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Nesta semana, comemora-se o Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio. A data foi instituída em 16 de setembro, já que nessa ocasião, em 1987, diversos países assinaram o Protocolo Montreal, tratado internacional que visa proteger a camada de ozônio de gases que podem ser prejudiciais, como o gás carbônico, por exemplo, que acelera o aquecimento global. Assim, abre-se a discussão sobre o que pode ser feito para amenizar os danos causados e como ocorre o fenômeno.

De acordo com Patricia Bulbovas, bióloga que atua com educação ambiental, se não existissem gases na atmosfera, que absorvem o calor da radiação solar, a temperatura na superfície do planeta seria bem mais baixa e a forma de vida como nós conhecemos não existiria. “No entanto, as atividades humanas, principalmente após a Revolução Industrial, têm emitido uma quantidade grande de gás do efeito estufa, principalmente de gás carbônico. Então, nós temos uma maior retenção de calor na nossa atmosfera, que provoca o aquecimento dessa camada mais próxima da superfície terrestre. Isso provoca uma mudança no clima de todo o planeta”, explica.

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Como consequência do aquecimento, a atmosfera passa a ter mais energia, o que acaba provocando fenômenos meteorológicos com mais intensidade. “É como se tivéssemos mais lenha na fogueira. As secas estão sendo mais intensas, os períodos de chuva estão sendo mais severos e a formação de furacões e ciclones tem sido mais intensa”. Patricia completa dizendo que a partir do aquecimento global, também há o degelo das calotas polares e, a partir disso, um aumento no nível dos oceanos, consequência que pode ser considerada uma projeção de longo prazo.

Prognóstico

Segundo Patricia, existem grupos de pesquisadores que trabalham como modelagens matemáticas, feitas a partir de uma quantidade “imensa” de dados e informações recolhidas há décadas, de vários pontos do planeta. E assim, existem alguns modelos que trazem o prognóstico da situação da Terra para daqui 30 anos, e até mesmo projeções para 2100. É importante considerar que esses modelos podem ter erros, já que não há controle sobre as ações humanas, mas mesmo considerando essas possibilidades de erro, não é possível dizer que o futuro será bom, e que não haverá consequências.

Fenômenos meteorológicos climáticos mais intensos já são uma realidade, mas podem passar a ocorrer com mais frequência, assim como um inverno cada vez mais frio e um verão cada vez mais quente. “Na próxima década, por exemplo, nós já poderemos ver os fenômenos climáticos, que implicam em chuva na hora errada, prejudicando as colheitas e cultivos e a morte das plantas que ainda não formaram os grãos no campo. Maior número de queimadas e consequentemente a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Os danos a serem reparados serão maiores”, declara.

O que fazer para mudar esse cenário?

A especialista comenta que existem práticas e medidas passíveis de serem adotadas pela população, para alcançar uma redução de gases maléficos na atmosfera, assim como repensar o consumo. “A gente vive em uma sociedade muito consumista e as pessoas consomem materiais sem ter noção da cadeia produtiva deles”. Patricia esclarece que após seu uso, o material de consumo pode se tornar um resíduo ou acabar indo para um aterro, e dependendo do processo que será feito, de alguma maneira poderá ser emitido gás carbônico para a atmosfera.

Assim, é importante avaliar a origem do produto e a forma como ele é manufaturado. “Existem tecnologias que garantem menor emissão de gás carbônico nessa cadeia produtiva. À medida que pessoas têm consciência disso e passam a consumir produtos que têm um menor impacto ao meio ambiente, os empresários e donos de indústrias passam a repensar sua forma de produzir, adotando práticas menos agressivas ao meio ambiente”, explica.

Dentre outras alternativas que podem ser adotadas, está a escolha dos políticos em época de eleição. A bióloga explica que é importante escolher um político que tenha compromisso em relação às questões ambientais e que leve em consideração a problemática das emissões de carbono nas propostas de políticas públicas. “Assim como um candidato que defende a produção de energia limpa, por exemplo. Energia eólica e menos energia termoelétrica, porque para construir hidrelétricas é necessário inundar grandes áreas florestais e a partir dessas transformações também há emissão de gás carbônico no ar atmosférico”, justifica.

Uma data, uma causa

Patricia conta que a camada de ozônio é importante para todo mundo, já que ela tem o papel de filtrar os raios ultravioletas. Aliás, se não fosse sua existência, nós não conheceríamos a vida na Terra da maneira como ela é. “Ter um dia específico [para celebrar a data], é uma forma de levantar essa bandeira e relembrar novamente da importância da camada de ozônio. Poder falar para as novas gerações que existe uma camada de ozônio, que ela tem um papel importante e que ela corre riscos. Para a conscientização, não só da minha geração, mas também das novas gerações e das futuras gerações”, finaliza a especialista.

 

Nessa quarta-feira (14), a revista científica 'Nature' publicou um estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostra a floresta amazônica como fonte de gás carbônico, ou seja, a taxa de número de emissão de CO2 é maior que o número de gás absorvido pela natureza. O fenômeno ocorre em virtude da degradação ambiental, como as queimadas e desmatamentos que afetam diversas regiões do Brasil.

De acordo com Luciana Vanni Gatti, uma das autoras do estudo, enquanto há a emissão direta do gás carbônico por meio das queimadas, existe ainda um segundo fenômeno que também é um agravante para o meio ambiente: a emissão indireta de carbono. Isso ocorre em virtude da menor quantidade de chuvas, e portanto, o processo de fotossíntese é afetado, além do aumento de temperatura média que agrava o processo.

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Segundo os idealizadores do projeto, esta é a primeira vez que uma pesquisa aponta a diminuição na capacidade de absorção da floresta amazônica. Esse fator contribui ainda mais para o período de seca, que geralmente acontece nos meses de agosto, setembro e outubro.

Por conta dos altos índices que afetam o meio ambiente e a atmosfera do planeta, está em pauta quais medidas podem ser tomadas para restabelecer o equilíbrio ecológico. A União Europeia revelou que possui um plano para combater as mudanças climáticas, e assim fazer um processo de “descarbonização”. As medidas apresentadas ainda não estão em vigor, mas alguns pontos são estudados como imposto sobre combustível, além de mudanças e adequações em energias renováveis.

Por Rafael Sales

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 vai resultar na emissão de mais de 11 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente, de acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira (10) pela consultoria Personal CO2Zero. Além do próprio evento esportivo, o estudo considera a etapa de preparação, incluindo a construção e reforma de estádios, a infraestrutura do entorno e o deslocamento internacional.

A quantidade equivale a 46.946 hectares de floresta para sequestro futuro de carbono, cerca de 34,5% do Pantanal, ou ao consumo de energia de 181.254 domicílios brasileiros pelo período de um ano. “Nós estamos falando aí de um terço do Pantanal”, destacou Daniel Machado, consultor responsável pelo estudo, em entrevista à Agência Brasil.

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De acordo com o estudo, entre as cidades mais emissoras estão São Paulo, Salvador, Natal e Rio de Janeiro. Juntas, elas respondem por 56,7% das emissões estimadas. A cidade que menos polui, de acordo com o relatório, é Recife.

Considerando somente os dias dos jogos no Brasil, os deslocamentos das delegações e do público dentro do país, as emissões alcançarão mais de 3 milhões de toneladas. Segundo o relatório, isso equivale a mais de 12 mil hectares de floresta ou a 9,3% do Pantanal.

O estudo considera que as 3,6 milhões de pessoas esperadas para a Copa, das quais 3 milhões são brasileiros e 600 mil estrangeiros, provocarão emissões de mais de 5 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente.

“A nossa maior preocupação não é apenas citar que as emissões sejam dessa monta, mas, principalmente, auxiliar na busca de mitigação”, disse Machado, que pretende encaminhar o relatório ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 e para o Ministério do Esporte.

A sustentabilidade da Copa 2014 será debatida nos próximos dias 12 e 13, em Brasília, por representantes das 12 cidades-sede que apresentarão estudos de caso de sustentabilidade a partir das intervenções urbanas já em curso nos municípios.

De acordo com o relatório, a atividade da construção civil, por exemplo, englobando estádios, mobilidade urbana e infraestrutura em aeroportos, deverá responder pela emissão de mais de 5 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente. Isso significa 40,9% do total de emissões ou 0,3% durante o evento. Para mitigar esse impacto, o estudo propõe o uso de matéria-prima alternativa e a adoção de processos produtivos mais sustentáveis. “A busca por materiais em raio inferior a 800 quilômetros do estádio pode fazer diferença”, disse Machado.

No caso dos transportes, o estudo aponta a utilização de biocombustíveis, em especial na aviação e, no longo prazo, investimentos no modal ferroviário. A previsão é que a área de transportes seja responsável pela emissão de 2 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente, o que corresponde a 42,9% das emissões totais ou a 67,1% das emissões durante os jogos.

O relatório aponta ainda propostas na área da alimentação, como o fomento de alimentos orgânicos e locais. Na área de energia, o estudo defende o uso de fontes renováveis. “Quando a gente faz isso, a primeira preocupação é reduzir ao máximo possível essas emissões. O segundo passo é, sabendo quanto você emitiu ou está emitindo, neutralizar as emissões para tornar esta Copa um evento verdadeiramente sustentável. Ou sustentável com lastro”.

Outro dado levantado leva em consideração a vida útil dos estádios, considerando um período de 30 anos como parâmetro e o número de jogos que serão realizados no local. Nesse caso, o Castelão, em Fortaleza, com seis jogos, deverá ser o maior emissor da Copa, com 197,98 toneladas de gás carbônico equivalente. Já o estádio mais sustentável durante a Copa, de acordo com o relatório, será a Arena Pantanal, localizada em Cuiabá (MT). A previsão é de que sejam emitidos, neste caso, 37,70 toneladas de gás carbônico equivalente nos quatro jogos que sediará.

Por modais de transporte, o aéreo foi indicado como o maior agente de emissão durante a Copa, respondendo por 60% dos gases de efeito estufa. “Quando você considera as obras das arenas mais a infraestrutura, o transporte aéreo vai ser o segundo maior emissor, perdendo apenas para a construção civil”, ressaltou Machado.

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