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Um enorme lago subterrâneo foi detectado em Marte pela primeira vez, o que aumenta a possibilidade de que haja mais água e, talvez, vida no Planeta Vermelho, disseram astrônomos internacionais nesta quarta-feira (25).

Localizado debaixo de uma camada de gelo marciano, o lago é amplo, com cerca de 20 quilômetros de largura, afirma o estudo publicado na revista americana "Science" e dirigido por pesquisadores italianos.

Este é o maior corpo de água líquida já encontrado no Planeta Vermelho.

"Este é um resultado surpreendente que sugere que a água em Marte não é um riacho temporário, como revelado em descobertas anteriores, mas um corpo de água persistente que cria condições para a vida durante longos períodos de tempo", disse Alan Duffy, professor associado da Universidade de Swinburne na Austrália, que não esteve envolvido no estudo.

Marte é agora frio, árido e deserto, mas costumava ser quente e úmido e abrigava uma grande quantidade de água líquida e lagos há pelo menos 3,6 bilhões de anos.

Os cientistas estão ansiosos para encontrar sinais de água atual, porque tais descobertas são essenciais para resolver o mistério de se existiu vida em Marte em seu passado remoto e se esta poderia persistir hoje em dia.

Ter a possibilidade de acessar fontes de água também poderia ajudar os humanos a sobreviverem em uma futura missão tripulada a este planeta vizinho da Terra.

A água deste lago em particular, no entanto, não seria potável, e está a quase 1,5 km de profundidade da superfície gelada em um ambiente hostil.

Há um debate sobre se há ali dentro formas de vida microbianas.

Alguns especialistas são céticos a respeito dessa possibilidade devido a que o lago é frio e salobre, e contém uma forte dose de sais e minerais marcianos dissolvidos.

A temperatura é provavelmente inferior ao ponto de congelamento da água pura, mas o lago pode permanecer em estado líquido devido à presença de magnésio, cálcio e sódio.

"Esta é uma descoberta de extraordinária importância, e aumentará a especulação sobre a presença de organismos vivos no Planeta Vermelho", disse Fred Watson, do Observatório Astronômico da Austrália.

"No entanto, deve-se ter precaução, já que a concentração de sais necessária para manter a água líquida poderia ser fatal para qualquer vida microbiana similar à da Terra", acrescentou Watson, que não participou da pesquisa.

- Detecção de radar -

A descoberta foi feita utilizando instrumentos de radar da sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (AEA), lançada em 2003.

A ferramenta se chama Radar Avançado para a Pesquisa da Ionosfera e do Subsolo de Marte (MARSIS) e foi projetada para encontrar água subterrânea enviando pulsos de radar que penetram na superfície e nas camadas de gelo.

MARSIS "mede como se propagam as ondas de rádio e como refletem de volta na nave", disse o estudo. Estes reflexos "proporcionam aos cientistas informações sobre o que há debaixo da superfície".

O autor principal, Roberto Orosei, do Instituto Nacional de Astrofísica de Bolonha, Itália, sondou uma região chamada Planum Australe, situada no sul da camada gelada de Marte, de maio de 2012 a dezembro de 2015.

Um total de 29 séries de amostras de radar mostraram uma "mudança brusca em seu sinal de radar associado", permitindo aos cientistas mapearem os contornos do lago.

"O perfil de radar desta área é similar ao dos lagos de água líquida que se encontrem debaixo das camadas de gelo da Antártica e Groenlândia na Terra, o que sugere que há um lago subglacial nesta localização em Marte", indicou o relatório.

- Confirmação necessária -

"Esta é a primeira massa de água que foi detectada, por isso é muito emocionante", disse à AFP por e-mail David Stillman, pesquisador do Departamento de Estudos Espaciais do Southwest Research Institute no Texas.

No entanto, Stillman, que também não participou na pesquisa, disse que é necessário que outra sonda ou instrumentos possam confirmar a descoberta.

O cientista apontou que um instrumento de radar de maior frequência fabricado pela agência espacial italiana, o SHARAD, a bordo da sonda Mars Reconnaissance lançada em 2005 não pôde detectar a água subterrânea.

"É estranho que o SHARAD não possa confirmar esta descoberta. Efetivamente, o SHARAD não pode atravessar o gelo aqui e ninguém entende porque", acrescentou Stillman. "Isto sugere que algo estranho está acontecendo aqui. Portanto, sou cético sobre esta descoberta".

Mas os pesquisadores estão entusiasmados com o potencial de futuras descobertas, porque se é possível encontrar água líquida no polo sul de Marte, esta também poderia ser encontrada em outro lugar.

"Não há nada de especial nesta localização além do radar MARSIS da sonda Mars Express, que é mais sensível a essa região, o que significa que provavelmente haja depósitos de água similares debaixo da terra em todo Marte", disse Duffy.

Pesquisadores anunciaram neste sábado (6) que testaram uma vacina experimental contra o HIV, que provocou uma reação imunológica em humanos e protegeu macacos da infecção, uma notícia considerada animadora.

O desenvolvimento desta vacina potencial, segura para o homem, está avançado o suficiente para que ela seja testada em 2.600 mulheres na África Meridional.

"Estes resultados representam uma etapa importante" para a criação de uma vacina, ressaltou o diretor do estudo, o virologista Dan Barouch, em um comunicado na revista médica The Lancet.

No entanto, advertiu que não há nenhuma garantia de que os próximos testes sejam positivos. "Devemos ser prudentes", declarou à AFP.

Dois terços dos macacos-rhesus que foram submetidos ao tratamento resultaram protegidos pela vacina nos testes de laboratório.

Os resultados dos testes mais amplos são esperados para 2021 ou 2022.

Trata-se do "quinto conceito de vacina" contra o HIV testado em 35 anos, segundo Barouch.

Outra, chamada RV144, demonstrou que protegia o homem do HIV até certo ponto. Em 2009, um estudo indicou ter reduzido em 31,2% o risco de infecção de 16.000 voluntários na Tailândia.

O estudo publicado no sábado foi realizado com 393 adultos em bom estado de saúde, soronegativos, de entre 18 e 50 anos na África Oriental, África Meridional, Tailândia e Estados Unidos. Alguns deles receberam um placebo.

Os testes mostraram a inocuidade do combinado vacinal, que incluía diferentes tipos de vírus HIV, com apenas cinco participantes com efeitos indesejados como diarreia ou tonturas.

Estas mesmas vacinas protegeram dois terços dos 72 macacos que os pesquisadores trataram após inocular o vírus.

Alguns especialistas consultados pela AFP saudaram este avanço.

"Necessitamos tanto uma vacina", disse François Venter da universidade de Witwatersrand (África do Sul). Mas "já conhecemos isto: vacinas experimentais promissoras que não se concretizam".

"Provavelmente não é a vacina definitiva, mas pode ser um avanço fenomenal", disse o francês Jean-Daniel Lelièvre, do Instituto de Pesquisa de Vacinas. "No melhor dos casos" estas pesquisas produzirão uma vacina administrável dentro de "quase 10 anos".

Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o HIV ou a aids, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e 1,8 milhão de pessoas o contraem todos os anos. A doença matou cerca de 35 milhões dos 80 milhões que infectou desde que foi diagnosticada pela primeira vez, nos anos 1980.

Apesar dos avanços da medicina na prevenção e tratamento da doença, os pesquisadores insistem nas medidas que devem ser tomadas para não se infectar: proteção durante as relações sexuais, uso de seringas novas, esterilização do material médico, etc.

Um comprimido por dia, contendo uma molécula simples, mostrou-se eficaz contra uma doença genética rara que deforma os órgãos, comprovaram pesquisadores franceses.

A descoberta ilustra como um mal que se diagnostica logo após o nascimento e que era um mistério até os progressos recentes pode receber tratamento adequado.

A Síndrome de Cloves (acrônimo em inglês de crescimento lipomatoso congênito, malformações vasculares e nevo epidérmico) é uma condição que causa o crescimento desenfreado de certas partes do corpo.

Para Emmanuel, engenheiro aeronáutico de 29 anos, essa síndrome se manifesta por uma atrofia na perna esquerda, uma escoliose e malformações de vasos que o levaram a ficar paraplégico.

Ele é denominado "paciente 1" no artigo da revista Nature que chegou às bancas nesta quarta-feira e descreve a descoberta.

Foi apenas em 2012 que os geneticistas americanos descobriram a mutação responsável por essa síndrome, em um gene chamado PIK3CA.

O nefrologista Guillaume Canaud, pesquisador do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm) e da Universidade Paris-Descartes, fez parte da equipe médica que pesquisava um tratamento.

Autorização excepcional

"Eu achei que poderia haver uma droga que bloqueasse os efeitos da mutação PIK3CA", disse aos jornalistas.

Ele trabalhou com vários medicamentos em fase experimental. O mais avançado dos "inibidores específicos" do gene foi o BYL719, do laboratório suíço Novartis.

"Eles começaram um teste de oncologia. Entrei em contato com eles e expliquei que queria testá-lo em outros pacientes. E, depois de muita discussão, concordaram", lembra Canaud.

Em dezembro de 2015, a Agência Francesa de Medicamentos (ANSM) deu sua autorização para tratar Emmanuel com esse medicamento não aprovado em um hospital de Paris.

A autorização foi excepcional porque o paciente não tinha outra escolha: seu estado havia piorado, com um coração comprimido por um tumor não cancerígena. Ele não tinha mais condições de passar por cirurgias e lhe restavam poucos meses de vida.

"Logo vimos que havia funcionado", afirmou Canaud.

"Ele nos disse o que todos os outros pacientes disseram: que sentia muito menos dor, que algo estava acontecendo".

As fotos tiradas pelo médico mostram transformações dramáticas. Corpos martirizados por massas vasculares e excrescências (pés ou braços inchados, deformações enormes) readquiriram uma forma mais saudável.

Atualmente, 19 pacientes seguem esse tratamento. A mais jovem tem 4 anos.

Dores atrozes

Paul (nome alterado), estudante universitário em Yvelines e nascido com esta doença genética, acordou certa manhã em outubro de 2016 sem conseguir levantar. Sentia dores atrozes, que tomaram toda a perna, os rins e o quadril. Nem a morfina fazia efeito.

"Eu comecei a ser tratado em março de 2017, e 15 dias depois estava muito melhor", conta ele. O tratamento permitiu que ele voltasse a ter uma vida normal.

Segundo os médicos, o tratamento apresenta duas grandes vantagens: é simples (um comprimido matinal) e sem efeitos colaterais por ora constatados.

Um grupo de pesquisadores descobriu, com o uso de equipamentos de infravermelho, uma folha de jornal sob a superfície do quadro de Picasso "Maternidade Junto ao Mar".

"Para verificar que a imagem era nítida, dirigimos a câmera para o rosto da mãe e, para minha grande surpresa, descobrimos um texto de jornal", afirmou John Delaney, pesquisador da National Gallery of Art em Washington, em um comunicado.

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Delaney realizou o estudo em parceria com Keiko Imai, funcionária do museu Pola em Hakone (oeste de Tóquio), onde se encontra a obra do período azul de Picasso e que a partir de setembro será exposta no Museu de Orsay em Paris.

Para identificar a origem do jornal, Keiko Imai fez uma pesquisa nos arquivos do "Le Journal", uma publicação francesa de literatura, artes e política que Pablo Picasso (1881-1973) tinha o hábito de ler.

A especialista localizou um exemplar 18 de janeiro de 1902 que corresponde exatamente aos textos, que menciona debates no Parlamento britânico e a criação de um salão de pinturas e esculturas.

A descoberta dos artigos demonstra que o quadro foi pintado após esta data em Barcelona, para onde Picasso se mudou em janeiro do mesmo ano procedente da capital francesa.

A razão da presença da folha de jornal no quadro não foi determinada, mas talvez Picasso a tenha utilizado para cobrir camadas anteriores e pintar uma nova, de acordo com o comunicado.

A tecnologia de infravermelho também permitiu aos pesquisadores obter imagens mais precisas de uma composição anterior debaixo da atual, donde se vê uma mulher sentada com um copo de absinto.

A equipe de astrônomos da Queen's University Belfast (Irlanda) anunciou a descoberta de um asteroide no Cinturão de Kuiper, a quatro bilhões de quilômetros da Terra, com 300 km de diâmetro.

Os dados, divulgados hoje (9), apontam que a rocha se formou no Sistema Solar interior e, há bilhões de anos, foi arremessada para muito longe pela migração dos planetas gasosos.

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A análise do espectro da luz refletida pelo asteroide nomeado de 2004 EW95 revelou grande quantidade de elementos derivados do carbono. De acordo com nota oficial da equipe de pesquisa, isso indica que a formação da rocha ocorreu no Cinturão de Asteroides, região localizada no meio do caminho entre Marte e Júpiter. "Destacaram-se a presença de óxidos de ferro e filossilicatos, típicos das regiões mais internas", diz o comunicado.

"Considerando a localização atual de 2004 EW95 nas produndezas congeladas do Sistema Solar, sugere-se que ele foi arremessado até sua órbita atual por um planeta migrante nos primeiros dias do Sistema Solar", afirmou o astrônomo Tom Seccull, líder da pesquisa.

Astrônomos ficaram surpresos ao descobrir a primeira galáxia desprovida de matéria escura, um elemento invisível e misterioso que age como uma espécie de "cola" das galáxias e ajuda a sua formação.

Essa observação "desafia as teorias habituais sobre a formação das galáxias", assegura Pieter van Dokkum, da Universidade de Yale (Estados Unidos), autor principal do estudo publicado nesta quarta-feira (28) na revista científica Nature.

"Trata-se de uma descoberta excepcional, já que as galáxias contêm supostamente mais matéria escura que matéria comum", indica o Instituto Dunlap para a Astronomia e a Astrofísica da Universidade de Toronto (Canadá), cujos pesquisadores participaram do estudo.

A galáxia NGC 1052-DF2, ou DF2 de forma abreviada, se encontra a 65 milhões de anos-luz da Terra. Os cientistas já sabiam de sua existência, e ela faz parte das galáxias ultra difusas, cuja densidade é extremamente baixa. Embora seja maior que a nossa galáxia, a Via Láctea, contêm um número 250 vezes menor de estrelas.

A matéria comum (os átomos), que compõe as estrelas, planetas, gases e poeira das galáxias, formam apenas 5% do universo. A matéria escura, que continua sendo um dos maiores enigmas da astrofísica contemporânea, formaria mais de 25% do universo.

É invisível e só pode ser detectada através de seus efeitos gravitacionais sobre outros objetos do universo. Os cientistas acreditam que é a matéria escura que dá uma massa adicional às galáxias, produzindo uma maior gravidade que permite que as galáxias não se desagreguem.

Uma galáxia gira tão rápido que só a gravidade produzida pela matéria observável nela não é suficiente para mantê-la unida.

"A matéria escura costuma ser considerada uma parte integrante das galáxias - é a cola que as mantém juntas e o andaime subjacente sobre o qual se constroem" -, resume a coautora do estudo Allison Merritt, da Universidade de Yale, citada em um comunicado do Observatório Europeu do Sul.

Antes da descoberta, "pensava-se que todas as galáxias tinham matéria escura. Para uma galáxia deste tamanho, deveria haver 30 vezes mais matéria escura que matéria comum", indica Roberto Abraham, da Universidade de Toronto, à AFP. "Em vez disso, descobrimos que não havia nenhuma matéria escura. Isso não deveria ser possível", assegura.

Merritt lembra que não existe nenhuma teoria que prediga este tipo de galáxias. "A maneira como se formam é totalmente desconhecida".

A existência de galáxias sem matéria escura do tipo da DF2 poderia, paradoxalmente, debilitar as teorias cosmológicas que propõem alternativas à matéria escura, explicam os pesquisadores.

A galáxia DF2 foi detectada por um telescópio óptico original chamado Dragonfly. Desde então, vários telescópios foram utilizados para estudá-la, entre eles o telescópio espacial Hubble.

Dois novos vírus gigantes foram descobertos no Brasil, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira, 27, na revista Nature Communications. Os dois espécimes - que pertencem a um novo gênero batizado de Tupanvirus - têm uma complexidade genética jamais encontrada em qualquer outro vírus, de acordo com os autores do estudo.

Tão grandes que podem ser observados em um microscópio óptico comum, os vírus gigantes não causam doenças e infectam preferencialmente as amebas, de acordo com um dos autores do estudo, Jônatas Abrahão, professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao contrário de outros vírus, o Tupanvirus possui uma espécie de cauda, cuja função ainda é desconhecida.

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"Como outros vírus gigantes já descobertos no passado, o Tupanvirus infecta amebas. A diferença é que ele é muito mais generalista: ao contrário dos outros, ele é capaz de infectar diferentes tipos de amebas", disse Abrahão à reportagem.

De acordo com Abrahão, as amebas estão entre os seres mais antigos da Terra, o que leva os cientistas a levantarem a hipótese de que os vírus gigantes também podem ser bastante antigos. "Olhar para a relação entre vírus gigantes e amebas equivale a olhar para o passado e entender a origem das primeiras formas de vida", explicou o cientista.

O pesquisador conta que os dois vírus foram encontrados em ambientes aquáticos extremos, em condições semelhantes às que deram origem às primeiras formas de vida na Terra. Um deles foi coletado por outro dos autores do estudo, Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, nas lagoas de água altamente salgada de alcalina que ficam em Nhecolândia, na região de Corumbá (MS).

"O outro Tupanvirus foi identificado em sedimentos marinhos coletados por um robô da Petrobras a cerca de 3 mil metros de profundidade, na região da Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro", disse Abrahão.

Além dos estudos biológicos, os cientistas sequenciaram os genomas completos dos dois Tupanvirus. "A coisa mais fantástica relacionado ao genoma desses vírus é a presença de um conjunto praticamente completo dos genes relacionados à produção de proteínas", afirmou o pesquisador.

Abrahão explica que até 2003, quando foi descoberto o primeiro vírus gigante, na França, não havia registro de nenhum vírus que possuísse os genes responsáveis por "montar as peças" das proteínas.

"Com a descoberta dos supervírus, vimos que esses genes podem estar presentes nos genomas virais. Mas o Tupanvirus possui todos os genes necessários para incorporar todos os 20 tipos existentes de aminoácidos nas proteínas", disse o pesquisador.

Segundo ele, a análise genômica também mostrou que o Tupanvirus possui genes semelhantes aos que existem em vírus conhecidos e em três domínios da vida: archea, bacteria e eukarya. "Também observamos que um terço dos genes do Tupanvirus são completamente novos e desconhecido", afirmou Abrahão.

Elo perdido

O pesquisador afirma que, por todas essas características, o Tupanvirus pode ser considerado uma espécie de "elo perdido" na evolução dos microorganismos.

"Os vírus parasitam células por duas razões. Uma é produzir proteína, utilizando a maquinaria celular para isso. A outra é produzir energia. No caso do Tupanvirus, ele não possui genes para produzir energia, mas tem quase todos os genes relacionados à produção de proteínas. Essa característica muda a noção que temos da distinção entre os vírus e os organismos formados por células", explicou.

A descoberta dos vírus gigantes, segundo Abrahão, deflagrou um debate sobre a evolução dos vírus entre os cientistas. Uma das teorias principais é que os vírus gigantes tenham evoluído a partir de um ancestral mais simples por meio da aquisição de genes de hospedeiros infectados. A outra teoria é que os ancestrais dos vírus gigantes também tenham sido ainda mais gigantescos, que foram perdendo os genes dispensáveis ao longo do tempo.

"As características básicas que permitem distinguir os vírus dos organismos celulares está sendo revista com o Tupanvirus. Alguns cientistas defendem que os vírus gigantes representam um quarto domínio da vida. Há um debate intenso sobre isso e o Tupanvirus com certeza vai colocar mais combustível nessa discussão", disse Abrahão.

Pernambuco tem brilhado nas passarelas de moda do Milão Fashion Week, através da modelo Flora Lis. Ela foi a vencedora do concurso Amazing Face, realizado em dezembro de 2017, e tem chamado atenção desfilando para grandes marcas internacionais como Arthur Arbesser e Vogue Itália.

Flora Lis tem 19 anos, 1,78 de altura, cabelos ruivos e sardas que dão a ela um visual bem particular. A modelo foi descoberta na última edição do Amazing Face, concurso gatuito de modelos e talentos realizado pela agência Amazing Model. A pernambucana desbancou os demais concorrentes e, agora, se tornou promessa para o mundo das passarelas internacionais.

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O próximo concurso Amazing Face está marcado para setembro deste ano e as incrições, que serão grtauitas novamente, poderão ser feitas a partir de abril no site da agência Amazing Models. 

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Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, criaram uma pele eletrônica que pode ser completamente reciclada. A chamada e-skin também é capaz de se regenerar automaticamente se for cortada. O dispositivo é basicamente um filme fino equipado com sensores que podem medir pressão, temperatura, umidade e fluxo de ar.

A pele é feita de três compostos comercialmente disponíveis misturados em uma matriz e encadernados com nanopartículas de prata. Quando é cortada ao meio, ela consegue recriar as ligações entre os produtos químicos e se regenerar. Segundo os cientistas, a expectativa é que um dia a descoberta possa ser utilizada em próteses, robôs e tecidos inteligentes.

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A descoberta, porém, ainda não pode ser comercializada. Apesar de ser macia, ela não é tão elástica quanto a pele humana. Mesmo assim, os pesquisadores estão animados pois o material pode ser totalmente reciclado caso seja gravemente danificado.

Para fazer isso, os cientistas usam uma solução específica que dissolve a matriz da pele sintética em várias moléculas, permitindo que todos os materiais sejam reutilizados para criar outro pedaço. Segundo os pesquisadores, esse processo leva cerca de 30 minutos a 60 graus celcius ou 10 horas à temperatura ambiente.

O processo de cicatrização, porém, é mais ágil e leva de uma a meia hora em temperatura ambiente. Mas essa não é a primeira pele eletrônica criada. Uma feita na Europa permite aos usuários manipular objetos virtuais sem tocá-los, usando ímãs. Outra desenvolvida no Japão pode transformar uma camisa inteligente em um controle para videogames.

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Um grupo de arqueólogos encontrou os vestígios de um mosteiro cristão de 15 séculos, localizado perto de Beit Shemesh, no centro de Israel, e que conta com um mosaico de pássaros, folhas e romãs, comprovou nesta quarta-feira um fotógrafo da AFP.

"A riqueza do sítio sugere que o complexo pode ter sido um importante lugar de peregrinação na região de Judeia-Shfela", ao oeste de Jerusalém, indicaram as autoridades arqueológicas israelenses em um comunicado.

No sítio, que data do período bizantino, os arqueólogos encontraram vestígios de muros de pedra de imponentes dimensões e elementos arquitetônicos em mármore procedentes em parte da atual Turquia.

Entre esses elementos se encontra a base de um pilar coberto de cruzes e de motivos decorativos.

O sítio, que por enquanto só teve uma pequena parte examinada, foi abandonado no século VII por motivos desconhecidos.

"Já sabíamos que [na região] havia um certo número de igrejas antigas e de mosteiros, mas o que descobrimos foi preservado de forma significativa", disse Benyamin Storchan, diretor das escavações, segundo o comunicado.

As escavações, que começaram no verão, precedem um projeto de extensão do bairro de Beit Shemesh dirigido aos judeus ultraortodoxos.

Perguntado pela AFP, um porta-voz das autoridades arqueológicas disse que não sabe o que vai acontecer com o sítio.

"Uma coisa é certa: o mosaico será preservado. Mas não sabemos se ficará no local sob proteção ou se será trasladado".

Desde o início de ‘O Outro Lado do Paraíso’ há a suspeita de que Clara (Bianca Bin) é filha de Duda (Glória Pires). Agora, Walcyr Carrasco confirmará isso com todas as letras quando a dona do bordel perceber um detalhe na mocinha que fará com que ela ligue os pontos e descubra que a moça se trata da sua filha ‘perdida’.

Tudo acontece quando as duas se encontram nas ruínas da igreja de Pedra Santa, onde as duas costumam ir para rezar. Nesse momento, Duda observa que Clara carrega um terço especial na mão, e questiona onde ela conseguiu o objeto. “É a única lembrança que tenho da minha mãe, que morreu quando eu nasci”, afirma a ex-mulher de Gael.

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A dona do bordel então se lembrará que deu um objeto idêntico à sua filha recém-nascida, pouco antes dela ser levada, e é então que sua ficha vai cair. “Que expressão é essa, Duda? O que houve?”, questiona Clara ao ver a reação da mãe que ela ainda não sabe que tem.

Atordoada, Duda dirá: “Tenho tanta coisa pra dizer, e o que eu tenho a dizer vai transformar nossas vidas. Mas eu preciso pensar. Estou atordoada. Depois eu quero ter uma longa conversa com você”, responde a ex-prostituta, antes de se retirar do local para pensar. “Clara é minha filha. Por isso o destino nos uniu tantas vezes”, dirá ela para si mesma, enquanto tenta criar coragem para fazer a revelação.

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Um grupo de cientistas descobriu o mais distante buraco negro já registrado até hoje. O objeto, cuja massa é 800 milhões de vezes maior que a do Sol, está a 13 bilhões de anos-luz da Terra.

A distância é tão grande que o buraco negro pode ser considerado uma relíquia do cosmos primitivo: os sinais que ele emite viajam na velocidade da luz e levam 13 bilhões de anos para chegar à Terra e o Universo teve origem há cerca de 13,7 bilhões de anos. Com isso, o buraco negro é observado atualmente com o aspecto que possuía 690 milhões de anos após o Big Bang.

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De acordo com os autores do estudo, publicado nesta quinta-feira, 7, na revista científica Nature, é surpreendente que um buraco negro já tivesse um tamanho tão descomunal quando o Universo ainda tinha apenas 5% de sua idade atual.

"Esse buraco negro cresceu muito mais do que nós esperávamos em apenas 690 milhões de anos depois do Big Bang. Isso desafia todas as nossas teorias sobre a formação de buracos negros", disse um dos autores do estudo, Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão de Foguetes da Nasa, em Pasadena, na Califórnia (Estados Unidos).

Os astrônomos combinaram dados do telescópio espacial Wide-field Infrared Survey Explorer (Wise), da Nasa, com observações feitas a partir da Terra para identificar potenciais objetos distantes. Depois, passaram a acompanhar o objeto com os telescópios Magalhães, do Observatório de Las Campanas, no Chile.

O autor principal da pesquisa, Eduardo Bañados, da Carnegie Institution for Science, em Pasadena, na Califórnia (Estados Unidos), liderou o trabalho de identificação de candidatos entre as centenas de milhões de objetos descobertos pelo Wise, a fim de selecionar quais deles valeria à pena acompanhar com os telescópios Magalhães.

Para que um buraco negro tenha se tornado tão gigantesco no universo primitivo, os astrônomos especulam que ele deve ter encontrado condições especiais que permitiram um crescimento tão rápido. Tais condições, porém, permanecem misteriosas.

O buraco negro descoberto, que está no centro de uma galáxia, devorando avidamente todo o material em seu entorno, está no interior de um quasar e por isso pode ser observado.

Os quasares são objetos astronômicos extremamente distantes que possuem o brilho de uma galáxia com bilhões de estrelas, mas que têm dimensões aparentemente pequenas e que são formados por material que está em processo de ser "engolido" por um buraco negro. À medida que esse material acelera sua queda em direção ao buraco negro, ele esquenta, emitindo uma quantidade de luz tão extraordinária que afasta o material que cai atrás dele.

Pela imensa distância em que os quasares se encontram, a luz emitida por eles leva bilhões de anos para chegar à Terra e, por isso, permitem que os cientistas olhem para o passado e estudem o Universo primitivo. De acordo com os autores da pesquisa, esse quasar é especialmente interessante, porque revela eventos de uma época na qual o Universo era extremamente jovem.

"Os quasares estão entre os objetos celestes mais brilhantes e mais distantes e são cruciais para compreendermos o Universo primitivo", disse outro dos autores do estudo, Bram Venemans, do Instituto de Astronomia Max Planck, na Alemanha.

O Universo teve origem em uma "sopa" extremamente quente de partículas que rapidamente se espalharam, em um período conhecido como "inflação". Cerca de 400 mil anos após o Big Bang, essas partículas esfriaram e formaram gás hidrogênio. Mas o Universo permaneceu escuro, sem nenhuma fonte luminosa, até que a gravidade condensasse a matéria, formando as primeiras estrelas e galáxias.

A energia liberada por essas estrelas primitivas fez com que o hidrogênio, que havia se tornado neutro, perdesse um elétron, isto é, voltasse a ser ionizado. O gás permaneceu nesse estado desde então. Uma vez que o Universo foi reionizado, os fótons puderam viajar livremente pelo espaço. Nesse ponto, o Universo se tornou transparente para a luz.

Grande parte do hidrogênio em torno do novo quasar descoberto é neutro. Isso significa que o quasar não é apenas o mais distante já registrado, mas é também um exemplo do que podia ser visto antes da reionização do Universo. "Essa foi a última grande transição do Universo e é uma das atuais fronteiras da astrofísica", disse Bañados.

A distância do quasar é determinada pela unidade que os cientistas chamam de "redshift" ("desvio para o vermelho", em inglês), que mede o quanto a expansão do Universo estende o comprimento de onda da luz emitida por um corpo celeste distante antes que essa luz chegue à Terra. Quanto maior é o redshift de um objeto, maior é a distância - tanto no espaço como no tempo.

O novo quasar tem redshift de 7.54, com base na detecção de emissões de carbono ionizado da galáxia que abriga o imenso buraco negro. Isso significa que a luz emitida pelo quasar levou mais de 13 bilhões de anos para chegar à Terra. Os cientistas estimam que o céu contenha entre 20 e 100 quasares tão brilhantes e tão distantes como o que foi descoberto.

Cientistas brasileiros e chineses anunciaram nesta quinta-feira, 30, a descoberta de 215 ovos fossilizados de pterossauros - répteis voadores pré-históricos que eram parentes dos dinossauros -, com cerca de 120 milhões de anos, no noroeste da China.

A descoberta, de valor incalculável para a ciência, permitirá que os pesquisadores estudem como esses animais viviam, como se reproduziam e - o mais importante - como evoluiu seu voo. Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a desenvolver a capacidade de voar.

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O estudo que descreve a rara descoberta acaba de ser publicado na revista Science. Segundo os autores, até agora haviam sido descobertos apenas oito ovos de pterossauros, cinco na China e três na Argentina. Desta vez, porém, com uma coleção de mais de 200 ovos preservados tridimensionalmente - isto é, que não foram esmagados -, foi possível identificar 16 deles com embriões em diferentes estágios de desenvolvimento.

De acordo com um dos autores do artigo, Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a descoberta dos ovos com embriões dará um impulso sem precedentes no conhecimento sobre os pterossauros.

"Pela primeira vez temos embriões em três dimensões. Jamais se imaginou que isso seria possível, porque esses ovos são extremamente frágeis. Eles são flexíveis e têm uma caixa externa de carbonato de cálcio extremamente fina e, por isso, é muito difícil que se mantenham preservados por 120 milhões de anos. Quando vi o material pela primeira vez, em 2015, mal podia acreditar", disse Kellner à reportagem.

Os ovos de pterossauros encontrados em 2015 são da espécie Hamipterus tianshanensis, que havia sido descoberta em 2011 pela mesma equipe, liderada por Kellner e por Xiaolin Wang, da Academia Chinesa de Ciências. A nova descoberta também foi feita no mesmo local da primeira, perto da cidade de Hami, na província chinesa de Xingjiang.

Outra autora do estudo, Taissa Rodrigues, do Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o local é um paredão rochoso, onde ossos e ovos se acumulam em diversas camadas. O trabalho é meticuloso: é preciso escavar a rocha com um cuidado extremo para não danificar o material.

"Quando encontramos essa espécie pela primeira vez, vimos que os ossos estavam presentes em grande quantidade - e havia cinco ovos. A equipe chinesa continuou realizando escavações até fazer essa nova descoberta vultuosa. Os novos ovos estão no mesmo estado de preservação, mas, com são mais de 200, isso aumentou a nossa chance de encontrar embriões - e foi o que aconteceu", disse Taissa.

Segundo Taissa, quando os frágeis ovos são encontrados esmagados, os embriões não fornecem tanta informação. Mas, quando eles estão em três dimensões, é possível tirar inúmeras conclusões. Uma saliência que aparece em um osso, por exemplo, é rapidamente identificada como o local onde ficavam os músculos e tendões que controlavam as asas - com isso, os cientistas conseguem reproduzir detalhes precisos da anatomia do animal e de seus movimentos e hábitos.

"É incrível ter encontrado esse bloco com tantos ovos e embriões. Ovos de dinossauros são comuns, porque têm uma casca dura como os ovos de galinha. Mas os dos pterossauros são moles e, por isso, quebram facilmente e apodrecem. Além disso os ossos dos embriões são muito finos", afirmou Taissa.

"A ossificação dos embriões ainda é fraca e esses ossos se quebram com muita facilidade. Acreditamos que essa coleção de ovos possui mais embriões, mas decidimos não abrir todos eles, já que é possível que no futuro sejam desenvolvidas técnicas melhores para estudar o interior dos ovos sem precisar quebrá-los", disse Kellner.

Segundo Kellner, só condições muito específicas do ambiente podem explicar a preservação dos frágeis ovos. As características da rocha, segundo ele, mostram que a região era submetida a fortes torrentes de água.

"A rocha onde os encontramos não foi o lugar original onde as fêmeas fizeram seus ninhos. Aquilo foi transportado. Nossa hipótese é que há 120 milhões de anos havia tempestades constantes de grande porte naquela região. Em algum momento, um fluxo torrencial levou os ovos e alguns ossos poara esse local, onde eles foram soterrados muito rapidamente - caso contrário, os ovos não teriam sido preservados", explicou.

Como os ovos foram encontrados juntos em tamanha quantidade, Kellner afirma que os pterossauros certamente formavam colônias para reproduzir - e possivelmente também para acasalar. "Para encontrarmos esse material, foi preciso ocorrer uma tempestade perfeita, com muita água e enchentes, exatamente na área de reprodução dos pterossauros."

De acordo com Kellner, a abundância do material encontrado continuará gerando conhecimento sobre os pterossauros por vários anos. Mas os estudos preliminares já produziram avanços no conhecimento, mostrando, por exemplo, que provavelmente os pterossauros recém-nascidos exigiam 'cuidados parentais', como acontece com as aves.

"Conseguimos constatar em alguns dos embriões uma ossificação diferenciada de ossos associados às asas e aos membros posteriores. O úmero, que é o principal osso do braço envolvido com a atividade de voo, não estava ainda tão bem formado como as pernas", explicou Kellner.

Isso indicaria que, ao nascer, os pterossauros ainda não eram capazes de voar - e por isso precisavam da ajuda dos adultos, como acontece com as aves, e diferentemente do que ocorre com animais como crocodilos e tartarugas. "É muito provável essa seja a primeira evidência direta de uma necessidade biológica de cuidados parentais", disse o cientista.

Uma nova espécie de orangotango foi descoberta ao norte de Sumatra, na Indonésia, anunciaram nesta quinta-feira cientistas, apontando que o reduzido número faz deste um dos símios mais ameaçados do mundo.

Trata-se também da primeira nova espécie de grandes símios confirmada pela ciência desde a descoberta em 1929 de um bonobo na República Democrática do Congo, destacaram os biólogos que tiveram o trabalho publicado na revista americana Current Biology.

Há 4.500 anos, a pirâmide de Quéops no Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, escondia em seu interior uma enorme cavidade, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Nature.

A cavidade é "tão grande como um avião de 200 passageiros no coração da pirâmide", declarou à AFP Mehdi Tayubi, codiretor do projeto ScanPyramids, responsável pela descoberta.

Uma equipe de cientistas egípcios, franceses, canadenses e japoneses trabalha desde o final de 2015 na pirâmide, utilizando tecnologia de ponta não invasiva, que permite observar através dela para descobrir possíveis espaços ou estruturas internas desconhecidas. O objetivo é aprender um pouco mais sobre a construção das pirâmides, que sempre foi cercada de mistérios.

O monumento, de 139 metros de altura e 230 de largura, fica no complexo de Gizé, próximo do Cairo, perto da Grande Esfinge e das pirâmides de Quéfren e Miquerinos.

"Há muitas teorias sobre a existência de possíveis câmaras secretas nas pirâmide. Se juntássemos todas, obteríamos um queijo gruyere", brinca Mehdi Tayubi. "Mas nenhuma delas previa a existência de algo tão grande", completou.

De acordo com o estudo publicado na Nature, o "big void" (grande vazio), como os cientistas denominam a descoberta, mede pelo menos 30 metros de comprimento e tem características similares às da grande galeria, a maior sala conhecida da pirâmide. A cavidade se encontra a 40 ou 50 metros da câmara da rainha, no centro do monumento.

"O 'grande vazio' está totalmente fechado, nada foi tocado desde a construção da pirâmide. É uma descoberta muito emocionante", disse Kunihiro Morishima, da Universidade de Nagoya no Japão, integrante da missão ScanPyramids.

Trabalhadores da construção civil descobriram em Thornton, cidade do estado do Colorado, um raro fóssil de uma parte do esqueleto de um tricerátops, um dinossauro herbívoro de três chifres.

A descoberta ocorreu em 25 de agosto, detalhou um comunicado desta cidade, localizada nos arredores de Denver, no centro dos Estados Unidos. O encarregado do local acreditou que poderia se tratar de um fóssil e avisou ao Museu de História Natural de Denver. O curador, Joseph Sertich, foi rapidamente ao local.

O especialista determinou que eram esqueletos e um chifre de um tricerátops que viveu há 66 milhões de anos, período em que desapareceram os dinossauros. "É provavelmente um dos três crânios encontrados até agora nas montanhas rochosas", disse o paleontólogo em um vídeo postado no Facebook.

O curador destacou que esse fóssil de tricerátops é aproximadamente duas vezes menor do que os outros encontrados na Dakota do Norte e Dakota do Sul, assim como em Montana, onde foi descoberta a maior parte dos fósseis de dinossauros.

"Não sabemos a razão", reconheceu o cientista ao falar desta diferença de tamanho. "Esse fóssil de triceratops pode estar melhor preservado, o que se pode explicar porque estes dinossauros de chifres que se encontram em Denver são menores do que seus primos em outros lugares", disse Joseph Sertich.

A escavação continuará durante as próximas duas semanas para tentar recuperar a maior quantidade do esqueleto que for possível, acrescentou.

Pesquisadores norte-americanos deram um passo significativo para a concretização de um sonho que todos os donos de smartphones têm: a criação de um celular que não precisa de bateria para funcionar.

Os estudiosos Vamsi Talla e Joshua Smith da Universidade de Washington chegaram ao protótipo de um aparelho que funciona apenas a partir da energia que recebe do ambiente; alguns poucos milionésimos de watt convertidos de ondas de rádio.

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"O celular é o dispositivo do qual dependemos mais hoje em dia. Se há alguma coisa que queremos usar sem depender da bateria é realmente ele", afirmou Smith para a revista acadêmica "Proceedings of the Association for Computing Machinery on Interactive, Mobile, Wearable and Ubiquitous Technologies" ("ACM IMWUT").

A partir dessa consideração, a dupla desenvolveu um protótipo que realiza as funções básicas de um telefone celular, como fazer e receber chamadas, eliminando uma das etapas que mais consomem energia: a conversão de sons em dados digitais que o dispositivo consiga entender.

"Converter fala analógica humana em sinais digitais consome muita energia. Se você quer comunicar usando tecnologia analógica, você tem mais eficiência energética de fato", afirmou Talla à "Wired".

Esse processo gasta tanta energia para ser realizado que os pesquisadores perceberam que não seria possível criar um aparelho que utilizasse energia do ambiente para funcionar com o mesmo mecanismo.

Assim, a dupla entendeu que deveria desenvolver um sistema completamente analógico para seu protótipo. A tentativa de Talla e Smith aproveita, então, as pequenas vibrações que são produzidas quando chamadas são feitas ou recebidas.

No protótipo, os dados das conversas, as vozes e os ruídos que são captados pelos microfones, são processados por uma torre externa, que converte todas essas informações em sinais de rádio: quando se fala, as vibrações são codificadas em ondas de rádio e quando se escuta essas ondas são transformadas novamente em sons.

"O celular analógico converte ondas de rádio em energia e transmite informações para uma base, que por sua vez joga os dados em uma rede móvel digital", no caso via Skype, explicou Talla.

No entanto, o alcance dessa base ainda é apenas de 15 metros. No futuro, quando essa tecnologia, apelidada pelos estudiosos de "WiFi Passivo", estiver mais avançada, essas torres poderão ser embutidas em roteadores de internet wireless ou até em antenas de companhias de telefonia móveis, que poderão ampliar em milhares de vezes o alcance.

Além disso, o protótipo ainda está longe de poder ser usado no dia-dia também por outros motivos. O aparelho criado pelos norte-americanos conta por exemplo, com uma tela de LED que acende quando as teclas são discadas, ainda realiza e recebe chamadas de baixa qualidade e funciona no estilo walkie-talkie, ou seja, é preciso apertar um botão para falar e soltá-lo para escutar.

Uma nova partícula constituída de três quarks, os menores elementos básicos da matéria conhecidos, foi descoberta no Grande Colisor de Hádrons (LHC), anunciou nesta quinta-feira a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern).

"Trata-se de uma partícula muito pesada e instável", explicou à AFP Matthew Charles, do Laboratório de Física Nuclear e de Alta Energia (LPNHE) da Universidade Pierre-et-Marie-Curie, que participou da pesquisa.

Esta nova partícula, batizada de "Xicc++", é constituída de dois quarks charm e um quark up e pertence à família dos bárions.

Praticamente toda a matéria que vemos à nossa volta é feita de bárions, cujos representantes mais famosos são os prótons e nêutrons.

Uma vez que existem seis tipos de quarks, existem muitos tipos de bárions.

A partícula "Xi cc ++" com estes dois quark charm (quarks pesados) era prevista pela teoria, mas até agora nunca havia sido observada.

"Esta observação é uma validação dos cálculos baseados no Modelo Padrão", explica o pesquisador.

O "Modelo Padrão", desenvolvido no início de 1970, integra o conhecimento atual sobre partículas e forças fundamentais.

Mas não explica a existência da matéria escura e energia escura, que juntos formam 95% do Universo.

Este modelo também não permite compreender a gravidade ou a teoria geral da relatividade enunciada por Einstein. Os cientistas procuram, portanto, uma brecha nesta teoria e, para isso, quanto mais partículas, mais podem testá-las.

A existência desta nova partícula foi demonstrada através de experimentos realizados no grande acelerador de partículas LHC, situado na fronteira entre a Suíça e a França.

"Para produzir essas partículas, é preciso colisões de alta energia, de um acelerador de partículas como o LHC", diz Matthew Charles.

O LHC permitiu descobrir em 2012 o famoso bóson de Higgs, considerado pelos físicos como a pedra angular da estrutura fundamental da matéria, a partícula elementar que confere massa a uma sua série de outras.

Um estudo publicado no periódico científico Nature revelou que fósseis de Homo sapiens, descobertos no Marrocos, têm cerca de 300 mil anos. Estes vestígios demonstram 100 mil anos de diferença em relação aos mais antigos sinais de vida humana já encontrados pelos cientistas.

Jean-Jacques Hublin, pesquisador do Instituto Max Plank (Alemanha), afirmou que os vestígios significam uma mudança nos estudos sobre a origem do homem. “Isso é muito mais velho do que qualquer coisa que possa ter relação com a nossa espécie. Essa nova idade, 300 mil anos, nos convenceu de que o material que apresentamos é a origem da espécie humana. O Homo sapiens mais antigo já encontrado na África”, afirmou o pesquisador.

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A equipe de Hublin realiza escavações no sítio arqueológico de Jebel Irhoud, no Marrocos, desde 2004. Dentre as descobertas mais notáveis estão os restos de crânios de pelo menos cinco pessoas, perto dos quais os arqueólogos encontraram lascas de pedra utilizadas em lanças e tochas. Exames comprovaram que as tochas tinham cerca de 300 mil anos.

Um novo planeta entrou nesta quarta-feira no restrito círculo de astros capazes de abrigar sinais de vida fora do sistema solar.

"Não poderíamos sonhar com um candidato melhor para iniciar uma das maiores investigações da ciência: a busca de provas de vida fora da Terra", afirmou Jason Dittmann, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics de Cambridge (Estados Unidos), coautor de um estudo publicado na revista científica Nature.

O exoplaneta, batizado LHS 1140b, foi descoberto em volta de uma estrela da constelação Cetus, situada a cerca de 40 anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9,460 trilhões de km).

Apesar de não ser o primeiro "primo" da Terra que os astrônomos descobrem, o LHS 1140b "tem vantagens", segundo Xavier Bonfils, astrônomo do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica) francês no Observatório de Ciências do Universo de Grenoble (leste).

O exoplaneta orbita na zona habitável da sua estrela, ou seja, está "a uma distância da sua estrela que permite a presença de água líquida na sua superfície, o que é indispensável para a vida", explica Jason Dittmann.

Dos milhares de exoplanetas detectados até agora, apenas algumas dezenas se encontram, como o LHS 1140b, em uma zona habitável.

Outra vantagem do LHS 1140b é que sua estrela anfitriã é muito luminosa e sua órbita está corretamente inclinada no céu em relação a nós. A cada 25 dias, ao transitar diante da sua estrela, projeta uma sombra que pode ser bem observada a partir da Terra.

Os astrônomos, que se basearam nas observações do espectógrafo Harps, instalado em um telescópio do ESO (Observatório Europeu Austral) no Chile, puderam definir o raio e a massa do LHS 1140b.

Seu raio mede quase uma vez e meia o da Terra, e sua massa é seis vezes maior que a do nosso planeta. Os astrônomos deduziram que o exoplaneta é rochoso, como o nosso.

Para encontrar vida, os cientistas procuram planetas similares à Terra.

Em fevereiro, cientistas anunciaram a descoberta de sete planetas do tamanho da Terra, dos quais três poderiam abrigar oceanos de água líquida, orbitando uma estrela-anã TRAPPIST-1.

Os cientistas aguardam impacientes o lançamento, previsto para outubro de 2018, do telescópio espacial James Webb (JWST), cem vezes mais potente que o Hubble, que permitirá estudar esses exoplanetas e descobrir se possuem atmosfera.

Depois, deverão definir se estas atmosferas contêm rastros de oxigênio, outro elemento essencial para a vida como a conhecemos.

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