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O vírus que agora é considerado o suspeito número um do surto de microcefalia registrado no Brasil traz no nome uma referência à área onde foi descoberto, em 1947: a floresta de Zika, na África.

Até há pouco tempo, ele despertava pouca atenção de autoridades sanitárias. A pouca preocupação tinha como justificativa suas características. Pacientes com a infecção apresentavam sintomas leves: febre baixa, manchas pelo corpo e coceira. "Até hoje, havia apenas um registro de surto provocado pela zika, em 2007, na Ilha de Yap", conta o professor da Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz.

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Na ilha, com 29 mil pessoas, nunca houve uma relação entre a febre e o aumento de microcefalia. "Mas isso não quer dizer nada. O número de pessoas é pequeno. Talvez possa até ter havido aumento, mas não foi perceptível diante do pequeno impacto para a população."

O vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Uma vez inoculado na pele, ele se multiplica e, passados sete dias, vai para a corrente sanguínea, o período chamado viremia. Há três tipos de zika: o da Ásia, o da África do Leste e África Oeste. Não há um exame de diagnóstico para a zika por meio de anticorpos.

"É difícil de ser trabalhado, porque a viremia é de curta duração e pouco intensa", disse Luz. "Há pouca matéria-prima para se desenvolver o exame." Uma dificuldade que não existe com o vírus da dengue, considerado seu "primo". "Na chikungunya, a viremia é de três dias, mas considerada muito alta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas espécies de anfíbios extintas foram descobertas na região nordeste do Brasil, junto aos restos do réptil mais antigo da América do Sul, anunciou nesta quinta-feira o Museu de História Natural de Londres (NHM, sigla em inglês).

Os dois anfíbios, similares às modernas salamandras, viveram há 278 milhões de anos e seus fósseis foram encontrados por uma equipe internacional que incluía pesquisadores da instituição londrina e colegas do Brasil e da Argentina, entre outros países.

A revista científica Nature Communications publicou nesta quinta-feira um artigo com os resultados da pesquisa.

Os fósseis foram achados no estados do Piauí e Maranhão e se encontram agora preservados na Universidade Federal do Piauí, em Teresina.

"Esta descoberta preenche uma importante lacuna geográfica em nossa compreensão sobre a evolução e adaptação dos anfíbios", explicou o Museu Natural de Londres em um comunicado.

A espécie Timonya annae era um animal de 40 centímetros que, nas palavras do NHM, "parecia um cruzamento entre uma salamandra mexicana moderna e uma enguia".

A outra espécie descoberta é a Procuhy nazariensis, próxima à Timonya, e de um porte similar.

Até agora, acrescenta a instituição, o conhecimento sobre o vertebrados quadrúpedes desse período pré-histórico se limitava à América do Norte e Europa Ocidental, sem informações sobre os animais que viviam no sul do Trópico.

"Agora que sabemos que seus parentes distantes habitavam em um vasto sistema de lagos na região tropical do supercontinente da Pangeia, em zonas que hoje correspondem ao nordeste do Brasil, podemos saber mais sobre sua abundância, paleobiologia e sobre a amplitude de sua distribuição longe do equador", explicou Martha Richter, do NHM.

Os pesquisadores também descobriram a mandíbula de um réptil similar ao Captorhinus aguti, um lagarto que se encontra na América do Norte e que é o fóssil de réptil mais antigo achado na América do Sul, com cerca de 278-280 milhões de anos, afirmou ainda Richter.

"Mais de 90% das espécies da Terra se extinguiram no final do período Pérmico, o último da era Paleozoica, porque as condições se tornaram muito inóspitas", explicou Richter.

Ela acrescentou que esta foi a pior extinção em massa até a presente data.

"Entender a composição de faunas extintas como estas encontradas no nordeste brasileiro e como mudam com o tempo, pode nos ajudar a predizer melhor hoje em dia como evoluíram os sistemas de lagos e suas complexas comunidades de animais em resposta às amplas mudanças do meio ambiente", concluiu a cientista.

Cientistas informaram nesta sexta-feira (23) que conseguiram identificar, pela primeira vez, duas moléculas orgânicas complexas em um cometa - lançando nova luz sobre as origens cósmicas de planetas como a Terra.

Segundo a pesquisa, publicada na revista Science Advances, os especialistas detectaram moléculas de álcool etílico e de um açúcar simples conhecido como glicolaldeído no cometa Lovejoy. "Essas moléculas orgânicas complexas podem ser parte do material rochoso a partir do qual os planetas se formaram" afirmou o estudo.

Moléculas orgânicas já haviam sido encontradas em núcleos de cometas. O caso mais recente foi o do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde o robô Philae da agência espacial europeia encontrou várias, algumas das quais nunca antes detectadas num cometa.

Como os cometas contêm os materiais mais antigos e primitivos do sistema solar, os cientistas os estudam como se fossem cápsulas do tempo que oferecem pistas sobre como tudo começou, 4,6 bilhões de anos atrás.

Durante anos, debateu-se se os cometas que se chocaram com a Terra há milhões de anos a alimentaram com os componentes necessários para a vida. Embora este último estudo não resolva a questão, adiciona novos elementos para o debate, garante Dominique Bockelée-Morvan, co-autor e astrofísico do Centro Francês para a investigação científica.

"A presença de uma grande molécula orgânica complexa no material de um cometa é um passo fundamental para uma melhor compreensão das condições que prevaleceram no momento em que a vida surgiu em nosso planeta", explicou à AFP.

"Estas observações vão significar uma possível explicação para a origem da vida em nosso planeta", apontou. Lovejoy interessa particularmente os cientistas porque "é um dos cometas mais ativos na área orbital da Terra", disse o estudo.

A pesquisa foi feita através de um telescópio de 30 metros de comprimento no Instituto de Radioastronomia Milimétrica em Sierra Nevada, Espanha, em janeiro de 2015, quando o cometa estava no seu momento mais brilhante e produtivo.

As micoses - infecções causadas por fungos microscópicos - podem ter uma relação com o mal de Alzheimer: é o que sugere um grupo de pesquisadores espanhóis, alimentando a hipótese de que a doença neurodegenerativa contra a qual ainda não há cura tem origem infecciosa.

"Não existem provas conclusivas, mas se a resposta for sim, o Alzheimer pode ser tratado com remédios antifúngicos", escreveu a equipe de pesquisadores espanhóis em estudo publicado nesta quinta-feira na revista Scientific Reports (do grupo Nature).

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O estudo aparece um mês após um polêmico artigo britânico que despertou medo no grande público e questionamentos da comunidade científica, lançando a hipótese de transmissibilidade da doença.

Comparando tecidos cerebrais recolhidos após a morte de onze pessoas que sofriam com o mal de Alzheimer e outras dez pessoas que não apresentavam a doença, Luis Carrasco, do centro de biologia molecular de Madri e sua equipe, descobriram estruturas assinalando a presença de diferentes tipos de fungos em todos os doentes de Alzheimer sem exceção, mas não entre os não doentes.

Segundo os pesquisadores, foram detectados traços em diferentes partes do cérebro dos doentes, incluindo nos vasos sanguíneos, o que poderia explicar as patologias vasculares frequentemente observadas nos pacientes de Alzheimer.

"Coletivamente, nossos trabalhos fornecem provas irrefutáveis da presença de micoses no sistema nervoso central dos pacientes de Alzheimer", afirmam no artigo, estimando que a descoberta relança a hipótese de uma origem infecciosa para a doença.

Os fungos podem explicar porque a doença avança lentamente e por que os pacientes apresentam inflamações crônicas e uma ativação do sistema imunológico.

Mas eles não excluem a possibilidade de que os doentes de Alzheimer possam, por diversas razões (modificações na higiene ou alimentação, sistema imunológico menos performático), ser mais sensíveis às micoses.

- 'Possível, mas a confirmar' -

"É um estudo interessante e totalmente possível, mas que deve ser confirmado por uma outra equipe", destacou Christophe Tzourio, neurologista e diretor da unidade de pesquisa em neuroepidemiologia do Inserm/Universidade de Bordeaux.

A hipótese de uma infecção que poderia estar na origem do Alzheimer não é nova. Pesquisadores levantaram a hipótese de que o vírus da herpes ou a 'Chlamydophila pneumoniae', parasita na origem de infecções respiratórias graves, poddam desempenhas um papel na doença degenerativa - teoria que não foi confirmada depois, lembra Tzourio.

"Não sabemos se as micoses ocorreram antes ou após a aparição do Alzheimer", aponta por sua vez Laura Phipps, do centro britânico de pesquisa sobre o Alzheimer.

O mal de Alzheimer afeta principalmente as pessoas idosas. A doença leva a uma deterioração das capacidades cognitivas e consequente perda de autonomia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 47,5 milhões de pessoas sofrem de demência no mundo, das quais 60 a 70% provocadas pelo Alzheimer.

A maioria dos especialistas concorda que trata-se de uma doença complexa e que é necessária geralmente "uma conjunção de fatores" para que alguém desenvolva as lesões específicas que são o desenvolvimento de placas amiloides e o acúmulo de proteínas Tau anormais no interior dos neurônios.

Entre os fatores de risco conhecidos estão, além da idade, a hipertensão arterial, a obesidade, o tabagismo ou o sedentarismo, assim como predisposições genéticas. As pesquisas aumentaram nos últimos anos para compreender melhor a doença e sobretudo descobrir um tratamento curativo.

Em artigo publicado pela Nature no mês passado, o especialista britânico em doenças neurodegenerativas John Collinge lançou a hipótese de uma outra forma de transmissão após ter encontrado na autópsia de dois doentes mortos pela doença de Creutzfeldt-Jakob um dos dois sinais do Alzheimer: as placas amiloides.

Pesquisadores descobriram uma nova espécie de mamífero que viveu há 125 milhões de anos, no tempo dos dinossauros: dotado de muitos pelos, mas também de espinhos, era do tamanho de um rato e tinha patas semelhantes às do tatu.

O fóssil estudado também era acometido pela "tinha da cabeça", uma infecção fúngica que afeta os pelos e existe até hoje, constataram os cientistas. Batizado Spinolestes xenarthrosus, o fóssil perfeitamente conservado foi encontrado em 2011 em Las Hoyas, depósito arqueológico do Cretáceo inferior situado na Espanha, perto da cidade de Cuenca.

Essa "bola de pelos" acaba de ser descrita por uma equipe internacional de paleontólogos, num estudo divulgado nessa quarta-feira (14) na revista britânica Nature. Eles concluíram que era uma nova espécie pertencente à ordem de eutriconodontes, uma linhagem de mamíferos extintos no final da era Mesozoica. Ele fazia parte da família dos gobiconodontes.

O Spinolestes xenarthrosus, que se alimentava de insetos e larvas, pesava entre 50 e 70 quilos e tinha 25 centímetros de comprimento. Ele tinha dentes afiados, coluna vertebral, pernas capazes de vasculhar a terra como os tatus, uma juba ao longo das costas e pequenos espinhos semelhantes aos do ouriço.

Se este animal tinha as características clássicas de sua família, como a pele, a presença de espinhos bem específicos "o torna único", ressaltou o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês, cujo pesquisador Romain Vullo, da Universidade de Rennes, participou do estudo. O fóssil tem ainda bronquíolos pulmonares e restos do fígado. "Estes são os órgãos internos de mamíferos mais antigos já encontrados", ressaltou Thomas Martin, pesquisador da Universidade de Bonn, um dos autores do estudo.

Com este fóssil, "temos evidências conclusivas de que várias características fundamentais dos mamíferos já estavam bem estabelecidas há 125 milhões de anos, no tempo dos dinossauros", disse Zhe-Xi Luo, pesquisador da Universidade de Chicago, um dos autores do estudo.

Las Hoyas, único na Europa, é um depósito sedimentar que contém uma grande variedade de fósseis, presos em um ambiente pantanoso antigo.

Apesar de seu grande tamanho, os elefantes raramente desenvolvem câncer. Em estudo publicado nesta quinta-feira (8), um grupo de cientistas explica que o segredo destes grandes mamíferos está nos genes.

Os elefantes têm 38 cópias modificadas de um gene que codifica o p53, composto que impede a formação de tumores. Os seres humanos, por exemplo, têm apenas cópias modificadas deste gene, segundo o estudo divulgado pela revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA).

Isso significa que, a medida que os elefantes evoluíram, seus corpos fizeram cópias extra de um gene que evita a formação de tumores. Por muito tempo, os elefantes foram considerados um enigma por terem muito mais células do que os seres humanos, o que em tese deveria representar um grande risco de desenvolver câncer ao longo de seus 50 a 70 anos de vida.

Mas mesmo assim a análise de uma grande base de dados de mortes de elefantes mostrou que menos de 5% deles morrem de câncer, comparado com 11 a 25% das pessoas.

"O lógico seria que os elefantes desenvolvessem enormes quantidades de células cancerígenas; de fato, já deveriam ter desaparecido a essa altura devido a tão alto risco de câncer", disse um dos principais autores do estudo, Joshua Schiffman, pediatra oncologista do instituto do câncer Huntsman da escola de medicina da Universidade de Utah.

"Acreditamos que a natureza conseguiu manter viva esta espécie processando mais p53", explicou. Os elefantes também estão naturalmente equipados com um mecanismo interno mais agressivo na hora de matar células danificadas que ameaçam tornar-se cancerígenas, disseram os pesquisadores.

Os investigadores esperam que esta descoberta leve a novas terapias para combater o câncer em seres humanos. Mas esse dia ainda pode estar longe, na opinião de Mel Greaves, diretor do centro sobre evolução e câncer do instituto de pesquisa do câncer em Londres.

"Esta nova pesquisa dá uma resposta plausível a um dos maiores mistérios da biologia evolutiva: por que alguns grandes animais com muitas células têm taxas baixíssimas de câncer", disse Greaves, que não participou do estudo.

"Não está claro no imediato quais são as lições que podemos tirar", acrescentou. "O principal impacto desta extraordinária história é que ela coloca o foco na questão do por que nós [humanos] estamos tão favoráveis ao desenvolvimento do câncer, considerando nosso tamanho e nossa expectativa de vida; e o que podemos fazer para modificar esta situação".

Também fizeram parte da pesquisa especialistas da Universidade do Arizona e do Ringling Bros. Center for Elephant Conservation.

Quem entrar no Google nesta terça-feira (29) será surpreendido por um Doodle animado que comemora a descoberta de água em Marte, um acontecimento revelado nesta segunda-feira (28) pela NASA. Para celebrar a novidade, a empresa trouxe uma animação que mostra o planeta vermelho contente se deliciando com um copo de água.

A água em Marte não é cristalina, como na Terra. É uma salmoura misturada a elementos químicos como o magnésio e o sódio. Para o planeta Marte representado no Google Doodle, no entanto, a quantidade de sal não é um problema. Ele aparece se refrescando com o líquido e faz cara de quem gosta do sabor que provou.

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A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas de todo o mundo e um estímulo a uma visita - ou seja, a uma missão tripulada. “Parece que quanto mais estudamos Marte, mais nós aprendemos como a vida poderia ser suportada e onde existem recursos para que isso aconteça no futuro", disse o cientista chefe do programa de exploração de Marte da Nasa, Michael Meyet.

Na Argentina, país com maior concentração de analistas do mundo, pesquisadores descobriram três cartas escritas à mão pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, que serão expostas a partir desta sexta-feira (25). As três cartas, que datam de 1911, 1916 e 1917, foram descobertas no início deste ano, mas a confirmação de autenticidade levou vários meses. Finalmente, elas estarão expostas na mostra "Construções da psicanálise na Argentina", organizada pela Universidade de Rosário (300 km ao norte de Buenos Aires).

A descoberta ocorreu quando os pesquisadores faziam um trabalho de digitalização de arquivos pessoais de um dos pioneiros da psicanálise na Argentina, Angel Garma. "A gente estava fazendo um trabalho rápido, porque havia 3.000 documentos e tínhamos que devolvê-los, quando disse para minha colega: essa aqui está assinada por Freud, com o endereço de Berggassen 19, em alemão e acho que é uma original", contou à AFP Guillermo Ferragutti, que trabalha no Centro de Documentação da Unidade de Investigações Sócio-históricas Regionais de Rosário.

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Ainda surpreso com o alcance da descoberta, Ferragutti lembrou o momento em que viram a famosa assinatura: "todos levantamos a cabeça e nos demos conta de que estávamos em outra escala de descoberta". "Quase não nos demos conta logo no início, mas agora vemos que impacto real da nossa descoberta", agregou.

Embora a descoberta das cartas só tenha se tornado pública esta semana, foram necessários vários meses para constatar a veracidade de sua origem, assim como decifrar seu conteúdo, escrito numa antiga grafia alemã chamada Sütterlin - que lembra as fontes góticas. Ferragutti explicou que o Sütterlin era um sistema de caligrafia germânico instituído na Prússia em 1911. Em seguida, a escrita se popularizou na Alemanha, onde foi utilizada até 1941, quando o partido nazista baniu todas as fontes góticas. "Foi adotada como fonte oficial para as comunicações do governo e da burocracia estatal, assim como nas escolas primárias, onde era obrigatória", disse o pesquisador à AFP.

O percurso para conseguir decifrar o que diziam as três cartas de Freud foi longo: viajaram de Rosário para Viena, onde foram traduzidas e confirmadas como originais. Ferragutti também confirmou que, embora tenham sido encontradas no arquivo de Garma, as cartas não se dirigiam a ele.

"Mas ainda não sabemos porque elas estavam com Garma e uma de nossas hipóteses é de que foram um presente dado por Theodore Reik, que foi analista de Garma e discípulo de Freud", contou. Outra tese é de que teriam chegado às mãos de Garma através de Marie Bonaparte, amiga do argentino e encarregada de compilar a correspondência de Freud.

A terceira opção sustenta que Garma teria comprado as missivas de algum circulo de colecionadores. Em Buenos Aires é difícil encontrar entre os moradores de classe média alguém que nunca tenha feito análise - e muitos portenhos batem recordes de anos de tratamento.

Na Argentina há mais de 50.000 psicólogos de diferentes correntes, o que equivale a uma média de um profissional para cada 690 habitantes, três vezes mais do que nos Estados Unidos, segundo a Associação Psicanalítica Argentina (APA). Mas em Buenos Aires o número é ainda mais contundente: há um em cada 120 portenhos.

Há mais de uma década, cientistas descobriram que um vírus chamado GBVC tem a misteriosa capacidade de reduzir a progressão da aids em indivíduos com HIV. Agora, um grupo de cientistas, com participação brasileira, desenvolveu um modelo em macacos que permitirá estudar a infecção pelo GBVC e desvendar qual é a estratégia do vírus para impedir o desenvolvimento da aids. O estudo foi publicado na quarta-feira, 16, na revista Science Translational Medicine.

Em 2009, uma equipe liderada por Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), descobriu que há uma sinergia na interação entre os vírus GBVC e HIV. "É algo inusitado. O GBVC reduz a inflamação causada pela infecção do HIV. Ele funciona como uma espécie de vírus protetor", disse Kallás à reportagem.

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No estudo atual, feito pelo grupo de Kallás em parceria com cientistas da Universidade de Wisconsin (EUA), os pesquisadores conseguiram desenvolver pela primeira vez um modelo que simula, em macacos, a infecção pelo GBVC.

"Com o novo modelo, vamos poder estudar a infecção em experimentos e entender exatamente o processo de proteção usado pelo GBVC. Depois vamos investigar se esse processo pode resultar em novas terapias para a aids".

Além da proteção contra a aids, o GBVC tem outras características incomuns: ao contrário de outros vírus, ele não causa doenças, nem é eliminado do corpo do hospedeiro. Embora ele seja bastante comum - ocorre em até 8% da população mundial em geral e em até 25% das pessoas com HIV - pela falta de um modelo que permita estudar sua infecção em animais, ainda não se sabe como ele faz para impedir a progressão da aids.

Segundo Kallás, a descoberta do GBVC está associada a pesquisas sobre os vírus causadores da hepatite. Nas décadas de 80 e 90, muitos cientistas estudaram as causas das hepatites que não são provocadas pelos vírus A e B.

"No fim da década de 80 foi descrito o vírus da hepatite C. A partir daí, foram descobertos os vírus da hepatite Delta e hepatite E. Mais tarde, descobriram o que se pensava inicialmente ser o vírus da hepatite G. Mas este último vírus, muito frequente, não estava ligado à hepatite: era o GBVC", explicou Kallas.

Quando os cientistas ainda estavam estudando se o novo vírus tinha relação com a hepatite, examinaram registros sobre pacientes com aids para descobrir se ele interferia na progressão da doença.

Inesperado

"Foi no início da década de 2000 que alguns estudos mostraram algo totalmente inesperado: a presença do GBVC não acelerava a progressão da aids - ao contrário, diminuía seu ritmo. Foi surpreendente descobrir um vírus que poderia ter um efeito benéfico de proteção do hospedeiro de outro vírus", disse o pesquisador.

A partir daí, tiveram início diversos estudos para descobrir como o GBVC protegia portadores de HIV. Diversas hipóteses foram levantadas, como uma competição entre os dois vírus, ou uma capacidade de bloqueio da infecção por HIV. Até que o grupo da USP conseguiu determinar pela primeira vez que o GBVC reduz a inflamação no organismo do hospedeiro. "É como se ele tivesse um efeito anti-inflamatório específico para as células mais inflamadas pela infecção do HIV. Publicamos um artigo em 2009 revelando esse mecanismo", declarou.

Mais tarde, um grupo de cientistas da Califórnia, nos Estados Unidos, estudando dados de pessoas que tinham aids antes do desenvolvimento dos coquetéis, tiveram uma redução de 50% na infecção pelo HIV quando recebiam doações de sangue de pessoas infectadas com o GBVC.

Depois dessas descobertas, Kallás começou a trabalhar com um colega da Universidade de Wisconsin, David O’Connor, que liderava um projeto de pesquisa em busca de vírus emergentes em Uganda, na África.

Dispondo de técnicas de biologia molecular bastante sofisticadas, O'Connor coletou amostras de macacos selvagens em busca de novos vírus.

"Em seus ensaios de prospecção de novos vírus, ele descobriu que o vírus SIV - equivalente ao HIV em macacos - era relativamente frequente. E encontrou também com grande frequência os GBVC. Foi a partir daí que pensamos em estudar a concomitância desses dois vírus em macacos", explicou Kallas.

Quando O'Connor analisou os dados dos macacos que tinham GBVC, descobriu que todos estavam infectados por SIV. "Parecia que os dois vírus agiam juntos. Começamos então a trabalhar em um modelo de macacos para responder como o GBVC é capaz de proteger o hospedeiro.

Os cientistas montaram então um modelo para infectar macacos em laboratório com o GBVC, algo que ainda não havia sido feito. "Além de descrever como a infecção aguda acontece, esse modelo sedimenta o que precisamos saber para fazer estudos experimentais para a infecção de SIV e GBVC nos macacos. Com isso esperamos entender com precisão os processos de proteção", disse.

Com um financiamento obtido junto ao governo dos Estados Unidos, os cientistas prosseguirão agora os estudos. O grupo de Wisconsin fará as observações em animais, enquanto o grupo de São Paulo reproduzirá os estudos nas amostras de sangue de pessoas que vivem com HIV, sabendo que uma em cada quatro delas estão infectadas também com o GBVC.

"Unindo os dados experimentais e clínicos, esperamos responder várias perguntas. Onde esses vírus se distribuem no organismo das pessoas? Se a infecção por GBVC vier antes ou depois da infecção por HIV o efeito é diferente? Será que esse efeito pode resultar em uma terapia que envolva injetar o GBVC em pacientes para reduzir a progressão da aids?."

Cientistas americanos conseguiram fazer crescer em laboratório uma versão quase completa de um pequeno cérebro humano, algo que - alegam - pode representar um avanço crucial para o tratamento de doenças neurológicas.

Rene Anand, professor da Universidade Estadual de Ohio, conseguiu fazer crescer um cérebro com uma maturidade similar a de um feto de cinco semanas, informou a universidade. "Não apenas se parece com um cérebro em desenvolvimento, seus diversos tipos de células expressam quase todos os genes como um cérebro", disse Anand.

Com o tamanho de uma ervilha, o cérebro inclui múltiplos tipos de células, todas as principais regiões do cérebro e uma medula espinhal, mas carece de sistema vascular, explicou a universidade. Foi desenvolvido a partir de células de pele humana e, segundo os cientistas, é o cérebro de seu tipo mais completo conhecido até agora. Anand apresentou seu trabalho na terça-feira durante um evento militar sobre saúde na Flórida.

Em geral, os avanços científicos importantes são divulgados em publicações especializadas, após avaliações de comitês independentes. Anand e um colega fundaram uma empresa em Ohio para comercializar o sistema de crescimento cerebral, segundo a universidade. "O poder deste modelo de cérebro é um bom presságio para a saúde humana porque nos dá opções melhores e mais relevantes para testar e desenvolver tratamentos que em roedores", afirmou Anand em um comunicado.

Astrônomos identificaram no Chile um planeta gêmeo a Júpiter que orbita uma estrela parecida com o Sol, uma descoberta que sugere que este sistema seja semelhante ao solar - anunciou nesta quarta-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO).

A descoberta da equipe internacional liderada por Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo (USP), foi detalhada em um artigo publicado pela revista Astronomy and Astrophysics.

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"Embora tenhamos encontrado vários planetas semelhantes a Júpiter a várias distâncias de estrelas semelhantes ao Sol, este planeta (...) é o análogo mais preciso encontrado até agora para o Sol e Júpiter", afirma a carta do observatório.

Além disso, a estrela "anfitriã" (HIP 11915) é semelhante ao Sol em massa, tem quase a mesma idade e composição estrela similar, aponta o ESO.

Melendez comentou que "a busca por uma Terra 2.0 e um Sistema Solar 2.0 completo, é um dos desafios mais emocionantes da astronomia".

Nesse sentido, Megan Bedell - cientista da Universidade de Chicago e principal autora da investigação - observou que "depois de duas décadas em busca de exoplanetas, finalmente estamos vendo planetas gasosos gigantes, similares ao nosso próprio Sistema Solar".

"Esta descoberta é, em todos os aspectos, um sinal emocionante de que provavelmente há outros sistemas solares esperando para serem descobertos", disse o cientista da Universidade de Chicago.

A partir de agora, seguirá um monitoramento para confirmar a descoberta, mas o sistema da estrela HIP 11915 "é um dos candidatos mais promissores até agora para hospedar um sistema planetário semelhante ao nosso", disse o comunicado.

O planeta foi detectado graças a um "Buscador de Planetas por Velocidade Radial de Alta Precisão" (HARPS, na sigla em inglês) instalado no telescópio de 3,6 metros no Observatório de La Silla.

O Observatório La Silla está instalado a 2.400 metros de altitude no deserto do Atacama, cerca de 1.400 quilômetros ao norte de Santiago.

Um cientista brasileiro identificou três novas espécies de pterossauros - um grupo de raros répteis voadores pré-históricos -, revelando que esses animais podem ser mais antigos do que se imaginava. Um dos maiores especialistas do mundo em pterossauros, Alexander Kellner, pesquisador do Museu Nacional (UFRJ), demonstrou que um dos gêneros existentes, o Eudimorphodon, correspondia a três gêneros e espécies distintos.

Segundo ele, isso significa que os pterossauros estavam bastante diversificados há 220 milhões de anos, bem antes do que se pensava, segundo estudo publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências. "Imaginávamos que havia poucos grupos de pterossauros no Triássico, mas demonstramos que a diversificação desses animais já estava em curso nessa época. Portanto, a origem dos pterossauros é mais antiga do que havia sido estabelecido. Com certeza, pelo menos 10 milhões de anos."

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Para fazer a descoberta, Kellner estudou as características ontogenéticas - variações morfológicas entre indivíduos mais jovens e mais velhos - de fósseis achados em diferentes regiões do mundo. Características dos dentes foram fundamentais para a revisão da classificação.

A análise mostrou que o fóssil de um suposto Eudimorphodon, achado na Groenlândia, era um animal bem diferente, que foi batizado de Arcticodactylus cromptonellus. "Era um animal dos mais primitivos e bastante estranho: pequeno, com asas curtas em relação às pernas", disse Kellner.

Outro fóssil, encontrado na Áustria, foi batizado de Austriadraco dallavecchiai. "Ele tinha uma abertura na mandíbula que nunca havia sido documentada em pterossauros, um indício de que esses animais podem estar mais próximos dos dinossauros do que dos lagartos." Um fóssil descoberto na Itália foi chamado de Bergamodactylus wildi. "É o mais complexo: um animal pequeno, com dentes grandes e pontiagudos e olhos amplos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ele era herbívoro, tinha até três metros de comprimento e sua anatomia era uma combinação de diferentes espécies: o 'Chilesaurus diegosuarezi' é um "dos dinossauros mais bizarros já descoberto", dizem os pesquisadores que fizeram um estudo sobre fósseis do animal.

Este novo tipo de dinossauro pertence à família dos terópodes, que inclui os famosos carnívoros Velociraptor, tiranossauro e carnotauro. Mas o Chilessauro apresenta características incomuns.

"Estamos perturbados pela estranha anatomia do Chilessauro, que lembra diferentes grupos de dinossauros", disse Fernando Novas, coautor do estudo publicado na revista científica Nature. "Sua cintura pélvica se assemelha à dos ornitísquios (...) e suas patas traseiras - grandes e com quatro dedos - se assemelham muito mais às dos sauropodomorfos primitivos" do que as dos terópodes, mais finas e compostas de três dedos, continuou Bernardino Rivadavia, pesquisador do Museu de Ciências Naturais de Buenos Aires.

Segundo ele, o Chilessauro "é um dos dinossauros mais bizarros já descobertos".

Foi no sul do Chile que os ossos foram encontrados por Diego Suarez, que deu seu nome ao dinossauro. Em fevereiro de 2004, o menino de sete anos acompanhava os pais geólogos nos Andes, quando tropeçou em fósseis encontrados em rochas do final do período Jurássico, há cerca de 145 milhões de anos.

Desde esta descoberta, mais de uma dúzia de espécimes do dinossauro foram coletadas, incluindo quatro esqueletos completos.

"No começo, eu estava convencido de que tinha recolhido três dinossauros diferentes, mas quando o esqueleto mais completo foi preparado, ficou claro que todos os itens pertenciam a uma espécie de dinossauro", explica Fernando Novas.

O relativamente pequeno crânio do dinossauro, a forma de seu nariz ou seus dentes em forma de folha revelam que o dinossauro era um comedor de plantas.

De fato, diferentes partes do corpo do Chilessauro foram adaptadas a uma dieta especial e estilo de vida particulares, semelhante a outros grupos de dinossauros, devido ao fenômeno da evolução convergente - informou em um comunicado a Universidade de Birmingham.

"Neste processo, uma ou mais partes de um organismo se parecem às de espécies não relacionadas por causa de um estilo de vida semelhante e a pressões evolutivas", contou Martin Ezcurra, coautor do trabalho e pesquisador da Universidade de Birmingham.

Os dentes do Chilessauro são muito semelhantes aos dos dinossauros primitivos que tinham um pescoço longo porque foram selecionados ao longo de milhões de anos devido a uma dieta semelhante, exemplifica a universidade.

O Chilessauro é "um dos casos mais interessantes de evolução convergente documentados na história da vida", ressaltou Ezcurra.

Arqueólogos norte-americanos descobriram na cidade egípcia de Luxor uma tumba faraônica de mais de 3 mil anos, com pinturas murais em muito bom estado - informou nesta terça-feira o ministério das Antiguidades.

A tumba recém-descoberta data da 18ª dinastia, durante o Novo Império (1550-1071 antes de Cristo), e as pinturas murais mostram cenas da vida cotidiana e celebrações, explicou.

"A tumba pode ter sofrido atos de vandalismo. Algumas cenas e inscrições murais foram raspadas", afirmou em comunicado o ministério, sem dar maiores detalhes.

Luxor, uma cidade de meio milhão de habitantes situada às margens do rio Nilo, é um museu a céu aberto onde estão inúmeros templos e tumbas da Antiguidade.

O gênero Homo, linhagem de hominídeos que culminou no aparecimento dos humanos modernos, surgiu quase meio milhão de anos antes do que se imaginava. A prova é uma mandíbula fossilizada de 2,8 milhões de anos, achada em 2013 na Etiópia. A descoberta foi revelada na quarta-feira, 4, na revista Science, por um grupo internacional de pesquisadores.

Segundo os autores, o fóssil reúne características dos Australopithecus, bem mais primitivos, e de outras espécies mais recentes do gênero Homo, indicando uma transição entre elas.

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Em um estudo publicado simultaneamente na revista Nature, outra equipe de cientistas fez a reconstituição computadorizada do crânio de um Homo habilis - a primeira espécie do gênero - e descobriu surpreendente diversidade entre esses hominídeos, indicando também que eles tinham características mais primitivas do que se pensava, combinadas com traços modernos.

O fóssil que deverá transformar a história da evolução humana é um pedaço de uma mandíbula inferior, com cinco dentes, achado há dois anos no sítio arqueológico de Ledi-Geraru, na região etíope de Afar.

Segundo os cientistas, liderados pela geóloga Erin DiMaggio, da Universidade Estadual da Pensilvânia (Estados Unidos), o hominídeo pertencia ao gênero Homo e viveu há 2,8 milhões de anos, quando ainda havia na região arbustos, rios e zonas úmidas arborizadas. Os pesquisadores acreditam que mudanças climáticas podem ter acelerado o aparecimento do gênero Homo.

Segundo os autores, a descoberta ajuda a preencher lacunas sobre um período importante para a evolução humana - entre dois e três milhões de anos atrás. Os fósseis são escassos e mal preservados, mas foi justamente quando os hominídeos sofreram uma transformação crucial, deixando para trás aparência e comportamento mais semelhantes aos dos macacos. "Essa descoberta é o primeiro indício que temos dessa transição para o comportamento dos humanos modernos. Naquele momento, deixamos de resolver os problemas com nossos corpos e passamos a fazê-lo com nossos cérebros", disse um dos autores, Brian Villmoare, da Universidade de Nevada.

O novo fóssil tem uma série de características primitivas em comum com um ancestral de outro gênero, o Australopithecus afarensis, cujo espécime mais conhecido é Lucy, fóssil de 3,5 milhões de anos encontrado em 1974 em Hadar, a 65 km de Ledi-Geraru. Mas o novo fóssil também tem traços de hominídeos modernos do gênero Homo.

No estudo da Nature, a equipe liderada por Fred Spoor, do Instituto Max Planck, produziu uma reconstrução virtual do mais representativo fóssil do Homo habilis, datado de 1,8 milhão de anos. Com isso, foi possível comparar o fóssil ao mais antigo espécime de Homo habilis já encontrado, de 2,3 milhões de anos. A análise indica que a mandíbula é tão primitiva quanto a do Australopithecus, mas outras características são semelhantes às dos hominídeos mais recentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma mandíbula com dentes de 2,8 milhões de anos, encontrada na Etiópia, é o fóssil mais antigo do gênero Homo encontrado até agora e, segundo pesquisa publicada na revista Science, sua descoberta antecipa em 400 mil anos a origem da nossa espécie.

A descoberta, anunciada nesta quarta-feira na edição digital da revista, lança luz sobre a origem do gênero Homo, ao qual pertence a espécie humana, explicam os cientistas na Science.

"A época da qual data a mandíbula inferior reduz a brecha na evolução entre o Australopiteco - a célebre Lucy, que data de 3,2 milhões de anos - e as primeiras espécies do tipo Homo como o erectus ou o habilis", explicam os cientistas.

"Este fóssil é um excelente exemplo de uma transição de espécies em um período chave da evolução humana", acrescentam.

Esta mandíbula foi encontrada em 2013 em uma zona de rastreamento denominada Ledi-Geraru, na região Afar, na Etiópia, por um grupo internacional de pesquisadores chefiado por Kaye Reed, da Universidade do Arizona, e Brian Villmoare, da Universidade de Nevada.

Há décadas, cientistas buscam fósseis na África para encontrar indícios da linhagem Homo, embora com sucesso limitado, pois eles descobriram muito poucos fósseis do período entre três milhões e 2,5 milhões de anos atrás.

"Os fósseis da linhagem Homo com mais de dois milhões de anos são muito raros e o fato de ter um esclarecimento sobre as primeiras fases da evolução da nossa linhagem é particularmente emocionante", disse Brian Villmoare, principal autor do artigo.

No entanto, os cientistas alertam que não estão em condições de dizer, com esta única mandíbula, se se trata ou não de uma nova subespécie dentro do tipo Homo.

A descoberta da tendência de um hormônio em aumentar o apetite sexual dos ratos poderá ajudar pessoas viciadas em sexo, informaram pesquisadores suecos. A grelina, hormônio do aparelho digestivo, estimula o apetite, assim como a vontade de consumir álcool e outras drogas, ao ocasionar sinais de recompensa ao cérebro.

A farmacologista Elisabet Jerlhag Holm e o endocrinologista Emil Egecioglu conseguiram mostrar que, quando os ratos recebem um suplemento de grelina, seu apetite sexual aumenta e seus esforços por encontrar um parceiro também, segundo indica a Universidade de Gotemburgo em um comunicado.

Depois de realizar a operação inversa, ou seja, reduzir a grelina, comprovaram que o apetite sexual diminuía. Por ora, nada comprova que estas conclusões sejam aplicadas a humanos. "Descobrir isso exigirá pesquisas consideráveis neste âmbito. Mas os inibidores de grelina poderão talvez ser uma chave dos futuros tratamentos contra o vício do sexo e dos abusos sexuais", explicou Jerlhag Holm.

O estudo intitulado "O papel da sinalização da grelina no comportamento sexual dos ratos machos" foi publicado pela revista Addiction Biology.

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram um plástico filme comestível que pode ser produzido a partir de alimentos como espinafre, mamão, goiaba e tomate. As características do produto (resistência, textura e capacidade de proteção), no entanto, são muito similares às de um papel-filme convencional.

A pesquisa foi desenvolvida pela Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) da Embrapa e recebeu investimentos de R$ 200 mil. Os trabalhos foram coordenados pelos pesquisadores Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini.

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“É uma forma de processamento de alimento na forma de filme, mas eles têm características similares aos filmes convencionais, seja a diminuição da passagem de gases ou do contato com outros organismos. É algo que não deixa você ter contato direto com o alimento”, destaca o líder da Rede de Pequisa de Nanotecnologia para Agronegócio da Embrapa, Cauê Ribeiro.

Aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente, goiabadas vendidas em plásticos feitos de goiaba, sushis envolvidos com filmes comestíveis no lugar das tradicionais algas, são algumas possibilidades imaginadas pela equipe da Embrapa para aplicar a nova tecnologia.

Os alimentos, usados como matéria-prima do filme, passam pelo processo de liofilização – tipo de desidratação em que, após o congelamento do alimento, toda a água contida é transformada do estado sólido diretamente ao gasoso, sem passar pela fase líquida. O resultado é um alimento completamente desidratado, mas com propriedades nutritivas.

O processo pode ser aplicado aos mais diferentes alimentos como frutas, verduras, legumes e até alguns tipos de temperos. Os pesquisadores adicionaram quitosana, um polissacarídeo formador da carapaça de caranguejos, com propriedades bactericidas – o que pode aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

“O tempo para chegar ao mercado depende muito do tipo de alimento o do tipo de parceria que a gente vai desenvolver com empresas. Temos de dar ênfase é no processo para fabricar esses itens”, destaca Ribeiro.

Um paleontólogo americano anunciou ter identificado uma nova espécie de dinossauro pentacerápode examinando a coleção de um museu canadense e previu que apenas estudando os recursos atuais poderão ser descobertas muitas mais.

Nick Longrich, professor da Universidade de Bath, no sudoeste da Inglaterra, estudou os ossos que o Museu Canadense da Natureza conserva há 75 anos e que foram encontrados na Austrália.

Trata-se de uma nova espécie de pentacerápode, dinossauro herbívoro do tamanho de um búfalo, que viveu há 75 milhões de anos e se caracterizava pelo crânio em formato de coroa.

Todas as espécies de pentacerápodes até agora tinham sido encontradas no sudoeste dos Estados Unidos.

Em artigo publicado na revista especializada Cretaceous Research, Longrich anunciou a descoberta e o nome da espécie, "aquilonius", que em latim significa "nórdico".

Até agora foram identificadas 700 espécies diferentes de dinossauros.

Cientistas malaios e japoneses acharam na Malásia um dente de dinossauro de pelo menos 140 milhões de anos e que pode pertencer a uma nova espécie de uma ordem já conhecida, anunciou nesta quinta-feira (13) Masatoshi Sone, da Universidade da Malásia.

"Iniciamos a busca de fósseis de dinossauros há dois anos. Estamos muito contentes de ter encontrado um dente de um dinossauro ornitisquio (ordem dos Ornithischia)", afirmou.

No projeto participam pesquisadores das Universidade de Waseda e de Kumamoto, ambas do Japão.

O dente encontrado pertence a um dinossauro que teria sido do tamanho de um cavalo, segundo Sone. A localização exata da descoberta está sendo mantida em segredo para preservar o sítio arqueológico.

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