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O juiz federal Sérgio Moro condenou nesta segunda-feira, 25, o ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves a 15 anos e 2 meses de prisão. O magistrado atribuiu ao executivo os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Roberto Gonçalves sucedeu Pedro Barusco como gerente executivo da Área de Engenharia e Serviços da estatal no período entre março de 2011 e maio de 2012.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF), recebida por Moro em 20 de abril, apontou que Roberto Gonçalves recebeu propina das empreiteiras Odebrecht e UTC para beneficiá-las nos contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras.

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Segundo a acusação, no contrato celebrado em 2 de setembro de 2011, entre a estatal e o Consórcio Pipe Rack, formado pela Odebrecht, UTC Engenharia e Mendes Júnior, para a execução do EPC do PIPE Rack no Comperj, houve oferta e solicitação de propina de R$ 18.696.248,00. O valor teria sido direcionado à Diretoria de Serviços da Petrobras.

O ex-diretor da Sete Brasil Pedro Barusco terá de devolver todo o dinheiro que obteve de propinas de contratos com estaleiros e também o que recebeu de bônus como dirigente da empresa. A decisão foi tomada na sexta-feira (12)  pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara empresarial do Rio. A estimativa é de que os valores a serem devolvidos, atualizados, girem em torno de R$ 90 milhões.

Em sua sentença, a juíza rejeitou os pedidos dos advogados de Barusco alegando um ponto decisivo: "há confissão", disse. Barusco fez um acordo de delação premiada em que relatou o esquema de propinas na Sete Brasil, criada para gerenciar a compra de sondas para o pré-sal. Segundo Barusco relatou, os cinco estaleiros contratados e que forneceriam as 28 sondas para a empresa pagaram propinas.

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No próprio processo que corre na Justiça do Rio, Barusco confessou o recebimento das propinas. Com isso, não haveria sentido em produzir qualquer nova prova ou chamar testemunhas ou mesmo inserir o Ministério Público Federal na causa, segundo a juíza.

Barusco também tentou alegar que já devolveu todo o dinheiro a Petrobras, no âmbito do acordo de delação com o MPF. O ex-diretor da Sete havia sido anteriormente diretor da Petrobras. Mas a juíza foi taxativa em dizer que esse será um problema entre ele e a Petrobras e que a parte que foi obtida enquanto funcionário da Sete terá de ser devolvida à Sete.

A causa foi patrocinada pelo escritório de Sérgio Bermudes, contratado pela Sete Brasil. O processo tem por base um dispositivo da lei das SAs que determina que o executivo é obrigado a devolver à companhia todo benefício que receba em função do cargo que ocupa. "Não são só os mimos, as dádivas", disse a juíza entendendo que também as propinas foram obtidas pelo cargo que ocupava na empresa.

Bônus

Além disso, ficou determinado que Barusco devolva cerca de R$ 2 milhões, a serem corrigidos pela Selic, que foram pagos a título de bonificação pela sua saída da Sete. Na época, o sucesso da empresa era atribuída a Barusco, João Ferraz e Eduardo Musa, todos ex-Petrobras que implantaram o modelo de negócio da companhia. Ferraz e Musa também estão sendo processados pela Sete.

Segundo as delações, o valor total de propinas pagas pelos estaleiros chegaria a US$ 224 milhões, para fazer frente aos 28 contratos de cerca de US$ 800 milhões cada um. Os estaleiros eram o Enseada, da Odebrecht e UTC, EAS, da Camargo Corrêa, Rio Grande, da Engevix e os estrangeiros Jurong e BrasFels. Só para Barusco, teriam sido pagos US$ 24 milhões. O valor a ser ressarcido à Sete, no entanto, precisa ser apurado na liquidação do processo judicial. Ainda cabe recurso e o advogado de Barusco, Antonio Figueiredo, não quis comentar.

A Sete Brasil está hoje em recuperação judicial. Seus sócios BTG Pactual, os fundos de pensão Petros e Funcef e os bancos Santander e Bradesco já jogaram integralmente os R$ 8 bilhões investidos a prejuízo. Assim como os credores, entre eles todos os grandes bancos, que emprestaram R$ 12 bilhões à companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos grandes delatores da Operação Lava Jato, Pedro Barusco, enviou à Justiça Federal dois comprovantes de pagamento do aluguel da bateria da tornozeleira eletrônica. O ex-gerente da Petrobras pagou R$ 35 referente aos meses de março e abril. Os recibos foram anexados aos autos da Lava Jato na terça-feira (21).

Pedro Barusco fechou delação premiada com o Ministério Público Federal em 2014 e não chegou a ser preso. As revelações do executivo foram feitas entre novembro e dezembro de 2014 à força-tarefa da Lava Jato e tornadas públicas em fevereiro de 2015.

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No início de março deste ano, Barusco foi advertido por 'displicência' no uso da tornozeleira eletrônica. O sistema de monitoramento de ex-gerente da Petrobras, condenado na Lava Jato, ficou sem bateria por quatro vezes.

A defesa de Barusco argumentou que o delator estava 'ciente de seus deveres quanto ao cumprimento da pena'.

"Quanto às notificações registradas, que ele estava dormindo quando constatada a falta de bateria, alegando que o aparelho não vibra o suficiente para despertá-lo", alegou a defesa na ocasião.

Em manifestação, o Ministério Público Federal afirmou que é obrigatório 'carregar diariamente a tornozeleira eletrônica, tomando as cautelas necessárias para que a bateria não acabe durante o sono'.

A juíza federal substituta Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, apontou para 'displicência do apenado em violações por falta de bateria' e advertiu o ex-gerente da Petrobras.

Sentenças

O ex-gerente já foi condenado a 47 anos e 7 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Como firmou delação premiada, Barusco cumpre as penas acordadas em sua colaboração.

O acordo de colaboração do ex-gerente prevê, que, após o trânsito em julgado das sentenças condenatórias que somem o montante mínimo de 15 anos de prisão, os demais processos contra Barusco ficam suspensos.

Em março de 2016, Barusco começou a cumprir sua pena de regime aberto diferenciado perante a 12ª Vara Federal de Curitiba, sob tutela do juiz federal Danilo Pereira Júnior.

Foram impostas quatro medidas ao delator - recolhimento domiciliar nos finais de semana e nos dias úteis, das 20 às 6 horas, com tornozeleira eletrônica, pelo período de dois anos; prestação de serviços comunitários à entidade pública ou assistencial de 30 horas mensais pelo período de dois anos, apresentação bimestral de relatórios de atividades; após os dois anos iniciais, remanescerá, pelo restante da pena, somente a obrigatoriedade de apresentação de relatórios de atividades periódicos a cada seis meses; e proibição de viagens internacionais, pelo período de dois anos, salvo autorização judicial.

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região negou nesta quarta-feira, 20, por unanimidade, recurso do ex-gerente da Petrobras Pedro José Barusco para tirar a tornozeleira eletrônica e incluir sua casa de praia em Angra dos Reis, no litoral fluminense, como um dos locais para o cumprimento de sua pena. Barusco foi condenado por corrupção na Operação Lava Jato.

Para o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no tribunal, o pedido para cumprir a pena na casa de praia é uma solicitação "sem precedentes, que demonstra o completo desrespeito ao Judiciário e às demais instituições envolvidas nessa operação".

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Barusco fechou um acordo de delação premiada e detalhou o esquema de corrupção na Petrobras, que lhe rendeu propinas, segundo ele, desde 1997.

O ex-gerente da estatal petrolífera devolveu cerca de R$ 250 milhões, segundo ele dinheiro que adquiriu ilicitamente, inclusive o que mantinha no exterior. Em troca, conseguiu o direito a cumprir apenas dois anos de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e mais dois anos de regime aberto (quando o condenado tem apenas de dormir em casa) com prestação de serviços comunitários.

Sua defesa, porém, recorreu ao tribunal para que ele não fosse obrigado a ficar recolhido em casa nos finais de semana e que pudesse ir para sua casa de praia que, segundo os advogados, é a "segunda morada" de Barusco.

Os defensores alegaram ainda que a pena cumprida por ele, estabelecida pelo juiz federal Sérgio Moro com base nos termos do acordo, incluiria limitações que não estariam previstas. Argumentam que o acerto previa recolhimento domiciliar nos fins de semana apenas nos mesmos horários determinados para os dias de semana (das 20h às 6h).

Para o desembargador João Pedro Gebran, a alegação da defesa de que o monitoramento eletrônico extrapolaria o acordo firmado com o Ministério Público Federal não se sustenta. O desembargador afirmou que a tornozeleira eletrônica não é regime de cumprimento de pena e sim forma de controle do respeito às condições do regime fixado. "Não é possível fazer um controle diário do retorno para os domicílios daqueles que cumprem pena em regime aberto, não estando na esfera de disponibilidade do apenado a escolha acerca do método de controle", disse Gebran.

'Seriedade'

Conforme o desembargador, a pena é para ser cumprida com "seriedade e respeito às instituições". Segundo ele, o fato de Barusco ter colaborado nas investigações não tira dele o papel de condenado e tampouco a natureza de pena de sua condenação.

"A lógica equivocada do conceito de prisão domiciliar intentada pelo agravante, se permitida, terminaria por beneficiar àqueles que mais posses tivessem. Como se o condenado, para seu completo deleite, pudesse escolher passar a semana na cidade e nos finais de semana deslocar-se para a praia ou para sua casa de campo", escreveu o magistrado em ao negar o pedido.

Em relação à determinação de recolhimento integral nos finais de semana, Gebran considerou descabido o pedido da defesa, citando trecho do acordo e demonstrando que a necessidade de recolhimento integral é incontestável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco encaminhou pedido à CPI da Petrobras para não participar das acareações marcadas para a próxima semana. A solicitação foi indeferida.

A defesa de Barusco alegou que sua doença se agravou no último mês, o que o levou a retomar o tratamento contra o câncer ósseo. A advogada Beatriz Catta Preta argumentou que o delator não pode passar por situações estressantes para não descontrolar sua pressão arterial e que, por recomendação médica, ele não poderia ser submetido a horas sentado. Da última vez que compareceu à comissão, Barusco depôs por mais de seis horas.

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O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), avisou que seu comparecimento é imprescindível e que, se necessário fosse, Barusco poderia depor até numa maca. Como é médico, Motta respondeu à defesa que poderia atendê-lo caso passe mal na sessão.

Barusco participará de duas acareações seguidas na próxima semana. Na quarta-feira (8), o ex-gerente da Petrobras será confrontado com o ex-diretor de Serviços Renato Duque. No dia seguinte a acareação será com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

O delator do esquema não foi o único a pedir dispensa da comissão. Duque, o doleiro Alberto Youssef e Fernando Brochado Heller também recorreram da convocação. O comando da CPI alegou que a presença dos depoentes era indispensável e negou as solicitações.

Habeas corpus

A viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), Stael Fernanda Janene, conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). No ofício encaminhado à CPI, o ministro Gilmar Mendes diz que a viúva não precisa assinar o termo de compromisso para falar a verdade na comissão, mas que deve responder às perguntas dos deputados, desde que as questões não a autoincriminem.

Com o reaparecimento do nome do ex-deputado, morto em 2010, em mais um esquema de corrupção (desta vez na Petrobras), os membros da CPI esperam esclarecer as denúncias que apontam Janene como um dos operadores dos desvios na estatal.

Motta chegou a ter dúvidas sobre a veracidade da morte de Janene e sugeriu que o corpo fosse exumado. Após a reação enfurecida dos familiares, Motta desistiu de apresentar o requerimento de exumação.

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, usou o Twitter na madrugada desta quarta-feira, 11, para chamar de "chocante" a programação da TV Câmara, que teve como atração principal a sessão da CPI da Petrobras. Os deputados ouviram o ex-gerente Pedro Barusco sobre o esquema de propinas na estatal e o suposto financiamento de partidos, inclusive o PT.

Barbosa citou momentos de queda de regimes ao longo da história e disse que é um erro ver "o que se passou ontem na Câmara dos Depurados sob ótica puramente partidária". "Partidos são meros instrumentos. Nossa nação não se construiu e tampouco se define à luz de momentâneos interesses partidários", escreveu o magistrado.

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Antes de comentar a sessão no Parlamento, Barbosa falou sobre a Revolução Francesa, a queda do regime czarista na Rússia e a proclamação da República no Brasil. "Em 15/11/1889, nem mesmo o general Deodoro da Fonseca tinha em mente derrubar o regime imperial sob o qual o Brasil vivia. Aconteceu", escreveu Barbosa, antes de explicar. "Por que fiz esses 3 últimos posts sobre História? Porque no Brasil pouca gente pensa nas 'voltas' e nas 'peças' que a História dá e aplica", afirmou o ministro.

O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco citou a britânica Rolls-Royce nos depoimentos feitos à Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, informou o jornal Financial Times.

Barusco afirmou durante o processo de delação premiada que a empresa, que fornece turbinas usadas nas plataformas da Petrobras, pagou propina em troca de um contrato de US$ 100 milhões com a estatal.

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Ele afirmou à Polícia Federal, segundo o jornal, que recebeu pessoalmente ao menos US$ 200 mil da Rolls-Royce, valor que era parte da propina destinada a políticos e outros executivos da estatal.

A publicação britânica menciona ainda que, no Reino Unido, a Rolls-Royce enfrenta acusações de corrupção e pagamento de propinas em operações realizadas na China e na Indonésia.

O pagamento de propina da Rolls-Royce à Petrobras, segundo Barusco, foi operado por Luiz Eduardo Barbosa, ex-executivo do grupo suíço ABB. Amigo do ex-gerente da Petrobras, Barbosa teria organizado também o envolvimento da SBM Offshore e da Alusa no esquema de corrupção na estatal. Barbosa não foi encontrado pelo jornal britânico.

A Rolls-Royce informou que "quer deixar claro" que não irá tolerar condutas indevidas de qualquer tipo e que a empresa tomará "todas as ações necessárias" para garantir isso.

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