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Com a criação do Pix em novembro de 2020, mudanças comportamentais geradas pela pandemia de covid-19 e o aumento das transações com cartões, os brasileiros usam cada vez menos o dinheiro em espécie para fazer pagamentos do dia a dia. A avaliação é do estudo do Banco Central (BC) Evolução de Meios Digitais para a Realização de Transações de Pagamento no Brasil.

Em 2019, os saques de dinheiro em caixas eletrônicos e agências somaram R$ 3 trilhões. Em 2020, o total caiu para R$ 2,5 trilhões e para R$ 2,1 trilhões, em 2021 e 2022.

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Em 2020, as transações por meio do Pix somaram R$ 180 milhões. No ano seguinte, R$ 9,43 bilhões, e em 2022, R$ 24,05 bilhões.

Segundo o estudo, em relação ao valor médio das operações “há uso preponderante do Pix e dos cartões (especialmente o pré-pago) nas transações de valor mais baixo, indicando seu papel importante na inclusão financeira, deixando as transferências tradicionais como principais opções para transações corporativas, de valores substancialmente mais altos”.

“Nesse sentido, é razoável supor que o Pix e os cartões representaram importante papel na digitalização de camadas mais amplas da população”.

O BC também observou crescimento “expressivo da quantidade de transações com cartões de débito e pré-pago”, influenciado pela expansão de instituições financeiras. “Essas instituições vêm tendo papel relevante na inclusão financeira, ao proporcionar contas de pagamento a pessoas que anteriormente não tinham nenhum relacionamento com o sistema financeiro, sendo, por exemplo, as instituições em que muitos jovens iniciam seu relacionamento com o sistema financeiro”, destacou o estudo.

Pesquisadores acabaram de identificar uma nova espécie de crocodilo que conviveu com dinossauros no interior de São Paulo durante o Cretáceo, há pelo menos 66 milhões de anos. O réptil, batizado de Titanochampsa iorii devido ao porte avantajado, foi reconhecido com base em um fóssil de parte do crânio achado pela primeira vez na década de 1950, em Monte Alto, na região de São José do Rio Preto.

O tamanho do animal foi calculado em até 7 metros, o que o torna o maior crocodilo do Neocretáceo brasileiro, por isso o gigante ganhou o apelido de "Terror das Águas". A partir desta sexta-feira, 16, o fóssil ficará exposto ao público no Museu de Paleontologia de Monte Alto.

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Autor principal de um artigo científico sobre a descoberta que foi publicado em edição recente da revista internacional

Historical Biology, o paleontólogo Thiago Schineider Fachini, do Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), explicou que o Titanochampsa tem características distintas dos crocodiliformes fósseis já encontrados do Período Cretáceo.

"A conclusão de que é uma espécie nova resulta de uma análise da morfologia geral do crânio de Titanochampsa, tendo sido observadas feições inéditas, permitindo a definição de que se trata de uma espécie ainda não registrada do Cretáceo brasileiro", disse.

A pesquisa vai prosseguir na tentativa de estabelecer os parentescos e o contexto paleoambiental do novo crocodiliforme - as condições do ambiente em que o animal vivia. Titanochampsa significa "crocodilo titânico", uma alusão ao seu grande porte e por ter sido confundido com titanossauro por muito tempo. O epíteto específico "iorii" é uma homenagem ao pesquisador Fabiano Vidori Iori por seus trabalhos na região de Monte Alto e pela prévia identificação do material.

Oito ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) serão soltas neste sábado (11) em uma área de preservação ambiental no interior da Bahia. A espécie é considerada extinta na natureza desde o ano 2000, quando desapareceu o último animal selvagem, que era acompanhado por pesquisadores.,

As aves que serão soltas - cinco fêmeas e três machos - fazem parte de um grupo de 52 trazidas de um criadouro da Alemanha para o Brasil, em 2020, com o objetivo de reintroduzir a espécie na natureza.

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O coordenador do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul, Antonio Eduardo Barbosa, explica que esse primeiro grupo de oito aves foi escolhido entre os mais aptos a sobreviver na natureza.

“São animais sadios, que têm musculatura de voo, que interagem e que não apresentam comportamento agonístico, isto é, que não brigam com outro. São os animais mais aptos para a soltura”.

As ararinhas-azuis serão soltas com oito araras-maracanã (Primolius maracana), espécie com quem dividia o habitat natural e que tem hábitos semelhantes aos seus.

Nos últimos dois anos, as ararinhas passaram por processo de adaptação em um viveiro instalado na cidade de Curaçá, na Bahia, que envolveu a redução do contato com humanos, o convívio com araras-maracanã, o treinamento do voo, o reconhecimento de predadores e a oferta de alimentos que serão encontrados na natureza.

Para esse projeto de reintrodução, foram criadas, em 2018, duas áreas de preservação nos municípios de Curaçá e Juazeiro: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, que, juntas, somam 120 mil hectares.

“Será uma soltura branda, como chamamos. A gente abre o recinto, mas quer que as aves permaneçam ali. Será ofertada alimentação suplementar durante um ano, para que elas ainda visitem o recinto. Nessa fase experimental, queremos conhecer a dinâmica que as aves vão apresentar”, explica Barbosa.

Essa primeira soltura servirá para que os pesquisadores observem o comportamento da ararinha na natureza, ou seja, os locais que visitam, o que comem etc. Os animais estão marcados com anilhas e transmissores, que permitirão seu rastreamento por alguns meses.

A proposta é soltar mais 12 ararinhas em dezembro deste ano, totalizando 20 aves em liberdade na caatinga. Por enquanto, não há previsão do número de animais que serão soltos a partir de 2023, mas pelo menos parte deles continuará no viveiro de Curaçá como uma reserva para garantir a sobrevivência da espécie, a soltura de novos indivíduos e a reposição das esperadas perdas no ambiente.

Extinção

A ararinha-azul foi descoberta em 1819 e sofreu gradual processo de extinção na natureza, devido a fatores como a destruição do ambiente e a captura para o comércio ilegal de animais silvestres.

Em 1986, a última população selvagem conhecida tinha apenas três indivíduos. O último indivíduo conhecido, um macho, desapareceu em 2000, decretando-se assim a extinção da espécie na natureza.

A ararinha só não desapareceu por completo porque havia cerca de 50 indivíduos vivendo em criadouros espalhados pelo Brasil e o mundo.

Ainda na década de 90, o governo brasileiro começou um projeto de manejo para reprodução desses animais e a negociação do retorno, para o país, de parte das aves que estavam no exterior.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou, em 2012, um Plano de Ação Nacional (PAN) para aumentar a população cativa, proteger o habitat e promover a reintrodução da ararinha-azul.

Em 2016, o criadouro alemão Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o ICMBio lançaram o Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul, que permitiria a repatriação dos 52 animais quatro anos depois. Hoje, a população mundial de ararinhas é de quase 200 indivíduos, dos quais três nasceram no viveiro de Curaçá.

Uma espécie de tubarão com dentes chatos que viveu há milhões de anos foi identificada pela primeira vez no nordeste da Colômbia, a partir de numerosos fósseis, informou à AFP um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.

A espécie, batizada de 'Strophodus rebecae' foi encontrada no município de Zapatoca, departamento de Santander. Estudos revelam que viveu há 135 milhões de anos, media entre quatro e cinco metros e possuía dentes semelhantes a peças de dominó, que lhe serviam para esmagar o alimento, mais do que para cortar e rasgá-lo como os tubarões atuais, de dentes afiados, aponta a pesquisa.

Os paleontólogos Edwin Cadena, da Universidade do Rosario, e Jorge Carrillo, da Universidade de Zurique, Suíça, trabalharam por quase 10 anos naquela área para concretizar a descoberta.

“São muitos indivíduos, fósseis encontrados em diferentes pontos ao redor da área de Zapatoca, que, somados, estamos certos de que pertencem à mesma espécie", disse Cadena. Além disso, trata-se do primeiro registro de um peixe da família Strophodus no hemisfério sul do planeta, conhecido então como Gondwana e que era formado por América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártica.

“Existem registros do mesmo gênero na América do Norte e na Europa, principalmente na Alemanha e na Suíça, mas este é o primeiro registro que temos de todo esse grupo de tubarões para a parte sul do planeta", explicou Cadena.

A descoberta permite estudar como era o ecossistema do mar cretáceo da Colômbia, os predadores e presas que o habitavam. “Esses tubarões certamente tiveram um papel ecológico importante, porque, com seus dentes, podiam esmagar presas como peixes, mas também invertebrados, e, por sua vez, servir de presas para grandes répteis que estavam nesse entorno, gerando um controle ecológico do ecossistema”, explicou Cadena.

Os fósseis estão na Universidade do Rosario, em Bogotá e fazem parte de sua coleção paleontológica, enquanto um museu é construído em Zapatoca com condições para exibi-los.

A revista científica "PeerJ" publicou a pesquisa colombiana.

Abelhas jataí, ótimas para polinizar seu jardim, fazemos envios para todo o Brasil”. Anúncios como esse não são raros na internet e, em alguns cliques, é possível adquirir a própria colônia de abelhas sem ferrão. Esse comércio, no entanto, sem as devidas autorizações e cuidados, é ilegal e uma das principais ameaças à conservação de espécies brasileiras.

O biólogo e pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) Antônio Carvalho desenvolveu métodos de mineração de dados na internet para analisar anúncios de vendas de abelhas sem ferrão. Ele desvendou uma rede de vendedores que opera ilegalmente o comércio em mercados de vendas online no Brasil. A pesquisa foi publicada na revista inglesa Insect Conservation and Diversity e divulgada pela Agência Bori

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Carvalho encontrou na internet vendedores de 85 cidades brasileiras. A maioria está localizada em áreas da Mata Atlântica, que comercializam colônias de abelhas a preços que vão de R$ 70 a R$ 5 mil. Ao todo, o pesquisador mapeou 308 anúncios de vendas ilegais entre dezembro de 2019 e agosto de 2021. Juntos, esses anúncios somavam R$ 123,6 mil. As vendas são feitas em espaços de fácil acesso. A maior parte, 79,53%, por exemplo, está no Mercado Livre.

Existem, no Brasil, mais de 240 espécies de abelhas sem ferrão. Os principais grupos visados pelos vendedores nos 308 anúncios observados no estudo foram jataí (Tetragonisca angustula), diversas espécies de uruçu (Melipona spp.), mandaguari (Scaptotrigona spp.) e  abelhas-mirins (Plebeia spp.). Entre as mais cobiçadas estão a uruçu-capixaba (Melipona capixaba) e a uruçu-nordestina (Melipona scutellaris), abelhas em perigo de extinção.

“A gente já trabalha com essas espécies há muito tempo e já sabe que estão sendo inseridas a uma velocidade muito grande, principalmente nos últimos anos, por causa do tráfico e por causa da venda clandestina pela internet”, diz Carvalho. “Eu posso citar vários problemas que podem levar inclusive ao desaparecimento dessas abelhas, favorecendo a crise mundial de polinizadores que a gente vem enfrentando”, alerta.

Desequilíbio ambiental

O estudo mostra que o comércio ilegal de abelhas pode gerar sérios desequilíbrios ambientais. “As abelhas são responsáveis pela polinização de quase todas as plantas que a a gente conhece e utiliza”, diz, Carvalho. “Elas visitam uma flor e levam o pólen de outra. Por isso têm frutos e grande diversidade nas florestas. Sem pedir nada em troca, as abelhas acabam protegendo o ambiente de forma geral.  A função ecossistêmica delas é importantíssima”.

O pesquisador explica que introduzir espécies em novos ambientes sem os devidos cuidados pode causar desequilíbrios, prejudicando a reprodução das plantas e, consequentemente, a produção de alimentos no campo e nas cidades, além de ameaçar espécies locais de abelhas e outros insetos.

As abelhas podem ainda levar consigo alguns parasitas que não são comuns a esse novo ambiente, com o risco de contaminar a fauna local. Além disso, as abelhas transportadas podem não se adaptar ao clima do novo local e morrer.

O que a diz a lei

Carvalho ressalta que a criação de abelhas, mesmo em áreas urbanas, não é proibida e nem a sua comercialização, mas é necessário que os interessados tenham os devidos registros nos órgãos ambientais e que sejam tomados cuidados para evitar prejuízos à fauna e à flora local.

De acordo com a Resolução 496/2020 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a criação de abelhas-nativas-sem-ferrão deve ser “restrita à região geográfica de ocorrência natural das espécies” e é necessária autorização ambiental para a comercialização. Para transportá-las, é necessária a emissão de Guia de Transporte Animal (GTA), documento oficial de emissão obrigatória para o trânsito intradistrital e interestadual de animais.

“Eu vi no meu trabalho que a maioria dos vendedores comercializa até três colônias por anúncio. Então, são raros os que chamo no trabalho de vendedores regulares, ou seja, os profissionalizados, aqueles que fazem e sabem que estão fazendo errado e vendem muitas colônias”, explica Carvalho.

Para ele, além de ações por parte do governo, com fiscalizações e conscientização e ação conjunta da comunidade científica e da comunidade em geral, uma forma de combater o comércio ilegal é conscientizando os próprios criadores.

“Eu trabalho com meliponicultores há muitos anos, vejo que a lei veio e eles ainda não se adaptaram. Vejo que a principal forma é a educação dos meliponicultores para o problema, para que entendam que eles são as principais vítimas, porque as próprias colônias deles podem sofrer com a inclusão de parasitas no ambiente onde estão fazendo seus negócios. Trazer os meliponicultores para o nosso lado é muito importante”, defende o pesquisador.  

Combate ao comércio ilegal

Em nota, o Mercado Livre diz que, conforme preveem os seus termos e condições de uso, é proibido o anúncio de espécies da flora e fauna em risco ou em extinção. A venda é proibida pela legislação ou pelas normas vigentes, assim como o anúncio de espécies de fauna silvestre. "Diante disso, assim que identificados, esses anúncios são excluídos e o vendedor notificado, podendo até ser banido definitivamente".

A empresa informa ainda que combate proativamente "o mau uso de sua plataforma, que conta com tecnologia e equipes dedicadas para identificação e moderação dos conteúdos. Além disso, atua rapidamente diante de denúncias que podem ser feitas pelo poder público, por qualquer usuário diretamente nos anúncios ou por empresas que integram seu programa de proteção à propriedade intelectual".

A nota acrescenta que o Mercado Livre não é responsável pelo conteúdo gerado por terceiros, conforme prevê o Marco Civil da Internet e a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para plataformas de intermediação, mas que mesmo assim, atua no combate à venda de produtos proibidos e auxilia as autoridades na investigação de irregularidades.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi procurado, mas não se posicionou até o fechamento desta matéria. 

Um estudo de DNA determinou que as tartarugas gigantes que habitam a ilha de São Cristóvão, em Galápagos, correspondem a uma nova espécie que ainda não foi descrita pela ciência, informou na quinta-feira (10) o Ministério do Meio Ambiente do Equador.

"A espécie de tartaruga gigante que habita a ilha de São Cristóvão, até agora cientificamente conhecida como Chelonoidis chathamensis, corresponde geneticamente a uma espécie diferente", informou a pasta em sua conta no Twitter.

Pesquisadores da universidade de Newcastle, da universidade de Yale, da Galápagos Conservancy e de outras instituições compararam o material genético das tartarugas que atualmente habitam São Cristóvão, uma ilha de 557 km de extensão, com ossos e carapaças coletados em 1906 pela Academia de Ciências da Califórnia em uma caverna nas terras altas da ilha.

Quando foi feita a descrição de Chelonoidis chathamensis, o grupo expedicionário que recolheu os ossos da caverna nunca chegou às terras baixas da zona nordeste de São Cristóvão, onde as tartarugas vivem atualmente.

Com isso, "os cientistas concluíram que as quase oito mil tartarugas que existem hoje em São Cristóvão não podem ser Chelonoidis chathamensis, mas sim corresponder a uma linhagem completamente nova", disse o Ministério do Meio Ambiente em comunicado.

A ONG americana Galápagos Conservancy acrescentou em um boletim que o grupo de Chelonoidis chathamensis do planalto de São Cristóvão "está quase certamente extinto" e que na ilha não habitam uma, mas duas variedades diferentes de tartarugas - uma que vivia nas terras altas e outra nas terras baixas.

Danny Rueda, diretor do Parque Nacional de Galápagos (PNG), comentou que "essa descoberta para Galápagos demonstra a constante variabilidade genética" das espécies do arquipélago, localizado a 1.000 km da costa do Equador.

O estudo, que foi publicado na revista científica Heredity, continuará com a recuperação de mais DNA de ossos e carapaças para esclarecer se as tartarugas vivas de São Cristóvão devem receber um novo nome.

Há milhões de anos, São Cristóvão pode ter estado dividida pelo mar e cada parte tinha sua própria espécie de tartaruga.

Mas uma vez que o nível da água baixou, as duas ilhas se fundiram, assim como suas tartarugas.

Galápagos, um Patrimônio Natural da Humanidade com flora e fauna únicas no mundo, foi batizado assim pelo nome das tartarugas gigantes. No arquipélago existiam originalmente 15 espécies de tartarugas gigantes, das quais três foram extintas há séculos, de acordo com o PNG.

Em 2019, um espécime de Chelonoidis phantastica foi encontrado na ilha Fernandina após mais de cem anos considerado como extinto.

Há cerca de 70 milhões de anos, no período conhecido como Cretáceo Superior, o recém-descoberto Kurupi itaata buscava presas nas terras de São Paulo. Medindo por volta de 5 metros de altura, o predador carnívoro - parente do famoso Tiranossauro Rex - é o quarto membro da família dos abelissaurídeos encontrado no Brasil.

Segundo o estudo que revelou os achados sobre o animal, o Kurupi itaata pode ter sido um dos últimos grandes carnívoros a andar na região antes do evento que extinguiu os dinossauros. Este é o primeiro dinossauro carnívoro encontrado na cidade de Monte Alto, que é considerada a terra dos dinossauros brasileiros. Na região estão localizados diversos sítios paleontológicos.

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Assim como os demais membros da espécie, o Kurupi itaata tinha braços curtos e membros inferiores potentes, o que conferia a habilidade de perseguir e capturar presas rápidas.

Os estudos e escavações que resultaram no achado estavam em curso desde 2002, mas apenas em 2014 os pesquisadores compreenderam a importância dos achados. 

"Com os ossos que nós encontramos, no caso o osso da bacia, 3 vértebras e têm alguns ainda que a gente ainda não identificou. Mas com esses fósseis que a gente identificou, foi possível fazer análise filogenética, identificar a qual família o bicho pertencia e também foi permitido ver que era um bicho novo", afirmou Fabiano Vidoi, paleontólogo responsável pela pesquisa e co-autor da publicação científica do achado, que pode ser lida na íntegra no periódico Journal of South American Earth Sciences (em inglês).

*Com informações da Reuters.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu R$ 1,26 milhão em espécie com um casal na BR-277, na altura de Cascavel, no oeste do Paraná.

Segundo a corporação, o dinheiro estava em sacolas e em uma caixa de papelão dentro do carro, parado durante fiscalização de rotina no sábado, 10.

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O motorista se apresentou como policial civil e, segundo a PRF, estava com a carteira funcional e arma da corporação, mas não apresentou documentos que comprovassem a origem do dinheiro.

O casal e o dinheiro apreendido foram encaminhados à Delegacia de Polícia Federal.

Um grupo de cientistas detectou pela primeira vez a existência de uma armadura biomineral em um inseto, uma espécie de formiga cortadora de folhas e endêmica na América Latina, que se protege dos ataques das formigas soldados.

Este tipo de armadura são características por exemplo dos crustáceos, como as lagostas, e outros animais marinhos, como os ouriços.

A Acromyrmex echinatior é uma formiga trabalhadora de classificação superior que coleta pedaços de folhas frescas da rua, uma vez que mastigadas pelas simples operárias, servem para o cultivo de fungos, alimento das larvas.

Mas tanto este cultivo como as larvas são alvos de outras formigas predadoras, como as pertencentes a "casta dos soldados de tamanho grande" da espécie Atta Cephalotes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (24) na Revista Nature Communications.

Enquanto estas têm "potentes mandíbulas enriquecidas com zinco" e medem cerca de 10 mm, as Acromyrmex Echinatior, de 6 mm, conseguem se defender, explicam seus autores, os microbiólogos chineses Hongjie Li, e o norte-americano, Cameron R. Currie, da Universidade de Wisconsin-Madison.

Seu corpo é "coberto de uma fina capa branca", composta de carbonato de cálcio e enriquecida com magnésio, disse Currie à AFP. Os pesquisadores consideram que esta armadura "melhora a rigidez de seu exoesqueleto", equipado com pontas.

Para comprovar, os autores do estudo reproduziram vários exemplares desta espécie impedindo a formação da armadura e os confrontaram com umas Atta Cephalotes em "experiências de agressão, imitando as 'guerras de formigas' por um território".

Neste caso, "os soldados Atta as dispersaram rapidamente", segundo Currie. Em um cenário diferente, ao repetir o mesmo experimento com formigas dotadas de armaduras, seu adversário perde em quase todos os duelos.

Esta proteção também pode ser útil diante de alguns patógenos, como as infecções que transmitem alguns fungos. Os pesquisadores constataram que sem a armadura, as formigas expostas a tais adversidades morriam em torno de quatro dias, enquanto as demais resistiram até seis dias com a armadura.

Os autores do estudo acreditam que este fenômeno poderá existir também em outras espécies de insetos menos conhecidas.

Caçadores mataram uma girafa branca rara que estava grávida na unidade de conservação de Ishaqbini Hirola, no Quênia, causando uma comoção global. A informação foi publicada pelo site queniano Nairobi News nesta terça (10).

“Este é um dia muito triste para a comunidade de Ijara e do Quênia como um todo. Somos a única comunidade do mundo que é guardiã da girafa branca. Seu assassinato é um golpe para tremendos passos dados pela comunidade para conservar espécies raras e únicas e um alerta para o apoio contínuo aos esforços de conservação ”, disse Mohammed Ahmednoor, administrador da reserva, em comunicado nesta terça (10).

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Em agosto passado, o Northern Rangelands Trust (NRT) anunciou que a girafa branca fêmea deu à luz na Comunidade Ishaqbini Hirola. "Após esse incidente, resta apenas uma girafa desta espécie", disse Ahmednoor.

Segundo o Nairobi News, a girafa branca ficou famosa em 2017 após sua descoberta, com seu couro branco, devido a uma condição conhecida como leucismo. “Essa é uma perda de longo prazo, uma vez que os estudos e pesquisas em genética, que foram um investimento significativo na área pelos pesquisadores, foram agora para o ralo. Além disso, a girafa branca foi um grande impulso ao turismo na área ”, acrescentou Ahmednoor.

Os restos de uma nova espécie de dinossauro carnívoro que habitava a Patagônia Argentina há 90 milhões de anos foram encontrados por uma equipe de paleontólogos. Com quatro metros de comprimento, o dinossauro terópode é muito menor do que seu parente distante, o colossal Tyrannosaurus rex.

A descoberta ocorreu em fevereiro de 2018 a noroeste da província argentina de Río Negro (centro), e os cientistas batizaram as novas espécies de dinossauro abelisáurido como Tralkasaurus cuyi, informou quinta-feira a Agência Nacional de Divulgação Científica (CTyS) de La Matanza.

Tralkasaurus significa "réptil do trovão" na língua mapuche, enquanto Cuyi se refere ao local onde foi encontrado, o planalto de El Cuy.

Os abelissauros são uma família de dinossauros terópodes. O famoso Tyrannosaurus rex, um tiropossauro da América do Norte, atingiu 14 metros de comprimento.

"O tamanho do corpo do Tralkasaurus é menor que o de outros carnívoros de seu grupo, os abelissauros, pois tem cerca de quatro metros de comprimento, enquanto os anteriormente conhecidos têm entre sete e 11 metros", disse o pesquisador Federico Agnolín, do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN) e do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET).

Isso "revela que o grupo de terópodes abelissauros englobava um nicho ecológico muito mais amplo do que se pensava", explicou seu colega Mauricio Cerroni.

Os pesquisadores encontraram o crânio da nova espécie, e o focinho ainda tem os dentes preservados. Eles também encontraram costelas cervicais e parte da coluna vertebral, do quadril e da cauda.

Embora o tamanho do Tralkasaurus cuyi seja muito pequeno comparado ao Tiranossauro ou Carnotauro (uma espécie que possuía chifres), este novo dinossauro compartilha com eles as características de ser bípede, de pescoço curto e musculoso, com quatro garras em cada pernas traseiras, enquanto os braços também eram muito curtos em relação ao corpo e os ossos dos membros eram leves e ocos.

"Esta nova descoberta nos ajuda a definir os hábitos ecológicos tanto dos dinossauros carnívoros quanto dos herbívoros", afirmou Cerroni.

Segundo os pesquisadores, é possível que o Tralkasaurus tenha se alimentado dos pequenos dinossauros herbívoros conhecidos como iguanodontes, que foram encontrados pela mesma equipe de paleontologistas em locais próximos, juntamente com outras espécies, como tartarugas e lagartos.

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido) pagou R$ 30 mil em espécie para adquirir a mobília de um apartamento localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O imóvel foi comprado em 2014 e as informações foram repassadas pelo ex-proprietário em depoimento feito ao Ministério Público (MP-RJ).

Segundo o antigo dono, identificado como David Macedo Neto, o apartamento foi vendido por R$ 2,55 milhões e os móveis foram mantidos em troca de dez depósitos de R$ 3.000, feitos entre outubro e novembro do ano da negociação. Neto afirmou aos promotores que os depósitos foram feitos "por Flávio Bolsonaro como pagamento por parte do mobiliário que guarnecia o imóvel", aponta a Folha de São Paulo.

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Os repasses foram fracionados, na tentativa de fugir do sistema de controle financeiro. Pois, entradas em espécie a partir de R$ 10 mil devem ser monitoradas e comunicadas à Unidade de Inteligência Financeira -antigo Coaf. Em sua defesa, Flávio afirmou que o valor foi parcelado para evitar a fila do banco. Contudo, nem Neto, nem Flávio conseguiram explicar o excedente de R$ 7.813,04 na negociação.

O uso de dinheiro em espécie na transação foi identificado após a quebra de sigilo bancário do ex-proprietário. Ele e mais 21 pessoas foram alvos da investigação por comprar ou vender imóveis para Flávio e a esposa. Outros dois imóveis localizados em Copacabana também foram adquiridos com dinheiro 'vivo', em 2012.

Segundo o MP-RJ, o filho do presidente pagou R$ 638,4 mil ao ex-dono e não declarou o valor na escritura e na Receita Federal. As investigações também discorrem sobre a compra de uma franquia da Kopenhagen, que não alterava os valores da conta mesmo com a variação de vendas durante o ano.

Tais movimentações reforçam os indícios do suposto esquema de 'rachadinha' em seu antigo gabinete, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, era responsável por recolher -em dinheiro vivo- parte dos salários de funcionários. A data da entrada dos valores em espécie coincide com os dias que Queiroz fazia a 'arrecadação'.

Pesquisadores acreditam ter descoberto uma nova espécie humana, com características morfológicas singulares, que viveu na ilha de Luzon, nas Filipinas, há mais de 50.000 anos, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (10) na revista Nature.

A análise de treze restos fósseis (dentes, falanges do pé e da mão, fragmentos de fêmur) encontrados na caverna de Callao e pertencentes a pelo menos três indivíduos, levou os pesquisadores a considerar a possibilidade de se tratar de uma nova espécie, que batizaram de 'Homo luzonensis'.

A nova espécie apresenta ao mesmo tempo "elementos e características muito primitivas semelhantes aos do Australopithecus e outras, modernas, próximas aos do 'Homo sapiens'", explica Florent Detroit, paleoantropólogo do Museu do Homem e principal autor do estudo.

O 'Homo luzonensis' "era provavelmente pequeno se julgarmos pelo tamanho de seus dentes", mas "não é um argumento suficiente" para afirmá-lo, indica o pesquisador.

O 'Homo luzonensis', que não é um ancestral direto do homem moderno, seria uma espécie vizinha, contemporânea do Homo sapiens, mas com várias características primitivas.

Dois dos fósseis analisados foram datados pelo método de datação radiométrica e têm 50.000 anos e 67.000 anos, respectivamente.

Tratam-se dos restos humanos mais antigos encontrados nas Filipinas, precedendo os primeiros 'Homo sapiens' datados de 30.000 a 40.000 anos encontrados na ilha de Palawan, a sudoeste do arquipélago.

Debates à vista

Sua análise morfológica revelou muitas surpresas. A primeira diz respeito aos dentes: os pré-molares do 'Homo luzonensis' têm semelhanças com os dos Australopithecus (hominídeos africanos desaparecidos há 2 milhões de anos) e de outras espécies antigas do gênero Homo, como 'Homo habilis' e 'Homo erectus'.

Entre outros aspectos, esses dentes têm duas ou três raízes, enquanto os do 'Homo sapiens' costumam ter uma, às vezes duas, apontam os pesquisadores.

Em contrapartida, os molares são muito pequenos e sua morfologia muito simples se assemelha à dos homens modernos.

"Um indivíduo com essas características combinadas não pode ser classificado em nenhuma das espécies conhecidas hoje", observa Florent Detroit.

Os ossos do pé também são muito surpreendentes: a falange proximal tem uma curvatura muito pronunciada e inserções muito desenvolvidas para os músculos assegurando a flexão do pé. Não se parece com uma falange do Homo sapiens, mas com a de um Australopithecus, um hominídeo provavelmente bipedal e arbóreo.

"Não estamos afirmando que o 'Homo luzonensis' vivia nas árvores, porque a evolução do gênero Homo mostra que este gênero é caracterizado por um bipedismo severo desde 2 milhões de anos", ressalta Florent Detroit.

O "reaparecimento" de características primitivas no Homo luzonensis pode ser explicado pelo endemismo insular, segundo ele.

Durante o período do Quaternário, a ilha de Luzon nunca esteve acessível a pé. Se hominídios viveram lá, tiveram que encontrar um meio de atravessar o mar.

Aos olhos do pesquisador, os resultados do estudo "mostram muito claramente que a evolução da espécie humana não é linear". "É mais complexa do que pensávamos até recentemente", explicou.

Esta é uma "descoberta notável" que "sem dúvida desencadeará muitos debates científicos", disse Matthew Tocheri, da Universidade de Lakehead, no Canadá, em um comentário publicado na Nature.

Florent Detroit espera que alguns colegas "questionem a legitimidade de descrever uma nova espécie a partir de uma pequena amostra de fósseis".

Mas, aos seus olhos, "não é grave criar uma nova espécie". Isso ajuda a chamar a atenção para esses fósseis que parecem "diferentes".

"Se no futuro, os colegas mostrarem que estávamos errados e que esses vestígios correspondem a uma espécie que já conhecíamos, não tem problema, vamos esquecer isso".

Era o penúltimo dia de uma expedição de 15 dias pela região entre os Rios Roosevelt, Guariba e Aripuanã, na fronteira entre os Estados do Amazonas e Mato Grosso, quando um grupo de macaquinhos com longa cauda avermelhada resolveu aparecer para as lentes do fotógrafo Adriano Gambarini. Era 2013, a espécie tinha sido vista pela primeira vez em 2010, mas faltava um registro fotográfico do primata e mais detalhes sobre ele.

Apelidados de zogue-zogue rabo de fogo, os animais comiam frutas de ingá, embaúba e cacauí. A expedição, organizada pelo WWF-Brasil, havia conseguido chegar até eles pela vocalização que fazem em campo, especialmente pela manhã e na estação chuvosa. Estava claro para o grupo - encabeçado pelo pesquisador Julio César Dalponte, o primeiro a ver o bicho ainda em 2010 - que se tratava de uma nova espécie.

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A descrição, porém, só viria em 2014, num trabalho ao qual se juntou o pesquisador José de Sousa e Silva Júnior, o Cazuza, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Inicialmente batizado como Callicebus miltoni, foi depois renomeado para o gênero Plecturocebus, para diferenciar do gênero Callicebus, específico para os macacos desse tipo que ocorrem na Mata Atlântica.

O rabo de fogo foi descrito dentro de um mega esforço de identificação de espécies promovido pelo Goeldi e que acrescentou, em apenas quatro anos (de 2014 a 2018), 301 novas espécies para a ciência. O balanço, que será divulgado nesta semana, foi passado com exclusividade para o jornal O Estado de São Paulo.

A realização de mais estudos de campo, aliados ao desenvolvimento de tecnologias de informática e de análise de laboratório foram fundamentais para o rápido avanço. Desde o início do século, o museu identificou 587 espécies - mais da metade só nos últimos quatro anos. Entre os achados, a maior parte (183) é de invertebrados - com destaque para os aracnídeos (141). Há também 20 peixes, 18 anfíbios, 14 répteis e 3 mamíferos, 5 fungos e 58 plantas.

'Muitas espécies podem estar desaparecendo antes mesmo de serem conhecidas'

"O número impressiona, mas a verdade é que a Amazônia ainda é muito desconhecida, e é importante conhecê-la o mais rápido possível, porque a região está sofrendo com uma rápida dinâmica de desmatamento e muitas espécies podem estar desaparecendo antes mesmo de serem conhecidas", afirma Ana Albernaz, diretora do museu. "Saber isso contribui para políticas públicas que possam minimizar as perdas, como a criação de unidades de conservação."

Foi quase o que aconteceu com um outro tipo de macaco zogue-zogue. A espécie intrigava Cazuza pelo menos desde 1995, quando ele coletou um exemplar em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso. "Eu percebia que era diferente de outros animais, mas era sutil, não muito convincente", conta. Só quando outros pesquisadores encontraram mais exemplares e foi feita uma investigação genética, além da morfológica, que se concluiu que se tratava de uma nova espécie.

Quando a descrição do Plecturocebus grovesi foi, enfim, publicada, no final do ano passado, já foi acompanhada de uma previsão dramática. Se a região de Alta Floresta continuar sofrendo com os índices de desmatamento dos últimos anos, até 2042 poderá ocorrer uma perda de 86% do hábitat do animal. "A distribuição da espécie ficará fragmentada e extremamente reduzida, com alta possibilidade de inviabilizar a manutenção das populações na natureza", explica o pesquisador.

A lista também encanta pela diversidade da Amazônia. É o caso das aranhas que se parecem com formigas, como a Myrmecium nogueirai. "É uma vantagem evolutiva, uma vez que as formigas tem poucos predadores. Além disso, as formigas são muito numerosas, então, alguém parecido com elas se mistura na multidão e tem menos chance de ser predado", conta o biólogo do Goeldi Alexandre Bonaldo.

Ao longo dos últimos quatro anos, o gênero dessa espécie foi revisto e passou a incluir 38 espécies, sendo 28 delas propostas como novas para a ciência.

Segundo o pesquisador, o grupo dos aracnídeos foi o que mais teve descobertas por causa da participação do Brasil em um projeto internacional realizado entre 2008 e 2014 que teve como objetivo investigar a família Oonopidae em todo o planeta e envolveu cientistas dos Estados Unidos, da Europa, da África do Sul, da China, da Austrália, da Argentina e do Brasil.

"O projeto trouxe tecnologias da chamada cybertaxonomy para acelerar a descrição das espécies e torná-las comparáveis em todo o globo. Uma plataforma web, com tecnologias de geração de descrições automáticas, nos permitiu descrever aranhas sul-americanas em moldes comparáveis com as que estavam sendo descritas na China, por exemplo", explica. Até 2008, quando projeto começou, 500 espécies tinham sido descobertas em 200 anos. No final, já havia mais de 3000 espécies conhecidas da família. Mesmo após concluído, as tecnologias adotadas na plataforma continuaram sendo usadas em mestrados e doutorados orientados por Bonaldo.

Espécies homenageiam primatologistas

Os dois novos macacos descritos na lista do Goeldi fazem homenagens a grandes primatologistas. O Plecturocebus miltoni é uma honra ao professor Milton Thiago de Mello, da Universidade de Brasília, responsável pela formação da maioria dos primatólogos na ativa. Aos 103 anos, ele continua participando de eventos científicos. O P. grovesi lembra o inglês Colin Groves, morto no ano passado, responsável por compilações e atualizações sobre taxonomia de primatas. E Cazuza também já viu seu nome em uma espécie. Ele faz parte da coleção do Goeldi, mas foi descrito por uma americana, por isso não compõe a lista do museu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma família entrego à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), uma espécie de pintor-verdadeiro em Gravatá, Agreste de Pernambuco. O animal se encontra na lista de ameaçados em extinção.

De acordo com a CPRH, a família chegou a cuidar do animal por três meses, após o mesmo ter sido encontrado com asas cortadas e fratura na cauda. Ao resolverem levar o pássaro ao veterinário, os familiares descobriram qual era a espécie e decidiram entregá-lo à CPRH.

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A técnica em zootecnia Edivânia Bezerra do Nascimento disse ter recebido proposta de compra do pássaro, que possui plumagem incomum, com colorido misturando sete cores vivas. "Já cuidei de outros pássaros, encontrados machucados, mas sempre para depois soltá-los", ela afirmou.

O pintor-verdadeiro será encaminhado ao Centro de Triagem de Anmais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), onde passará por avaliação e um período de reabilitação antes de ser devolvido à natureza. A espécie ocorre apenas em fragmentos da Mata Atlântica de quatro estados: Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Com informações da assessoria

Uma nova espécie de anfíbio foi descoberta na Reserva Biológica (Rebio) de Pedra Talhada, entre Alagoas e Pernambuco. A perereca, de cor predominantemente verde com pontos amarronzados nos membros, pode chegar até 29 centímetros de comprimento.

A espécie recebeu o nome científico de Sphaenorhynchus cammaeus, que significa “pedra esculpida preciosa de duas cores”. O nome faz referência à cor do animal e ao detalhe de ter sido encontrada na Rebio de Pedra Talhada, que é de administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e que é também uma das áreas com maior riqueza de anfíbios na Mata Atlântica do Nordeste do Brasil.

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Segundo os pesquisadores que descobriram o anfíbio, por enquanto, só pode ser encontrado na lagoa de Junco, uma das áreas de vegetação mais conservada da Rebio de Pedra Talhada, a cerca de 850 metros de altitude. 

A perereca se reproduz em junho e julho, no início da estação chuvosa. Os machos vocalizam na vegetação aquática da lagoa, principalmente no horário entre 16h e 23h.

Um peixe sem face e outras criaturas estranhas e maravilhosas, entre elas muitas espécies novas, foram capturadas nas águas profundas da Austrália durante uma viagem científica que estudou partes do oceano nunca antes exploradas.

A viagem de um mês ao longo da costa leste do país examinou a vida em um abismo escuro e frio quatro quilômetros abaixo da superfície do mar, usando redes, sonares e câmeras de profundidade.

O cientista líder a bordo, Tim O'Hara, dos Museus Victoria, disse à AFP nesta quarta-feira que a área de busca era "o ambiente mais inexplorado na Terra".

Exemplares incomuns como caranguejos espinhosos e aranhas-do-mar cegas foram recolhidos desde que os cientistas começaram sua viagem - de Launceston, na Tasmânia, para o norte, em direção ao Mar de Coral -, em 15 de maio.

Eles também encontraram um peixe sem rosto, que só havia sido registrado uma vez anteriormente, em 1873, pela equipe científica pioneira da expedição HMS Challenger, em Papua Nova Guiné. "Não tem olhos nem um nariz visível, e a boca está embaixo", disse O'Hara a partir do navio.

Em tais profundidades, é tão escuro que as criaturas muitas vezes não têm olhos ou produzem sua própria luz através da bioluminescência, acrescentou.

Outro achado foram esponjas carnívoras que usam espículas letais feitas de silício. Elas obtêm pequenos crustáceos que ficam enganchados em suas espinhas, para serem lentamente digeridos in situ.

Esta técnica difere da utilizada pela maioria das esponjas que vivem em profundidade, que se alimentam de bactérias e outros organismos unicelulares filtrados de correntes passantes.

"Nós temos 27 cientistas a bordo que são líderes em seus campos e eles me dizem que cerca de um terço do que encontramos são novas espécies", disse O'Hara. Milhares de espécimes foram recuperados até agora, a duas semanas do fim da viagem.

Em tais profundidades, com pressões esmagadoras, sem luz, pouca comida e temperaturas muito baixas, os animais desenvolvem maneiras únicas de sobreviver.

Como a comida é escassa, eles geralmente são pequenos e se movem devagar. Muitos são gelatinosos e passam suas vidas flutuando, enquanto outros têm espinhas e presas ferozes e esperam até que a comida chegue até eles.

Os dados recolhidos ajudam a melhorar a compreensão dos habitats do fundo oceânico da Austrália, sua biodiversidade e os processos ecológicos que os sustentam, disse O'Hara.

"Isso ajudará na sua conservação e manejo e ajudará a protegê-los contra os impactos das mudanças climáticas, poluição e outras atividades humanas", completou.

Uma nova espécie de dinossauro, maior do que o um cão, com uma crista na cabeça, penas e queixo saliente, foi identificada na China, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

O estranho animal, batizado "Tongtianlong limosus", viveu no sul da China no final do período Cretáceo, pouco antes de um asteroide cair na Terra provocando a extinção desses animais pré-históricos. Com 70 cm de comprimento, incluindo a cauda, o "Tongtianlong" pertence à família Oviraptorosauria, terópodes próximos às aves que viveram na América do Norte e na Ásia.

Com um tamanho que varia entre o de um elefante e o de um peru, estes dinossauros com penas não tinham dentes e se alimentavam provavelmente de ovos, crustáceos, plantas ou avelãs. No total, mais de 35 espécies de Oviraptorosauria já foram registradas.

Os pesquisadores encontraram o fóssil da nova espécie em uma posição incomum: deitado de barriga para baixo com os braços estendidos para os lados do corpo, com o pescoço arqueado e a cabeça erguida.

Uma das hipóteses que explica essa posição é que o animal tenha morrido após ficar atolado na lama e lutar, sem sucesso, para sair. Daí o seu nome: "Tongtianlong limosus", que significa "dragão enlameado a caminho do céu".

Os restos fossilizados, bem preservados, foram encontrados por trabalhadores da construção em um canteiro de obras na cidade de Ganzhou, na província de Jiangxi, no sul da China, região onde outras cinco espécies de Oviraptorosauria foram descobertas nos últimos cinco anos.

Segundo a equipe de pesquisa, liderada por Junchang Lü, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, a descoberta do "Tongtianlong" mostra a grande diversidade de Oviraptorosauria na Ásia no final do Cretáceo (há 72 milhões de anos) e ajuda a construir uma imagem mais completa dos últimos dinossauros que povoaram o planeta.

A população de tartarugas gigantes da ilha Espanhola, no arquipélago equatoriano das Galápagos, tem muito a agradecer a Diego, o super macho que tirou a sua espécie do perigo de extinção ao reproduzir em cativeiro cerca de 800 descendentes.

"É um macho reprodutor muito sexualmente ativo. Contribuiu enormemente com o repovoamento da ilha", diz à AFP Washington Tapia, assessor para a restauração de quelônios do Parque Nacional Galápagos (PNG).

Este 'sex symbol' da espécie tem mais de 100 anos e divide com seis fêmeas um curral no centro de criação de tartarugas terrestres do PNG em Puerto Ayora, capital da ilha de Santa Cruz, uma das principais do arquipélago localizado no Pacífico.

Repatriado em 1976 do zoológico americano de San Diego - de onde vem seu nome -, este exemplar é o mais dominante de três longevos machos reprodutores originários de Espanhola, pesa cerca de 80 quilos e pode medir até 1,50 metro de comprimento com as patas e o pescoço bem esticados.

"Não se sabe exatamente como nem quando chegou aos Estados Unidos. A tartaruga foi retirada de Espanhola entre 1900 e 1959 por uma expedição científica", afirma Tapia. Há quase cinco décadas em Espanhola, no sul das Galápagos - a 970 km da costa do Equador -, foram encontrados apenas dois machos e 12 fêmeas dessa espécie, que eram então os últimos sobreviventes nativos do local.

"Estavam dispersos por toda a ilha, de modo que era impossível que pudessem se reproduzir", conta Tapia, que se refere a Diego como o "macho 3". "Não sou amigo de dar nome às tartarugas porque isto não é um zoológico; é uma ferramenta de conservação", afirma.

Pai de 40% dos filhotes

Ante a descoberta de poucos exemplares, uma campanha internacional permitiu localizar Diego no zoológico californiano e incorporá-lo a um programa de reprodução em cativeiro. A comunidade científica não imaginava, porém, que a tartaruga repatriada fosse se converter em salvadora da sua espécie.

"Há cerca de seis anos fizemos um estudo genético e descobrimos que ele era o pai de quase 40% das crias repatriadas a Espanhola", indicou Tapia, diretor da Iniciativa para a Restauração das Tartarugas Gigantes da ONG americana Galapagos Conservancy.

Cerca de 2.000 quelônios foram devolvidos a Espanhola, o que permitiu que os deixassem de estar em perigo de extinção.

"Não diria completamente saudável, porque os registros históricos mostram que provavelmente nessa ilha habitaram mais de 5.000 tartarugas, mas é uma população que está em muito bom estado, e em crescimento, que é o mais importante", disse.

Em uma manhã com céu nublado e vento frio, Diego demora a sair da sua carapaça, e com passo de tartaruga avança em direção a uma porção de folhas para se alimentar.

"Olha, olha... já saiu. Que lindo", diz uma menina ao observar o "pai" de centenas de tartarugas gigantes pertencentes a uma das 15 espécies de quelônios nas Galápagos - Patrimônio Natural da Humanidade -, das quais três se extinguiram pelas ações de piratas e bucaneiros no século XVIII.

Diego, contraparte do Solitário George

Quelônios da variedade de Diego foram levados também para a ilha de Santa Fé, onde há mais de 150 anos desapareceu a espécie . Os dois tipos têm semelhanças morfológicas e genéticas, de acordo com especialistas do PNG.

Diego é a contraparte de George, o último exemplar da espécie , que morreu em 2012 após se negar a acasalar em cativeiro com fêmeas de subespécies relacionadas.

George, emblema do arquipélago que leva o nome das gigantescas tartarugas galápagos e cujo corpo embalsamado será exibido em Puerto Ayora, foi encontrado "muito tarde", em 1971 na ilha de Pinta, e "nunca pôde se reproduzir", aponta Tapia.

No entanto, cientistas encontraram híbridos com genes da variedade desaparecida, e por isso o PNG - criado em 1959, quando passou a ser proibida a saída de espécies de flora e fauna - planeja repovoar Pinta com tartarugas não puras da espécie de George - conhecido como Solitário George devido à sua rejeição às fêmeas.

Há um ano, o PNG anunciou a identificação de uma nova espécie de tartaruga gigante na ilha de Santa Cruz, que tem "poucas centenas" de exemplares, e a batizou .

O nome donfaustoi é uma homenagem a Fausto Llerena, que cuidou de George durante três décadas.

Existem, na verdade, quatro espécies de girafa, e não uma como se acreditava anteriormente, disseram pesquisadores nesta quinta-feira com base em análises genéticas, em uma descoberta que pode modificar os esforços de conservação para o mamífero mais alto do mundo.

O estudo publicado na revista científica Current Biology se baseou na análise do DNA obtido a partir da biópsia da pele de 190 girafas em toda a África. As populações de girafas diminuíram drasticamente na África ao longo das últimas décadas, passando de cerca de 150.000 exemplares para menos de 100.000.

As girafas têm sido pouco estudadas em comparação com outros grandes animais, como elefantes, rinocerontes, gorilas e leões. Até agora, os pesquisadores acreditavam que havia apenas uma espécie de girafa, com nove subespécies. Os últimos dados mostram que há quatro espécies diferentes de girafas que, aparentemente, não acasalam umas com as outras na natureza.

As quatro espécies descritas são a Girafa do Sul (Giraffa giraffa), a Girafa Masai (Giraffa tippelskirchi), a Girafa Reticulada (Giraffa reticulata) e a Girafa do Norte (Giraffa camelopardalis), que inclui a Girafa de Nubiana (Giraffa camelopardalis camelopardalis) como uma subespécie, de acordo com o estudo.

O artigo também afirma que as diferenças genéticas entre as espécies de girafas "são pelo menos tão grandes quanto aquelas entre os ursos polares e os pardos".

"Ficamos extremamente surpresos, porque as diferenças de padrões morfológicos e de pelo entre as girafas são limitadas", disse Axel Janke, geneticista do Centro de Pesquisa do Clima e Biodiversidade Senckenberg e da Universidade de Goethe, na Alemanha.

"Consequentemente, as girafas devem ser reconhecidas como quatro espécies distintas, apesar da sua aparência similar", acrescentou. Agora, pesquisadores dizem que algumas girafas poderiam ser incluídas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécies vulneráveis ou em perigo de extinção.

Há, por exemplo, menos de 4.750 exemplares de Girafa do Norte na natureza, e menos de 8.700 Girafas Reticuladas, situando estas espécies entre os grandes mamíferos mais ameaçados do mundo, disse a equipe de pesquisa.

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