mês de bandeira vermelha, o valor adicional pago pela população, que atualmente é de R$ 800 milhões, saltará para R$ 1,460 bilhão. Na bandeira amarela, a cobrança extra passa de R$ 400 milhões para R$ 666 milhões por mês.

Por outro lado, o reajuste das bandeiras tarifárias deve aliviar parte do aumento previsto pelo governo por meio do reajuste anual ordinário e da revisão extraordinária das tarifas, que, segundo mostrou o Broadcast nesta semana, poderia chegar a até 60% este ano.

Isso porque parte dos custos que seriam colocados nas tarifas que ficariam em vigor em definitivo serão agora cobertos pelas bandeiras que são definidas pela Aneel mês a mês. As bandeiras são divididas em três cores. Ao contrário da vermelha e da amarela, a de cor verde indica que a fatura de luz não terá acréscimo. Em janeiro e fevereiro, está em vigor no País a bandeira vermelha, por causa da necessidade de acionamento pleno das usinas térmicas, que são bem mais caras que as hidrelétricas.

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Tiago de Barros Correia, afirmou que o novo sistema das bandeiras tarifárias vai permitir um "sinal de preço" mais aderente à realidade das condições de oferta de energia no País.

Correia confirmou que o valor da bandeira vermelha, a ser sugerido na audiência pública, será de R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos e da bandeira amarela, de R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos. A informação foi antecipada nesta quinta-feira (5), pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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"O importante é que impacto médio tarifário será nulo, já que os custos incluídos nas bandeiras seriam retirados da revisão tarifária extraordinária", disse Correia. Ele explicou que nesse momento as distribuidoras necessitam de um reforço de caixa para cobrir o custo adicional de geração por conta do acionamento das térmicas. "Quando enfrentamos períodos de seca, a geração hidrelétrica é substituída pela termelétrica, que é uma fonte mais cara", lembrou.

Sem as bandeiras, os custos adicionais teriam que ser carregados pelas distribuidoras até o próximo reajuste anual, acumulando-se dia após dia sem refletir no preço e sem que os consumidores possam definir adequadamente o seu patamar de demanda. "A principal função das alterações propostas é justamente tornar as bandeiras mais eficazes e os sinais de preços mais aderentes à realidade das condições de oferta", afirmou.

O diretor da Aneel explicou que as bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar um custo que hoje já está na conta de energia, mas que geralmente passa despercebido. Atualmente, os custos com compra de energia pelas distribuidoras são incluídos no cálculo de reajuste das tarifas e são repassados aos consumidores um ano depois de ocorridos. As bandeiras informam o custo mensal de geração da energia elétrica, dando ao consumidor a oportunidade de adequar seu consumo ao seu preço real.

Correia informou que a cobertura das bandeiras continuará sendo definida pela Aneel. O decreto 8.401, publicado nesta quinta, embora mencione os riscos hidrológicos e Itaipu, tem como objetivo permitir que os recursos arrecadados sejam centralizados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), tornando o mecanismo mais eficiente. Haverá uma conta centralizadora administrada pela CCEE e regulada pela Aneel, mas a forma de arrecadação não será alterada.

Tesouro

Para ele, o aumento da cobertura das bandeiras tornará "bastante improvável" a necessidade de o governo utilizar os expedientes feitos nos últimos dois anos, como os aportes do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e os empréstimos bancários.

"As bandeiras permitirão reajustes futuros menores. A cobrança realizada no mesmo instante em que os custos variáveis ocorrem desonerará os consumidores dos custos financeiros associados ao carregamento dos mesmos pelas distribuidoras no hiato entre os reajustes anuais", disse. Ele acrescentou ainda que a inadimplência, em tese, poderia ser melhor tratada no âmbito dos reajustes tarifários ordinários.

"Mas essa é uma questão que pode ser melhor debatida durante a audiência pública", disse ele, referindo-se à audiência para analisar o decreto publicado nesta quinta. "De todo modo, se, por qualquer motivo, a arrecadação for maior do que os custos, o saldo positivo será aproveitado no ano seguinte, permitindo uma revisão para baixo no valor das bandeiras", afirmou.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta sexta-feira (14) que a antecipação do regime de bandeiras tarifárias não fez parte do pacote de medidas para o setor elétrico anunciadas na quinta-feira pelo governo porque ainda há imperfeições no modelo que deve entrar em vigor em janeiro de 2015.

No fim do ano passado, o órgão regulador postergou a entrada em funcionamento do novo modelo para o próximo ano. "Não achamos oportuno rever decisão de adiamento das bandeiras tarifárias. O assunto não estava maduro e com a compreensão suficiente para colocar em prática este ano", afirmou.

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No regime de bandeiras tarifárias, os consumidores pagam um adicional nas contas de luz sempre que há crise energética e as distribuidoras precisam utilizar eletricidade mais cara das usinas térmicas. Por isso, caso as bandeiras já estivessem em vigor, os consumidores poderiam estar economizando energia, diminuindo a necessidade das distribuidoras em adquirem eletricidade mais cara no mercado de curto prazo.

Segundo ele, a proposta já aprovada passará por ajustes até o fim deste ano. "Do jeito que está, a bandeira vermelha é cobrada de todos os consumidores, inclusive os de distribuidoras que não estão expostas a essa energia mais cara", afirmou Rufino.

Além disso, a Aneel entendeu no ano passado que a sociedade ainda não estava pronta para assimilar a nova regra. "Mas se trata de uma boa ideia, pois o regime dá o sinal de preço adequado ao consumidor, ajuda a haver uma resposta da demanda em função do preço e de certa forma auxilia no fluxo de caixa das companhias", completou.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quarta-feira, 18, que a adoção das bandeiras tarifárias foi adiada de 2014 para 2015 porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) julgou que seria "apressado" usar o sistema já para o próximo ano. Segundo o ministro, alguns agentes reivindicaram a postergação ao governo. "Em razão de tudo isso, adiou-se a experiência", afirmou, durante evento de comemoração dos 10 anos do programa Luz para Todos.

O ministro disse que o governo poderá fazer novos leilões para atender a demanda das distribuidoras. Na terça-feira o leilão A-1 preencheu apenas metade do que as empresas precisavam. "Realizaremos outros leilões até resolver completamente o problema. O fato é que o que aconteceu ontem é que a energia foi vendida por um preço baixo, razoável, e que atende ao princípio da modicidade tarifária", afirmou.

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Lobão disse ainda que o governo não definiu se vai ajudar as distribuidoras via repasses de recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). "Se for necessário sim, se não for necessário, não", afirmou. "Em cada momento tomaremos as decisões", acrescentou. O ministro não deu data para que a decisão seja tomada.

Lobão disse ainda que a paralisação das obras da usina de Belo Monte preocupa o governo. "Estamos recorrendo aos tribunais superiores", afirmou. Questionado sobre o nível do reservatório das hidrelétricas, Lobão respondeu que, de fato, está baixo. "O nível não está elevado, mas as chuvas sim, e temos esperanças que o nível melhore muito com as chuvas que estão chegando."

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