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O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Roberto Dantas, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o governo não trabalha mais com a perspectiva de superávit na balança comercial de 2014. Ele explicou que diante do déficit acumulado de US$ 4,221 bilhões até novembro, mesmo que dezembro seja positivo não será suficiente para transformar o resultado em superávit.

"Embora o número de dezembro seja tradicionalmente superavitário, ainda assim, não deverá superar o déficit que está no acumulado do ano", disse. "Houve essa mudança nas expectativas", observou Dantas. Apesar de afirmar que houve a mudança na projeção, ele não divulgou o tamanho do déficit previsto pelo Ministério do Desenvolvimento.

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Ele explicou que fatores que poderiam ter ajudado na manutenção de um superávit não se realizaram, como a recuperação do preço do minério de ferro. Dantas ainda destacou que houve redução nas exportações de carne em novembro, o que afetou o desempenho. "Teve queda de exportações para Venezuela de carne bovina e de frango; para a Arábia Saudita, de frango", justificou. "Houve queda de 10% em volume de carne. Isso afetou o desempenho de novembro", frisou.

Déficit "marginal"

Dantas relativizou o déficit da balança comercial de janeiro a novembro desse ano. Segundo ele, é um déficit "marginal" porque representa apenas 2% das exportações no período. "É importante relativarmos o déficit em relação ao que ocorreu em relação a outros anos", disse.

Dantas comparou com os dados de 1998, até então o pior resultado da balança para os 11 meses do ano. Em 1998, o déficit da balança foi de US$ 6,1 bilhões, 13% do volume exportado de janeiro a novembro daquele ano. "O déficit desse ano é seis vezes menor, em termos relativos, do que o déficit computado em 98", comparou. "Em termos de magnitude, o déficit de 1998 foi mais importante do que o de agora", continuou.

Minério de ferro

De acordo com os dados do MDIC, as exportações de minério de ferro em novembro atingiram 25,956 milhões de toneladas, queda de 16% na relação com igual mês do ano passado. Na comparação com outubro as exportações de minério de ferro cederam 18,3%.

O preço médio das exportações do insumo (FOB) foi de US$ 60,9 por tonelada no mês passado, recuo de 37,4% na relação anual. Ante outubro houve um leve aumento de 2,3%.

O comportamento atual negativo da balança comercial está ligado ao desempenho desfavorável das exportações, que vêm sendo afetadas pela queda no valor das commodities no mercado internacional. A avaliação é do economista-chefe do Besi Brasil, Jankiel Santos, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estadoi, disse nesta segunda-feira, 01, que, depois do déficit registrado em novembro, a dinâmica tende a continuar em dezembro.

Nesta segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciou que a balança comercial do penúltimo mês de 2014 apresentou resultado negativo de US$ 2,350 bilhões, com US$ 15,646 bilhões em exportações e US$ 17,996 bilhões em importações. O resultado, que é o pior para o mês da série histórica, ficou dentro do intervalo de estimativas coletadas pelo AE Projeções, já que os economistas do mercado financeiro aguardavam déficit de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões, com mediana negativa em US$ 2,7 bilhões.

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O Besi Brasil previa um déficit de US$ 2,800 bilhões para a balança comercial de novembro. "As importações na última semana acabaram vindo menores do que tínhamos em mente", comentou Santos, acrescentando que as exportações vieram exatamente em linha com o esperado pelo banco. "A grande diferença em relação ao ano passado tem a ver com o comportamento das exportações", destacou, quando questionado sobre o porquê de o resultado da balança de novembro de 2014 ter ficado tão diferente do superávit de US$ 1,740 bilhão do mesmo mês em 2013.

A despeito da necessidade de verificar melhor os detalhes desse saldo negativo de novembro, Jankiel Santos ficou em sintonia com os demais colegas de mercado quando opinou sobre o fator que vem atrapalhando as exportações: "Certamente, os preços das commodities têm papel fundamental nesta queda".

No acumulado de janeiro a novembro, o déficit da balança comercial somou US$ 4,221 bilhões, o pior resultado desde 1998 para o período, quando o déficit foi de US$ 6,112 bilhões. Para o fim de 2014, o Besi Brasil continua trabalhando com uma estimativa preliminar de resultado acumulado negativo de US$ 1,500 bilhão.

A cesta de produtos do IGP-10 de setembro, indicador geral de preços que cobre o período de 11 de agosto a 10 deste mês, transitou dentro do cenário esperado pelo economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, que já havia antecipado que agosto seria o último mês de deflação dos IGPs em 2014. O dado em análise saiu de uma queda de 0,55% no mês passado para uma alta de 0,31% em setembro. A projeção de Serrano era de um avanço de 0,30%.

Por trás deste movimento altista na média de preços coletada no âmbito do IGP-10, destacam-se os preços agropecuários, que saíram de uma queda de 2,20% em agosto para uma alta de 0,61% na coleta de preços entre 11 de agosto e 10 deste mês.

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"É um movimento importante de aceleração. Se formos pegar a carne, por exemplo, seu preço subiu tanto no industrial como no atacado. Café e suínos também subiram, provocando um movimento que, marcadamente, não era perceptível em setembro", analisou o economista do Besi Brasil. Outro produto de grande importância na composição do IGP-10 e cujo preço distendeu no período foi a soja, que saiu de uma queda de 4,55% no mês passado para uma queda de 0,58% em setembro. "Apesar de ainda estar negativa, este movimento é de uma aceleração importante e ajudou a explicar o aumento do IGP-10", disse Serrano.

Ele lembrou ainda que o IPA Industrial também trocou o terreno negativo pelo positivo ao deixar uma queda de 0,43% em agosto para entrar setembro com uma alta de 0,25%. Para Serrano, não é ainda um índice pressionado porque o minério de ferro tem apresentado movimentos consecutivos de queda, o que ajuda o IPA.

Os preços livres registraram a queda mais intensa no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho desde igual mês de 2010, quando ficaram negativos em 0,12%. É o que mostram dados do Besi Brasil enviados ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. Os preços livres apresentaram deflação de 0,10% no sétimo mês do ano, depois da alta de 0,44% em junho, conforme o banco. O IPCA, por sua vez, subiu 0,01%, depois de 0,40% no mês anterior. As expectativas colhidas na pesquisa do AE Projeções para os preços livres iam de recuo de 0,17% a aumento de 0,04%, com mediana negativa de 0,02%.

O grupo Serviços também apresentou deflação no sétimo mês do ano, de 0,05%, contra elevação de 1,10% em junho. Segundo o Besi, trata-se da queda mais significativa desde maio de 2000, quando o grupo cedeu 0,07%. As estimativas para Serviços eram de alta de e 0,01% a 0,39%, com mediana de 0,12%. No IPCA de julho, as passagens aéreas, que integram o grupo, tiveram recuo de 26,86%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já os preços administrados aceleraram. De acordo com o Besi, a inflação dos administrados ficou em 0,39% em julho ante 0,25% em junho.

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O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu 0,20% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2013, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma a percepção geral de atividade fraca neste início de ano e aumenta a probabilidade de um desempenho fraco em 2014, na avaliação do economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano. "Com base nesse resultado e como não se observa uma possibilidade de alteração significativa nesse quadro, a chance de um número positivo do PIB de 2014 está diminuindo", afirmou.

A projeção do Besi era para um PIB de 0,3% no trimestre. Para o ano, o economista traçava um cenário de 2% de crescimento, com viés de baixa. "Sabíamos que o dado de hoje deveria ser fraco e estávamos só esperando a confirmação para revisar para baixo", disse. Segundo Serrano, a nova estimativa do PIB de 2014 deve ficar entre 1,5% e 1,7%. "Para chegarmos a esses 2% iniciais precisaríamos crescer 0,6% na margem, é um ritmo muito forte que não temos visto nesses últimos anos", justifica.

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Na análise dos dados, Serrano destaca a desaceleração do consumo das famílias e seu impacto no setor de serviços. "Fazia tempo que não se via um consumo negativo", afirma. "A economia já estava crescendo pouco pelo lado da oferta, por causa dos diversos gargalos existentes, mas havia uma sustentação pelo lado da demanda, que agora não aconteceu", disse.

De acordo com o economista, o contraponto para a desaceleração da oferta e da demanda é o crescimento dos gastos do governo, que tiveram alta de 0,7%. "Ainda assim, a demanda agregada caiu, indicando justamente uma fragilidade", afirma. "O governo vai continuar gastando, mas a conjuntura não deve ter alterações e a dinâmica no PIB deve se manter nesse patamar baixo", reforçou.

A inflação no Brasil está se consolidando no nível de 6% ao ano, na avaliação do economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, ao comentar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2013, que subiu 5,91%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 10. "A inflação está estabilizada, mas não controlada, porque controlada é uma inflação de 4,5%", disse, citando a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

"A inflação tem rodado sistematicamente acima de 6% e está se cristalizando em torno desse patamar. Preços livres aceleraram e administrados caíram. Não fossem manobras do governo, como em energia e IPI, para reduzir os preços, provavelmente teríamos o IPCA acima do teto da meta", acrescentou.

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Para ele, falta um ajuste monetário na intensidade suficiente para controlar o problema e, principalmente, o governo reduzir os gastos públicos. "O governo insiste em estimular a demanda doméstica", criticou.

Já a avaliação do economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o resultado do IPCA de 2013 mostra que a perspectiva para a inflação em 2014 é preocupante e dificilmente registrará uma alta nos preços inferior à do ano passado. Ele lembra que houve um represamento da inflação no ano passado, com desonerações ao longo do ano - em energia, IPI e com aumento da gasolina abaixo do esperado.

"Temos um IPCA que não está num nível real, está abaixo, e pela necessidade de ajustes nos próximos anos as desonerações vão começar a ser repensadas, o que traz impacto em preços", disse o economista. Por causa disto e de uma política pouco agressiva do Banco Central para baixar a inflação, ele trabalha com um cenário de IPCA em torno de 6,5% em 2014.

"O governo tinha a vontade muito grande de que o IPCA ficasse abaixo do registrado em 2012, como tentativa de sinalização de que a política monetária estaria surtindo efeito", lembra Vale. O desejo de Brasília, contudo, não se concretizou. Mesmo assim, o economista acredita que o Banco Central terá dificuldade para subir os juros em ano eleitoral e trabalha com alta de 0,25 ponto porcentual na Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro e depois estabilidade até as eleições presidenciais, em outubro. "O Banco Central deve parar de subir os juros agora em janeiro e, como efeito, trará mais dúvidas sobre a inflação de 2015", explica.

Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff não permitirá uma ousadia maior do Banco Central em 2014. "É um esforço de política monetária que não sei se ela está disposta a permitir agora", afirma. "O que se vê hoje são dois anos preocupantes de inflação e, pelo retrospecto, vemos uma inflação média de 6%, que é o que a Dilma vai entregar."

Na avaliação do economista-chefe da MB Associados, o Banco Central já sinalizou que trabalha com uma inflação implícita de 5,5%. "Um BC de antigamente estaria extremamente preocupado com esse 5,5% consolidado e teria uma postura agressiva nas taxa de juros", analisa. O economista projeta que a presidente Dilma será reeleita neste ano e a Selic subirá, nas duas reuniões posteriores à eleição, 0,25 ponto porcentual em cada encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar disso, ainda ficará aquém do patamar necessário para trazer o IPCA para mais próximo da meta, que segundo Vale é de 14% ao ano.

De acordo com ele, é difícil imaginar neste cenário que o IPCA deste ano seja inferior ao do ano passado. Durante todo o primeiro trimestre, a previsão do economista é de que a inflação fique em torno de 5,9%, com impactos de alimentação e energia. "Vemos uma inflação estabilizada em um nível elevado", mencionou.

O economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, avaliou que o resultado fiscal apresentado nesta sexta-feira, 3, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega é ruim, apesar de cumprir a meta estabelecida pelo governo. "A meta foi cumprida do ponto de vista numérico. Mas a qualidade da situação fiscal é péssima, porque ela só foi atingida por causa de receitas extraordinárias não recorrentes arranjadas no fim do ano", disse, referindo-se aos valores arrecadados com o leilão do campo de Libra, com a antecipação de dividendos e com o Refis - programa de refinanciamento de dívidas tributárias do governo federal.

Mantega anunciou que o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) fez um superávit primário de aproximadamente R$ 14 bilhões em dezembro, o que resultou em quase R$ 75 bilhões no ano, acima da meta de R$ 73 bilhões. Segundo Serrano, em 2014 o quadro fiscal será ainda mais desafiador, já que a atividade não está crescendo no ritmo esperado, o que prejudica a arrecadação, e será difícil repetir o volume de receitas extraordinárias. "O governo terá um desafio maior de controlar gastos, principalmente de custeio, que em 2013 aumentaram muito e ficaram inclusive acima dos investimentos federais", disse.

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Serrano avalia que o Brasil não deve ter sua da nota de classificação de risco rebaixada pelas agências internacionais em 2014, pois a sustentabilidade da dívida pública brasileira, segundo ele, ainda é favorável. "Mas, se a situação fiscal não for revertida e o país continuar com crescimento baixo e inflação alta, esse rebaixamento pode acontecer em 2015."

O economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, disse que a alta de 0,77% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, divulgado nesta sexta-feira, 13, deveria sugerir um bom desempenho da economia brasileira para o quarto trimestre, mas ele não acredita na sustentabilidade do indicador. O Besi Brasil projetava avanço de 0,6%.

De acordo com Serrano, alguns indicadores coincidentes e antecedentes já divulgados apontam para uma forte desaceleração do IBC-Br em novembro. Se de fato ocorrer, afirmou ele, isso voltaria a configurar o padrão que se tem observado: a economia brasileira tem apresentado forte volatilidade em torno de uma trajetória de crescimento de médio prazo muito modesta.

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"O número veio forte em outubro, devolve boa parte em novembro e, na média, a gente vai observar um crescimento modesto", disse Serrano. Para ele, como há muita volatilidade na economia, quando os resultados são positivos, acabam tendo base de curtíssimo prazo. "Não são movimentos sustentáveis, consistentes."

O Besi Brasil estima que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer abaixo de 0,5% no quarto trimestre em relação ao terceiro. "No encerramento do ano, o PIB deve avançar 2,2%, 2,3%", afirmou Serrano.

Na avaliação do economista Carlos Lopes, da Votorantim Corretora, a alta de 0,77% do IBC-Br em outubro confirma que o quarto trimestre deve ter uma recuperação moderada, após a queda de 0,5% do PIB entre julho e setembro. "Com base nos indicadores que tínhamos, tanto para a indústria quato para o varejo, esperávamos um crescimento do PIB na casa de 0,5% no quarto trimestre, e o dado de hoje do IBC-Br confirma essa perspectiva", afirmou.

Segundo ele, a retomada da atividade no quarto trimestre será puxada essencialmente pelo varejo. "A indústria continua fraca e o varejo segue crescendo bem, então é essa a composição que permitirá uma recuperação no fim de ano", explicou. A Votorantim Corretora estima um avanço de 2,3% do PIB em 2013.

A média dos núcleos no âmbito do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio desacelerou e ficou em 0,51%, contra 0,53% em abril. O cálculo foi feito pelo Besi Brasil, que enviou os números logo após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar a taxa oficial de inflação de 0,37%, contra 0,55% em abril. O resultado da média dos núcleos ficou no teto das estimativas (de 0,46% a 0,51%, com mediana de 0,49%).

Na abertura dos núcleos, o Besi mostrou que o IPCA-EX ficou em 0,49% na comparação com alta de 0,52%. O resultado ficou no teto das previsões dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,45% a 0,52%, com mediana de 0,47%, para este núcleo, que exclui do cálculo geral preços de alimentos com comportamentos mais voláteis e combustíveis.

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O IPCA-DP, abreviação de Índice de Preços ao Consumidor Amplo - Dupla Ponderação, atingiu 0,50%, de acordo com o banco. A taxa veio exatamente igual à mediana da pesquisa, cujas expectativas eram de elevação de 0,47% a 0,52%. No IPCA de abril, houve alta de 0,53%. O IPCA-DP responde pelos pesos de alguns itens, dando menor peso aos que apresentaram maior volatilidade em um período de 48 meses passados.

Quanto ao IPCA-MS, tradicional núcleo de médias aparadas com suavização, o Besi informou que a variação foi de 0,52% em maio frente à de 0,53% apurada anteriormente. Para esta medida de núcleo, as projeções estavam entre 0,42% e 0,53%.

A partir deste intervalo de expectativas, a mediana atingiu 0,51%. As medidas de núcleos do IPCA são tradicionalmente calculadas pelas instituições do mercado financeiro logo que o IBGE divulga o indicador, uma vez que são acompanhadas de perto pelo Banco Central, que tem como um dos seus principais objetivos o cumprimento das metas de inflação.

Os resultados encontrados podem variar ligeiramente de instituição para instituição, mas sempre indicam o caminho que os núcleos estão tomando, auxiliando o mercado e o próprio BC no monitoramento da inflação.

A desaceleração da inflação observada na divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), de 0,51% em abril para 0,46% em maio, tira um pouco da pressão sobre a política monetária no que se refere ao comportamento da inflação no curto prazo, avaliou o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano.

No entanto, segundo ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve alterar seu planejamento, uma vez que o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, falando a parlamentares na terça-feira (21), em Brasília, deixou claro que a condução da política monetária está focada no combate da inflação no médio e longo prazos.

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Serrano esperava uma variação de 0,49% para o IPCA-15 de maio e atribuiu a diferença de 0,03 ponto porcentual, em relação ao índice efetivo de 0,46% do indicador, à maior desaceleração dos preços dos alimentos. Serrano espera um IPCA fechado deste mês entre 0,30% e 0,40%.

Serviços

O grupo Serviços apresentou alta de 0,52% no IPCA-15 de maio, segundo o Besi. No IPCA-15 de abril, a taxa atingiu 0,51%. O comportamento do grupo veio exatamente como mostrava a mediana das expectativas dos economistas consultados pelo AE Projeções, obtida a partir do intervalo de estimativas que iam de 0,42% a 0,62%.

O espaço para um corte da taxa básica de juros foi esgotado em outubro e esta mensagem foi transmitida pela última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), avalia o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Jankiel Santos, em relatório que enviou a clientes no fim de semana.

Diante de tal avaliação, o economista sugere ao seu público que não espere redução da Selic nesta que será a última reunião do colegiado em 2012. O encontro que deverá selar a permanência da taxa de juros de referência da economia em 7,25% ao ano ocorrerá nestas terça (27) e quarta-feira (28).

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"Pode-se não concordar com a conduta recente da autoridade monetária brasileira, dada a tendência inflacionária ao longo dos últimos meses - como nós -, mas, felizmente, a mensagem transmitida na última reunião do Copom foi clara: o espaço para o corte da taxa básica de juros foi esgotado em outubro de 2012", reforça Santos.

Além disso, lembra o economista, o BC afirmou que, excluindo o surgimento de mudanças significativas em qualquer cenário nacional ou internacional, o nível atingido pela taxa Selic deve permanecer inalterado por tempo suficiente para garantir que a esperada recuperação econômica no Brasil ocorra em um ritmo "decente".

"E não acho que tenha havido qualquer mudança suficientemente grande nos últimos 45 dias no exterior ou no Brasil para justificar uma mudança de estratégia do BC. Assim, pensamos que seria difícil para o BC justificar qualquer movimento na próxima quarta-feira", avalia. "Aliás, tendo em conta tanto a inflação como os indicadores de atividade recentes, pode-se considerar que o BC estaria considerando seriamente reverter parte do incentivo concedido até agora."

Os preços livres no IPCA de agosto ficaram dentro das previsões dos economistas do mercado financeiro e em linha com o que foi visto em julho, no âmbito do indicador de inflação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os cálculos realizados pelo Besi Brasil, os preços deste conjunto de itens apresentaram variação positiva média de 0,50%.

Levantamento realizado pelo AE Projeções com economistas havia mostrado que as estimativas eram de elevação de 0,44% a 0,55%. A mediana ficou em 0,46%. No IPCA de julho, o conjunto dos preços livres apresentou avanço de 0,51%.

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Quanto aos preços administrados, o banco calculou alta de 0,13% no IPCA de agosto ante o resultado efetivo de 0,19% do IPCA de julho. O número ficou dentro das previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, já que eles esperavam alta entre 0,09% a 0,37%, com mediana de 0,19%.

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