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O ano de 2023 foi confirmado como o mais quente já registrado, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (9) pelo observatório europeu Copernicus (C3S). A temperatura média foi 1,48 ºC mais quente do que na era pré-industrial (meados do século 19), diz a agência. Este valor é pouco inferior ao 1,5°C que o mundo havia proposto como limite, no âmbito do Acordo Climático de Paris em 2015, a fim de evitar os efeitos mais graves do aquecimento global.

E janeiro de 2024 está a caminho de ser tão quente que, pela primeira vez, um período de 12 meses excederá o limite de 1,5°C, alerta Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus. Um dos fatores para isso é a influência do El Niño, que deve se estender até a metade deste ano. Ele já esteve relacionado a eventos extremos, como ciclones extratropicais no Sul e a estiagem acompanhada de queimadas na Amazônia, além das ondas de calor em várias regiões do Brasil.

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A temperatura global média em 2023 foi de 14,98°C, estima o Copernicus. "Os recordes foram quebrados durante sete meses. Tivemos junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro mais quentes", disse Samantha. "Não foi apenas uma temporada ou apenas um mês que foi excepcional. Foi excepcional por mais de metade do ano."

O ano passado também foi o primeiro na história em que, em cada dia separado, a temperatura média excedeu os níveis pré-industriais em ao menos 1°C, com quase metade dos dias excedendo o "limite crítico" de 1,5°C - dois dias em novembro passaram 2°C. Para se ter ideia, o recorde anterior, de 2016, foi quando 20% dos dias ficaram acima de 1,5°C.

O diretor da Copernicus, Carlo Buontempo, observou que os números do ano passado são superiores a todos os registros de temperatura global desde 1850. Quando comparado com dados paleoclimáticos de fontes como anéis de árvores e bolhas de ar em geleiras. Ele acredita que se tratou "provavelmente do ano mais quente dos últimos 100 mil anos". "Basicamente, isso significa que nossas cidades, estradas, monumentos, fazendas e todas as atividades, em geral, nunca tiveram que lidar com um clima tão quente."

Para completar, as temperaturas médias globais da superfície do mar foram excepcionalmente altas, atingindo recordes no período de abril a dezembro, e foram associadas a ondas de calor marinhas em partes do Mediterrâneo, no Golfo do México e no Caribe, no Oceano Índico e no Pacífico Norte, bem como em grande parte do Atlântico Norte.

Agravantes

Segundo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o principal fator por trás do aumento das temperaturas é o aquecimento global, mais o El Niño, "que tem impacto na temperatura global, especialmente no ano seguinte ao de sua formação".

Os cientistas sustentam que o planeta precisaria de um aquecimento médio de 1,5°C ao longo de duas ou três décadas para se chegar ao pior cenário, só que o alerta está dado. "A meta de aquecimento de 1,5°C tem de ser mantida porque vidas estão em risco e há decisões que terão de ser tomadas e essas decisões não afetarão você ou a mim, mas afetarão nosso povo, filhos e netos", disse Samantha.

O calor recorde causou estragos e até mortes em Europa, América do Norte e China. Além disso, há fenômenos climáticos extremos ocorrendo, como a seca prolongada na África, as chuvas torrenciais que destruíram barragens e mataram milhares de pessoas na Líbia e os incêndios florestais no Canadá, que poluíram o ar do Hemisfério Norte.

Razões

Segundo Copernicus, existem vários fatores que contribuíram para que 2023 fosse o ano mais quente, mas de longe o maior foram os gases de efeito estufa, afirmou a vice-diretora. Esses gases retêm o calor na atmosfera e provêm da queima de carvão, petróleo e gás natural. Pela primeira vez, os países reunidos na conferência anual das Nações Unidas sobre o clima, em dezembro, selaram um acordo histórico para transição de combustíveis fósseis, mas não citaram prazos de eliminação total.

"Se esse processo (que inclui os gases de efeito estufa) não for revertido, não há razão para esperar resultados diferentes no futuro", afirmou a vice-diretora do C3S, além de ressaltar que, caso isso não aconteça, "em alguns anos, 2023, que bateu um recorde, provavelmente será lembrado como um ano ameno".

Reações

Procurada para comentar a situação, as Nações Unidas afirmaram que o registro é um "um simples aviso do futuro catastrófico que nos espera", disse a porta-voz, Stephane Dujarric. "O secretário-geral (Antonio Guterres) pensa que a humanidade está queimando a Terra. E os líderes mundiais precisam se comprometer com novos planos de ação. Ainda podemos evitar o pior." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os humanos já deixaram uma pegada geológica definitiva no planeta? Em caso afirmativo, quando isso aconteceu exatamente? Desde 2009, um grupo de cientistas trabalha arduamente para determinar o início do Antropoceno.

O grupo de trabalho entrega suas conclusões na terça-feira (11) e seus integrantes, basicamente geólogos, acreditam que o Antropoceno já começou, mas agora precisam convencer seus pares.

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Na opinião do grupo, a atividade humana levou o planeta a abandonar a estabilidade da época do Holoceno, iniciada há 11.700 anos, quando terminou a última era glacial.

A temperatura do mundo aumenta e seus sistemas de suporte vital estão falhando.

- A Grande Aceleração -

O conceito de "época dos humanos" foi proposto pela primeira vez em 2002 pelo vencedor do Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen, que calculou que ocorreu em meados do século XX.

Coincide com o aumento das concentrações de gases de efeito estufa, poluição por microplásticos, resíduos radioativos de testes de bombas atômicas e uma dúzia de outros marcadores da crescente influência de nossa espécie no planeta.

Os cientistas chamam isso de Grande Aceleração.

Esse fenômeno, por sua vez, causa sedimentos, detectáveis no fundo de um lago, recife de coral, núcleo de gelo ou de qualquer outro depósito geológico.

Os especialistas selecionaram nove locais, três deles estariam localizados na China, Canadá e Japão. O local específico deve ser anunciado na terça-feira.

O fruto do longo trabalho do grupo de cientistas deve então ser validado por um grupo de cientistas da Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS) e, finalmente, pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS).

As chances disso acontecer são mínimas, segundo quase todos os envolvidos.

Os especialistas discordam se a pegada geológica da humanidade justifica uma nova entrada na Carta Cronoestratigráfica Internacional, a linha do tempo oficial do planeta, que remonta a 4,5 bilhões de anos.

Ao mesmo tempo, confirmar o Antropoceno nos obrigaria a refletir sobre o impacto da humanidade.

Crutzen, que ganhou um Nobel por identificar substâncias químicas criadas por humanos que destroem a camada protetora de ozônio, esperava que o conceito e a realidade do Antropoceno fossem um alerta sobre os desafios futuros.

"Isso pode significar uma mudança de paradigma no pensamento científico", disse ele em um simpósio em 2011.

"É o reconhecimento de que temos pontos de inflexão, que o Holoceno é o único estado capaz de nos apoiar", disse à AFP Johan Rockstrom, diretor do Instituto Potsdam de Pesquisa do Impacto Climático.

Outros cientistas, no entanto, não estão convencidos.

"As condições que causaram a glaciação (uma dúzia de mini-eras glaciais nos últimos milhões de anos) não mudaram, então podemos esperar que o Holoceno seja apenas mais uma etapa interglacial", disse Phil Gibbard, secretário da UCI.

O planeta, em sua opinião, poderia continuar nesse padrão por mais 50 milhões de anos.

Quanto ao Antropoceno, Gibbard sugeriu chamá-lo de um "evento" que abrange milênios de alterações humanas no meio ambiente.

Na Geologia, observou ele, um evento pode ser qualquer coisa, desde uma única gota de chuva que perfura um pedaço de argila até o Grande Evento de Oxidação que transformou a atmosfera da Terra há cerca de 2,2 bilhões de anos.

Para Jan Zalasiewicz, um geólogo experiente que aceitou o desafio de liderar o Grupo de Trabalho do Antropoceno, isso não é suficiente.

A falta de ratificação formal do conceito, disse ele, deixaria a impressão de que as condições do Holoceno que permitiram o florescimento da civilização humana ainda estão presentes.

"Claramente não estão", disse à AFP.

"Me preocupa que a palavra 'antropoceno' continue significando coisas diferentes para pessoas diferentes. Se isso acontecer, perderá seu sentido e simplesmente desaparecerá", afirmou.

Billie Eilish, na qualidade de superestrela, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, aclamado como tal, foram os protagonistas de um show pelo planeta na noite desta quinta-feira (22), aos pés da Torre Eiffel, em Paris.

Dado o número de camisas com o rosto da cantora californiana de 21 anos entre o público jovem, composto por cerca de 20.000 pessoas, Billie Eilish era a grande atração da noite.

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Mas o primeiro a receber uma grande ovação não foi Lenny Kravitz, nem Jon Batiste, nem H.E.R., nem Finneas, o irmão e colaborador de Billie Eilish, que também tem produções solo.

Lula roubou a cena ao tomar a palavra em favor do planeta em uma das intervenções previstas entre uma e outra música para defender o meio ambiente.

Convidado para participar de uma cúpula para um novo pacto financeiro mundial ante o desafio climático que acontece nesta quinta e sexta em Paris, por iniciativa do presidente francês Emmanuel Macron, Lula também subiu ao palco do evento "Power Our Planet" (Empodere o nosso planeta).

Com terno escuro e camisa azul, o presidente brasileiro reafirmou sua meta de "desmatamento zero" na Amazônia, entre a ovação do público.

Os espectadores puderam comparecer ao concerto gratuito mediante inscrição prévia no site da ONG Global Citizen e com o compromisso de retransmitir nas redes ações em favor do planeta.

Em uma noite repleta de simbolismo político, a primeira surpresa musical foi Common, rapper americano convidado de Jon Batiste, que improvisou acompanhado por teclado e saxofone com as palavras "Paris", "France" ("França", em inglês) e "Power Our Planet".

Mas a grande estrela da noite foi Billie Eilish, com uma apresentação em formato curto: três músicas, com violão e teclado, acompanhada por seu irmão Finneas.

Seus admiradores, chorando na primeira fila, cantaram junto e a plenos pulmões as letras dos temas, entre eles "Happier Than Ever".

Usando calças, camisa com listras azuis e brancas e gravata, a jovem estrela do pop pediu "uma mudança completa do sistema em favor do planeta agora".

Fotos: ANNA KURTH / AFP

Enfrentar o aquecimento global é um desafio dessa e das futuras gerações. Os últimos dados divulgados por instituições meteorológicas indicam o acúmulo de grandes concentrações de gases na atmosfera que bloqueiam o calor emitido pelo sol, aumentando assim, as médias da temperatura do planeta em todas as suas regiões, afetando a qualidade de vida de bilhões de pessoas.  

De acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), os últimos anos foram os mais quentes registrados desde 1880, com destaques para 2016, 2019 e 2020. As pesquisas também apontaram a probabilidade de 20% de que o aumento da temperatura exceda temporariamente os 1,5°C já a partir do próximo ano.

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No famoso Acordo de Paris, que é um tratado de compromisso mundial que combate a crise climática, os países membros se comprometeram a limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C, de preferência a 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais. Cada país signatário do acordo estabeleceu uma meta para contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa por volta de 2030.

Em entrevista ao LeiaJá, a engenheira ambiental Pollyana Alves, afirmou que o aquecimento global é um fenômeno associado a diversas causas, sendo a ação humana a principal. ''Então, como sabemos, o aquecimento global nada mais é que o aumento anormal da temperatura do nosso planeta. Esse fenômeno é associado principalmente às ações antrópicas. E suas causas são diversas, mas a principal delas é a ação humana, que não vem adotando políticas de sustentabilidades”, pontuou a engenheira.

Segundo Pollyana, os dados das organizações ambientais devem servir como um alerta para os seres humanos em suas ações. "A poluição, as queimadas e os desmatamento das áreas naturais, contribuem para o aquecimento global no sentido de promover um desequilíbrio climático. A remoção da vegetação, por exemplo, prejudica o controle das temperaturas e os regimes de chuva”, disse.

A engenheira ambiental deu exemplos de como as pessoas podem contribuir na luta contra o acúmulo de grandes concentrações de gases na atmosfera. “Podemos realizar ações simples e eficazes que ajudam o equilíbrio climático. Atitudes como: economizar energia elétrica, deixar seu carro em casa e utilizar mais as bicicletas e os ônibus, evitar banhos demorados, entre outras ações. Inclusive, plantem árvores, pois o meio ambiente precisa delas, e nós precisamos também.”

Além de pressionar indústrias e os governantes a adotarem políticas socioambientais responsáveis, saiba como você também pode contribuir no combate às mudanças climáticas corrigindo alguns hábitos de consumo que podem ser facilmente praticados no seu cotidiano.

Para ajudá-lo, selecionamos 6 atitudes sustentáveis. Confira:

1- Faça trechos menores a pé

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividade física por semana, o que equivale a cerca de 20 minutos de caminhada no dia. Por isso, nada melhor que percorrer pequenas distâncias andando, por isso, sempre que possível, substitua o uso do carro ou moto por caminhadas para percursos de até 3 Km de distância. A escolha reduz a emissão de gases de efeito estufa e, com certeza, o aquecimento global. O uso da bicicleta também pode lhe auxiliar nesses novos hábitos.

Para quem precisa percorrer distâncias maiores, vale usar o transporte coletivo alguns dias da semana ou organizar com amigos a carona solidária. Experimente deslocamentos por meio de aplicativos de veículos elétricos ou com o uso de biocombustíveis.

2- Dê preferência a alimentos agroecológicos

Troque os supermecados por feiras orgânicas da região próxima a sua casa. Os alimentos vendidos nessas feiras não vêm em embalagens de plástico e o trajeto que fazem do produtor até o vendedor é mais curto que o dos comercializados em um supermercado.

Consuma mais produtos agroecológicos, ou seja, produzidos sem agrotóxicos e pela agricultura familiar. Além da conservação do meio ambiente, isso vai contribuir com a economia da região onde você mora. A compra de produtos locais ajuda a diminuir a emissão de CO2 liberado com o transporte desses alimentos.

3- Consuma menos carne

De acordo com relatórios do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), mais de 70% das emissões totais de gases no Brasil estão ligadas à atividade agropecuária. Os estudos levam em consideração a adubação, o desmatamento para pastagem, o metano emitido pelo gado e o transporte dos produtos. Nesse sentido, adote uma alimentação mais diversificada, acompanhada de um nutricionista.

4- Economize luz e água

Reduzir o consumo de água e energia elétrica contribui tanto para as suas finanças, quanto para o meio ambiente, já que reduz a demanda de recursos naturais para os fornecimentos desses serviços. Você pode mudar seus hábitos com dicas simples que vão desde o reaproveitamento de água para lavar o quintal até a substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, por exemplo. Uma boa forma de começar a planejar a redução de gastos de energia é simulá-los com a calculadora de conta da energia do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC).

5- Reduza a geração de resíduos

Adote a coleta seletiva, pois contribui para a preservação do meio ambiente e para práticas cotidianas mais sustentáveis. Em sua casa, crie alternativas eficazes para diminuir a geração dos resíduos. Compre produtos duráveis e resistentes, reutilize sacolas plásticas e não as descarte em locais inadequados, escolha produtos de empresas que desenvolvem programas socioambientais e recicle objetos.

6- Cobre políticas públicas dos governantes

Fale com a gestão da sua cidade sobre a elaboração de políticas públicas que preservem a natureza. Solicite palestras sobre o assunto. Cobre o comprometimento de políticos com essa temática e acompanhe as promessas de todos os candidatos eleitos.

 

"É uma loucura trazer crianças ao mundo agora!". Convencidos de que a luta contra o aquecimento global exige a redução da população mundial, os ativistas ambientais aplicam eles mesmos esse princípio e renunciam a serem pais.

Prestes a ultrapassar a barreira dos 8 bilhões de habitantes no mundo, "já somos muitos em comparação com o que o planeta pode suportar", afirma Alice Rallier, de 44 anos, membro da Démographie Responsable (Demografia Responsável).

Esta pequena associação francesa milita pela "estabilização e depois a lenta diminuição da população humana".

"Não quero sentir a culpa de ter dado à luz um filho nesta confusão", disse Rallier à AFP, que se relacionou com dois homens "que também não queriam ter filhos" e optou por se submeter a uma esterilização cirúrgica permanente.

"Cada criança que nasce hoje é parte do problema", pela pressão do crescimento demográfico sobre os recursos naturais, alega a ativista, que diz ter consciência de que enfrenta um "tabu" e o "mito populacional de que quanto mais formos, melhor".

Para esses ativistas, não se trata de coagir, mas de propor um "incentivo voluntário", como limitar os auxílios às famílias a partir do segundo filho, afirma Denis Garnier, presidente da Démographie Responsable.

De acordo com uma pesquisa publicada em 2021 pelo periódico The Lancet, realizada com 10 mil pessoas de dez países em todos os continentes, 39% dos jovens entre 16 e 25 anos “hesitam em ter filhos”, porque estão preocupados com o aquecimento global.

A ideia foi retomada em 2018 no Reino Unido por apoiadores de uma "greve de natalidade" e, no Canadá, por estudantes que se comprometeram a não ter filhos até que o governo tome mais medidas contra a mudança climática. Na Alemanha, a autora antinatalista Verena Brunschweiger causou polêmica ao chamar a paternidade de "egoísta".

- Inércia demográfica -

"Muitas pessoas têm dúvidas", mas o fenômeno continua difícil de quantificar, diz o consultor francês Emmanuel Pont, autor do livro "Faut-il arrêter de faire des enfants pour sauver la planète?" ("Temos que parar de ter filhos para salvar o planeta?", em tradução livre), em especial porque o meio ambiente não é a única motivação daqueles que se negam a ser pais, e alguns acabam mudando de ideia.

Aos 35 anos, Sébastien Verdier, conhecido nas redes sociais sob o pseudônimo de Sereb, "colocou suas ações em sintonia com suas ideias", submetendo-se a uma esterilização permanente.

Segundo ele, trata-se de evitar "um futuro desagradável para a criança que nasce, que não desejo a ninguém", e "não acrescentar mais um consumidor ao sistema".

Ele reconhece, no entanto, que seu compromisso é mais "simbólico" do que realmente efetivo na luta contra o aquecimento global. A "enorme inércia" das mudanças demográficas faz seus efeitos serem sentidos somente após várias décadas, explica.

De acordo com um estudo publicado em 2014 por dois pesquisadores australianos, “mesmo com políticas de filho único impostas em todo mundo e eventos que levem a uma mortalidade catastrófica, provavelmente continuará havendo entre 5 bilhões e 10 bilhões de seres humanos em 2100”.

Além disso, para além dessa questão da "inércia demográfica", não há consenso sobre a relação entre demografia e proteção do clima.

Um estudo publicado em 2017 por dois especialistas norte-americanos em mudança climática concluiu que ter “um filho a menos” é muito mais eficiente em termos de pegada de carbono do que desistir de dirigir, voar, ou comer carne.

Outros cientistas questionaram esses resultados, argumentando que os autores presumiram que as futuras gerações consumiriam, necessariamente, tanto quanto os mais velhos.

O homem mais rico do mundo, Elon Musk, pai de 10 filhos, pediu nesta segunda-feira (29) que as pessoas tenham "mais bebês" e também uma exploração maior do petróleo e gás natural.

"Acreditem em mim, a crise dos bebês é um grande problema", disse o magnata de 51 anos à imprensa em Stavanger, no sudoeste da Noruega, onde participava de uma palestra sobre energia.

Questionado sobre os grandes desafios do mundo, o fundador da fabricante americana de carros elétricos Tesla citou a transição energética, mas logo em seguida falou da taxa de natalidade, 'uma de suas preocupações favoritas, talvez menos conhecida".

Nas sociedades ocidentais, como em países muito populosos como a China, a taxa de natalidade está em queda, devido em grande parte ao envelhecimento da população.

"É importante que as pessoas tenham bebês suficientes para perpetuar a civilização", disse.

"Dizem que a civilização pode desaparecer com um estrondo ou com um gemido. Se não tivermos filhos suficientes, morreremos com um gemido (usando) fraldas para adultos. Será deprimente", acrescentou.

"Sim, façam mais bebês", concluiu.

Divorciado três vezes, Musk é pai de 10 filhos, dos quais um morreu com 10 semanas de vida. Outra filha, uma menina transgênero, apresentou recentemente uma solicitação oficial para mudar de sobrenome e de gênero e cortar todos os vínculos com seu pai.

A imprensa dos Estados Unidos revelou recentemente que ele teve gêmeos em novembro com uma diretora da Neuralink, semanas antes do nascimento de Exa Dark Sideræl Musk, que teve com a cantora Grimes.

O magnata, que chegou em Stavanger em um jato privado, estimou que o planeta ainda precisa de fontes de energia fósseis.

"Acho que, de forma realista, precisamos usar petróleo e gás no curto prazo, porque senão a civilização desmoronaria", afirmou, "especialmente nesses dias com as sanções contra a Rússia".

"No momento seria justificável explorar mais" hidrocarbonetos na Noruega, estimou.

Poucos verão com os próprios olhos, mas muitos poderão acompanhar – na página do Observatório Nacional no Youtube – o eclipse solar em regiões remotas do planeta. Será na tarde deste sábado (30).

O fenômeno só poderá ser observado por quem estiver na parte sul da América do Sul, especialmente no extremo do continente, onde o eclipse será mais intenso, abrangendo entre 40% e 54% do disco do Sol.

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Segundo o Observatório Nacional, o eclipse poderá ser visto também em partes da Antártica e na parte sul dos oceanos Pacífico e Atlântico.

Este é o primeiro dos dois eclipses solares previstos para este ano – nenhum observável no Brasil. Ele terá início às 15h45 (horário de Brasília).

A retransmissão ao vivo, do Observatório Nacional, terá início um pouco mais cedo, às 15h. Nela, os amantes da astronomia terão muitas atrações, promete a astrônoma Josina Nascimento.

Além de explicar como ocorrem os eclipses, ela disponibilizará imagens de outro fenômeno solar, visto a partir de Marte. “São imagens obtidas do ponto de vista marciano, flagradas pelo rover Perseverance, que está em Marte. O vídeo mostra o momento em que a lua Fobos passou em frente ao Sol. É imperdível”, disse à Agência Brasil a astrônoma.

Lua entre o Sol e a Terra

De acordo com o Observatório Nacional, eclipses solares ocorrem quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, projetando uma sombra sobre o planeta. A sombra mais escura, onde toda a luz solar é bloqueada, é chamada umbra. Em torno da umbra se define a sombra mais clara, a penumbra, onde a luz solar é parcialmente bloqueada.

Se o observador está na estreita faixa da Terra atingida pela umbra, ele vai ver o eclipse total. Se está na área atingida pela penumbra, verá como parcial. “E nos casos em que não há definição da umbra, como os eclipses solares de 2022, temos somente eclipse parcial”.

Em média, um eclipse total do Sol ocorre a cada 18 meses, mas por serem visíveis somente em estreita faixa sobre a Terra, parecem muito raros.

Cuidados para a observação

A observação de eclipses solares nunca deve ser feita nem a olho nu, nem com óculos escuros, chapas de Raio X ou filmes fotográficos, porque a claridade e o calor do Sol podem danificar seriamente a retina.

Uma sugestão dada por especialistas é de que interessados em fazer esse tipo de observação procurem, em lojas de ferragens ou de materiais de construção, o chamado vidro de solda. A tonalidade desse vidro deve ser, no mínimo, 14. O vidro deve ser colocado diante dos olhos para uma observação segura do Sol.

Outras retransmissões

Diante do grande interesse causado pela astronomia, o Observatório Nacional tem feito diversas lives, nas quais comenta eventuais fenômenos que estejam ocorrendo.

A retransmissão do eclipse solar não será a única deste sábado. Mais cedo, às 4h, Josina fará outra transmissão, na qual mostrará imagens e comentará a conjunção entre os dois planetas mais brilhantes: Júpiter e Vênus.

Como o fenômeno continuará pelos próximos dias, está prevista outra live, no mesmo horário, domingo (1º). “As lives sobre essa conjunção serão muito especiais porque mostrarão algo que não é visível a olho nu: a participação de Netuno nesse alinhamento”, disse ela.

“Isso será possível porque mostraremos imagens captadas a partir dos telescópios de astrônomos profissionais e amadores, parceiros do Observatório”, completou.

Todas as lives serão transmitidas pela página do Observatório Nacional no Youtube. Para acessá-la, clique aqui.

As primeiras gravações de áudio de Marte revelam um planeta tranquilo, onde o som circula lentamente e em duas velocidades diferentes, de acordo com um artigo publicado na revista Nature nesta sexta-feira (1º).

A incrível paisagem acústica do planeta vermelho está sendo revelada aos poucos pelos microfones do robô Perseverance, que circula há pouco mais de um ano em sua superfície.

Os primeiros sons foram registrados assim que o rover começou a andar. Sob o som estridente do veículo, uma rajada de vento podia ser claramente percebida.

O principal autor do estudo publicado na Nature, Sylvestre Maurice, um dos responsáveis pela SuperCam instalada no robô, garante que as análises mostram turbulências até então desconhecidas.

Mas o planeta vermelho guardava surpresas ainda mais importantes, como o fato de que a frequência dos sons agudos e dos sons graves viajam em velocidades diferentes.

A equipe de Maurice usou registros do pequeno helicóptero Ingenuity, que acompanha o Perseverance, e resultados auditivos de disparos de laser contra as rochas para sondar sua composição química.

Com esse instrumento específico, que emite uma espécie de "clack clack", "tínhamos uma fonte sonora muito localizada, a entre dois e cinco metros de distância do alvo, e sabíamos exatamente quando ia disparar", explicou o pesquisador.

Os resultados confirmaram pela primeira vez que a velocidade do som é mais lenta em Marte, a 240m por segundo, em comparação com 340m na Terra.

Era previsível, já que a atmosfera de Marte contém 95% de dióxido de carbono, em comparação com 0,04% na Terra. A atmosfera de Marte faz com que o som seja abafado, na ordem de cerca de 20 decibéis, em relação ao nosso planeta, indica o estudo.

Mas a surpresa veio ao medir o som do laser: 250 m por segundo.

- 'Pânico'-

"Entrei um pouco em pânico", explicou o especialista. "Eu disse a mim mesmo: uma das duas medições é falsa, porque na Terra, perto da superfície, o som só tem uma velocidade".

Mas os resultados foram confirmados repetidamente: os agudos do laser têm uma velocidade, os graves das pás do helicóptero outra.

"Os agudos se perdem muito rapidamente, mesmo em curta distância", explicou Maurice. Isso implica que "uma conversa entre duas pessoas seria difícil, mesmo a cinco metros de distância", segundo o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica ao comentar o artigo.

"Na Terra, os sons de uma orquestra chegam até você ao mesmo tempo, sejam eles graves ou agudos. Em Marte, se você estiver um pouco longe da cena (...) o intervalo pode ser fenomenal".

A análise dos sons das turbulência, como os ventos verticais, permitirá em particular "afinar os nossos modelos digitais de previsão climática e meteorológica", explicou Thierry Fouchet, do Observatório de Paris, outro dos autores do estudo.

Vênus e Titã podem ser os próximos candidatos para pesquisas de som com microfones como os usados em Marte.

Na semana em que a Netflix lançou Não Olhe Para Cima, filme em que um grupo de cientistas tenta alertar ao mundo que um cometa irá destruir a Terra, o LeiaJá decidiu trazer uma lista com longas do gênero. Aproveite a virada do ano para maratonar 10 produções que retratam o fim do mundo.

Amor e Monstros - Netflix

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Após um apocalipse de monstros na Terra, o jovem Joel Dawnson decide sair em busca de descobrir se sua ex-namorada de escola também sobreviveu à catástrofe.

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Bird Box - Netflix

Com Sandra Bullock, o longa traz um enredo em que criaturas apocalípticas acabam com a vida humana de quem, literalmente, “abrir os olhos”.

[@#podcast#@]

Círculo de Fogo – HBO Max

Quando criaturas emergem do mar e ameaçam a Terra, a única solução para combatê-los é a construção de robôs gigantes que possam ser pilotados por humanos.

O Livro de Eli - Netflix

Com Denzel Washington e Mila Kunis como protagonistas, o filme retrata um planeta já dizimado pela guerra e um homem com a missão de usar o poder de um livro para ajudar a restaurar a humanidade.

Presságio – HBO Max

Após receber um documento enumerando as calamidades que levarão ao apocalipse na Terra, Nicolas Cage busca maneiras de alertar a todos sobre uma possível tragédia.

Um Lugar Silencioso – Amazon Prime

O longa de terror foi um sucesso de bilheteria em 2018 e retrata uma família em fuga, após monstros começarem a matar todos os humanos. Ganhou uma continuação esse ano.

Planeta dos Macacos: A Guerra – Star+

César decide buscar vingança, após vários de seus aliados macacos perderem a vida em uma guerra contra um coronel psicopata. Sem piedade, a humanidade fica em risco.

Interestelar – HBO Max

Quando os recursos do planeta começam a chegar ao fim, é dada uma missão a astronautas da Nasa: buscar outros planetas que consigam receber a espécie humana.

Mad Max: Estrada da Fúria – HBO Max

Em um mundo pós-apocalíptico, os humanos restantes tentam sobreviver em uma região cheia de selvageria e pouca água.

Guerra Mundial Z – HBO Max

Quando um vírus letal começa a transformar humanos em zumbis, Brad Pitt investiga a epidemia para tentar salvar os sobreviventes.

Não deveria existir, e ainda assim, "b Cen (AB)b", um planeta gigante do tipo super-Júpiter orbita um sistema estelar muito massivo na constelação de Centauro, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (8).

O par de estrelas, apelidado de "b Cen", pesa muito, com uma massa de seis a dez vezes a do Sol. Até agora, nenhum planeta havia sido detectado em torno de um sistema estelar de mais de três massas solares.

Essas estrelas "formam um ambiente considerado bastante destrutivo e perigoso, a ponto de ser considerado muito difícil para grandes planetas se formarem", explica o astrônomo Markus Janson, da Universidade de Estocolmo, principal autor do estudo publicado na Nature e citado pelo Observatório Europeu Austral (ESO).

A mais brilhante das estrelas gêmeas "b Cen" - cerca de 325 anos-luz da Terra - irradia a uma temperatura de superfície estimada em mais de 18.000 graus Celsius, mais de três vezes a do Sol.

Quando este ainda estava em formação, seu disco protoplanetário, uma nuvem de gás e poeira, viu a formação de planetas, com Júpiter à frente, por aglomeração de poeira. Seu núcleo rochoso então acretou o gás que hoje forma a a atmosfera do planeta mais massivo no sistema solar.

Mas estrelas como "'b Cen' são tão quentes e brilhantes que sua luz sopra a matéria ao redor delas e não há o suficiente para formar um núcleo rochoso" nas proximidades, explica à AFP o astrônomo Gaël Chauvin do CNRS, co-autor do estudo.

- Nuvem de poeira -

Então, "qual é o mecanismo de formação do planeta em ação em um ambiente tão hostil, devido à radiação muito forte?", questiona o pesquisador. Porque se a teoria tornava a formação de um planeta em torno de uma estrela massiva dificilmente crível, ela foi "superada pela observação".

A saber, pelo Very Large Telescope do ESO, no Chile, e seu instrumento SPHERE. O planeta que encontrou enriquece o bestiário planetário com características notáveis.

"b Cen (AB) b" pertence à mesma espécie de Júpiter, a dos gigantes gasosos, mas tem quase onze vezes sua massa. Acima de tudo, a distância que o separa de seu par de estrelas é colossal, 100 vezes a que separa Júpiter do Sol.

Em primeiro lugar, foi necessário garantir que, apesar da distância, o astro estava de fato em órbita em torno das estrelas de "b Cen". E aí, surpresa, um trabalho de arquivo constatou que o planeta tinha sido observado, mas não identificado como tal, por um pequeno telescópio do ESO, há vinte anos.

A comparação com 2000 confirmou o movimento próprio do planeta e mostrou que ele se movia da mesma maneira que sua estrela hospedeira. Então, em órbita.

Sobre como conseguiu se formar, "não há cenário privilegiado", acrescenta. O sistema observado pode ser jovem, apenas 15 milhões de anos, mas já está estabelecido. Seria preciso observar um alter ego em plena gênese, com apenas um a dois milhões de anos.

Para aparecer, "b Cen (AB) b" poderia ter formado um núcleo rochoso por aglomeração de poeira a uma distância suficientemente grande de seu par de estrelas, ou então por um fenômeno de instabilidade gravitacional, em que parte da nuvem de poeira repentinamente desabou sobre si mesma.

A busca por respostas apenas começou. A equipe internacional de Markus Janson buscará conhecer a composição química do planeta. Isso pode apontar para um cenário mais claro. A resposta virá dentro de alguns anos.

Pela primeira vez na história, astrônomos observaram evidências de um planeta fora de nossa galáxia, a Via Láctea.

O astro seria tão grande quanto Saturno, cujo diâmetro é nove vezes maior que o da Terra, e fica na galáxia Messier 51 (também chamada de galáxia do Redemoinho devido a seu formato em espiral), a 28 milhões de anos-luz do nosso planeta.

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Publicada na revista Nature Astronomy, a descoberta foi feita por um grupo internacional guiado por astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, a partir do estudo de raios-x observados pelo telescópio espacial Chandra, da Nasa.

O candidato a planeta foi detectado em um sistema binário chamado M51-ULS-1, provavelmente formado por um buraco negro ou uma estrela de nêutrons que atrai o gás de uma estrela próxima.

Dessa forma, o material próximo ao buraco negro ou à estrela de nêutrons superaquece e emite ondas de raio-x. Ao passar em frente a essa região, o suposto planeta bloqueia os raios-x e se torna detectável por telescópios - no caso, o Chandra.

Esse astro bloqueou os raios-x durante três horas, o que permitiu aos astrônomos inferir seu tamanho. Ele também orbitaria o buraco negro ou a estrela de nêutrons em uma distância duas vezes superior à de Saturno em relação ao Sol.

Buracos negros e estrelas de nêutrons são o resultado da "morte" de estrelas com massas muito superiores à do Sol e se caracterizam pela densidade extrema.

Os primeiros são tão densos e possuem campo gravitacional tão forte que sequer a luz consegue escapar de seu interior, por isso não é possível enxergá-los. Já as segundas são o espólio de supernovas de estrelas bastante massivas, mas ainda assim sem massa suficiente para se tornar buracos negros.

Uma estrela de nêutrons tem diâmetro estimado entre 10 e 30 quilômetros, ou seja, é menor que uma cidade como São Paulo, mas uma colher de chá de sua matéria pesaria tanto quanto o Monte Everest.

Serão necessários novos estudos para comprovar que o astro visto em Messier 51 trata-se mesmo de um planeta, mas, devido ao tamanho de sua órbita, ele leva pelo menos 70 anos para voltar à mesma região.

Até agora, milhares de exoplanetas já foram descobertos por cientistas, mas todos eles na Via Láctea, a galáxia onde fica a Terra.

Da Ansa

De acordo com um relatório publicado pela Rede Global de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN), 14% dos corais no Planeta Terra desapareceram entre os anos 2009 e 2018. A organização afirma que este é um dos estudos científicos mais precisos sobre os oceanos no mundo. Entre os maiores causadores do fenômeno estão a pesca predatória, a poluição e as mudanças climáticas em todo o planeta.

Segundo comunicado oficial da organização ambiental, a porcentagem perdida equivale a uma área de 11.700 km², uma quantidade maior que todos os corais vivos na Austrália, por exemplo. É importante ressaltar que os corais são uma espécie de abrigo para muitas formas de vida, como pequenos animais e plantas, além de servir como fonte de proteína e medicamentos, dos quais pelo menos 1 bilhão de pessoas dependem.

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Para que a pesquisa tivesse um diagnóstico mundial, foram coletados dados em mais de 12 mil locais oceânicos diferentes, em cerca de 70 países. E assim, pode-se observar episódios recorrentes, como o branqueamento dos corais, em virtude da alta temperatura dos oceanos. “Podemos reverter as perdas, mas temos que agir agora”, informou a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Parte do relatório também mostra que a situação atual, em partes, ainda é reversível, já que os corais de recife podem recuperar a saúde caso medidas sejam tomadas o mais rápido possível. Vale lembrar que apesar dessa condição, a recuperação dos corais se trata de um processo a longo prazo, uma vez que também é necessário reduzir os efeitos do aquecimento global, e as atividades predatórias como pesca e poluição.

 

 

Trinta e uma vezes maior que a média dos corpos celestes já identificados, o cometa 'Bernardinelli-Bernstein' está se movendo em direção à Terra. O corpo celeste de 150 km de diâmetro foi visto na borda do sistema solar, mas não deve colidir com nosso planeta. Seu nome faz menção à dupla de astrônomos que o encontraram, um deles é brasileiro.

O brasileiro Pedro Bernardinelli e seu orientador na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o astrônomo Gary Bernstein, estimam que o cometa não visita o sistema solar há mais de três milhões de anos. Pelo tamanho, ele chegou a ser confundido com um planeta anão, categoria a qual Plutão foi classificado.

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"Temos o privilégio de ter descoberto talvez o maior cometa já visto, ao menos maior do que qualquer um bem estudado, e o flagramos cedo o suficiente para que as pessoas assistam ao desenvolvimento dele conforme se aproxima e aquece", anunciou Gary em comunicado emitido pelo Laboratório Nacional de Pesquisa Astronômica Óptica Infravermelha (NoirLab). 

Ele deve chegar ao ponto mais próximo da Terra no dia 21 de janeiro de 2031. Ainda assim, o 'Bernardinelli-Bernstein' ainda estará a uma distância de cerca de 1,6 bilhão de milhas do sol.

Os cálculos apontam que esse é maior cometa já identificado entre os 3.743 conhecidos pela Agência Espacial Americana (NASA). Ele foi detectado pela dupla em 2014, através de dados coletados pela Câmera de Energia Escura do Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile.

O planeta pode ter superado um ponto de inflexão para um aquecimento global irreversível, com consequências de efeito cascata, da Groenlândia até a Grande Barreira de Coral - advertiu o comandante da maior expedição científica já enviada ao Polo Norte.

"Apenas o estudo dos próximos anos nos permitirá saber se ainda podemos salvar a camada de gelo do Ártico, presente o ano todo graças a uma proteção do clima, ou se já atravessamos o ponto de não retorno", disse Markus Rex, oito meses após o retorno da missão internacional que passou um ano no Ártico.

Durante quase um ano, equipes internacionais coletaram dados exaustivos que devem fornecer informações valiosas sobre a mudança climática.

"O desaparecimento do gelo de verão do Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos primeiros pontos de não retorno a que chegamos quando vamos longe demais no aquecimento" (global), completou o cientista em uma entrevista coletiva em Berlim, ao lado da ministra da Educação e Pesquisa, Anja Karliczek.

- "Início da explosão" -

De fato, "podemos nos perguntar se já não estamos caminhando sobre esta mina e ativamos o início da explosão", disse o climatologista e físico, cientista de referência para estudos sobre o Ártico.

Se este ponto irreversível for ultrapassado, isto pode gerar consequências "de efeito dominó" para o planeta, advertiu o cientista, e "agravar ainda mais o aquecimento com o desaparecimento da calota polar da Groenlândia, ou o degelo de zonas amplas do permafrost do Ártico".

As antigas geleiras também estão ameaçadas. "Hoje tampouco sabemos se podemos salvar a Grande Barreira de Coral" na Austrália, destacou.

No retorno do quebra-gelo "Polarstern" do instituto alemão Alfred-Wegener ao porto de origem de Bremerhaven, noroeste da Alemanha, em 12 de outubro, o comandante da missão batizada MOSAIC já havia alertado sobre a ameaça que existe para a camada de gelo, que desaparece a uma "velocidade dramática".

O retrocesso do gelo é considerado pelos cientistas o "epicentro do aquecimento global", segundo Rex.

Na ocasião, ele afirmou ter observado no verão "grandes áreas de água líquida quase até o polo, cercadas de gelo cheio de buracos, devido a um expressivo degelo".

Nesta terça-feira, ele disse que a camada de gelo recuou "mais rápido na primavera de 2020 do que desde o início das medições" e que a extensão do gelo durante o verão era a metade de décadas atrás.

- "Última geração" -

A especialista Stefanie Arndt lamentou que, "talvez sejamos a última geração a poder ver o Ártico com gelo no verão".

Esta camada de gelo, destacou, é um "espaço vital importante para os ursos polares".

Os especialistas conseguiram mais de 150 terabytes de dados e mais de mil amostras de gelo.

Durante os 389 dias, a missão de 140 milhões de euros (170 milhões de dólares), dirigida em conjunto por 20 países, estudou a atmosfera, o oceano, a camada de gelo e o ecossistema para reunir dados que permitam avaliar o impacto da mudança climática na região e no mundo.

Centenas de especialistas e cientistas permaneceram na embarcação. O "Polarstern" navegou 3.400 quilômetros no total.

A Nasa anunciou nesta quarta-feira (2) duas novas missões de exploração de Vênus, o planeta mais quente do sistema solar, na tentativa de entender melhor por que ele se tornou um lugar infernal quando seu vizinho Terra se tornou habitável.

Essas duas missões, chamadas Davinci + e Veritas, devem partir "no período de 2028-2030", informou a Agência Espacial dos Estados Unidos. "Elas permitirão que a comunidade científica estude um planeta que não visitamos há mais de 30 anos", disse o novo administrador da Nasa, Bill Nelson, durante o discurso anual para funcionários da agência.

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“Há Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, que não tem atmosfera. Depois, há Vênus, com uma atmosfera incrivelmente densa. E há a Terra, com uma atmosfera habitável”, listou. "Esperamos que essas missões nos ajudem a entender melhor como a Terra evoluiu e por que atualmente é habitável, enquanto outros (planetas) não".

A Davinci + terá que medir a composição da atmosfera de Vênus e determinar se ela já teve um oceano. "A missão consiste em uma esfera que mergulhará na espessa atmosfera do planeta, fazendo medições precisas de gases nobres e outros elementos", explicou a Nasa.

Já a Veritas estudará a história geológica do planeta, colocando-se em órbita ao seu redor. A missão "rastreará os relevos em quase toda a superfície do planeta para criar uma reconstrução 3D da topografia e confirmar se processos como tectônica ou vulcanismo continuam ocorrendo lá", informou a Nasa. A Veritas também precisará determinar se vulcões ativos estão liberando vapor d'água na atmosfera.

Bill Nelson também confirmou que a Artemis 1, primeira missão do programa de retorno à Lua dos Estados Unidos, será lançada "ainda este ano".

O helicóptero espacial Ingenuity sobrevoou Marte nesta segunda-feira (19). Após ter a operação adiada em outras oportunidades, esta foi a primeira experiência de voo em outro planeta, indica a Nasa.

Ainda na sala de controle da agência espacial norte-americana, a responsável pelo desenvolvimento da aeronave celebrou o episódio histórico. "Sucesso! Podemos dizer que voamos pela primeira vez noutro planeta", festejou Mimi Aung, que dividiu aplausos com a equipe.

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O Ingenuity decolou na vertical até uma altura de três metros e manteve-se elevado por 30 segundos, até rodar no próprio eixo e pousar. As imagens do breve voo foram captadas pelo veículo não tripulado Perseverance, que foi posicionado para registrar a operação.

Parecido com um grande drone, o Ingenuity tem 1,21m de diâmetro e apenas 1.8kg. Ele é equipado com quatro pés e duas hélices, além de painéis solares, uma sonda e uma câmera.

A Nasa estuda realizar outros cinco voos e aumentar a dificuldade das operações.

O fundador da SpaceX, Elon Musk, disse durante uma conferência virtual que enviará pessoas para Marte até 2026. Segundo ele, essa previsão está baseada no fato do planeta vermelho e a Terra orbitarem ao redor do Sol em sincronia a cada 26 meses.

A expectativa de Musk ainda está dentro da meta que ele expôs em 2016, quando disse que, se tudo der certo, as pessoas iriam desembaracar em Marte em dez anos.

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No final de novembro, o cineasta Werner Herzog disse que construir cidades em Marte seria "um erro". O diretor discorda da ideia de colonizar Marte proposta por Musk, e disse que, ao invés dos humanos habitarem o planeta vermelho como "gafanhotos", é preciso se preocupar com a sustentabilidade da Terra, procurando mantê-la habitável.

 

Um grupo de cientistas liderados por astrônomos da Polônia anunciou nesta quinta-feira (29) a descoberta do menor planeta errante já registrado. Ele tem o tamanho da Terra e vaga pela Via Láctea, sem uma ligação gravitacional em torno de uma estrela, como é o caso da Terra, que gira em torno do Sol.

Os planetas errantes, por não receberem a luz de uma estrela, não emitem radiação e, por isso, são mais difíceis de serem observados. Eles não podem ser descobertos a partir de métodos astronômicos tradicionais que vasculham o universo atrás de outros planetas fora do Sistema Solar. Essas buscas já encontraram mais de quatro mil exoplanetas que, em geral, apesar de serem diferentes aos do nosso sistema solar, eles têm uma coisa em comum: todos orbitam uma estrela.

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Já para encontrar um planeta errante, a identificação é feita usando um fenômeno chamado microlente gravitacional, resultado da Teoria da Relatividade de Einstein.

Os pesquisadores explicam que um objeto massivo (a lente) pode curvar a luz de um objeto luminoso (a estrela). A gravidade da lente tem efeito de aumento, que curva e amplia a luz de estrelas distantes.

"Se um objeto massivo (uma estrela ou planeta) passar entre um observador na Terra e uma estrela distante, a gravidade pode desviar e dar foco à luz dessa estrela", disse o pesquisador Przemek Mroz, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, em nota divulgada à imprensa.

"As chances de observação da microlente são extremamente pequenas porque os três objetos - fonte (luminosa), lente e observador - devem estar perfeitamente alinhados. Se tivéssemos observado apenas uma estrela fonte de luz, teríamos que esperar quase um milhão de anos para ver a fonte sendo ampliada pela microlente".

Os pesquisadores do Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia encontraram as primeiras evidências da existência de exoplanetas na Via Láctea anos atrás. Cientistas da mesma instituição estão por trás da nova descoberta. "Esta novidade mostra que planetas errantes podem ser detectados e detalhados usando telescópios em terra", disse o professor Andrzej Udalski, que faz parte do projeto.

Os astrônomos usaram um telescópio localizado no observatório Las Campanas, no Chile. Quando as condições meteorológicas permitem, eles direcionam o telescópio para as regiões centrais da Via Láctea e observam centenas de milhões de estrelas, à procura daquelas que apresentam mudança na luminosidade.

Nesta quarta-feira (16), Dia Internacional para a Prevenção da Camada de Ozônio, a cooperação com a cobertura que protege o planeta e que, ao longo dos anos, vem sendo danificada por substâncias produzidas pelos seres humanos, entra em pauta.

Essa proteção fica situada em cerca de 28km acima do nível do mar e trata-se de uma concentração de moléculas de gás ozônio (O3) na atmosfera, importante para a manutenção de vida na terra, pois garante proteção contra a maior parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol. "Especialmente a do tipo B (UV-B), que pode gerar danos à visão, envelhecimento precoce, a supressão do sistema imunológico e desenvolvimento do câncer de pele", explica Igor Rodrigues, professor de astronomia do Centro Educacional Anísio Teixeira.

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Um estudo publicado pela Nasa em 2018, na revista Geophysical Reaserch Letters, indicou que, pela primeira vez, os níveis de gás ozônio presentes na atmosfera terrestre estavam diminuindo. As substâncias que corrompem a proteção podem durar de 50 a 100 anos. "Assim, boa parte dos compostos lançados no passado irão persistir por um longo tempo ainda", afirma Rodrigues. "Os cientistas esperam que, se os protocolos forem mantidos, o buraco na camada de ozônio desapareça entre 2060 e 2080", complementa.

As substâncias nocivas ao ozônio são aquelas emitidas por atividades humanas, que contêm átomos de cloro (Cl), flúor (F) ou bromo (Br). "Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a diminuição da camada de ozônio e aumenta os raios UV", alerta Rodrigues.

Muitos dos compostos, como os Clorofluorcarbonetos (CFCs), são utilizados nas indústrias dos setores de refrigeração, ar condicionado, geladeiras e frigoríficos. "Desde 1987, muitos países têm criado legislações que proíbem a produção ou importação de equipamento que utilizam substâncias que destroem a camada de ozônio. O Brasil tem planos de eliminar totalmente os CFCs até 2040", aponta.

Embora a atmosfera e parte do meio ambiente pareçam estar se beneficiando com a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), pois em isolamento o homem parece ter poluído menos, o impacto na camada de ozônio ainda é pequeno, já que os CFCs e outras substâncias não são removidas pela chuva ou pela neve de maneira rápida. Esses átomos permanecem na parte baixa da atmosfera por muitos anos. "Porém, qualquer redução da produção de poluentes ou melhora nas camadas da atmosfera, mesmo devido a pandemia, precisa ser comemorado. O planeta agradece", finaliza Rodrigues.

Segundo o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a pandemia do novo coronavírus 'transformou o planeta numa sala de emergência', sendo que a resposta à mesma não depende apenas de uma vacina. "Para emergência sanitária, depende de ter políticas públicas de saúde permanentes. Para emergência social depende de políticas inclusivas, especialmente no aceso a educação, meios e instrumentos que abranjam escolas públicas e privadas, comunitárias, confessionais ou filantrópicas. Para a emergência econômica, políticas de igualdade substancial, de acesso para todos a um patamar mínimo de dignidade. Para crise de gestão, ações coordenadas na sociedade e no estado. Para a recessão democrática, que está sendo agravada, cumpre manter e consolidar a democracia representativa e assim melhorar a qualidade dos processos das consultas como as eleições, plebiscitos e referendo", afirmou.

Segundo Fachin, vivemos uma travessia, um chiaroscuro - conceito da arte italiana. Para o ministro, o momento atual conta com 'monstros e seres solidários, erros e acertos, riscos de colapso gravitacional do sentido de humanidade, mas indícios razoáveis de esperanças'. O ministro ressalta que a pandemia tornou ainda mais trágico os fenômenos da crise humanitária global mas diz acreditar na capacidade de reinvenção 'com dois dispositivos imprescindíveis': educação e democracia.

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Na avaliação do ministro, a pandemia do novo coronavírus, 'menos que causa é efeito de um modo de ser e de estar que nos interroga'. " É dessa realidade que nos circunda. A tradução inegável das assimetrias na crise: abismo entre a necessidade e acessibilidade a meios eletrônicos; surtos autoritários e saques contra o futuro; Aumento violência contra mulheres e povos indígenas e negros; Irresponsabilidade de estados e governantes demitindo-se da obrigação de proteger a vida e o meio ambiente".

No entanto, o ministro do Supremo diz que se tais aspectos são 'sintomas de uma forma de mundo que pode estar morrendo, também é possível que estamos diante de um mundo ainda não nascido'. Nessa linha, Fachin destacou a importância da educação e da democracia ressaltando como as mesmas estão implicadas com todas as novas formas de trabalho, encontro e ensino de funcionamento responsável e eficiente.

O ministro destacou ainda três vertentes relacionadas a como podemos cuidar do que chamou de 'casa comum'. A primeira diz respeito a como democracia se legitima por processos de discussão, sendo que nesse percurso há um elemento civilizatório e educativo sobre o papel da cidadania na vida política da sociedade. Já a segunda trata da responsabilidade de cada um nesse âmbito. "A democracia é um canteiro de obras que requer resiliência, simplicidade, honestidade… É um processo de construção de sentidos", destacou.

Por fim, a terceira vertente destacada por Fachin diz respeito ao direito, instância que segundo ele pode ser instrumento de justiça, mas cuja falta de efetividade pode ter diferentes resultados. Como exemplo, o ministro citou a seletividade punitiva, que, em sua avaliação sinaliza, a impunidade como a outra face da desigualdade. "A corrupção não tem ideologia, assim como as ditaduras. Não importa o encobrimento do verniz ideológico sobre elas", disse.

O ministro destacou ainda que, 'em matéria de alterações e desafios das relações públicas e privadas', a crise decorrente da pandemia não pode ser uma suspensão da ordem jurídica democrática. "Crise não suspende a constituição", afirmou. Segundo Fachin, o processo democrático é a garantia de regras que asseguram direitos e a formação da vontade dos cidadãos e que nada 'pode ser derrogatório do que está no sistema de emergência do estado constitucional'. E é no âmbito dessa legalidade constitucional 'somos convocados a exercitar a pedagogia da solidariedade', diz o ministro. "E não me parece que isso seja possível sem que a educação seja compreendida como gênero de primeira necessidade, berço de uma sociedade livre, justa e solidária".

Na transmissão ao vivo realizada nesta segunda, 24, o ministro ainda citou a educação para a autonomia, conceito de Paulo Freire. "Educador atua a favor da liberdade, contra o autoritarismo e democrática contra toda ditadura, contra violência de toda discriminação". O ministro destacou como a educação requer prioridade, orçamento, valorização do educador, superação das desigualdades regionais, aumento de renda, condições materiais de vida, coordenação e orientação na gestão das instituições e políticas públicas. Além disso, também citou Sonia Solto Maior, da Suprema corte americana: "Há valores que não admitem negociação, integridade, equidade e ausência de pluralidade".

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