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A concentração de gás carbônico na atmosfera atingiu níveis recordes, chegando ao maior índice dos últimos 14 milhões de anos, com 420 partes por milhão (ppm), representando um aumento de aproximadamente 50% em comparação com as 280 ppm registradas no final do século 18.

Essa constatação foi feita por um estudo de sete anos, envolvendo mais de 80 pesquisadores de 16 países, que reconstruiu as tendências de CO2 nos últimos 66 milhões de anos.

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O estudo, publicado na revista Science e liderado pela Universidade da Columbia nos Estados Unidos, sugere que até o final do século poderemos atingir uma concentração de 600 ppm ou até mais. As implicações desse aumento teriam efeitos em cascata, influenciando o clima por milhares de anos.

Os autores do estudo, coordenados por Bärbel Hönisch, não coletaram novos dados, mas revisaram todas as pesquisas publicadas até o momento sobre o assunto, excluindo aquelas consideradas incompletas ou obsoletas à luz das novas descobertas. Eles calcularam a evolução do CO2 em um período que remonta a 66 milhões de anos, comparando-a também com os dados disponíveis sobre as temperaturas.

Dessa forma, os pesquisadores estabeleceram o que chamam de "sensibilidade do sistema terrestre". De acordo com essa medida, prevê-se que dobrar a concentração de CO2 aquecerá o planeta em cerca de 5-8 graus, uma estimativa mais alta do que as feitas anteriormente.

Da Ansa

Nesta semana, comemora-se o Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio. A data foi instituída em 16 de setembro, já que nessa ocasião, em 1987, diversos países assinaram o Protocolo Montreal, tratado internacional que visa proteger a camada de ozônio de gases que podem ser prejudiciais, como o gás carbônico, por exemplo, que acelera o aquecimento global. Assim, abre-se a discussão sobre o que pode ser feito para amenizar os danos causados e como ocorre o fenômeno.

De acordo com Patricia Bulbovas, bióloga que atua com educação ambiental, se não existissem gases na atmosfera, que absorvem o calor da radiação solar, a temperatura na superfície do planeta seria bem mais baixa e a forma de vida como nós conhecemos não existiria. “No entanto, as atividades humanas, principalmente após a Revolução Industrial, têm emitido uma quantidade grande de gás do efeito estufa, principalmente de gás carbônico. Então, nós temos uma maior retenção de calor na nossa atmosfera, que provoca o aquecimento dessa camada mais próxima da superfície terrestre. Isso provoca uma mudança no clima de todo o planeta”, explica.

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Como consequência do aquecimento, a atmosfera passa a ter mais energia, o que acaba provocando fenômenos meteorológicos com mais intensidade. “É como se tivéssemos mais lenha na fogueira. As secas estão sendo mais intensas, os períodos de chuva estão sendo mais severos e a formação de furacões e ciclones tem sido mais intensa”. Patricia completa dizendo que a partir do aquecimento global, também há o degelo das calotas polares e, a partir disso, um aumento no nível dos oceanos, consequência que pode ser considerada uma projeção de longo prazo.

Prognóstico

Segundo Patricia, existem grupos de pesquisadores que trabalham como modelagens matemáticas, feitas a partir de uma quantidade “imensa” de dados e informações recolhidas há décadas, de vários pontos do planeta. E assim, existem alguns modelos que trazem o prognóstico da situação da Terra para daqui 30 anos, e até mesmo projeções para 2100. É importante considerar que esses modelos podem ter erros, já que não há controle sobre as ações humanas, mas mesmo considerando essas possibilidades de erro, não é possível dizer que o futuro será bom, e que não haverá consequências.

Fenômenos meteorológicos climáticos mais intensos já são uma realidade, mas podem passar a ocorrer com mais frequência, assim como um inverno cada vez mais frio e um verão cada vez mais quente. “Na próxima década, por exemplo, nós já poderemos ver os fenômenos climáticos, que implicam em chuva na hora errada, prejudicando as colheitas e cultivos e a morte das plantas que ainda não formaram os grãos no campo. Maior número de queimadas e consequentemente a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Os danos a serem reparados serão maiores”, declara.

O que fazer para mudar esse cenário?

A especialista comenta que existem práticas e medidas passíveis de serem adotadas pela população, para alcançar uma redução de gases maléficos na atmosfera, assim como repensar o consumo. “A gente vive em uma sociedade muito consumista e as pessoas consomem materiais sem ter noção da cadeia produtiva deles”. Patricia esclarece que após seu uso, o material de consumo pode se tornar um resíduo ou acabar indo para um aterro, e dependendo do processo que será feito, de alguma maneira poderá ser emitido gás carbônico para a atmosfera.

Assim, é importante avaliar a origem do produto e a forma como ele é manufaturado. “Existem tecnologias que garantem menor emissão de gás carbônico nessa cadeia produtiva. À medida que pessoas têm consciência disso e passam a consumir produtos que têm um menor impacto ao meio ambiente, os empresários e donos de indústrias passam a repensar sua forma de produzir, adotando práticas menos agressivas ao meio ambiente”, explica.

Dentre outras alternativas que podem ser adotadas, está a escolha dos políticos em época de eleição. A bióloga explica que é importante escolher um político que tenha compromisso em relação às questões ambientais e que leve em consideração a problemática das emissões de carbono nas propostas de políticas públicas. “Assim como um candidato que defende a produção de energia limpa, por exemplo. Energia eólica e menos energia termoelétrica, porque para construir hidrelétricas é necessário inundar grandes áreas florestais e a partir dessas transformações também há emissão de gás carbônico no ar atmosférico”, justifica.

Uma data, uma causa

Patricia conta que a camada de ozônio é importante para todo mundo, já que ela tem o papel de filtrar os raios ultravioletas. Aliás, se não fosse sua existência, nós não conheceríamos a vida na Terra da maneira como ela é. “Ter um dia específico [para celebrar a data], é uma forma de levantar essa bandeira e relembrar novamente da importância da camada de ozônio. Poder falar para as novas gerações que existe uma camada de ozônio, que ela tem um papel importante e que ela corre riscos. Para a conscientização, não só da minha geração, mas também das novas gerações e das futuras gerações”, finaliza a especialista.

 

Na última semana, a Nasa anunciou o projeto Lofted Environmental and Atmospheric Venus Sensors (Leaves), do Instituto Aeroespacial de Ohio (EUA). A iniciativa enviará uma nave-mãe até a órbita de Vênus e deve liberar um "enxame" de pequenas espaçonaves para estudar a atmosfera do planeta e coletar dados sobre a composição das nuvens.

As miniaturas do "enxame" têm massa de 130g e estão programadas para uma atividade de nove horas. Durante esse tempo, os sensores enviarão informações à nave-mãe, localizada na órbita do planeta, até que sejam destruídos pela temperatura do planeta, que é de 473°C.

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Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol e apresenta características que o tornam um desafio para a exploração espacial. A atmosfera é composta por nuvens de ácido sulfúrico e, por conta da alta densidade, elas impedem a leitura visual do interior do corpo celeste. Já a superfície apresenta pressão atmosférica 92 vezes mais forte que a Terra, o que impede o pouso e operação de robôs.

A aprovação para financiamento da missão Leaves faz parte do programa Nasa Innovative Advanced Concepts (Niac), que investe em projetos inovadores para a exploração espacial. Em comunicado oficial, o diretor da iniciativa disse que a criatividade é a chave para o desenvolvimento de novas ideias que hoje podem parecer distantes, mas, nas próximas décadas, podem se tornar realidade.

Nesta semana, a sonda espacial Juno detectou novos formatos de auroras boreais em Júpiter. A descoberta foi possível com o auxílo de um espectrógrafo ultravioleta implentado na nave. A ferramenta é usada para dispersar luz e identificar objetos com mais clareza. Os especialistas da empresa Southwest Research Institute (SwRI), responsáveis pelo projeto, afirmam que as partículas oriundas do Sol entraram em contato com a magnetosfera do planeta e, assim, formaram as auroras.

Apesar dos inúmeros estudos sobre a superfície dos planetas e os ventos solares, ainda não foi descoberto ao certo quais outros fenômenos e consequências este contato no espaço-tempo gera. A princípio, entende-se que as partículas remanescentes do Sol entram em contato com o campo magnético de cada planeta e formam a aurora boreal. A magnetosfera de Júpiter é o maior campo de concentração do sistema solar: se estende por 5 milhões de quilômetros, cerca de 150 vezes o tamanho do próprio planeta.

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De acordo com o cientista sênior e especialista em astronomia Thomas Greathouse, a dinâmica deste fenômeno é controlada pela rotação do planeta, a mais rápida do sistema solar, que leva cerca de dez horas para dar uma volta completa em volta do próprio eixo. Por conta disto, foi identificado que as auroras boreais são uma espécie de emissão ultravioleta em expansão circular. A maior delas apresentou cerca de 2 mil quilômetros de diâmetro, sendo que a velocidade de propagação variou entre 3,3 e 7,7 km/s.

Por conta da localização das auroras em alta latitude, entende-se que as partículas de prótons e elétrons provenientes do Sol e da magnetosfera de Júpiter causam instabilidades de Kelvin-Helmholtz, eventos recorrentes quando há diferença na velocidade entre os dois. O evento, pouco conhecido, ganhará mais evidências com a ampliação da missão da Nasa nos próximos quatro anos.

Um estudo sobre os níveis de poluição das grandes metrópoles em meio à pandemia constatou que o chamado lockdown, que fecha empresas atuantes nos segmentos não-essenciais, contribuiu pouco para a redução de gases tóxicos lançados na atmosfera. Embora as 11 cidades analisadas no levantamento encabeçado pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, tenham emitido menos poluentes, o número foi abaixo da expectativa dos cientistas.

De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica Science Advances, os índices de dióxido de nitrogênio produzidos pelo tráfego de veículos, que chegaram a atingir redução média de 60% em estudos realizados entre 2015 e 2020, caíram apenas 30% na atual análise. O levantamento também confere uma alta da emissão de ozônio, prejudicial à saúde e às plantações. Segundo os pesquisadores, embora veículos poluentes como automóveis, caminhões e aviões tenham circulado menos durante a recomendação de isolamento social, outras fontes de poluição, como as caldeiras industriais, refinarias e usinas de energia não deixaram de funcionar e acabaram sendo os maiores responsáveis pelo lançamento dos gases tóxicos na atmosfera.

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O estudo elaborado pelos ingleses teve como base os índices de poluição captados em cidades como Berlim (Alemanha), Pequim e Wuhan (China), Madri (Espanha), Nova York e Los Angeles (Estados Unidos), Paris (França), Nova Déli (Índia), Milão e Roma (Itália) e Londres (Reino Unido).

Nesta quarta-feira (16), Dia Internacional para a Prevenção da Camada de Ozônio, a cooperação com a cobertura que protege o planeta e que, ao longo dos anos, vem sendo danificada por substâncias produzidas pelos seres humanos, entra em pauta.

Essa proteção fica situada em cerca de 28km acima do nível do mar e trata-se de uma concentração de moléculas de gás ozônio (O3) na atmosfera, importante para a manutenção de vida na terra, pois garante proteção contra a maior parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol. "Especialmente a do tipo B (UV-B), que pode gerar danos à visão, envelhecimento precoce, a supressão do sistema imunológico e desenvolvimento do câncer de pele", explica Igor Rodrigues, professor de astronomia do Centro Educacional Anísio Teixeira.

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Um estudo publicado pela Nasa em 2018, na revista Geophysical Reaserch Letters, indicou que, pela primeira vez, os níveis de gás ozônio presentes na atmosfera terrestre estavam diminuindo. As substâncias que corrompem a proteção podem durar de 50 a 100 anos. "Assim, boa parte dos compostos lançados no passado irão persistir por um longo tempo ainda", afirma Rodrigues. "Os cientistas esperam que, se os protocolos forem mantidos, o buraco na camada de ozônio desapareça entre 2060 e 2080", complementa.

As substâncias nocivas ao ozônio são aquelas emitidas por atividades humanas, que contêm átomos de cloro (Cl), flúor (F) ou bromo (Br). "Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a diminuição da camada de ozônio e aumenta os raios UV", alerta Rodrigues.

Muitos dos compostos, como os Clorofluorcarbonetos (CFCs), são utilizados nas indústrias dos setores de refrigeração, ar condicionado, geladeiras e frigoríficos. "Desde 1987, muitos países têm criado legislações que proíbem a produção ou importação de equipamento que utilizam substâncias que destroem a camada de ozônio. O Brasil tem planos de eliminar totalmente os CFCs até 2040", aponta.

Embora a atmosfera e parte do meio ambiente pareçam estar se beneficiando com a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), pois em isolamento o homem parece ter poluído menos, o impacto na camada de ozônio ainda é pequeno, já que os CFCs e outras substâncias não são removidas pela chuva ou pela neve de maneira rápida. Esses átomos permanecem na parte baixa da atmosfera por muitos anos. "Porém, qualquer redução da produção de poluentes ou melhora nas camadas da atmosfera, mesmo devido a pandemia, precisa ser comemorado. O planeta agradece", finaliza Rodrigues.

Uma chuva de estrelas cadentes começa nesta sexta-feira (17) e deve se estender até 24 de agosto. Conhecidos como Perseidas, esses brilhos no céu são provocados por meteoroides menores que um grão de areia que entram na atmosfera com velocidade superior a 210 mil km por hora.

O fenômeno ocorre anualmente quando a Terra cruza com os restos da calda de um cometa chamado 109P/Swift-Tuttle, que completa uma órbita ao redor do Sol a cada 133 anos. Quando se aproxima do Sol, o cometa aquece, o que resulta na liberação de gases e pequenas partículas sólidas que terminam na atmosfera terrestre. "A uma velocidade dessas, o choque com a atmosfera é tão brusco que a temperatura dessas partículas aumenta em até 5 mil graus Celsius numa fração de segundo, por isso se desintegram emitindo um clarão. Isto ocorre entre os 100 e 80 km sobre o nível do solo", contou José Maria Madiedo, pesquisador do Instituto Astrofísico da Andaluzia (IAA-CSIC), em entrevista ao El País.

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No hemisfério sul, na noite de 12 para 13 de agosto, o fenômeno atinge seu ponto culminante. Para comtemplar e perceber as pequenas partículas, é indicado se afastar da poluição luminosa, preferindo a zona rural. Em comparação com o ano anterior, o evento poderá ser visto com maior clareza, visto que a Lua em quarto minguante não brilhará tanto.

 

A Marinha do Brasil, por meio do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), informa que um sistema de alta pressão atmosférica poderá provocar ondas, em alto-mar, de direção Sudeste a Leste com altura entre 3,0 e 3,5 metros no litoral entre os estados da Bahia e do Rio Grande do Norte, ao sul de Natal (RN), até a tarde da próxima quinta-feira (25).

Por conta disso, a Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE) está recomendando que embarcações de pequeno e médio porte evitem navegar no mar enquanto vigorar este alerta. As demais embarcações devem redobrar a atenção e reavaliar todos os itens de segurança. 

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A CCPE mantém guarnecimento durante 24h para emergências marítimas e fluviais por meio do telefone 185. Denúncias também podem ser feitas através do (81) 3424-7111. "Alerta-se aos navegantes que consultem essas informações antes de se fazerem ao mar e solicita-se ampla divulgação às comunidades de pesca e esporte e recreio", pontua o órgão estadual.

Uma sonda da Nasa partiu neste domingo em uma missão sem precedentes para se aproximar mais do Sol do que qualquer outro dispositivo já enviado ao espaço. A Sonda Solar Parker voará diretamente através das bordas da corona solar, ou atmosfera externa, e eventualmente chegará a 6 milhões de quilômetros da superfície do astro nos próximos anos, permanecendo fria apesar do calor e da radiação extremos, permitindo que os cientistas explorem o Sol de uma forma nunca antes possível.

"Estamos nos preparando para algum aprendizado nos próximos anos", disse Eugene Parker, astrofísico de 91 anos, homenageado com o nome da sonda. Protegida por um novo e revolucionário escudo térmico de carbono, a sonda passará por Vênus em outubro. O primeiro contato com o Sol será em novembro. No total, a sonda Parker fará 24 aproximações ao Sol no empreendimento de sete anos, que custou US$ 1,5 bilhão.

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A tentativa de lançamento da manhã de sábado foi frustrada por problemas técnicos de última hora. Mas no domingo o lançamento teve êxito. Da Terra, são 150 milhões de quilômetros até o Sol. Já em seu primeiro contato com o astro, a sonda ficará a 25 milhões de quilômetros do Sol, batendo facilmente o recorde atual de 43 milhões de quilômetros estabelecido pela Helios 2 da Nasa em 1976. O chefe da missão científica da Nasa, Thomas Zurbuchen, espera que os dados, mesmo neste estágio inicial, rendam importantes trabalhos científicos.

Com esta missão, cientistas esperam desvendar muitos mistérios do sol, astro de cerca de 4,5 bilhões de anos, como por que a corona é centenas de vezes mais quente do que a superfície do Sol e por que a atmosfera do Sol está se expandindo continuamente e acelerando, como Eugene Parker previu em 1958. Fonte: Associated Press.

Após cadeias montanhosas e vastas planícies geladas, a sonda norte-americana New Horizons enviou novas imagens mostrando vapores na atmosfera de Plutão e sinais de movimentos de gelos de nitrogênio e metano em sua superfície.

"Dez dias após o sobrevoo de Plutão nós podemos dizer que nossas expectativas foram mais do que superadas", comemorou nesta sexta-feira (24) John Grunsfeld, administrador da missão científica da Nasa.

"Com gelo em movimento, uma composição química original de sua superfície, suas cadeias montanhosas e suas brumas, Plutão revela uma diversidade geológica muito emocionante", afirmou o cientista em entrevista coletiva.

Sete horas após passar o mais perto de Plutão em 14 de julho, a New Horizons abriu um instrumento óptico sobre o planeta anão, o que permitiu captar os raios do sol passando por sua atmosfera. As imagens mostram os vapores subindo até 130 km acima da superfície. Uma análise preliminar indica duas camadas distintas, uma a cerca de 80 km de altitude e a outra cerca de 50 km.

"Esses vapores são um elemento-chave para criar componentes de hidrocarbonetos complexos que dão à superfície de Plutão sua cor avermelhada", explicou Michael Summers, um astrônomo da missão.

As últimas imagens da New Horizons também revelam sinais de movimentos do gelo na superfície de Plutão, sinal de atividade geológica recente - algumas dezenas de milhões de anos - no planeta, o que surpreendeu os cientistas.

No norte de uma vasta planície chamada "Sputnik Planum", do tamanho do estado norte-americano do Texas, foram encontrados indícios muito claros de movimentos de uma placa de gelo de metano, nitrogênio ou de monóxido de carbono - muito presente nesta área. Estes movimentos podem ocorrer agora, de acordo com os pesquisadores.

"Esses fenômenos são semelhantes aos observados na Terra com as geleiras", observou Bill McKinnon, outro cientista da New Horizons.

"Na parte mais ao sul da porção em forma de coração, adjacente à zona equatorial que é escura e aparentemente mais antiga com muitas crateras, parece que os depósitos de gelo são muito mais recentes", observou McKinnon.

"Todas as atividades observadas em Plutão sugerem que este planeta tem um núcleo denso rodeado por uma espessa camada de gelo, o que aumenta a possibilidade da existência de um oceano líquido sob o gelo", disse Bill McKinnon.

A New Horizons vai continuar a transmitir dados coletados até o final de 2016. A sonda está atualmente a 12,2 milhões de quilômetros além de Plutão, mergulhando no Cinturão de Kuiper.

A nave espacial não tripulada Progress se desintegrou completamente na atmosfera, acima do Pacífico, durante sua queda livre em direção à Terra, uma semana após os operadores russos terem perdido o controle da nave.

Os operadores de voo russos haviam perdido o controle da Progress horas após seu lançamento há uma semana propulsada por um foguete Soyuz. A nave espacial deveria ter se aproximado em 28 de abril da Estação Espacial Internacional (ISS) para abastecê-la, mas fracassou em sua missão.

A Progress começou então uma queda descontrolada em direção à Terra. A agência espacial russa (Roskosmos) não deu mostras de preocupação, já que praticamente todas as naves espaciais deste tipo se desintegram na atmosfera ou aterrissam nos oceanos, que ocupam a maior parte da superfície terrestre.

A queda do cargueiro não coloca em risco a tripulação da ISS, que dispõe de vários meses de reservas.

Uma nave de abastecimento Dragon, da companhia americana SpaceX, deve chegar à ISS a partir de 19 de junho com 2,2 toneladas de material científico e provisões.

A perda desta nave, que custou quase 500 milhões de euros, constitui um duro golpe para a indústria espacial russa, um setor estratégico que historicamente foi um orgulho para o país.

Uma comissão de investigação russa esclarecerá as circunstâncias do incidente, que parece ter ocorrido no momento da separação entre a nave e o foguete, disse o vice-presidente da Roskosmos, Alexandre Ivanov.

Os resultados da investigação serão divulgados até 13 de maio.

- Novos planos de lançamento -

"O lançamento e o voo do foguete ocorreram com normalidade, mas um segundo e meio antes da separação da nave (da última parte do foguete), os instrumentos de medição pararam de transmitir", explicou o presidente da Roskosmos, Igor Komarov.

Alguns dias antes deste incidente, um foguete experimental russo havia explodido logo após seu lançamento em uma zona desabitada do norte da Rússia. No verão de 2013, um foguete Proton com seus três caros satélites Glonass - o futuro sistema de navegação por satélite russo - explodiu no momento da decolagem.

No entanto, a Roskosmos apontou as circunstâncias imprevistas no caso da Progress, que não colocavam em xeque futuros lançamentos de foguetes Soyuz para levar suprimentos aos astronautas da ISS.

"Vamos corrigir os planos de lançamento das duas Progress deste ano, um previsto para o terceiro trimestre e o outro para o quarto", indicou Ivanov, lembrando que, de 1.800 lançamentos, a taxa de sucesso é de 91,3%.

As agências de notícias russas, citando fontes da indústria aeroespacial do país, informaram na quinta-feira que a próxima missão espacial que deveria enviar astronautas à ISS, prevista para 26 de maio, poderá ser adiada em duas semanas devido aos problemas na Progress.

No entanto, a Roskosmos não confirmou estas informações, e apenas cancelou uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira com os três membros da tripulação desta expedição.

A cápsula de carga Cygnus, construída pela empresa Orbital Sciences Corporation, está pronta para abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS) nas primeiras horas desta terça-feira (22) e será incinerada ao entrar na atmosfera da Terra, informou a Nasa nesta segunda (21).

A Cygnus deve desatracar da ISS às 10H00 GMT (08H00 Brasília) desta terça e se afastará da estação cerca de 90 minutos depois. "Os engenheiros da Orbital realizarão uma série de manobras para mover a Cygnus em direção a sua destruição na atmosfera da Terra", anunciou a Nasa.

A Orbital assinalou que a Cygnus ingressará na atmosfera às 18H18 GMT (16H18) sobre o Oceano Pacífico, a leste da Nova Zelândia. Cygnus levou à ISS 590 quilos de mercadorias e equipamentos, entre os quais comida e roupas para os seis integrantes da tripulação, chamada Expedição 37 e composta de três russos, dois americanos e um italiano.

Foi o primeiro voo à ISS da Orbital, uma das duas empresas privadas que a Nasa selecionou, junto com a SpaceX, para fazer o transporte aeroespacial para a Estação Espacial Internacional.

Em maio de 2012, a SpaceX foi a primeira empresa privada a atracar sua nave, a Dragon, na ISS. Em seguida, fez dois voos com materiais para a Estação Espacial.

A Nasa lançou nesta sexta-feira (6) uma nova sonda na órbita da Lua para descobrir os segredos de sua fina atmosfera, o que contribuirá para uma compreensão melhor de outros objetos do Sistema Solar, como os grandes asteroides.

O lançamento desta nave espacial não tripulada, do tamanho de um pequeno carro e denominada "Lunar Atmosphere and Dust Ambiente Explorer" (LADEE), deixou um rastro vermelho no céu noturno a partir de um foguete Minotaur V, um míssil intercontinental adaptado.

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O tiro ocorreu às 23H27 local (00H27 de Brasília), do Centro Espacial Wallops na costa da Virgínia (leste).

Com 383 quilos de peso e equipada com três instrumentos científicos, inclusive dois espectrômetros, a sonda LADEE coletará dados detalhados sobre a estrutura e a composição química da atmosfera lunar, que é muito fina, e determinará se a poeira permanece em suspensão.

A poeira em suspensão poderia explicar o mistério das luzes observadas pelos astronautas da missão Apolo, entre 1969 e 1972, no horizonte lunar logo antes do amanhecer, disse a Nasa.

Uma melhor compreensão das características da atmosfera do vizinho celeste mais próximo da Terra poderia ajudar os cientistas a entender outros objetos do sistema solar, como o planeta Mercúrio ou grandes asteroides, explicaram os especialistas a cargo desta missão de US$ 280 milhões, iniciada em 2008.

"Quando deixamos a Lua (há quarenta anos), pensávamos que era uma superfície menos antiga, sem atmosfera", disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa e encarregado de missões científicas.

"Graças às sondas de reconhecimento, descobrimos que a Lua é cientificamente muito mais interessante, que continua evoluindo e, de fato, tem uma espécie de atmosfera", acrescentou. Para ele, esta missão "poderia ajudar a entender melhor a diversidade do nosso sistema solar e sua evolução".

Mas o estudo da atmosfera lunar deve ser feito sem demora antes que as missões de exploração alterem este entorno frágil, disse esta quinta-feira, durante coletiva de imprensa, Sarah Nole, cientista do programa LADEE. De fato, a atmosfera lunar é tão fina e frágil que um trem de aterrissagem poderia afetá-la, advertiu.

= O interesse da China=

Vários países, especialmente a China, manifestaram a intenção de ir à Lua. Pequim anunciou na semana passada o lançamento de um módulo de aterrissagem no final de 2014.

Um mês depois de seu lançamento, a sonda LADEE permanecerá os primeiros 40 dias muito acima da superfície lunar para realizar uma série de testes. Usará uma nova tecnologia a laser de transmissão tão potente quanto a das redes de fibra óptica terrestre.

Depois começará sua missão de estudo científico da atmosfera lunar durante cem dias.

A última missão da Nasa para a Lua foi em 2012 com o lançamento das sondas gêmeas GRAIL para desvendar os segredos do interior lunar e medir sem campo gravitacional.

Antes disso, em 2009, os Estados Unidos lançaram as duas sondas LRO/LCROSS, que confirmaram a presença de água em forma de gelo em uma cratera no polo sul da Lua.

Astronautas americanos pisaram pela primeira vez na Lua em 1969; os últimos exploradores da era Apolo visitaram o satélite natural da Terra em 1972.

A Nasa não tem planos de enviar uma missão tripulada para a Lua.

A sonda LADEE foi concebida quando a agência espacial americana tinha previsto voltar a enviar humanos à Lua como parte do programa Constellation, que o presidente Barack Obama cancelou por ter um orçamento alto demais e ser redundante em seus objetivos.

O próximo projeto de exploração humana da Nasa busca enviar humanos a Marte para a década de 2030.

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