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A exposição Chove no Cafezal. Mabe, da Figura à Abstração, que reúne 30 pinturas e cinco desenhos de autoria de Manabu Mane, aportou na Caixa Cultural São Paulo no dia 18 de maio e vai até o dia 17 de julho, das 9h às 20h. As obras da mostra foram realizadas pelo artista entre 1945 e 1959, período que Manabu recebeu o Prêmio de Melhor Pintor Nacional, na V Bienal de São Paulo. Além disso, as obras retratam a evolução do artista para um abstracionismo gestual, conciliando vigor e delicadeza, oriente e ocidente. 

Manabu Mabe nasceu em Kumamoto, no Japão, em 1924. Migrou para o Brasil aos dez anos, dirigindo-se com a família para as fazendas de café da região noroeste do estado de São Paulo. Em 1979, várias de suas obras perderam-se no mar, quando um Boeing Cargo da Varig desapareceu sobre o oceano, cerca de trinta minutos após a decolagem, em Tóquio. Nenhum sinal das obras, destroços ou corpos foi encontrado. O fato é conhecido por ser o maior mistério da história da aviação, até os dias de hoje. Alguns dos quadros foram posteriormente refeitos pelo pintor.

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Manabu Mabe faleceu em 1997, em São Paulo, por complicações decorrentes de um transplante de rim. Suas obras encontram-se nos museus de Arte Contemporânea de São Paulo, de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Nacional de Belas Artes (RJ), de Arte Contemporânea de Boston e de Belas Artes de Dallas, entre outros.

Serviço

Exposição Chove no cafezal. Mabe, da Figura à Abstração

De 18 de maio a 17 de julho, das 9h às 20h 

Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé - 111, próximo à Estação Sé do Metrô)

Acesso para pessoas com necessidades especiais

Gratuito

Em 2008, o fotógrafo belga Pascal Mannaerts visitou a capital da Indonésia, Jacarta. Passando por um mercado, registrou a imagem de um manequim, em primeiro plano, com adesivos cobrindo seus olhos, nariz, sobrancelhas e boca. No fundo da fotografia, destacou a imagem de uma mulher real, com os cabelos cobertos por um véu.

Três anos depois, visitando vários países da África, Mannaerts fez registros de mulheres carregando baldes de água na cabeça em Burkina Faso e de mulheres sorrindo ao participar de um ritual ukuli, na Etiópia.

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Em um período de cerca de dez anos, Mannaerts viajou por vários países capturando imagens da mulher contemporânea. Os mais de 50 cliques feitos pelo fotógrafo belga estarão expostos a partir do dia 2 de março, na Caixa Cultural, no centro de São Paulo. A exposição Elas: Resistência e Feminilidade das Mulheres no Mundo pretende originar uma reflexão sobre a visibilidade das mulheres em diferentes países, como vivem, se casam, sobrevivem e até como enfrentam as dificuldades para criar os filhos.

Em entrevista à Agência Brasil, a cocuradora e produtora da exposição no Brasil, Lilian Fraiji, contou que o interesse de Mannaerts pelo tema começou quando ele trabalhava no Departamento de Imigração da Bélgica. “Ele trabalhava como advogado, fazendo a parte da autorização da imigração. Com esse trabalho, passou a ouvir muitas histórias de imigrantes e se interessou muito por essas histórias de vida. Ele começou então a viajar pelo mundo fazendo o registro dessas pessoas”, explicou.

Mostrando os diferentes hábitos culturais, religiosos e sociais de cada país, Mannaerts retrata especificamente mulheres, principalmente aquelas que vivem em países ou comunidades que enfrentam graves problemas de miséria e de exclusão social. Nesse trabalho, ele notou que, independentemente de classe social, muitas mulheres são vítimas de violência (física, moral, sexual e psicológica) e enfrentam dificuldades de acesso ao trabalho, à geração de renda, à educação e à participação política.

A ideia do fotógrafo era não se limitar a um trabalho etnográfico e documental, mas enfatizar o fortalecimento da autoestima e o empoderamento das mulheres. “Essa exposição foi um grande desafio para a gente porque não queríamos mostrar as mulheres como vítimas. Só que a realidade não é essa. A realidade é que a mulher sofre um problema sério de violência em todo o mundo. Independentemente do país, a mulher ainda sofre uma série de problemas sociais, tendo que lutar pelas condições mais básicas e primordiais”, disse a cocuradora.

“Precisamos olhar a mulher por meio da realidade em que ela vive e do contexto em que ela está inserida. Independentemente do país, ela ainda sofre muita discriminação e isso é coisa inadmissível em pleno século 21. Queremos reverter esse olhar. E a transformação começa quando identificamos que existe o problema. Essa exposição traz uma série de dados para atestar essa situação que as mulheres vivem hoje. E, a partir dessa identificação, tentar transformar essa realidade”, acrescentou Lilian.

O fotógrafo deve vir ao Brasil para o encerramento da exposição. A expectativa é que em sua primeira vinda ao país ele faça também registros das mulheres brasileiras – o que poderia compor uma nova exposição.

Além das fotos, a exposição também vai apresentar uma instalação sonora, idealizada pela dupla Carol Misorelli e Marilia Scharlach, como parte do projeto Clementinas. Na instalação, elas reúnem vídeos e áudios de mulheres que são grandes líderes e figuras importantes para mudanças sociais em seus países. A instalação será inaugurada no dia 8 de março, como parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

A entrada é gratuita e a mostra poderá ser visitada até 28 de abril. Mais informações podem ser obtidas no site da Caixa Cultural.

A mostra do artista paulistano Hercules Barsotti (1914 – 2010) em cartaz na capital paulista traz um diferencial para o público que não pode enxergar. Cada uma das 30 obras expostas vem acompanhada de uma reprodução tridimensional, que permite aos deficientes visuais tatearem um material transparente, translúcido e emoldurado em acrílico, representando o conteúdo das obras. Aparelhos com a áudiodescrição também ajudam esse público na compreensão das obras enquanto passeiam pela galeria.

A exposição, que foi aberta ao público no último sábado (21) e fica em cartaz até dia 23 de setembro, traz serigrafias no estilo neoconcreto. Sob o nome de Hercules Barsotti – Além do Olhar, a mostra pode ser apreciada também por pessoas sem deficiência. “Elas, inclusive, interessaram-se por sentir as obras por meio das réplicas em vez de apenas olhar. A gente fez isso [a réplica] para o público não vidente, mas o resultado foi tão interessante que as pessoas que enxergam também querem tocar a obra e senti-la”, diz a curadora Cláudia Lopes.

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Segundo a curadora, a seleção das obras foi baseada na pesquisa da forma e da cor que consagrou Barsotti na arte brasileira. Ela descreve as pinturas como serigrafias de figuras geométricas, que tratam, sobretudo, do deslocamento do quadrado. “Isso é mostrado nas 30 serigrafias, tem 18 em preto e branco e 12 coloridas”, disse.

Esse estilo do artista instigou nos organizadores do evento a ideia de desenvolver as réplicas para os deficientes visuais. “Estudando a obra, nós percebemos que teria a possibilidade de inclusão”. De acordo com Cláudia, somente 5% das pessoas que visitam as exposições têm deficiência visual.

Cláudia conta que as versões destinadas a quem não pode enxergar servem como homenagem ao artista. Nascido na cidade de São Paulo, Barsotti morreu, em 2010, aos 96 anos tendo sofrido perda de visão no final de sua vida. Por isso, a curadora acredita que a exposição em São Paulo tem um significado especial. “Quando a gente envelhece, perde alguns dos sentidos, mas nem por isso deixa de sentir”.

A exposição Hercules Barsotti – Além do Olhar pode ser vista de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural em São Paulo, que fica na Praça da Sé, 111. Os visitantes com deficiência visual contam com monitores treinados para conduzi-los pela galeria. A recomendação etária é livre e a entrada é gratuita.

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