Um dos maiores receios entre intercambistas ao escolher um destino para viajar é a adaptação à cultura do país escolhido. Mas, e se você pudesse realizar o seu programa de estudos em um lugar com o clima semelhante ao Brasil, praias belíssimas, povo receptivo e “good vibes”, com uma excelente estrutura e instituições de ensino referência? A Austrália é esse lugar e é também a pauta principal desta semana da série "Pós-pandemia: plenajendo a viagem dos sonhos", do LeiaJá.
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Localizado na Oceania e tendo como sua capital Sydney, a Austrália, a terra dos cangurus, é procurada por pessoas que querem estudar ou aprimorar o inglês com perfis mais aventureiros e até conservadores. Segundo Marcela Bahia, sócia da SM Intercâmbio, "o estudante que busca a Austrália é de perfil mais descolado, é jovem". "Que busca conhecer o novo em um lugar exótico e que está atrás de natureza", acrescenta.
"Os estudantes buscam uma boa estrutura, mas também locais em que possam fazer trilhas e surfar. Muitos que recebemos surfam e buscam o programa para viver esse ‘lifestyle’”, diz a sócia da SM Intercâmbio.
Marcela aponta que ainda há o perfil mais conservador: "Pessoas com um perfil mais cult escolhem ir para a cidade Melbourne que é uma cidade grande, artística e gastronômica. Já os que buscam aliar o estilo de cidade grande às praias paradisíacas escolhem Sydney, ainda que tenha um custo de vida mais alto. Os que procuram destinos mais exóticos vão para cidades como Byron Bay que é uma cidade para os que gostam de ter contato com a natureza de forma mais holística meditando, vendo o pôr-do-sol e aproveitar tranquilidade com uma boa estrutura".
Outros escolhas populares dentro da Austrália são Brisbane, Adelaide e Gold Coast. Priscila Bernhoeft fez intercâmbio na cidade de Perth entre junho de 2018 e janeiro de 2019. Durante sua estadia, ela aproveitou para conhecer outros destinos dentro do País. "Passei cinco meses em Perth, que é uma cidade pequena e faz meu estilo, mas aproveitei após meu intercâmbio para conhecer outras cidades como Melbourne, Sydney, Gold Coast e Brisbane", relembra.
Priscila Bernhoeft fez intercâmbio na cidade de Perth. Foto: Arquivo pessoal
Ela conta que morou com outros estudantes e dividia o quarto com uma amiga que veio acompanhando ela do Brasil, mas as demais áreas eram compartilhadas. “Foi super legal, tinha alguns brasileiros, japoneses, europeus e argentinos, e foi um momento que você conhece pessoas diferentes. Está todo mundo no mesmo barco, todos estão querendo conhecer pessoas novas, lugares novos", conta.
Australianos investem em momentos de lazer com frequência, afirma intercambista. Fotos: Arquivo pessoal
Segundo Priscila, um dos pontos fortes era o contato com a natureza. Durante sua experiência, ela aproveitava para assistir o pôr-do-sol em Perth e ler livros nos parques. Outro ponto positivo, segundo ela, são as atividades gratuitas como cinemas ao ar livre. Ela acrescenta: “Uma coisa que gostei muito são que eles (os australianos) são muito tranquilos, não são viciados em trabalho e em produzir. Eles trabalham até as 17h e depois tem o resto do dia livre. Geralmente após o trabalho eles curtem os filhos, vão para parques e assistem o pôr-do-sol”.
Registro de Sidney, na Austrália. Foto: Pixabay
Priscilla diz que o único ponto negativo foi a comida. "Dava para sobreviver”, brincou. Ela também apontou que a situação dos aborígenes (indígenas australianos) a tocou, uma vez que muitos foram explorados e hoje não têm muitos locais se abrigarem.
Quanto custa um intercâmbio para a Austrália?
Marcela Bahia, em entrevista ao LeiaJá, revelou uma estimativa de valores, no que diz respeito aos investimentos para quem sonha em ir para a Austrália. De acordo com a sócia da SM Intercâmbio, a passagem custa cerca de R$ 8 mil reais. Ainda será necessária a comprovação financeira para o visto de 1.500 a 2.000 dólares australianos para cada mês que o estudante quiser ficar.
Um programa de quatro semanas fica em torno de R$ 13 mil, incluindo curso, acomodação em casa de família (homestay) ou residência estudantil e visto. O programa de 24 semanas custa de R$ 40 a 50 mil reais, incluindo as mesmas atividades.
Uma forma de ajudar a bancar esse sonho é trabalhando. A Austrália possui um dos melhores salários mínimos por hora do mundo: 19.84 dólares australianos por hora e 753,80 dólares australianos por semana. Ao escolher seu programa, o estudante deve expressar a vontade de trabalhar durante sua estadia, assim o consultor de intercâmbio poderá direcionar a melhor opção de visto e modalidade de programa.
O visto australiano não é um dos mais fáceis de ser liberado, ainda que o país seja bastante receptivo a estrangeiros. Tudo que é declarado deve ser comprovado, o que torna o processo um pouco mais longo.
O visto de turismo pode ser utilizado por àqueles que vão estudar até 12 meses na Austrália, se solicita a extensão. A embaixada da Austrália no Brasil informa: “O visto de turismo também poderá ser utilizado por aqueles que irão à Austrália para estudar por um período de até 12 semanas. Para cursos com duração até 12 semanas NÃO é mais obrigatória a apresentação de exames médicos. Para períodos acima de 12 semanas, deverá ser requerido um visto de estudos”. Para obter mais informações sobre o visto e a documentação necessária, acesse o site da Embaixada.
Pandemia da Covid-19
Marcela ressalva a situação atual que o País se encontra com a pandemia do Covid-19: “A Austrália e Nova Zelândia, no geral, conseguiram conter a quantidade casos do vírus, e eles estão mais tendenciosos a estarem fechados. No momento atual, ir para a Austrália é um plano mais para frente, diferente de destinos como Estados Unidos e Canadá, que permitem que você faça a quarentena em outro país antes de entrar. Atualmente, a abertura de fronteiras é imprevisível”.
Segundo o Itamaraty, desde março de 2020, só entram na Austrália cidadãos australianos e aqueles com residência permanente no País, além de familiares imediatos de cidadãos e residentes permanentes. O departamento de Educação do Governo da Austrália mostra que o Brasil foi a quinta nação que mais mandou estudantes para a Austrália.
Até agosto de 2019, antes dos primeiros sinais da pandemia do novo coronavírus, 27.077 matrículas de brasileiros haviam sido feitas em instituições australianas. Já entre 2016 e 2018, mas de 65 mil brasileiros realizaram intercâmbio na terra dos cangurus.