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Um corredor veloz e mortal percorria as vastas áreas de um deserto com dunas no interior do estado de São Paulo, no Cretáceo inferior, há 135 milhões de anos. O animal, que provavelmente perseguia suas presas, pois era carnívoro, acaba de ser identificado como uma nova espécie de dinossauro brasileiro que habitava a região onde hoje está a cidade de Araraquara. A descoberta, que envolveu pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), foi publicada na revista científica Cretaceus Research.

De acordo com o pesquisador Marcelo Adorna Fernandes, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Ufscar, o dinossauro tinha cerca de 90 cm de altura, 1,5 metro de comprimento e foi identificado a partir das pegadas que deixou em rochas de arenito, usadas para construir as calçadas de Araraquara. As pegadas mostraram que o animal jovem tinha boa adaptação ao clima seco e de dunas correspondente às formações geológicas da região na época.

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O produtor das marcas foi batizado de Farlowichnus rapidus, em homenagem ao pesquisador norte-americano James Farlow, que também era um corredor. Este é o segundo vertebrado identificado no chamado Paleodeserto Botucatu, o grande deserto fóssil que existiu no interior. Em 1981, segundo Fernandes, havia sido descrito o Brasilichnium elusivum, um pequeno mamífero saltador, pelo missionário e paleontólogo italiano Giuseppe Leonardi, também com base nas pegadas de Araraquara.

Agora, foi formalizada a descrição do dino corredor, já que antes havia só a ocorrência informal de dinos terópodes (carnívoros). Segundo o paleontólogo, o ângulo do passo de mais de 170 graus sugere que o bicho deveria estar correndo pelas paleodunas, daí o "rapidus" no nome. "O que o difere dos demais é que o dinossauro produtor dessas pegadas de três dedos, em forma de gota, ou seja, dedos bem juntinhos, possuía o segundo dedo do pé bem maior, mas com uma característica monodáctila, ou seja, apoiava sempre o peso do corpo no dedo mediano, que era o maior dentre os três dedos", explicou.

A descoberta dos pegadas fósseis de Araraquara aconteceu em 1976, quando Leonardi andava pela cidade e viu as marcas em lajes das calçadas. Ele recolheu amostras dos vestígios e os guardou até retornar ao Brasil para concluir a pesquisa. Fernandes vem se debruçando há anos em pesquisas sobre esse farto material, que já foi utilizado também como calçamento em São Carlos e até na capital paulista, em calçadas do Zoológico de São Paulo.

Com o auxílio da esposa, Luciana Fernandes, também pesquisadora, ele descobriu os melhores exemplares de pegadas, possibilitando a descrição formal do autor delas com precisão. "Além disso, encontramos na pedreira São Bento, em Araraquara, diversas trilhas de dinossauros terópodes, desde os menores, que provavelmente eram do tamanho de um pombo, até esse do trabalho que, adulto, poderia atingir 3,5 m de comprimento. Então descobrimos uma série ontogenética, desde os filhotes, até os adultos que habitaram o paleodeserto de Botucatu durante o Cretáceo inferior", disse.

Segundo o pesquisador, o autor da pegadas, Farlowichnus rapidus, poderia ser um noassaurídeo, semelhante ao Vespersaurus, cujos ossos foram encontrados em outra formação geológica, no estado do Paraná. "Fósseis de dinossauros carnívoros são raros no Brasil, talvez pela fragilidade dos ossos em se preservarem ao longo de milhões de ano, mas também em virtude da competição por nicho ecológico entre os predadores de topo que existia por aqui, especialmente crocodilos terrestres de grande porte", disse.

Com a descoberta, o número de dinossauros brasileiros vai crescendo e já são cerca de 30 descritos formalmente. No final do ano passado, uma equipe formada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e de outras universidades brasileiras descreveu e identificou o Ibirania parva, uma espécie de dinossauro herbívoro da família dos gigantescos titanossauros, mas com pouco mais de 5 metros de comprimento, o que o tornou pequeno perto dos parentes pescoçudos.

Os fragmentos fósseis do animal usados para identificar a espécie foram descobertos em 2005 por Marcelo Adorna Fernandes. Ele também foi o primeiro a identificar e descrever um urólito - xixi fóssil de dinossauro - em pedras de Araraquara, naquele que pode ter sido o maior deserto de dunas do planeta. Há muita pesquisa pela frente, segundo Fernandes. "Ainda falta a descrição formal dos ornitópodes (herbívoros)", disse.

A inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que criminosos planejavam um atentado contra o governador Cláudio Castro (PL), sua esposa, Analine Castro, e seus dois filhos. O plano foi descoberto após a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como "Faustão", que ocasionou uma onda de violência na capital carioca.

Após a descoberta do plano de atentado, o Gabinete de Segurança Institucional do Rio de Janeiro reforçou a segurança de Castro e sua família. Segundo o governo estadual, serão feitas investigações rigorosas para identificar os mentores da elaboração do ataque contra o chefe do Executivo.

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Rezende tinha 24 anos e morreu em um confronto com policiais civis em uma comunidade de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, nesta segunda-feira, 23. No mesmo dia, cerca de 35 ônibus foram queimados na região. Castro anunciou que 12 suspeitos foram detidos e iriam ser mandados para presídios federais de outros estados por "praticarem atos terroristas".

O governador do Rio classificou a morte de Faustão como um "duro golpe em uma das maiores milícias da zona oeste do Rio".

Leia a nota do governo do Rio de Janeiro:

"O Governo do Estado do Rio de Janeiro informa que o Gabinete de Segurança Institucional reforçou a segurança do governador Cláudio Castro e de sua família após o setor de inteligência da Polícia Civil identificar um plano de atentado contra ele, a primeira-dama e seus dois filhos.

O plano foi descoberto após ataques da milícia na Zona Oeste da Capital a partir da morte de Matheus da Silva Rezende, o "Faustão", apontado como o segundo homem na hierarquia de um grupo de milicianos que atua naquela área. Matheus, que é sobrinho do chefe da facção, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi detido durante operação da Polícia Civil na manhã de segunda-feira (23/10).

As informações seguem sob rigorosa investigação para que os autores sejam identificados e punidos".

Cientistas brasileiros descobriram uma nova espécie de sapo no Parque Estadual da Serra Negra, em Itamarandiba, em Minas Gerais. Chamada de Crossodactylodes serranegra, a espécie foi encontrada no topo de uma montanha da Serra do Espinhaço e, acredita-se, que viva apenas naquela região, conhecida pela riqueza de sua biodiversidade.

O trabalho, publicado em junho na revisa Herpetologica, foi feito por pesquisadores do Instituto de Biociências da Unesp Rio Claro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Kent, no Reino Unido, e do Instituto Biotrópicos. A descoberta é importante para o conhecimento da biodiversidade brasileira e também para embasar eventuais ações de conservação.

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"Ao conhecermos melhor a real biodiversidade, através do conhecimento do maior número possível de espécies, podemos investir de forma mais eficiente em programas de conservação das espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção", explicou o pesquisador Celio Haddad, da Unesp, um dos autores do estudo. "No caso dos anfíbios, é muito comum que possuam substâncias bioativas em glândulas presentes na pele. Essas substâncias têm se mostrado úteis no desenvolvimento de medicamentos. Quanto mais espécies conhecermos, maior as chances de encontrarmos novas substâncias na pele dos anfíbios com potencial farmacológico."

O pequeno sapo tem o corpo de coloração marrom claro e os dedos alaranjados. Ele foi encontrado em um trecho da floresta com características que já se sabiam favoráveis à existência de espécies do gênero Crossodactylodes, com árvores baixas, arbustos, musgos, líquens e alta densidade de bromélias, além de estar localizado a mais de mil metros de altitude. Uma nova espécie de sapo já havia sido descoberta por lá anteriormente, em 2013, o Crossodactylodes itambe.

Desde 2019, foram descobertos nada menos que 50 novas espécies de sapo, acrescentados à Lista de Anfíbios do Brasil, publicada pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH).

"A velocidade de descrições de novas espécies vem crescendo por vários fatores", disse Haddad. "Os principais são o aumento no número de pesquisadores dedicados ao estudo da diversidade de anfíbios brasileiros e o avanço tecnológico que permitiu maior velocidade e precisão na identificação das espécies novas."

A pesquisa que resultou na descoberta do novo anfíbio teve início em 2017, quando a bióloga Izabela Barata, da Universidade de Kent, fazia pesquisa de campo no Parque Estadual da Serra Negra. Durante o trabalho, ela encontrou dois exemplares do sapo de dedos alaranjados e relatou a descoberta a Santos, que suspeitou que pudesse ser uma nova espécie.

A descoberta, porém, não pode ser atribuída ao acaso. A bióloga trabalha com o desenvolvimento de modelagem preditiva e usou a ferramenta para identificar os locais onde a ocorrência de espécies de Crossodactylodes poderia ser mais provável.

Em uma nova etapa do trabalho de campo, em 2018, pesquisadores coletaram novos indivíduos para a realização de análises mais detalhadas. A análise genética e morfológica do material confirmou tratar-se de uma nova espécie.

"A coloração alaranjada dos dedos e a presença de fendas vocais e odontofóros vomerianos, que são estruturas presentes da boca do animal, são algumas características que diferenciam a espécie", explicou Marcus Thadeu Teixeira Santos, principal autor do estudo, em entrevista ao Jornal da Unesp.

"Gonkoken nanoi", uma espécie de dinossauro herbívoro da qual não havia registros no hemisfério sul, foi encontrado na Patagônia chilena, epicentro de importantes descobertas paleontológicas nos últimos anos, anunciaram pesquisadores nesta sexta-feira (16).

Com até quatro metros de comprimento, uma tonelada de peso e um bico semelhante ao de um pato, essa espécie habitou, há 72 milhões de anos, o vale de Las Chinas próximo a Cerro Guido, no extremo sul do Chile, onde outras quatro espécies de dinossauros foram encontradas.

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Os fósseis foram descobertos em 2013 e, posteriormente, os cientistas conseguiram classificá-lo, uma descoberta que apresentaram nesta sexta-feira.

"Eram dinossauros de aparência esbelta, que podiam adotar facilmente tanto uma postura bípede como quadrúpede para alcançar a vegetação tanto no alto como ao nível do solo", descreve Alexander Vargas, diretor da Rede Paleontológica da Universidade do Chile e um dos autores do estudo publicado nesta sexta-feira pela revista Science Advances e apresentado em Santiago.

Esse tipo de réptil também tinha grandes bicos achatados na extremidade, semelhantes aos de um pato, mas com bordas mais cortantes e numerosos dentes com os quais podiam moer, triturar e cortar praticamente qualquer material de origem vegetal, inclusive madeira.

Também possuíam um comportamento sociável e cuidavam de seus filhotes, acrescenta Vargas.

- Descoberta surpreendente -

Os fósseis foram encontrados em uma das encostas do vale do rio de Las Chinas, nas proximidades do parque nacional Torres del Paine, aproximadamente 3.000 km ao sul de Santiago.

Sua descoberta nesse local revela que a Patagônia chilena foi um refúgio para espécies muito antigas de "hadrossauros" - dinossauros herbívoros -, que haviam migrado para o hemisfério sul muito antes de espécies mais avançadas e, inclusive, podem ter chegado à Antártida.

A presença dessas espécies em terras austrais tão distantes é surprendente para os cientistas: "Todas as possibilidades para entender como os seus ancestrais chegaram aqui envolvem grandes distâncias e barreiras marinhas que bloquearam a passagem da maioria das espécies terrestres", afirma Vargas.

O "Gonkoken nanoi" é a primeiro exemplar de uma éspecie deste tipo encontrado no hemisfério sul. Além disso, trata-se da quinta espécie descoberta no Chile depois que o "Chilesaurus diegosuarezi", o "Atacamatitan chilensis", do "Arackar licanantay" e o "Stegouros elengassen" foram identificados nessa mesma região.

A denominação Gonkoken tem sua origem na língua dos Tehuelches do sul, o povo originário que habitou essa região até o final do século XIX e significa "parecido com um pato silvestre ou cisne".

O termo "nanoi" é utilizado em reconhecimento a um antigo trabalhador do rancho de Las Chinas que ajudou na pesquisa, apelidado de "Nano".

Há 40 anos, uma equipe do Instituto Pasteur, na França, descobriu o vírus causador da aids, o que marcou a primeira etapa do combate a uma epidemia que já deixou mais de 40 milhões de mortos.

O "isolamento" do novo vírus foi relatado em 20 de maio de 1983 em um artigo publicado na revista americana Science.

Os autores da descoberta - Françoise Barré-Sinoussi, Jean-Claude Chermann e Luc Montagnier - adotaram um tom cauteloso: o vírus "poderia estar envolvido em várias síndromes patológicas, incluindo a aids", escreveram os virologistas franceses.

A pesquisa sobre a aids estava apenas começando. A doença era nova e representava muitos mistérios.

- "Doença dos quatro H" -

Os primeiros alertas vieram dos Estados Unidos dois anos antes. No verão de 1981, doenças raras como pneumocistose e sarcoma de Kaposi foram relatadas entre jovens homossexuais americanos.

Os médicos se perguntavam por que as infecções "oportunistas" geralmente reservadas para pessoas em estado de saúde frágil apareciam em homens homossexuais jovens e saudáveis.

Especialistas americanos falavam de uma "epidemia entre homens homossexuais e usuários de drogas". A doença não tinha nome e estava se espalhando.

A população haitiana também foi afetada. O termo "doença dos três H" foi cunhado como referência a "homossexuais, usuários de heroína e haitianos".

Logo seria acrescentado um quarto "H": os hemofílicos, também afetados, o que mudou a referência para "doença dos quatro H".

O termo "aids" (síndrome da imunodeficiência adquirida) começou a ser utilizado em setembro de 1982.

- Hipótese do retrovírus -

A causa da aids permaneceu desconhecida. Alguns, como Roberto Gallo, um importante especialista americano em vírus causadores de câncer, procuravam por um "retrovírus".

Do outro lado do Atlântico, em Paris, o laboratório de oncologia viral dirigido por Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, também iniciou a pesquisa.

No início de 1983, o infectologista parisiense Willy Rozenbaum coletou uma amostra de gânglios linfáticos de um paciente em estágio inicial de aids no Hospital Pitié-Salpêtrière.

Sua amostra chegou no dia 3 de janeiro às bancadas do laboratório do Instituto Pasteur. "Comecei a trabalhar", disse Montagnier, falecido em 2022, em seu livro "Sobre vírus e homens".

Com Françoise Barré-Sinoussi e Jean-Claude Chermann, ele detectou um novo retrovírus que foi batizado de LAV para Lymphadenopathy Associated Virus.

"Isolamos o vírus, mostramos que era um retrovírus, mas ainda não tínhamos certeza de que era a causa da aids", disse Barré-Sinoussi à AFP.

- "Ninguém acreditou" -

A publicação da descoberta em maio na revista Science foi recebida com ceticismo, principalmente por Gallo.

A equipe do Pasteur estava cada vez mais certa de que seu LAV era responsável pela aids. Montagnier apresentou dados nesse sentido em setembro de 1983 a alguns especialistas, incluindo Gallo.

"Durante um ano sabíamos que tínhamos o vírus certo (...) mas ninguém acreditou em nós e nossas publicações foram rejeitadas", lembrou Montaigner.

Na primavera de 1984, Gallo apresentou uma série de artigos anunciando a descoberta de um novo retrovírus, o HTLV-3, apresentado como uma "provável causa" da aids. Em 23 de abril, Margaret Heckler, secretária de Saúde dos Estados Unidos, oficializou o anúncio junto com Gallo.

Naquele mesmo dia, Gallo entrou com um pedido de patente nos Estados Unidos para um teste de aids com base em sua descoberta, que foi rapidamente concedido. Um pedido semelhante enviado anteriormente por Pasteur após a descoberta do LAV foi rejeitado.

No entanto, Gallo e Montaigner rapidamente concordaram que HTLV-3 e LAV eram provavelmente o mesmo organismo.

A prova disso apareceu em janeiro de 1985. O novo vírus foi finalmente batizado de HIV, vírus da imunodeficiência humana, em 1986.

A França e os Estados Unidos disputaram a paternidade da descoberta até 1987, data de um acordo bilateral segundo o qual Gallo e Montagnier foram chamados de "co-descobridores" do vírus da aids.

A disputa não era apenas uma questão de honra científica, mas sobretudo financeira, devido aos direitos autorais dos testes de detecção derivados das descobertas.

O verdadeiro epílogo viria em 2008, quando o Prêmio Nobel de Medicina foi concedido aos franceses Montagnier e Barré-Sinoussi "pela descoberta" do HIV.

Cientistas descobriram uma nova e renovável fonte de água na Lua após a análise de amostras trazidas por missão chinesa em 2020. A água estava incrustada em pequenas esferas de vidro formadas em meio à "sujeira lunar" provocada por impactos de meteoritos.

As esferas variam em tamanho - podem ser da largura de um fio de cabelo até a junção de vários. A água é só uma fração pequena, disse Hejiu Hui, da Universidade de Nanjing, que participou do estudo.

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Como existem bilhões, senão trilhões, dessas esferas decorrentes de impactos, isso pode representar quantidades substanciais de água, mas extraí-la seria difícil, de acordo com o grupo que participou da análise. "Sim, vai exigir muitas e muitas esferas de vidro", disse Hui por e-mail. "Por outro lado, há muitas e muitas dessas na Lua."

A produção de água pode ser contínua graças ao constante bombardeio de hidrogênio no vento solar.

As descobertas, publicadas no começo desta semana na revista Nature Geoscience, são baseadas em 32 esferas de vidro selecionadas aleatoriamente pela Missão Chang’e5. Mais amostras serão estudadas, disse Hui.

As esferas, que estão por toda parte na Lua, se formam com o resfriamento do material derretido lançado pelas rochas espaciais. Em futuras missões robóticas, a água pode ser extraída por meio do aquecimento das esferas. Mais estudos, no entanto, são necessários para determinar se isso seria viável e, em caso afirmativo, se seria seguro bebê-la.

Atividade vulcânica

Pesquisas anteriores identificaram água em esferas de vidro formadas pela atividade vulcânica lunar, com base em amostras trazidas para a Terra pelos astronautas que estiveram no satélite há mais de meio século com a Missão Apollo.

O líquido poderia servir não só para futuras tripulações como também para ser usado em combustíveis dos foguetes.

A Nasa, agência espacial norte-americana, pretende levar astronautas de volta à Lua até o fim de 2025. O destino é o polo sul lunar, onde acredita-se que as crateras permanentemente sombreadas estejam cheias de água congelada. Fonte: AP

Um grupo de cientistas descobriu uma passagem escondida de nove metros de comprimento e dois metros de largura na Grande Pirâmide de Gizé, anunciou nesta quinta-feira (2) o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.

O túnel tem um teto triangular e foi "descoberto na face norte da Grande Pirâmide do rei Quéops", disse o ministro do Turismo, Ahmed Issa, em Gizé, o planalto onde fica o mausoléu construído há mais de 4.500 anos.

A descoberta foi realizada graças ao projeto ScanPyramids, uma missão científica internacional que estuda o interior das pirâmides sem a necessidade de escavações. Universidades francesas, alemãs, canadenses e japonesas colaboram com o projeto, além de um grupo de especialistas egípcios.

A missão analisa o interior da pirâmide desde 2015, com tecnologias de ponta que permitem ver através das estruturas. Essas ferramentas conseguem detectar possíveis vazios ou estruturas internas desconhecidas.

Segundo o arqueólogo Zahi Hawass, que chefia o comitê científico responsável, é "muito possível" que o túnel "proteja alguma coisa". "Na minha opinião, protege a verdadeira câmara mortuária do rei Quéops", disse o também ex-ministro de antiguidades do país.

A Grande Pirâmide de Gizé, a maior das três da Necrópole de Gizé, é a última das sete maravilhas do mundo antigo ainda de pé. Com 139 metros de altura e 230 metros de largura, fica ao lado da Esfinge e das pirâmides de Quéfren e Miquerinos.

Em 2017, cientistas do ScanPyramids revelaram a presença de um enorme buraco na pirâmide, do tamanho de um avião de passageiros.

Dois peixes-leão foram encontrados por pescadores, nesse domingo (26), na costa de Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco. A espécie é venenosa e rara, e de origem asiática, mas tem aparecido nas Américas desde os anos 80. No continente pernambucano, esse é o primeiro registro, porém, desde 2021, há aparições da espécie em Fernando de Noronha. 

A captura foi feita utilizando uma armadilha usada na pesca conhecida como corvo. Os animais foram entregues à prefeitura da cidade e então, submetidos à ONG Projeto Conservação Recifal. O peixe-leão é uma espécie que causa preocupação, pois não possui predadores naturais, podendo prejudicar a biodiversidade brasileira. O primeiro incidente com esse peixe no Brasil ocorreu em 2022.  

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Esses animais também foram encontrados no Piauí, em abril; no Ceará, em novembro; e no Rio Grande do Norte, no último mês de agosto. A chegada deles ao litoral nordestino e à costa continental em Pernambuco pode significar que as espécies têm colonizado parte dessas regiões. 

Durante a caça, os peixes-leões encurralam a presa nos espinhos e a engolem. Os espinhos são a marca da espécie, além da padronagem listrada e colorida. Nativos da região Indo-Pacífica, vivem sempre próximos à recifes de coral, mas algumas espécies podem ser encontradas em outras regiões do mundo, mais recentemente, no oeste do Oceano Atlântico e Mar do Caribe. 

Em humanos, os principais efeitos de um ataque de peixe-leão são dor intensa localizada, seguida de edema local, podendo também a vítima sentir náuseas, tontura, fraqueza muscular, respiração ofegante e dor de cabeça. O efeito vai depender da espécie e do tamanho do peixe. Eles podem viver até 15 anos. 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, minimizou nesta quinta-feira (19) o frenesi midiático provocado pela descoberta de antigos documentos confidenciais perdidos entre seus pertences pessoais, dizendo que "não há nada lá".

"Acho que vão descobrir que não há nada lá (...) Não me arrependo de nada. Estou seguindo o que os advogados me mandaram fazer. É exatamente o que estamos fazendo", respondeu Biden aos repórteres quando questionado sobre o caso durante uma viagem à Califórnia.

Biden soltou essas declarações desafiadoras pouco mais de uma semana depois que uma dúzia de documentos confidenciais, de sua época como vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), foram encontrados em um antigo escritório que usava.

Outro punhado de documentos foi posteriormente descoberto na garagem e na casa particular do presidente, no estado de Delaware.

O caso ameaça ofuscar o que seus aliados esperam que seja um anúncio em breve de que Biden concorrerá a um segundo mandato nas eleições de 2024.

Embora o caso pareça menos grave do que o do republicano Donald Trump, que levou centenas de documentos confidenciais da Casa Branca para sua residência na Flórida após deixar o cargo, Biden está sob forte pressão da imprensa, dos republicanos no Congresso e de uma investigação do Departamento de Justiça liderada por um promotor independente.

Após vários dias de declarações evasivas, Biden procurou contra-atacar insistindo que tem agido corretamente em uma situação que a Casa Branca define como um extravio acidental de documentos.

"Encontramos um punhado de documentos que foram arquivados no lugar errado. Imediatamente os entregamos aos Arquivos Nacionais e ao Departamento de Justiça. Estamos cooperando plenamente e esperamos que isso seja resolvido rapidamente", afirmou.

Astrônomos divulgaram ter identificado o que são as estrelas mais distantes já descobertas na Via Láctea. O anúncio inclui a estrela mais afastada da Terra já descoberta, a mais de um milhão de anos-luz, segundo informações da Universidade da Califórnia de Santa Cruz, nos Estados Unidos.

A descoberta envolve 208 estrelas, chamadas de RR Lyrae e que se destacam pela luminosidade, ainda de acordo com a instituição.

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Como estão nos limites da galáxia, no chamado "halo" (a quase meio caminho da vizinha, Andrômeda, a 2,5 milhões de anos-luz), permitem que as medidas da Via Láctea sejam mais facilmente aferidas.

No comunicado veiculado pela universidade, o professor e diretor de Astronomia e Astrofísica da instituição, Raja GuhaThakurta, destaca que o estudo está "redefinindo o que constitui os limites externos de nossa galáxia" e que a Via Láctea e Andrômeda "são tão grandes que quase não há espaço entre as duas".

O cientista também destacou que o halo é onde estão as as estrelas mais antigas da galáxia e se estende por centenas de milhares de anos-luz em todas as direções.

"A maneira como o brilho varia parece um eletrocardiograma. São como os batimentos cardíacos da galáxia. O brilho aumenta rapidamente e diminui lentamente, e o ciclo se repete perfeitamente com essa forma muito característica", disse, de acordo com o comunicado.

As descobertas ocorreram a partir de dados captados pelo Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT na sigla em inglês), situado em uma ilha havaiana.

A Fiocruz identificou o surgimento de uma nova subvariante da Ômicron no Brasil, especificamente no estado do Amazonas, nomeada de BE.9, segundo o G1. Os estudos da fundação se iniciaram logo após o ressurgimento de casos no Amazonas na metade de outubro, na qual a média móvel semanal de novas infecções do estado saltou de 230 casos para quase mil. A BE.9 compartilha algumas mutações com a BQ.1, a variante mais notável atualmente no País.

Na China, várias cidades têm feito menos testes de rotina para a covid-19, dias depois do governo anunciar a flexibilização de medidas restritivas no território nacional. De acordo com a Reuters, a Comissão Nacional de Saúde chinesa descreveu as recentes flexibilizações como uma "otimização" de suas medidas, que busca mitigar o impacto provocado na vida de seus habitantes, apesar da política de covid-zero ainda estar em atividade.

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A farmacêutica Moderna informou que suas novas doses de reforço obterem uma melhor resposta contra as variantes BA.4 e BA.5 da Ômicron quando comparadas ao reforço original da empresa, relata o MarketWatch. Em um ensaio com 40 participantes, a Moderna afirmou que os reforços também apresentaram atividade neutralizante contra a subvariante BQ.1.1.

Um grafite com o nome de um cavaleiro e herói suíço do século XV foi descoberto em uma parede em Jerusalém - anunciou a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) nesta quinta-feira (20).

O cavaleiro Adrian von Bubenberg teria chegado como peregrino à Terra Santa em 1466 e teria marcado seu nome e o brasão de sua família.

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A inscrição foi encontrada em uma parede no local do túmulo do rei Davi, localizado no Monte Sião, próximo à Cidade Velha.

"Este edifício serviu de mosteiro e abrigo para peregrinos do Ocidente, que deixavam suas marcas nas paredes", explicaram os pesquisadores da AAI Michael Chernin e Shai Halevi.

No âmbito de um trabalho de pesquisa sobre as inscrições deixadas pelos peregrinos, prática corrente na época, descobriu-se neste local mais de 40 grafites, em várias línguas, algumas delas com emblemas de cavaleiros medievais.

A técnica utilizada para revelar as inscrições foi a da fotografia multiespectral, de acordo com os pesquisadores. Ela permite revelar linhas invisíveis ao olho humano e desbotadas pelo tempo.

Adrian von Bubenberg é famoso por ter vencido uma batalha decisiva em 1476 contra o duque da Borgonha, Carlos, o Temerário, que ameaçava a independência da Suíça.

Há dúvidas sobre se o grafite foi feito por ele, ou por seu filho Adrian II von Bubenberg, que também fez uma peregrinação a Jerusalém.

"Esta investigação abrange diferentes religiões e culturas, crentes, peregrinos e simples visitantes que buscam contato com a santidade de Jerusalém e que deixaram vestígios que a AAI revela diariamente", afirmou seu diretor, Eli Escusido, em um comunicado.

Os dinossauros saurópodes, herbívoros conhecidos como "pescoçudos", estão entre os maiores animais que já habitaram a Terra. Algumas espécies podiam atingir mais de 30 metros de comprimento, mas outras foram identificadas por cientistas como dinossauros anões. É o caso do Ibirania parva, uma nova espécie de saurópode do grupo dos titanossauros que está entre as menores já conhecidas e foi encontrada em Ibirá, no interior de São Paulo. A descoberta foi publicada nesta quinta-feira, no periódico científico Ameghiniana.

Os vestígios do saurópode foram achados na Formação São José do Rio Preto, noroeste paulista, conhecida por abrigar fósseis de diferentes espécies, e a equipe envolvida no estudo contou com pesquisadores de universidades nacionais e internacionais. Comparando fósseis do Ibirania parva com os de seus parentes mais próximos, eles descobriram que o nanico tinha características únicas, principalmente no que diz respeito à estrutura das vértebras, o que indicava que poderia pertencer a uma espécie ainda não nomeada.

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A nomenclatura escolhida é a junção de Ibirá com "ania", que significa peregrino na língua grega, e "parva", palavra em latim para "pequeno". Considerando que Ibirá vem de "ybyrá", a palavra tupi para "árvore", o nome da nova espécie pode ser traduzido como "o pequeno peregrino das árvores". A partir do material encontrado, foi possível estimar o tamanho do animal, que media entre 5 e 6 metros de comprimento.

Como entre os titanossauros existem muitas espécies de grande porte, os pesquisadores buscaram identificar se ele teria sido um dinossauro jovem ou se o seu tamanho diminuto era uma característica da espécie. A análise de amostras de tecido fossilizado revelou que, no momento de sua morte, o animal já era adulto e havia atingido seu tamanho final.

O resultado confirmou que se trata de um titanossauro anão, a primeira espécie anã documentada no continente americano, que viveu no fim do Período Cretáceo, há cerca de 80 milhões de anos. Segundo os pesquisadores, o Ibirania parva acrescenta novas informações sobre a evolução e a ocorrência de nanismo em dinossauros. "O nanismo observado está associado à evolução de uma fauna endêmica em resposta à condições ambientais da Formação São José do Rio Preto, caracterizada por períodos prolongados de seca", diz o estudo.

Geografia

Esse fenômeno significaria que, apesar de a maioria dos dinossauros anões ter sido encontrada em locais que correspondiam a ilhas pré-históricas, a existência do "pequeno andarilho das árvores" indica que a tendência ao nanismo pode ocorrer fora de regiões insulares, impulsionado por características ecológicas e geográficas do ambiente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

É um tipo de planta rolante do deserto? Uma linha de pesca? Ou espaguete?

O Perseverance, o robô da Nasa que explora Marte, descobriu um objeto que tem intrigado os observadores do espaço e, inclusive, provocou comentários irônicos que questionam a qualidade deste "prato" da culinária italiana na superfície do planeta vermelho.

Contudo, para além das suposições "criativas" dos observadores, a explicação mais plausível é que se trata dos restos de um componente utilizado para pousar o explorador robótico na superfície de Marte em fevereiro de 2021.

"Estivemos discutindo de onde veio, mas especula-se que seja um pedaço de corda do para-quedas ou do sistema de pouso que leva o robô ao solo", disse à AFP um porta-voz de um laboratório da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

"É preciso ter em conta que não está confirmado que seja uma coisa ou outra", acrescentou.

Os destroços foram detectados pela primeira vez em 12 de julho, através da câmera de prevenção de riscos situada na parte frontal esquerda do rover.

Quatro dias depois, quando o Perseverance retornou ao mesmo lugar, os objetos já não estavam mais lá.

Provavelmente, o vento os arrastou, como já havia acontecido com um pedaço de manta térmica avistado no mês passado, que pode ter saído do sistema de pouso propulsado por foguetes.

O acúmulo de "lixo" do Perseverance é considerado um pequeno preço a se pagar pelos objetivos científicos do robô: buscar sinais biológicos de antigas formas de vida microbiana.

Além disso, algum dia esses objetos poderão se transformar em valiosos artefatos para os futuros colonos de Marte.

"Dentro de cem anos, mais ou menos, os marcianos reunirão com entusiasmo todo este material para expor em museus ou transformá-los em 'tesouros históricos'", tuitou o "astrônomo amador" Stuart Atkinson.

Um autorretrato inédito de Vincent Van Gogh, com a orelha intacta, foi encontrado atrás de outra tela do pintor holandês, informou a Galeria Nacional da Escócia em Edimburgo nesta quinta-feira (14).

A obra foi descoberta graças a um estudo de raios-X da tela "Retrato de Mulher (Cabeça de Camponesa)", feita em 1885 por Van Gogh, antes de uma exposição sobre o Impressionismo no Museu Escocês.

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O retrato foi encontrado atrás da tela, coberto por camadas de cola e papelão, que aparentemente foram colocadas antes de uma exposição no início do século XX.

"Quando vimos o raio-X pela primeira vez, é claro que ficamos muito emocionados", disse Lesley Stevenson, curadora principal da Galeria Nacional da Escócia.

"Momentos como esses são incrivelmente raros", disse Frances Fowle, curador da Galeria Nacional da Escócia.

"Descobrimos uma obra inédita de Vincent Van Gogh, um dos artistas mais importantes e conhecidos do mundo", acrescentou.

Van Gogh é conhecido por ter reutilizado telas para economizar dinheiro.

Este autorretrato mostra um homem barbudo sentado usando um chapéu e um lenço no pescoço. Sua orelha esquerda - que o pintor cortou em 1888 - pode ser vista perfeitamente.

Na exposição em Edimburgo, de 30 de julho a 13 de novembro, os visitantes poderão ver a obra, reproduzida por radiografia. Os curadores agora precisam estudar como remover a cola para separar as duas pinturas sem danificá-las.

Geólogos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriram, durante uma escavação na Formação Aliança, que faz parte da Bacia Jatobá, próxima ao município de Ibimirim, no Sertão de Pernambuco, um segmento de vértebra da cauda pertencente ao dinossauro mais antigo já encontrado no Nordeste do Brasil até hoje, comparável ao gênero Dilophosaurus. Apesar da descoberta ter acontecido agora, as peças já estavam sob posse do grupo de estudos desde 2019, e passaram por nova análise. 

De acordo com a universidade, até hoje, esses fósseis só foram encontrados nos Estados Unidos, Antártica, África do Sul e agora na Formação Aliança, no Brasil. Os autores da análise são alunos do curso de Geologia e do Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGeoc) da UFPE. Com a nova fase do estudo, foi possível verificar a provável idade do fóssil e a qual grupo taxonômico (definição categórica biológica) pertence. 

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Segundo o professor Édison Oliveira, orientador do mestrado, ainda é necessário que mais escavações sejam feitas para que encontrem mais partes do mesmo dinossauro ou de outros organismos jurássicos no mesmo estrato rochoso e, assim, possam confirmar que a vértebra seja mesmo de um dilofossauro. 

Entretanto, foram realizadas medições e comparações entre ela e uma de um dilofossauro que foi encontrado nos Estados Unidos, e a conclusão é que são muito similares. “Foi Leonardo [Marinho] que, lendo um artigo científico que abordava o dinossauro americano, lembrou da vértebra encontrada na Formação Aliança e achou que eram parecidas. Em princípio, quando a encontramos na época, achávamos que era de um crocodilo, como várias outras que temos. Foi uma felicidade imensa medirmos e descobrir que pode ser de um dilofossauro”, explica o professor Édison. 

Publicação se tornou destaque 

O resultado foi publicado no artigo "The first dinosaur from the Jurassic Aliança Formation of northeastern Brazil, west Gondwana: a basal Neotheropoda and its age and paleobiogeographical significance", na revista científica Journal of South American Earth Sciences. 

Se for confirmada a hipótese, a vértebra pode ser identificada como pertencente ao grupo de dinossauros primitivos e raros, os neoterópodes basais (é chamado de “basal” por estar na base dos terópodes e “neo” por ser do grupo dos mais novos). Uma outra hipótese a ser avaliada na dependência de novas coletas de outros fósseis é que a Formação Aliança poderia ser ainda mais antiga, chegando até o Jurássico Inferior (201,3 a 174,1 milhões de anos). 

“Estamos alterando o paradigma da idade da Formação Aliança. Se estivermos certos, ela se formou quando ainda era Pangeia (nome dado ao supercontinente, que existiu na Era Paleozoica, há mais de 250 milhões de anos)”, esclarece o professor Edison Oliveira, que também é coordenador do Laboratório de Paleontologia da UFPE (PaleoLAB). Essa hipótese está sendo estudada no doutorado do geólogo e paleontólogo Leonardo Marinho. 

A Formação Aliança surgiu um pouco antes da separação do Brasil e da África, quando gerou uma depressão nessa região (local rebaixado em comparação ao seu entorno), que vai do sul da Bahia até o sul do Ceará, e nesse lugar culminou em um grande lago que tinha fauna continental endêmica (pertencente apenas àquele local) e animais terrestres que eram atraídos pra lá para beberem água. Nesse lago, foram se depositando várias rochas ao longo dos anos, em que se originou a Formação Aliança. 

Esse é o primeiro dinossauro encontrado na Formação Aliança, mas já é o terceiro do estado de Pernambuco. O primeiro de Pernambuco foi encontrado em Araripina, por volta de 1960, e era do Cretáceo; o segundo foi encontrado em 2021, na Formação Sergi, em Petrolândia, era no final do Jurássico Superior; e agora esse da Formação Aliança, em Ibimirim, que foi encontrado em 2019, mas analisado em 2022, e provavelmente é do Jurássico Médio-Superior. 

 

Nem todo mundo se lembra, porém, Josef Mengele (1911-1979), um dos mais conhecidos e cruéis médicos do regime nazista passou seus últimos dias de vida no Brasil. Mengele foi responsável por diversos experimentos médicos insólitos realizados em judeus nos campos de concentração. No dia 06 de junho de 1979, ao exumar o corpo de “Wolfgang Gerhard”, foi confirmada a identidade de Josef Mengele.

Anos de pesquisa foram dedicados para descobrir a verdadeira identidade do médico. Mengele foi descoberto na época em que ainda usava seu nome falso, com o intuito de despistar as autoridades.  Os documentos de Wolfgang informavam que se tratava de um idoso viúvo, 54 anos de idade, mecânico e residente do Brooklin, São Paulo.

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Josef Mengele foi um dos principais médicos de Auschwitz e capitão da SS (polícia secreta do regime nazista. Foi responsável por experimentos cruéis em seres humanos, principalmente em crianças (judias, ciganas, negras). Além disso, os campos de concentração também selecionavam os prisioneiros destinados ao trabalho escravo e os que iriam  morrer nas câmaras de gás.

O ex-cabo da PM que socorreu Mengele no dia da sua morte disse que ele estava acompanhado por um casal austríaco, Wolfram e Liselotte Bossert, os quais dividiam uma casa pela temporada de férias. Liselotte foi autuada em 1985 por falsidade ideológica e Wolfram foi posteriormente apontado como um ex-oficial do exército nazista. O militar disse ainda que antes da sua morte, Mengele havia passado por outros países da América Latina, como a Argentina e Chile.

Este é um caso repleto de particularidades e histórias alternativas. A dentista que atendia Mengele, por exemplo, disse ter atendido-o dois meses após sua data de falecimento. Maria Helena, outra ouvida no caso, foi considerada “lunática” em decisão judicial, não podendo depor no caso. Por mais que existam versões contraditórias deste caso, em 1992 um exame de DNA provou que os restos mortais encontrados em Embu eram mesmo de Mengele.

O “Anjo da Morte” passou seus últimos dias no Brasil e seu corpo foi enterrado no Cemitério do Rosário, na cidade de Embu, localizada na região metropolitana de São Paulo.

Por Matheus de Maio

Uma cabeça estucada representativa do jovem deus do milho, com mais de 1.300 anos de antiguidade, foi descoberta nas ruínas maias do complexo arqueológico de Palenque, no estado de Chiapas, sudeste do México, reportou o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) estatal.

A obra representa "a mais importante divindade do panorama dos deuses maias", ressaltou o INAH em um comunicado.

Esta escultura tem 45 cm de comprimento por 16 cm de largura, respectivamente, e 22 cm de altura, e no local da descoberta estava com uma orientação leste-oeste, "o que simbolizaria o nascimento da planta do milho com os primeiros raios de sol".

A descoberta ocorreu em 2021 durante outro projeto de exploração nestas ruínas.

"Dentro de um receptáculo semiquadrado formado por três paredes e sob uma camada de terra solta emergiram o nariz e a boca semiaberta da divindade", detalhou o INAH.

Trata-se do "eixo de uma rica oferenda que se dispôs sobre um reservatório de piso e paredes estucadas de quase um metro de largura por três metros de comprimento, aproximadamente, para emular a entrada deste deus ao inframundo em um ambiente aquático", acrescentou.

Também mostra como os maias desta região reviviam a paisagem mítico sobre o nascimento, a morte e a ressurreição do deus do milho.

A peça pertence "ao período tardio da civilização maia, entre os anos 700 e 850 da nossa era, ou seja, "permaneceu oculta por cerca de 1.300 anos", concluiu o INAH.

Uma idosa residente em Bom Jesus da Lapa (BA) agora faz parte da disputa para ser considerada a pessoa mais velha do mundo. Maria Gomes dos Reis tem 121 anos e foi descoberta através do atendimento do SAMU. Segundo os programas locais, a família sabia que a idosa possui idade para ocupar esta posição. Atualmente uma freira francesa é considerada a pessoa mais velha do mundo, com 118 anos.

Maria Gomes dos Reis nasceu em 16 de junho de 1900 em uma região conhecida como Bela Vista, onde reside até hoje. A idosa vive sob os cuidados das netas e bisnetas, pois todos os seus filhos já morreram. Maria tem um total de 13 bisnetos e seis trinetos.

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Segundo a neta, antes de ficar de cama, a avó era muito participativa e dedicava sua vida à família. Muito religiosa, não perdia uma missa. “Ela criou os bisnetos dela, os netos, ela que cuidava de tudo. Até pouco tempo ela cozinhava, lavava as roupas.”, disse Célia Cristina, neta de dona Maria.

A brasileira não foi reconhecida pelo livro dos recordes porque os candidatos para o pleito do recorde precisam realizar a inscrição no site oficial do Guiness. É necessário que haja a vontade de ir atrás do título e enviar as provas necessárias para a constatação. Além da burocracia, as taxas do processo podem chegar a R$4 mil.

Por Matheus de Maio

 

Aos 4 anos de idade, a estudante Verena Paccola, do primeiro ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP), já nutria um olhar questionador e curioso sobre o mundo. Um exemplo dessa característica é que ela levava um microscópio na escola no dia em que as crianças podiam levar brinquedos.

“Minha madrinha fazia pesquisa e ela tinha um microscópio velho e me deu, eu levava para a escola e colocava formigas e folhas de árvore para analisar. Isso marca muito a minha história, porque eu me considero cientista desde então. Para mim, ser pesquisador é quando você começa a buscar as respostas para as perguntas sobre o mundo”, conta.

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Verena, que tem apenas 22 anos, possui um histórico de excelência em diversas áreas, como em campeonatos de robótica, olimpíadas de neurociência e até de visita à Organização das Nações Unidas (ONU). Em dezembro de 2021, ela recebeu uma nova conquista: foi premiada pela descoberta de um asteroide classificado como importante no programa Caça Asteroides da Nasa e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Primeiros passos

Tudo começou em 2020, quando a estudante se preparava para o vestibular e sonhava com a vaga no curso de Medicina da USP. “Eu precisava estudar algo além dos conteúdos do ensino médio e fiquei sabendo da oportunidade de caçar asteroide, me inscrevi e fiz o treinamento on-line para aprender a analisar uma sequência de imagens do Universo”, conta.

Ou seja, ela analisava visualmente fotos em busca de pontos em movimento, gerava um relatório e enviava para os organizadores do programa. Depois, o material é enviado para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que confirma se é um asteroide – corpos rochosos de estrutura metálica, que orbitam o Sol – ou outro elemento do Universo.

“Eu descobri mais de 25 asteroides e pelo menos um deles é classificado como muito importante. Ele faz parte de um grupo que é chamado de fraco, se movimenta mais devagar e pode colidir com a Terra. Agora, a Nasa está colhendo mais dados e irá analisar a órbita do asteroide para verificar qual é a probabilidade de colisão com a Terra e quando isso ocorreria”, revela Verena. A estudante ainda poderá dar nome aos asteroides descobertos após a emissão da documentação.

Monitoramento de asteroides de grande dimensão prevê impactos globais

Em entrevista à Rádio USP, Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, explicou que objetos espaciais maiores de 1 quilômetro de diâmetro têm riscos de impacto global. “Sorte nossa que a Terra é um alvo pequeno e esses objetos na faixa do quilômetro de diâmetro adiante são conhecidos e monitorados”, esclarece.

A premiação aconteceu no dia 9 de dezembro de 2021, em Brasília, e contou com a participação de Patrick Miller, criador do programa Caça Asteroides; do ministro Marcos Pontes e membros do MCTI.

“Eu fui convidada para fazer um discurso como representante do Estado de São Paulo e recebi troféu, medalhas e certificados pela participação, por ser o primeiro lugar no Brasil e de honra ao mérito”, comemora.

Sonho que virou realidade

Nascida em Indaiatuba, interior de São Paulo, Verena sempre enxergou o corpo humano como um desafio. “Eu tive um padrasto que era médico e eu passava a noite lendo os livros de medicina dele. Ele era radiologista, me ensinava a ver chapas de radiografia e eu ficava fascinada”, relembra.

Na época, a estudante tinha 7 anos e brincava com tubos vazios de sangue, jaleco e se divertia com o sonho de se tornar médica. A vontade permaneceu ao passar dos anos e ganhou um novo capítulo: Verena cursou o ensino médio no Colégio Técnico de Campinas, da Unicamp, e se formou como técnica em Enfermagem.

Após se formar no ensino médio, ela desenvolveu uma pesquisa na área de Neurociência Computacional para pessoas com Transtorno do Espectro Autista, no Hospital Albert Einstein, por um ano. Também fez a inscrição e foi aceita na Universidade da Columbia Britânica no Canadá, em 2019. “Foi complicado por questões financeiras e pela diferença nas formações, pois é preciso fazer quatro anos de graduação e depois fazer pós-graduação em Medicina e eu queria ser médica”, explica.

Verena voltou para o Brasil no final de 2019 e decidiu que iria estudar novamente os conteúdos do ensino médio para cursar Medicina na USP em 2020.

“Tem uma frase que marca muito a minha vida: ‘Na vida não existem escolhas certas ou erradas. Existem escolhas. E o nosso papel é, depois de decidir, fazer desta escolha a melhor decisão que poderíamos ter tomado na vida’. Então se eu voltei do Canadá e se eu não fui direto para a faculdade após o ensino médio, fiz com que essas decisões fossem uma das melhores para mim”, conta.

Ao voltar para o Brasil, ela ganhou bolsa para um cursinho preparatório e estudou para o vestibular em meio à angústia da pandemia.

“Eu passei em Medicina na FMRP pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em abril de 2021 e um dos melhores momentos foi contar para minha mãe e para a minha avó. Foi muito emocionante”, relembra.

Atualmente, Verena sonha em ser neurocientista e atuar na área da Neurocirurgia.

“O centro cirúrgico é a área que eu mais me apaixonei, até hoje. Tudo me guia para essa área, mas pode ser que eu mude no decorrer da graduação. Estou aberta a oportunidades”, finaliza.

Por Giovanna Grepi, para o Jornal da USP

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