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Um incêndio que começou durante uma missa neste domingo (14) em uma igreja copta em um bairro popular do Cairo matou 41 pessoas, atingindo a maior comunidade cristã do Oriente Médio, com entre 10 e 15 milhões de fiéis no Egito.

"O ar condicionado de uma sala de aula no segundo andar do edifício onde se encontra a igreja sofreu uma pane e liberou uma grande quantidade de fumaça, que foi a causa principal das mortes e ferimentos", explicou o Ministério do Interior.

A Igreja Copta Egípcia informou "41 mortos e 14 feridos", citando "fontes do Ministério da Saúde", em um comunicado publicado em sua conta no Facebook.

O incidente aconteceu na igreja Abou Sifine, no bairro popular de Imbaba, nomeada em homenagem a São Mercúrio de Cesareia, reverenciado pelos coptas.

Um dos caminhões dos bombeiros ocupava quase toda a largura da rua da igreja neste bairro densamente povoado da margem esquerda do Nilo.

A igreja encontra-se no piso térreo do edifício, que também abriga um centro de serviços sociais.

- "Procurar as crianças" -

Reda Ahmed, moradora do bairro e vizinha da igreja, contou que "os vizinhos se organizaram para procurar as crianças".

Mas, segundo disse à AFP, "aqueles que saíam não podiam mais voltar porque o incêndio ficou muito grande".

O fogo foi controlado mais tarde, segundo as autoridades.

Um pouco mais adiante, o padre Farid Fahmy, religioso oficiante na igreja vizinha de Mar Yemina, afirmou que "o incêndio começou por causa de um gerador ligado após uma queda de energia e que sofreu sobrecarga".

O Ministério Público anunciou que abriu uma investigação e enviou uma equipe ao local, enquanto o Ministério da Saúde indicou ter enviado dezenas de ambulâncias.

"Mobilizei todos os serviços estatais para garantir que todas as medidas sejam tomadas", reagiu o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, em sua conta no Facebook.

Sissi também anunciou que "apresentou suas condolências por telefone" ao papa copta Tawadros II, chefe da comunidade cristã no Egito desde 2012.

A Igreja Ortodoxa Copta tornou-se mais visível no cenário político sob a liderança de Tawadros II, um defensor declarado de Sissi, o primeiro presidente do Egito a participar da missa de Natal Copta todos os anos, enquanto seus predecessores enviavam representantes.

Na megalópole do Cairo, onde milhões de egípcios vivem em assentamentos informais, incêndios acidentais não são incomuns.

De maneira mais geral, o Egito, dotado de infraestruturas precárias e mal conservadas, sofre regularmente incêndios mortais em suas várias províncias.

Em março de 2021, pelo menos 20 pessoas morreram em um incêndio em uma fábrica têxtil na periferia leste do Cairo.

Em 2020, dois incêndios em hospitais tiraram a vida de quatorze pacientes com covid-19.

Embora numerosos, os coptas se consideram sub-representados na política e em cargos públicos e lamentam uma legislação muito restritiva para a construção de igrejas e muito mais liberal para mesquitas.

O assunto é delicado e o ativista copta de direitos humanos Patrick Zaki passou recentemente 22 meses na prisão por "divulgar informações falsas" sobre um artigo que expunha as violações dos direitos dos cristãos no Egito.

Os coptas também sofreram represálias dos islâmicos, principalmente após a derrubada por Sissi em 2013 do presidente islamita Mohamed Mursi, com igrejas, escolas e casas incendiadas.

Sissi nomeou recentemente pela primeira vez na história um juiz copta para chefiar o Tribunal Constitucional.

Já comprou a passagem aérea para conhecer a capital do Egito e ainda não sabe como montar o seu roteiro? Não se preocupe, preparamos um artigo especialmente para você.

Vamos te mostrar os principais pontos turísticos deste destino incrível para que você não deixe de conhecer nenhum e confira se o seu pacote de viagens já tem todos eles.

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Dezenas de tumbas raras foram encontradas por egiptólogos no Delta do Rio Nilo, anunciou o Governo egípcio nessa terça-feira (27). Datadas de mais de 5.000 anos, elas são das eras pré-dinásticas, quando os faraós ainda nem comandavam seus impérios.

As descobertas em Dakahlia, no norte do Cairo, vão ajudar a compreender a transição política do antigo Egito. Do total, 37 tumbas são do período da passagem dos hicsos pela região, entre 1650 e 1500 aC, quando migrantes da Ásia Ocidental controlaram o país e encerraram o Império Médio.

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"Os egiptólogos estão trabalhando para entender como os egípcios e os hicsos viviam juntos e em que grau os primeiros adotaram as tradições egípcias", comentou a egiptóloga da Universidade Americana do Cairo, Salima Ikram.

Outros 68 túmulos são do período Buto, que iniciou por volta de 3300 aC, e mais cinco do período Naqada II, que continham alguns vasos. A era Naqada II antecedeu o surgimento da primeira dinastia egípcia por volta de 3100 aC, calcula o Ministério do Turismo e Antiguidades.

"A missão também encontrou um grupo de fornos, fogões, restos de fundações de tijolos de barro, vasos de cerâmica e amuletos, especialmente escaravelhos, alguns dos quais feitos de pedras semipreciosas e joias como brincos", destaca o comunicado.

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As múmias de 22 reis e rainhas do Egito antigo vão protagonizar um "desfile de faraós" sem precedentes no sábado (3), entre o Museu do Cairo, onde repousam há mais de um século, e o Museu Nacional da Civilização Egípcia (NMEC), ao sul da capital, que será inaugurado em 4 de abril.

No sábado, antes do cair da noite, 22 múmias reais - 18 reis e quatro rainhas -, serão transportadas em ordem cronológica, cada uma a bordo de veículos com decorações típicas da época dos faraós, identificados com o nome do soberano.

O trajeto de cerca de sete quilômetros terá duração de 40 minutos e contará com importantes medidas de segurança.

O cortejo será liderado pelo faraó Sekenenré Taá (século XVI a.C.), da 17ª dinastia, e será encerrada por Ramsés IX (século XII a.C.), da 20ª. Mais conhecidos do grande público, Ramsés II e Hatshepsut também farão parte deste grande "desfile dourado dos faraós".

O evento também contará com um show musical transmitido ao vivo pela televisão egípcia.

A maioria das 22 múmias, descobertas perto de Luxor, no sul do Egito, a partir de 1881, não saiu do museu no centro do Cairo, localizado na famosa Praça Tahrir, desde o início do século XX.

Desde a década de 1950 estão expostas, lado a lado, em uma pequena sala, sem muitas explicações ao visitante.

No sábado, para serem transportadas, serão colocadas em uma espécie de embalagem que contém nitrogênio, em condições muito semelhantes às das urnas em que estão no museu. Os veículos que irão transportá-las também possuem um mecanismo para evitar impactos.

No NMEC, a partir de 18 de abril, serão exibidas em urnas mais modernas, "com controle de temperatura e umidade mais aperfeiçoado que o do antigo museu", explicou à AFP Salima Ikram, professora de egiptologia da Universidade Americana do Cairo e especialista em mumificação.

As múmias serão apresentadas individualmente, ao lado de seus sarcófagos, em um ambiente que lembra as tumbas subterrâneas dos reis, e cada uma terá uma biografia. Em alguns casos, as tomografias que foram realizadas também serão exibidas.

"Pela primeira vez, as múmias serão apresentadas de uma maneira bonita, para fins educacionais", disse à AFP o egiptólogo Zahi Hawass.

Segundo o especialista, o ambiente macabro que cercava as múmias no Museu do Cairo assustou mais de um visitante.

"Jamais esquecerei quando levei (a princesa) Margaret, irmã da Rainha Elizabeth II, ao museu, ela fechou os olhos e saiu correndo", lembrou.

Passados anos de instabilidade política após a revolta popular em 2011, que afetou gravemente o turismo no país, o Egito procura uma maneira de recuperar os estrangeiros.

O NMEC e o Grande Museu Egípcio (GEM), próximo às pirâmides, que serão inaugurados nos próximos meses, fazem parte dessa estratégia.

- "A maldição dos faraós" -

O GEM abrigará as coleções faraônicas do museu do Cairo, incluindo o famoso tesouro do rei Tutancâmon.

Descoberto em 1922, seu túmulo preservou a múmia do jovem rei e vários objetos de ouro, marfim e alabastro.

Mas por que não exibir as múmias neste museu?

"O GEM já tem o rei Tutancâmon, a estrela. Se múmias não forem deixadas no NMEC, ninguém virá visitá-lo", argumenta Hawass.

Enquanto aguardam o desfile inédito de sábado, as redes sociais estão repletas de mensagens que falam da "maldição dos faraós".

Vários internautas relacionaram as recentes catástrofes ocorridas no Egito a uma "maldição" causada pela transferência dos antigos reis.

Em uma semana, o Egito experimentou o bloqueio do Canal de Suez por um cargueiro gigantesco, um acidente de trem que deixou 18 mortos e um incêndio em um prédio no Cairo com 25 mortos.

A "maldição dos faraós" também foi mencionada pela imprensa por volta de 1920, após a descoberta da tumba de Tutancâmon, quando membros da equipe de arqueólogos morreram em circunstâncias misteriosas.

Dezoito pessoas morreram neste sábado na queda de um prédio no Cairo, informou o jornal estatal Al-Ahram. O imóvel, de nove andares, estava localizado no bairro popular de Gesr Suez.

"O governador Khaled Abdel Aal foi imediatamente até o local, acompanhado de funcionários da Defesa Civil", anunciou seu gabinete.

Vários prédios desabaram no Egito nos últimos anos, devido à sua idade e ao desrespeito à legislação urbanística.

As autoridades egípcias anunciaram, neste domingo (20), que 14 sarcófagos com cerca de 2.500 anos de antiguidade foram encontrados no fundo de um poço na necrópole de Saqqara, no sudoeste do Cairo.

Esta nova descoberta, ocorrida na sexta-feira (18), soma-se à de outros 13 sarcófagos há uma semana, neste mesmo local, informou o Ministério de Antiguidades em um comunicado. Localizado a 25 km ao sul das pirâmides do planalto de Gizé, o sítio de Saqqara é uma vasta necrópole, na qual se destaca a famosa pirâmide de degraus do Faraó Djoser, a primeira da era faraônica.

Este monumento, construído por volta de 2.700 a.C. pelo arquiteto Imhotep, é considerado uma das obras mais antigas do mundo. As imagens bem preservadas do sarcófago mostram motivos marrons e azuis, bem como numerosas inscrições hieroglíficas.

Nos últimos anos, as autoridades egípcias têm anunciado descobertas arqueológicas com bastante frequência, com o objetivo, entre outros, de reavivar o turismo. Muito importante para a receita do país, o setor se viu bastante afetado, tanto pela instabilidade política, quanto pelos ataques posteriores à revolução de 2011, a qual derrubou Hosni Mubarak do poder. Mais recentemente, a pandemia da covid-19 se somou a essa lista.

No Egito, país de 100 milhões de habitantes, onde quase um terço da população vive abaixo da linha da pobreza, as crianças de rua ocupam o menor nível da escala social e estão expostas não apenas ao coronavírus, mas também aos abusos verbais, físicos e sexuais.

A Covid-19 avança no país ao ritmo de 900 contágios diários. Desde o início da pandemia, o Egito registrou 84.000 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 4.000 mortes.

As crianças catam lixo dia e noite, trabalham em estacionamentos ou pedem algumas moedas em troca de lenços de papel.

Algumas vivem com as famílias nos bairros pobres da capital, outras não têm casa e brigaram com os parentes, mas muitas frequentavam escolas, afirma a pesquisadora Mariam Hichem.

Em 2014, as autoridades calcularam que o país tinha quase 16.000 crianças nas ruas, mas o dado é subestimado, afirma Jonathan Crickx, diretor de comunicação do escritório local do Fundo nas Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

As crianças de rua geralmente vêm de várias gerações, a maioria delas sem registro no arquivo civil, o que dificulta as estatísticas.

O programa nacional "Atfal Bala ma'wa" ("Crianças sem lar"), iniciado em 2016 com 17 unidades móveis, tem por objetivo "integrá-las e fazer com que abandonem os comportamentos das ruas", explica Mohamed Chaker, alto funcionário do ministério da Solidariedade Social.

No fim de março, as escolas do Egito interromperam as aulas para lutar contra o vírus. Além disso, a pandemia afeta a ajuda humanitária destinada às crianças. E a recessão econômica provocou uma redução do financiamento das associações, segundo o Unicef.

Obrigados a limitar suas atividades noturnas, em particular durante o toque de recolher em vigor entre março e junho, as ONGs e o ministério enfatizam os serviços médicos que podem prestar.

No fim de junho, as autoridades decidiram reabrir parcialmente as mesquitas, cafés e restaurantes, centros culturais e suspenderam o toque de recolher. Embora as medidas possam ter beneficiado as crianças, o fechamento de mesquitas fora do horário de oração afetou sua vida cotidiana, afirma Chaker.

Graças às áreas de água acessíveis a todos, estes locais representam pontos vitais para as crianças, já que proporcionam o mínimo de higiene diária.

Em um período incerteza, os menores de idade são vulneráveis à doença e, com frequência, são alvos de ações das autoridades, afirma Hichemm, que considera limitada a iniciativa "Atfal Bala ma'wa".

O Estado, que se dedica sobretudo a "erradicar o fenômeno", não ajuda realmente as crianças, afirma.

A legislação contra a mendicância as coloca na ilegalidade e a adoção de novas medidas de saúde pode aumentar o risco de detenção, adverte a pesquisadora.

O artista francês-tunisino El Seed criou um imenso mural no Manshiyat, bairro da periferia do Cairo, no Egito. Batizado de "Percepção", a obra que está dividida em 50 edifícios é, segundo o autor, um convite para que as pessoas pudessem ver além da aparência física da área.

O mural levou três semanas para ser concluído e contou com a ajuda de mais de vinte pessoas. Mas para executá-lo, El Seed precisou burlar as leis. É que esse tipo de expressão artística foi considerada ilegal já que, segundo o governo local, o artista ilustrou os prédios de tijolos sem antes entrar em contato com as autoridades egípcias.

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Com o auxílio de algumas plataformas, andaimes e muitas latas de spray, El Seed contou ao site Hypeness que a equipe chegava de manhã e ia embora por volta das 20h. Apenas um padre local sabia o que estava acontecendo, já que o artista também quis proteger a comunidade e as pessoas envolvidas na ousada iniciativa.

Imagem noturna do mural no bairro de Manshiyat | Foto: Reprodução / Instagram: @elseed

Agora, totalmente concluída, a arte permanecerá viva pelo tempo que o governo permitir, trazendo a essência da arte de rua: a efemeridade.

por Junior Coneglian

O promotor-geral do Egito, Hamada al-Sawi, ordenou nesta quinta-feira (16) a libertação de cinco funcionários da agência de notícias turca Anadolu, presos na terça-feira na redação do veículo no Cairo por supostamente divulgar "fake news".

Os três detidos egípcios pagarão uma fiança de cerca de US$ 630 (R$ 2.643) para deixar a cadeia. Os dois outros, ambos cidadãos turcos, serão deportados, segundo uma autoridade egípcia. (Com agências internacionais).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças de segurança do Egito invadiram ontem a redação da agência de notícias turca Anadolu, no Cairo, capital do país, e prenderam cinco pessoas, entre elas um cidadão turco.

A ação contra a Anadolu, principal agência de notícias da Turquia, ocorre em meio ao crescimento das tensões entre os dois países por causa da intervenção do governo turco no conflito da Líbia. Os jornalistas serão investigados por "difundir notícias falsas". 

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Ao menos 19 pessoas morreram e várias ficaram feridas em um acidente de trânsito no Cairo, onde um veículo em grande velocidade bateu em três carros e provocou uma grande explosão.

O ministério do Interior informou que o veículo que provocou o acidente viajava na contramão.

Khaled Megahed, funcionário do ministério da Saúde, afirmou que pelo menos três feridos estão em condição crítica.

No ano passado, 3.000 pessoas morreram em acidentes rodoviários ou ferroviários no Egito, de acordo com números oficiais.

A companhia aérea britânica British Airways anunciou neste sábado (20) que estava suspendendo seus voos para o Cairo por sete dias como medida de precaução após analisar questões de segurança.

"Estamos constantemente revisando nossos acordos de segurança em todos os nossos aeroportos ao redor do mundo, e suspendemos os voos para o Cairo por sete dias como precaução para permitir uma avaliação mais profunda", disse a companhia em comunicado.

O primeiro presidente eleito democraticamente do Egito, Mohamed Mursi, foi enterrado discretamente nesta terça-feira (18), enquanto aumentam os pedidos por uma investigação sobre as causas de sua morte, depois que ele desmaiou durante uma audiência em um tribunal do Cairo.

Mursi, que faleceu na segunda-feira (17) de modo súbito depois de passar seis anos na prisão, foi sepultado nesta terça-feira em Medinat Nasr, um bairro da cidade do Cairo.

"Foi sepultado em Medinat Nasr (...) na presença de sua família. As orações fúnebres ocorreram no hospital da prisão de Tora", para onde Mursi foi levado após desmaiar no tribunal, disse o advogado Abdelmoneim Abdel Maksud.

O advogado explicou que parentes lavaram o corpo de Mursi e rezaram os últimos ritos na manhã de terça-feira no Hospital Leeman Tora.

O centro médico fica perto da penitenciária na qual o primeiro presidente civil do Egito, uma figura de destaque da Irmandade Muçulmana, ficou preso durante seis anos em regime de isolamento, o que deteriorou sua saúde.

Maksud disse à AFP que o enterro contou com a presença de apenas 10 membros da família e de algumas pessoas muito próximas a Mursi.

Os jornalistas foram impedidos de entrar no cemitério, que fica na mesma área em que aconteceu o maior massacre da história moderna do Egito, a repressão de agosto de 2013 de um protesto islamita na Praça Rabaa, semanas depois da destituição de Mursi pelo exército. Mais de 800 pessoas morreram em apenas um dia.

Mursi, do movimento Irmandade Muçulmana, primeiro presidente eleito democraticamente do Egito, em 2012, destituído em 2013 pelo atual chefe de Estado, o general Abdel Fatah al Sisi, morreu durante uma audiência em um tribunal do Cairo.

Segundo fontes das forças de segurança e judiciais, o ex-presidente depôs no tribunal antes de desmaiar. Ele chegou a ser levado para um hospital, onde faleceu.

A rede de televisão estatal informou que a morte foi causada por parada cardíaca.

"O tribunal concedeu o direito de falar durante cinco minutos. Ele caiu no chão e foi levado rapidamente para o hospital, onde morreu", afirmou o Ministério Público em um comunicado.

"Chegou a o hospital exatamente às 16H50 e não tinha ferimentos visíveis no corpo", completa a nota.

Mursi, um engenheiro de 67 anos procedente de uma família de agricultores, foi preso após sua destituição e julgado em vários casos, incluindo um de espionagem em favor do Irã, Catar e grupos militantes, como o Hamas, em Gaza.

Ele também foi acusado de fomentar atos de terrorismo

- HRW e AI pedem investigação -

A Anistia Internacional (AI) pediu às autoridades egípcias a abertura de uma "investigação imparcial, exaustiva e transparente" sobre a morte.

A Human Rights Watch (HRW) fez o mesmo pedido e afirmou que Mursi sofreu com anos de "acesso insuficiente ao atendimento médico".

"O Conselho de Direitos Humanos da ONU deveria estabelecer uma investigação sobre as graves violações dos direitos humanos que estão acontecendo no Egito, incluindo os maus-tratos generalizados nas prisões e a morte de Mursi", afirmou a HRW.

Em março de 2018, um grupo de parlamentares britânicos advertiu que as condições de detenção de Mursi não cumpriam com as normas internacionais e poderiam levar a sua "morte prematura". Outros líderes da Irmandade Muçulmana também faleceram sob custódia.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan Erdogan, aliado do ex-presidente, imediatamente prestou homenagem ao colega, chamando-o de "mártir".

"A História não esquecerá dos tiranos que o levaram à morte, prendendo-o e ameaçando executá-lo", disse Erdogan em um discurso na televisão em Istambul.

O Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, também acusou as autoridades egípcias de "lento assassinato", denunciando as "más condições" de detenção de Mursi.

Um egípcio foi condenado à morte por enforcamento neste domingo por um atentado suicida em 2017 reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), que matou 10 pessoas em uma igreja no Cairo, informou uma fonte judicial.

Armado com fuzis, munição e uma bomba que ele pretendia explodir na Igreja de St. Mina em Helwan, no sul do Cairo, o homem abriu fogo perto do local de culto.

Dez pessoas foram mortas, incluindo um policial, durante o ataque à minoria cristã copta.

O homem foi condenado pelo "assassinato de nove coptas e um policial", "posse de armas" e "formação de um grupo terrorista ligado ao EI", disse a fonte.

Outro homem, em fuga, também foi condenado à morte in absentia, acrescentou. Duas pessoas foram condenadas à prisão perpétua, quatro outras a dez anos, duas a três anos. Um acusado foi absolvido.

Todos os condenados poderão recorrer ao tribunal de cassação.

Desde 2016, mais de 100 pessoas foram mortas em ataques reivindicados pelo EI contra a minoria ortodoxa copta.

A maior comunidade cristã no egyptriente Médio, representa cerca de 10% de uma população de quase 100 milhões.

O último ataque a cristãos remonta a novembro de 2018, quando sete pessoas foram mortas em um ataque reivindicado pelo EI contra um ônibus que transportava fiéis retornando de uma peregrinação a Minya, ao sul do Cairo.

Desde a destituição pelo exército do islamita Mohamed Morsi em 2013, as forças de segurança têm combatido grupos extremistas, incluindo o EI, principalmente no Sinai (nordeste).

Centenas de pessoas acusadas de terrorismo foram presas e sentenciadas.

ONGs de defesa dos direitos humanos acusam o regime de muitas vezes recorrer à tortura e não garantir julgamentos justos para os processados.

De acordo com um relatório da Anistia Internacional publicado em abril, o Egito aparece em sexto lugar no ranking mundial em termos de condenações à morte em 2018, com pelo menos 43 pessoas executadas.

O Egito revelou neste sábado uma tumba colorida de um alto integrantes da 5ª dinastia de faraós, que reinou cerca de 4.300 anos atrás.

O túmulo, perto de Saqqara, uma vasta necrópole ao sul do Cairo, pertencia a um alto oficial chamado Khuwy, um nobre da época.

A tumba é em forma de L, "com um corredor inicial que leva primeiro a uma antecâmara e de lá à câmara mortuária, com ricos relevos que mostram o corpo sentado a uma mesa com oferendas", explicou o chefe da equipe arqueológica que fez a descoberta, Mohamed Megahed, em um comunicado.

O ministro das Antiguidades, Khaled al Enani, disse a um painel de embaixadores que a tumba foi descoberta no mês passado.

Construída quase inteiramente com tijolos de argila branca, a tumba tem um projeto arquitetônico inspirado nas pirâmides da época destinadas à realeza, explicou o texto.

A equipe de escavação desenterrou outros túmulos pertencentes à Quinta Dinastia, bem como uma coluna de granito dedicada a uma das grandes rainhas da época, Setibhor, que se acredita ter sido a esposa do Rei Djedkare Isesis, o oitavo e penúltimo rei dessa linhagem.

O fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, conhecido como Shawkan e preso desde 2013 por cobrir a repressão de uma manifestação islâmica no Cairo, foi libertado nesta segunda-feira (4), informou seu advogado.

"Ele saiu às 06h00 (01h00 no horário de Brasília) da delegacia de Al Haram [perto da pirâmide de Gizé] e está em sua casa", disse o advogado Taher Abul Nasr à AFP.

Nas primeiras horas desta segunda-feira circularam nas redes sociais fotografias de Shawkan, de 31 anos, sorridente.

Em setembro passado ele foi condenado a cinco anos de prisão, tempo que coincidia com o período em que estava preso.

No entanto, foi mantido na prisão por vários meses além de sua sentença, pois sua situação não havia sido regularizada pela administração penitenciária.

Em maio de 2018, o fotojornalista ganhou o prêmio mundial pela liberdade de imprensa da Unesco.

Várias ONGs internacionais lutaram incansavelmente para garantir a libertação de Shawkan, denunciando através de seu caso uma atitude repressiva do poder contra a mídia no Egito.

Fotos de Shawkan atrás das grades, com as mãos na frente do rosto, fingindo segurar uma câmera, circularam maciçamente nas redes sociais, acompanhadas de pedidos de libertação.

O fotógrafo foi preso durante uma manifestação no Cairo a favor dos islamistas expulsos do poder, na Praça Rabaa Al Adawiya.

Após a repressão destes protestos, numerosos confrontos com a polícia ocorreram durante meses, causando centenas de mortes.

Mohamed Mursi, eleito em 2012 após as revoltas de 2011 que puseram fim ao regime de Hosni Mubarak, foi derrubado pelo exército após um ano no poder, após protestos maciços contra ele.

Eleito presidente em 2014 e reeleito em 2018, Abdel Fattah El-Sissi, ex-chefe das Forças Armadas e arquiteto do golpe contra Mursi, é acusado por organizações humanitárias de instituir um regime apoiado pela repressão.

Alaa Hilal, uma dona de casa do Cairo, não consegue superar o medo desde que um cão de rua a mordeu há cerca de um mês, um dos muitos casos envolvendo cachorros errantes, um assunto que tem gerado debate no Egito.

"Saí do carro e dei de cara com um cachorro excepcionalmente grande", conta à AFP a mulher de 38 anos, que mora na zona noroeste da capital. "Ele se aproximou e me mordeu, sem nem sequer latir", acrescenta Hilal, que foi ferida na coxa e precisou ser vacinada.

Além dos monstruosos engarrafamentos, da poluição e acúmulo de lixo doméstico, os cães de rua também são um desafio para o Cairo, uma megalópole de cerca de 20 milhões de pessoas.

Entre 2014 e 2017, o número de mordidas de cães "baladi" (cães de rua no dialeto egípcio) e outros animais errantes passou de 300.000 para 400.000 no Egito, segundo um relatório do Ministério da Agricultura. Nos últimos anos, 231 pessoas morreram desses ferimentos, segundo o mesmo documento.

Apesar de não existirem estatísticas oficiais sobre o número de cães errantes no Cairo ou no Egito, o país teria "mais de 15 milhões", segundo Shehab Abdel Hamid, veterinário e presidente da Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA).

Esta ONG realizou estudos de campo em colaboração com associações locais e internacionais.

Assustados nos bairros animados do centro, esses cães sem dono podem ser barulhentos e agressivos nos becos mal iluminados e cheios de lixo.

Alguns cães, portadores de raiva, são muito perigosos para o homem, porque sua mordida pode ser fatal em 24 horas, ressalta o presidente da SPCA.

Durante o levante popular de 2011, que derrubou o presidente Hosni Mubarak, o fenômeno dos cães vadios aumentou, à medida que os agentes de limpeza pararam de coletar lixo, explica Abdel Hamid.

As lacunas no sistema de coleta de lixo são "a principal causa da crise de cães abandonados no Egito", acredita o veterinário.

- Armas de fogo e venenos -

Por outro lado, as soluções propostas para o problema também são uma fonte de controvérsia.

As autoridades públicas só intervêm caso a caso, "em resposta a reclamações de cidadãos", disse o porta-voz do Ministério da Agricultura, Hamed Abdel Dayem, que não menciona nenhum programa específico para combater o problema.

Alguns governadores prometem uma recompensa àqueles que os capturam para entregá-los aos serviços veterinários.

Por sua parte, os defensores dos direitos dos animais relatam que algumas pessoas recorrem a métodos radicais, como o uso de armas de fogo ou venenos.

Algumas pessoas usam estricnina, uma toxina particularmente criticada pelas ONGs e considerada "inaceitável" para o bem-estar animal pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), da qual o Egito é membro.

Quando perguntado pela AFP, o porta-voz do Ministério da Agricultura limitou-se a afirmar que o Egito não importa substâncias proibidas.

Recentemente, um deputado causou polêmica ao sugerir que esses cães poderiam ser exportados para países asiáticos para fins alimentares.

- Esterilização -

No oeste do Cairo, em pleno deserto, perto das pirâmides de Guiza, o "Refúgio da esperança", uma associação particular, recolhe cães das ruas.

"No começo, seguia páginas no Facebook dedicadas ao resgate de animais", conta à AFP Ahmed Al Shorbagi, chefe da associação.

"Eu salvei uma cadela que chamei de 'Hope' [esperança em inglês] e, quando abri o abrigo, dei a ela o nome", explica o jovem engenheiro elétrico.

Depois de abrir um segundo abrigo, seu projeto atende mais de 250 cães e conta com uma dezena de funcionários. Segundo ele, 40% do financiamento vem de recursos próprios e, o restante, de doações privadas.

"Em vez dos milhões gastos pelo governo para importar veneno", a solução, segundo Shorbagi, seria esterilizar os cães de rua, algo feito por outras cidades afetadas pelo mesmo fenômeno, especialmente no México ou Chile.

"Propusemos ao Ministério da Agricultura que pudéssemos lidar com essa questão gratuitamente como uma associação, mas a ideia foi rejeitada", diz.

O Ministério, no entanto, negou ter se recusado a cooperar com organizações privadas e elogiou seus esforços.

As forças de segurança do Egito desativaram na terça-feira (8) uma bomba colocada em um carro no centro do Cairo, um dia antes da visita ao país do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

A bomba estava em um táxi estacionado em frente ao Banco Misr, em um bairro no centro da capital egípcia. A polícia isolou a área e usou cães farejadores para buscar outros possíveis explosivos.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A atriz egípcia Rania Youssef, de 45 anos, está dando o que falar, mas não por conta do seu trabalho com o entretenimento. Após marcar presença no Festival de Cinema do Cairo, na última quinta-feira (29), Rania foi duramente criticada por ter ido ao evento com um vestido transparente.

Segundo informações do jornal online estatal Al-Ahram Gate, neste sábado (1º), a atriz será julgada em janeiro de 2019 por incitar a imoralidade e promoção ao vício. Se for condenada, Rania Youssef poderá pegar até cinco anos de prisão por ter ido à cerimônia com o look.

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Os operários em andaimes devolvem a vida às muralhas do século XIII da mesquita de Baybars, uma renovação bem-vinda no bairro islâmico do Cairo, afetado por uma degradação que vem crescendo desde 2011.

Interrompidas pela Primavera Árabe e pelos distúrbios políticos e econômicos que a seguiram, as obras de restauração estão sendo retomadas, finalmente, nesta mesquita mameluca, em estado penoso há décadas.

Do outro lado deste bairro, considerado centro histórico, um novo projeto de restauração em torno à mesquita Al Maridani (século XIV) acaba de começar.

Mas a tarefa se anuncia imensa nesta área da capital egípcia, de 32 km2, registrada no patrimônio mundial da Unesco desde 1979, com cerca de 600 monumentos inscritos.

Mesquitas, mausoléus e centenas de residências antigas formam um tecido urbano único no mundo árabe, em torno a uma rede de ruas de terra estreitas, com barracas, cafés e edifícios baixos.

Construções ilegais

O Cairo histórico "é como a pintura de um porta-aviões: quando você acaba um lado, tem que começar tudo de novo no outro", disse Luis Monreal, diretor-geral da Fundação Aga Khan para a Cultura (AKTC), que trabalhou na reabilitação de vários locais do Cairo histórico desde o início dos anos 2000.

No entanto, após 2011, cresceram as destruições das residências antigas, que foram substituídas rapidamente por edifícios de seis a oito andares. Também aumentaram os roubos de objetos históricos nas mesquitas.

E embora os saques e construções ilegais tenham diminuído recentemente, segundo as autoridades, a cidade histórica, no coração de uma metrópole de 20 milhões de habitantes, continua afetada pela poluição atmosférica, cujas partículas ácidas atacam a pedra. Além disso, o lixo das casas se acumula na via pública.

Ante esta situação, a Unesco fez um alerta. Um informe do Comitê do Patrimônio mundial de 2017 urgiu que as autoridades egípcias "tomem todas as medidas necessárias para pôr fim à rápida deterioração" do bairro histórico do Cairo.

O ministro de Antiguidades, Khaled El Enany, visitou as novas obras de restauração em agosto e constatou o mau estado das antiguidades islâmicas. "É um fato", disse, e mencionou o saneamento deficiente.

No Egito, este ministério se beneficia dos rendimentos gerados pelos monumentos. Mas o turbilhão político que se seguiu à queda de Hosni Mubarak em 2011 e ao atentado do grupo jihadista Estado Islâmico contra um avião no Sinai em 2015 afetaram o fluxo de turistas.

Recentemente, o Egito começou a registrar um certo aumento do turismo, tendo registrado 8,2 milhões de visitantes em 2017, segundo dados oficiais. Uma quantidade ainda distante dos 14,7 milhões de turistas de 2010.

A renovação da mesquita de Baybars é paga pelo Cazaquistão (4,8 milhões de euros), e a de Al Maridani, pela União Europeia (1,2 milhão de euros) e pela Fundação Aga Khan (133.000 euros).

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