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Em Belém, a última segunda-feira de outubro foi marcada pelas assombrosas figuras presentes no quarta edição do Cortejo Visagento, evento que tem como foco a promoção da cultura local, o conhecimento das lendas regionais, estímulo à leitura e à passagem de experiências. A concentração começou às 18 horas, no Cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá. Com muita música e história, o cortejo caminhou até a praça Benedicto Monteiro, onde se encerrou, com concursos de melhores fantasias, apresentações musicais e estímulo para mais projetos culturais na cidade.

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“Nós acreditamos que o conhecimento da cultura local é importante para os jovens da nossa comunidade. O halloween já era muito exaltado dentro da nossa instituição, nós não temos bruxas, mas nós temos a Matinta, então vamos homenageá-la”, disse Mineia Silva, presidente do Espaço Cultural Nossa Biblioteca e coordenadora-geral do Cortejo Visagento.

Victor Ramos, um dos organizadores do evento, afirmou que o Cortejo está ali para dar visibilidade real às visagens, ressignificar a data de 31 de outubro, e a imagem do cemitério.

“Pessoas costumam ter medo desse lugar, mas é um lugar de descanso e paz, que contém várias histórias do imaginário e contam a história do próprio bairro”, disse Victor.

“Nós estamos em um bairro que precisou se construir por si só, ninguém ajudou o Guamá, o Jurunas, a Terra Firme, ou a Condor, nós fomos empurrados, nós tivemos que lutar pelo nosso bairro, tínhamos a opção de tentar, ou continuar chorando. Este é um bairro que sofre com uma visão negativa, e onde há visão negativa, não há investimento público. Nós temos, aqui, cemitérios, hospitais que ficaram marcados por abrigarem doenças terríveis, e os maiores investimentos feitos no bairro não foram para os moradores. Temos condomínios, que não são para os moradores, uma universidade, que não é para os moradores. Então nós estamos em uma luta para fazer com que a cultura de leitura se torne uma cultura do Guamá, para contaminar a cidade toda, querendo dar uma nova cara para o bairro do Guamá. Não somos um bairro violento, somos um bairro de criatividade. Hoje nós disputamos a mente das pessoas com a ignorância, principalmente, depois desses últimos anos de governo. Eu não tenho problemas com a igreja, mas aqui, no bairro do Guamá, nós temos uma por rua, no mínimo, e nós estamos no tempo da ciência, e ambas podem crescer juntas, por isso, queremos mais escolas, mais bibliotecas, queremos a leitura espalhada pelo lugar”, declarou Raimundo Oliveira, professor de história, e idealizador do projeto do Cortejo Visagento.

Nesta edição, o cortejo homenageou a lenda do Curupira, chamando atenção para as queimadas que ocorreram na Amazônia, mas quem também marcou presença lá, e roubou a cena, foi a Matinta Pereira, a “dona do lugar”.

“O comando, aqui, é da Matinta Pereira, é do Saci Pererê, é do Curupira. Esse território é nosso, nos respeitem, porque nós somos gente”, afirmou Raimundo.

Por Paulo Ricardo de Brito, Matheus Vinicius Silva e Ana Clara Soares (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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Como forma de valorizar a cultura local, o IV Cortejo Visagento estará nas ruas no dia 31 de outubro, conhecido mundialmente como o Dia das Bruxas (Halloween), mas que, regionalmente, é comemorado como o Dia da Matinta. Com uma programação que contou com oficinas de produção de adereços e fantasias e até escrita criativa para os moradores do bairro, a quarta edição do cortejo vai reunir a população por diversas ruas do bairro do Guamá, em apresentações e performances dos grupos Teia, Shaira Mana Josy, a Matinta Maria Borges e outros. Por causa da pandemia, o cortejo ficou suspenso nos últiomos dois anos.

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A concentração será no Cemitério Santa Izabel, na avenida José Bonifácio, e segue em direção à praça Benedito Monteiro, passando pelas ruas Silva Castro, Liberato de Castro e Barão de Igarapé Miri, no Guamá, um dos maiores e mais populosos bairros da capital paraense.

 Em cada edição, a criatividade está presente por meio de fantasias e maquiagens artísticas, referenciando assombrações e personagens populares nas lendas já conhecidas por todos, como a Mulher do Táxi, a Cobra-grande, o Saci Pererê, e muitos outros.

 Nesta edição, como forma de chamar atenção para as queimadas na Amazônia, o cortejo  homenageia um personagem importante na história dos contos e lendas do Pará e do Brasil: o Curupira, o guardião da floresta. “Esse ano nós decidimos que esse personagem seria o Curupira, que é o defensor da natureza. Nos juntamos ao Movimento Amazônia de Pé para trazer a discussão da importância da preservação depois de todas as queimadas que vêm acontecendo nos últimos anos”, conta Tereza Oliveira, uma das organizadoras do Cortejo Visagento.

A expectativa nesta edição é de que pelo menos mil pessoas participem do cortejo. A criatividade sempre está presente por meio de fantasias e maquiagens artísticas. Para Mineia Silva, coordenadora do evento e do Espaço Nossa Biblioteca, um dos objetivos é também reunir os alunos das escolas públicas do bairro no evento. "Esperamos que o evento consiga agregar um número bem maior de escolas participando, pois muitas ainda não haviam participado do Cortejo e esse ano vemos que estão confirmando presença”, enfatizou Mineia. 

O projeto foi criado pelo Espaço Cultural Nossa Biblioteca e recebe a colaboração de professores, artistas e moradores do Guamá. Essa busca pela valorização local também levou voluntários da Biblioteca a ministrar aulas dentro do Cemitério de Santa Izabel. “O espaço tem como motivação realizar o cortejo todos os anos, na ideia de promover a valorização de contos e lendas do Brasil e do Pará. Acreditamos que a nossa cultura tem que ser destacada, para não ser esquecida pelas novas gerações, sendo justamente uma forma de resistência à cultura americana”, explica Mineia.

Durante o percurso, uma parada é feita a cada rua para contação de histórias e apresentações realizadas por convidados, parceiros e jovens e crianças participantes das atividades. Para os organizadores do projeto, a valorização da cultura popular é o ponto de partida para a celebração.

A escolha de iniciar o cortejo no Cemitério Santa Izabel também tem um significado: é um espaço de fortes crenças populares e cenário de diversas lendas conhecidas no bairro. 

Serviço

IV Cortejo Visagento.

Local: Cemitério Santa Izabel, bairro do Guamá.

Horário: 18h.

Data: 31/10.

Da assessoria do evento.

Guerreiras, sedutoras, deusas-mães e outras criaturas femininas espirituais de todo o mundo são tema de uma exposição inaugurada nesta quinta-feira no Museu Britânico, em Londres.

Intitulada "O Poder Feminino: Do Divino ao Demoníaco", a exposição inclui antigas esculturas das deusas romanas Vênus e Minerva e representações de divindades reverenciadas atualmente. Ela é "a primeira do gênero a ter um desenho intercultural sobre esse tema extraordinário e fundamental", disse o diretor do museu londrino, Hartwig Fischer.

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Expostas até 25 de setembro, as obras são comentadas por feministas famosas, como Bonnie Greer e a historiadora britânica Mary Beard. "Não tentamos dizer às pessoas o que devem pensar ou como devem se sentir" diante das mesmas, explicou à AFP a curadora da exposição, Belinda Crerar, enfatizando que deseja iniciar um diálogo.

O fato de muitas divindades ou figuras femininas, como a Virgem Maria, serem veneradas “não significa que, por isso, as mulheres adquirem um status superior em muitas sociedades”, indica a exposição. "Essa é a grande pergunta", diz Belinda. "Não é simples e não existe uma resposta única."

Para a parte da exposição dedicada às bruxas e criaturas demoníacas, o museu conversou com o grupo britânico de bruxaria moderna "Children of Artemis", que organiza esse tipo de encontro.

"O que nos parecia verdadeiramente importante era trabalhar com homens e mulheres que hoje são identificados como bruxas ou pagãos modernos", contou a encarregada do projeto Lucy Dahlsen. "Essas conversas foram muito importantes para garantir que tivéssemos um olhar adequado sobre uma tradição que se mantém viva."

Ela mostra uma pintura do artista John William Waterhouse que representa a deusa grega Circé lançando a sorte e vestida com uma peça que sugere a sua nudez. Para muitos, a obra oferece um olhar masculino e dá a “ideia de que a bruxa é uma espécie de mulher fatal”, diz Lucy.

Para a britânica Laura Daligan, que se identifica como bruxa, a representação não é totalmente falsa. As bruxas “nem sempre praticam vestidas, por isso é muito realista de certa forma", diz, em um comentário exibido pelo Museu Britânico.

“Entrevista com o Vampiro” é uma das obras mais conhecidas da escritora Anne Rice (1941-2021) e foi o primeiro livro da sua série conhecida como Crônicas Vampirescas. Porém, esta não foi a única produzida pela escritora americana. Para homenagear a autora que faleceu no dia 11 deste mês, o Leia Já reuniu três das séries menos conhecidas pelo grande público, mas que valem a leitura:

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Escrito sob o pseudônimo A. N. Roquelaure, a trilogia continua a história clássica da Bela Adormecida, mas sob um novo olhar. Nesta série ao invés de um beijo, a princesa foi despertada através da iniciação sexual. A história segue contando como a protagonista é colocada em uma vida de servidão sexual onde ela acaba conhecendo um mundo de dor e prazer. Os livros contam com várias cenas picantes envolvendo práticas de BDSM e retira bastante o ar de inocência e pureza da história original, colocando a protagonista, mesmo que forçadamente, em um ambiente onde sua sexualidade acaba sendo explorada ao máximo. 

 Série Bruxas de Mayfair 

 A trama acompanha uma jovem que descobre pertencer a uma família de bruxas. Enquanto vai tomando conhecimento de seus poderes aos poucos, a protagonista também lida com assombrações e fatos do passado de sua família. É uma trama que envolve assassinatos, incesto e muitos conceitos sobre magia explorados pela autora.

 Série A dádiva do lobo 

Vampiros não são as únicas criaturas da noite sobre as quais Rice escreveu. Em “A Dádiva do lobo” a escritora explora a mitologia dos lobisomens, trazendo essas criaturas para um contexto mais moderno. A história acompanha um jovem repórter hospedado na mansão de uma mulher que ele pretende entrevistar. Após sofrer um ataque no meio da noite por uma criatura desconhecida, o protagonista então passa por uma transformação terrível e agora ele deve aprender a viver nesse novo estado, tendo que escolher entre se jogar de braços abertos nesta vida nova ou temer pelo que pode ocorrer. Nesta história, assim como a autora faz em suas crônicas vampirescas, Rice humaniza a criatura da noite que passa por seus próprios dilemas morais, tendo que lidar com suas novas habilidades e seus novos impulsos.

por Matheus Montes

A Adaptação teatral de um dos mais horrendos capítulos da história da humanidade, “As Bruxas de Salém” volta ao teatro onde estreou, o Barreto Júnior. A peça estará em cartaz nos dias 9, 16, 23 e 30 deste mês de agosto, sempre às 20h.

Já levado a Broadway e aos cinemas, o texto do norte-americano Arthur Miller é baseado em fatos. Trata-se de uma tragédia que envolve vinganças e interesses alimentados por medo, dogmas e histeria coletiva, que resultou em 20 mortes. Ocorrida mais de 300 anos atrás, mistura o poder da religião com o poder do Estado, e tem muito a dizer sobre os dias atuais.

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O texto narra situações reais ocorridas em 1692, na vila de Salém, uma colônia da baía de Massachusetts. No palco, 21 atores e 32 personagens apresentam, em quatro atos, a história do fazendeiro John Proctor, que vive uma relação extraconjugal com Abigail Williams. Em um ritual na floresta, Abigal e suas amigas são flagradas pelo reverendo Parris, e duas delas entram em estado de letargia e perturbação. O boato de que teriam sido vítimas de bruxaria se espalha, e a população passa a crer que foram possuídas pelo demônio. O que se sucede em Salém ainda hoje choca a humanidade pela injustiça cometida contra inocentes.

Mais de 150 moradores, homens e mulheres, foram processados pela acusação de prática do crime de bruxaria, dos quais 19 foram enforcados e um morto por esmagamento. No julgamento, o rito processual era conduzido para condenar, testemunhos eram tidos como provas irrefutáveis, e a legítima defesa era constantemente cerceada. Havia um pano de fundo de ganância, vingança e interesses pessoais escusos que tomaram proporções fora de controle, em uma histeria coletiva instigada pelo fundamentalismo religioso.

“Trata-se de uma obra de essencial importância para o entendimento do quanto a história da humanidade é cíclica. No sentido de que, quando o poder político se alia ao poder da religião com o objetivo de oprimir as pessoas, eles se tornam perigosos instrumentos de combate e tolhimento das liberdades individuais”, afirma o diretor, Domingos Soares.

“As Bruxas de Salém” foi escrita na década de 1950 como uma resposta de Miller ao macarthismo nos Estados Unidos, quando se perseguia e condenava pessoas acusadas de serem comunistas, sobretudo ativistas políticos, artistas e intelectuais. O próprio escritor foi vítima dessa perseguição, sendo condenado e posteriormente inocentado pela Suprema Corte americana.

Serviço

As Bruxas de Salém

9, 16, 23 e 30 de agosto | 20h

Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)

Informações: 3355 6398

Com Informações da Assessoria

A peça 'Baba Yaga', encenada no Janeiro de Grandes Espetáculos em comemoração pelos 15 anos da companhia 'Mostra Cênicas Cia', contará com novas exibições neste sábado (28), às 20h, e no domingo (29), às 18h. As apresentações ocorrerão no Espaço Cênicas, situado na Rua Marquês de Olinda , 199, no Edifício Álvaro Silva Oliveira, 201, segundo andar, no Recife Antigo.

A obra conta a história da mais temida bruxa canibal eslava, um arquétipo do folclore do leste europeu. O monólogo é encenado pela atriz Sônia Carvalho, que interpreta Baba Yaga. Na história, a bruxa busca pelo seu filho Olaf e o público entra nesse ambiente sombrio como uma testemunha e confidente da bruxa, conhecendo mais sobre os causos de histórias orais russas. 

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Os ingressos custam R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada. Os espectadores podem adquirir os ingressos na entrada ou adiantados através de internet

Serviço 

'Baba Yaga' 

Sábado (28) às 20h e domingo (29) às 18h00

Espaço Cênicas () 

R$ 30 a inteira e R$ 15

No mês de outubro, o Catamaran Assombrado vai contar com um reforço durante os passeios pelas pontes da capital pernambucana. A novidade é a feiticeira Antônia Maria, que causou grande furor no Recife no início do século XVIII. Ela será incluída no roteiro, dedicado ao mês das bruxas. O embarque para a aventura é realizado todos os sábados, às 20h.

Conta a lenda popular que Antônia Maria foi uma bruxa expulsa de Portugal após ter sido denunciada ao Tribunal do Santo Ofício por praticar artes mágicas e sortilégios, sendo presa, em 27 de agosto de 1712 e em 1714. Ela veio para o Recife e morou no bairro de Santo Antônio, onde ganhou fama de feiticeira.

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Entre as acusações da ‘bruxa’, estão invocação do demônio, pacto expresso com o diabo e erro no entendimento contra a Santa Fé Católica. Em seu depoimento, Antônia afirmou que foi iniciada nas artes mágicas por sua mãe e por uma amiga –  chamada Joana de Andrade, também presa e condenada pelo Santo Ofício.

No passeio, a personagem divide a cena com lendas já bastante conhecidas entre os pernambucanos, como o Papa-Figo, o Boca de Ouro e a Emparedada da Rua Nova. Os ingressos para o passeio especial, que tem duração média de uma hora e meia, estão à venda e podem ser adquiridos através do site do Catamaran ou na bilheteria do Catamaran Tours. As vagas são limitadas e os ingressos estão à venda aos valores de R$ 50 para adultos e R$ 30 para crianças até 10 anos.

Catamaran Assombrado

Cais Santa Rita, S/N, Recife/PE

Sábados de outubro | 20h

R$ 50,00 – R$ 30,00 crianças de 8 a 10 anos

Duração: uma hora e meia

(81) 3424.2845

Presentes em muitas culturas, as bruxas são representadas de várias formas diferentes... Originalmente, eram chamadas de bruxas todas as mulheres (sim, apenas as MULHERES) que fossem contra as regras da Igreja, e como tudo o mais que desafiasse suas ordens eram rotuladas como servas do demônio... Originalmente essa denominação se aplicava às praticantes do paganismo europeu que, confrontadas com a expansão do império romano, foram o pivô de muita discórdia, muito confronto e muita injustiça.

Mas o que seriam as bruxas? Mulheres que buscariam fora da fé cristã a cura através das ervas (ao invés de depender apenas da oração), ou o entendimento e solução de problemas na observação da natureza. Esse comportamento era associado à magia e assim sendo, estritamente proibido. Aquelas que assim procedessem eram acusadas de pacto com o demônio (que seria a fonte desses feitos "sobrenaturais") e queimadas. Posteriormente, porém, qualquer "desvio de conduta" passava a ser considerado indício de bruxaria e poderiam levar essas mulheres à morte... fosse porque elas riam alto demais, fosse porque surgisse uma verruga no nariz dessa mulher, fosse porque uma marca ou sinal de nascença tivesse um formato suspeito... qualquer coisa poderia levar uma mulher à acusação de feitiçaria e consequentemente à sua morte. É daí que vem o termo "caça às bruxas", procurar culpa a todo custo e destruir aquilo que se acredita ser culpado.

O fascínio causado pela figura da bruxa, entretanto, vai além disso. Elas representam a ligação do homem (espécie humana) com a natureza de forma visceral, instintiva... elas recuperam o elo de que abrimos mão quando nos tornamos civilizados. Ao longo dos séculos, criamos histórias sobre essas mulheres e ensinamos os nossos jovens a temê-las... demos a elas aspecto assustador e até macabro, mas nunca deixamos de ver nelas algo de poderoso e admirável.

E como a mídia fica nisso tudo? Todas essas histórias de bruxas surgem na forma de filmes, seriados, quadrinhos e todo o tipo de versão dessas personagens. Vejamos algumas delas, mas adianto que não vamos falar de Harry Potter. Não por não gostar ou não admirar a saga do "garoto que sobreviveu", mas porque ele foge muito ao nosso ponto de análise de hoje. Além disso, precisaríamos de muito mais espaço e tempo para tratar de qualquer assunto da saga do sr. Potter. Quem sabe não fazemos isso um outro dia?

1) A Feiticeira

O seriado do final da década de 60 chamado no Brasil de "A Feiticeira" mostrava as bruxas como sendo de uma raça de seres com poderes mágicos que vive por centenas de anos. Esse seriado não abordava a origem da magia ou o que criou essa raça de seres super poderosos, sendo apenas uma comédia de situações onde um casal suburbano lida com o casamento e os conflitos com a família "peculiar" da esposa. A magia é sempre elemento de segundo plano, eventualmente criando a complicação que motiva o episódio. Pior do que isso é ver que a magia é uma metáfora para a força feminina da qual Samantha (personagem principal) deve abrir mão para satisfazer a vontade de seu marido. Um conto sobre ajustamento da família modelo clássica americana.

2) The Craft

Nesse filme de 1996, chamado no Brasil de "Jovens Bruxas", vemos uma perspectiva das bruxas como praticantes que buscam pela magia através de antigos livros sobre mágica, rituais, dedicação e sacrifício. O talento pessoal de cada uma delas é desenvolvido e elas se deparam com as questões éticas retratadas na wicca (religião pagã derivada dos adoradores europeus medievais) quando enuncia em uma de suas leis: "sem fazer o mal ao outro, realiza a tua vontade".

3) Charmed

Nesta série de tv lançada no ano de 1998, chamada no Brasil de "Jovens Bruxas" (no rastro do sucesso do filme citado aí em cima), temos a família Halliwell, descendentes da bruxa Melinda Warren, morta na cidade de Salem pela caça às bruxas ocorrida naquela cidade no século XVII. Melinda teria repassado às suas descendentes poderes mágicos que a cada geração cresceram e foram complementados pelo estudo e pesquisa realizado pelas bruxas da família. As protagonistas da série são três irmãs profetizadas como o ápice da magia no mundo... as encantadas ("charmed ones" no original). A trama dessa série mostra as bruxas como seres do bem que usam seus poderes, poções, encantamentos e mesmo a luta corpo a corpo contra as forças do mal (sejam bruxas mal intencionadas, demônios, feiticeiros, vampiros, etc.).

4) Practical Magic

Lançado em 1998, o filme "Da Magia à Sedução" (como foi pobremente traduzido no Brasil) mostrava as bruxas da família Owens que da mesma forma como no seriado "Charmed" são as descendentes de uma bruxa condenada à morte. Essa bruxa, porém, amaldiçoou as gerações futuras contra o amor, que segundo ela seria a fonte de todo o sofrimento. Suas descendentes também herdaram seus talentos para a magia, na forma de captar e influenciar os pensamentos de outras pessoas, sentir e afastar presenças sobrenaturais, produzir poções mágicas e assim por diante. O enredo é na verdade um conto de como o verdadeiro amor supera tudo, até mesmo as piores maldições (que Sandra Bullock destrói ao encontrar o amor de sua vida).

5) Witches of East End

Série lançada em 2013, traz uma percepção bem diferente do usual sobre as bruxas: nesta histórias as bruxas (e os "warlocks", ou bruxos, ou feiticeiros...) são membros da realeza de Asgard (o reino dos deuses da mitologia nórdica), onde a magia é comum. Na trama muito é mantido como mistério, mas a vinda desses bruxos e bruxas para este mundo se deu centenas de anos atrás, fugindo de uma grande guerra. Nesta terra, sua preocupação maior não é com o bem ou o mal, mas apenas a sua sobrevivência (que gira muito em não terem sua real natureza descoberta pelos "mortais").

Seja pela busca de poder, seja pela herança familiar, por pertencer a uma linhagem real ou pela explicação que se dê, o padrão constante é que as bruxas são personagens ligados com a nossa relação com a natureza e com as forças que nos cercam. Toda história de bruxa mostra esse poder como base... mesmo que seja um poder incompreendido. Mas vivemos em tempos de tolerância e de mentes mais abertas... tempos em que até uma das mais famosas bruxas dos contos de fadas teve sua história contada pelo seu ponto de vista: Malévola!

E caso você esteja se perguntando... aquela imagem lá em cima se refere a uma das mais clássicas imagens ligadas às bruxas: o voo em vassouras. Parte da lenda das bruxas diz que elas usam suas vassouras para voar como ligação com o universo feminino submisso, preso às tarefas do lar (da limpeza da casa, assim como o caldeirão que a liga com o ato de cozinhar para a família)... outras interpretações da lenda, entretanto, defendem que a bruxa usa a vassoura como forma de "varrer" seu rastro do céu para que sua passagem não seja percebida.

De uma forma ou de outra, hoje nos parece um pouco cômico.

O canal FX acabou de divulgar mais um teaser de American Horror Story. A terceira temporada intitulada de “Coven”, irá tratar das bruxas de New Orleans. Os primeiros teasers não mostraram claramente as bruxas, mas veja o vídeo a baixo que já cmeça a mostrá-las como se estivessem na época da inquisição e mais ainda, a magia negra.

Ryan Murphy, produtor da série, contou que este não era o seu assunto favorita para este novo ano: “Eu queria fazer uma season inteira sobre Charles Manson. Mas acabamos desistindo de ideia em respeito às vitimas, e também por conta dos direitos autorais. Então, eu tive que partir para outra ideia que era falar sobre as bruxas de New Orleans”.

Sobre o elenco, podemos garantir que: Emma Roberts, Taissa Farmiga, Gabourey Sidibe, Jessica Lange, Kathy Bates, Evan Peters, Sarah Paulson, Frances Conroy, Lily Rabe, Dennis O’Hare, Angela Bassett, Patti LuPone e Grey Damon, estarão nesta temporada. E confesso que sentimos falta de Zacary Quinto, tomara que ainda dê tempo.

O que podemos adiantar sobre os personagens, é que Jessica Lange interpretará Fiona, uma bruxa extremamente perigosa. Fiona será mãe de Cordelia, que será vivida por Sarah Paulson. Agora se Cordelia será má, a gente ainda não sabe, mas a atriz garantiu que está temporada terá mais diversão que as anteriores.

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Sobre o elenco, podemos garantir que: Emma Roberts, Taissa Farmiga, Gabourey Sidibe, Jessica Lange, Kathy Bates, Evan Peters, Sarah Paulson, Frances Conroy, Lily Rabe, Dennis O’Hare, Angela Bassett, Patti LuPone e Grey Damon, estarão nesta temporada. E confesso que sentimos falta de Zacary Quinto, tomara que ainda dê tempo.

O que podemos adiantar sobre os personagens, é que Jessica Lange interpretará Fiona, uma bruxa extremamente perigosa. Fiona será mãe de Cordelia, que será vivida por Sarah Paulson. Agora se Cordelia será má, a gente ainda não sabe, mas a atriz garantiu que está temporada terá mais diversão que as anteriores.

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