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Após o vexame da Azzurra ficar fora da Copa do Mundo de 2018, o presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Carlo Tavecchio, anunciou sua demissão do cargo nesta segunda-feira (20).

A informação foi dada pelo conselheiro federal Marcello Nicchi na saída do encontro do Conselho Federal, realizada em Roma, e que debateria o futuro do futebol no país após a eliminação da seleção na Repescagem das Eliminatórias Europeias.

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De acordo com os participantes do encontro, Tavecchio estava bastante emocionado ao anunciar sua renúncia. O agora ex-presidente ainda pediu que todos os conselheiros presentes fizessem o mesmo gesto para o renascimento do futebol italiano.

"As ambições e os conflitos políticos nos impediram de nos confrontar sobre os motivos desse resultado", disse sobre a não classificação da Itália, segundo fontes relataram à ANSA.

A saída vem após inúmeras críticas públicas de dirigentes, políticos e ex-jogadores, que pediam por uma renovação do futebol italiano.

Tavecchio, 74 anos, assumiu o cargo em agosto de 2014, após vencer uma eleição interna, na terceira rodada, com 63% dos votos. Na disputa, ele derrotou o ex-jogador Demetrio Albertini, 46. O cartola já estava na Figc desde 1987, sempre atuando na gestão das categorias amadoras do futebol e foi presidente da entidade em 1999. Entre 2007 e 2014, era um dos vice-presidentes da Figc.

Durante sua gestão, ele protagonizou polêmicas, como os comentários racistas que fez sobre os jogadores estrangeiros que atuam no futebol italiano - que gerou uma investigação na Fifa.

Seu nome sempre foi apoiado pelos maiores dirigentes de clubes do país, mas o episódio do racismo abalou sua confiança e ampliou o racha interno que já existia após a péssima campanha da Itália na Copa do Mundo de 2014, quando foi eliminada ainda na fase de grupos.

Tavecchio contratou dois técnicos: Antonio Conte, que deixou a Azzurra para dirigir o Chelsea, e Giampiero Ventura, o treinador responsável por não classificar a equipe para a Copa pela primeira vez em 60 anos. 

Da Ansa

A Uefa anunciou nesta quarta-feira que está investigando o novo presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Carlo Tavecchio, por racismo. Eleito para o cargo na semana passada, o dirigente pode pegar de um a três meses de suspensão e ainda terá que pagar uma multa se for considerado culpado pela entidade europeia.

Então candidato à presidência da FIGC, Tavecchio protagonizou uma polêmica no fim do mês passado ao ser perguntado sobre o excesso de jogadores estrangeiros na Itália. Usando um nome hipotético, o então vice-presidente da entidade respondeu: "Na Inglaterra, eles escolhem os jogadores com base no profissionalismo, enquanto dizemos que 'Opti Poba' está aqui. Ele estava comendo bananas antes e agora está como titular da Lazio e tudo bem".

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A declaração gerou bastante repercussão na Itália, principalmente depois que o dirigente foi eleito presidente da FIGC, no último dia 11. A Fifa chegou a pedir que a federação italiana investigasse o caso, mas a Uefa interveio e decidiu abrir um inquérito antes.

A entidade europeia garantiu que Tavecchio, de 71 anos, foi "pessoalmente informado pela Uefa sobre a decisão de seu chefe de ética e inspetor disciplinar de abrir uma investigação disciplinar do alegado comentário racista feito por ele".

Tavecchio chegou a pedir desculpas pelo comentário e garantiu estar tranquilo em relação à investigação. "Estou calmo e respeitoso em relação à decisão da Uefa", afirmou, em comunicado oficial. "É um procedimento requerido, então nós já sabíamos que aconteceria, e eu tenho certeza que posso explicar à Uefa o meu erro e minha real intenção."

O futebol italiano se vê mais uma vez no centro de uma polêmica racista. O

dirigente considerado como favorito para vencer as eleições para comandar a Federação Italiana de Futebol, Carlo Tavecchio, declarou na última sexta-feira que certos jogadores africanos tem saído de um estado de "comer bananas para jogar no Lazio", num esforço para alertar que qualquer um tem sido contratado pelos clubes italianos. Agora, a Fifa e mesmo políticos europeus querem uma investigação sobre seu discurso e punições severas.

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Tavecchio é o atual vice-presidente da Federação Italiana e grande favorito para vencer as eleições da entidade no dia 11 de agosto. A eleição foi convocada depois que a cúpula da entidade pediu demissão após a humilhante eliminação da Itália na primeira fase da Copa do Mundo. Mas, agora, o presidente do Grupo de Trabalho da Fifa contra o Racismo, Jeffrey Webb, quer uma investigação sobre o comportamento do dirigente.

Os comentários racistas de Tavecchio teriam ocorrido em uma assembleia das ligas amadoras da Itália. "Na Inglaterra, eles identificam os jogadores chegando e, se são profissionais, tem o direito de jogar. Aqui (na Itália), nós recebemos Opti Pobà, que antes comia bananas e de repente ele é titular da Lazio", disse. "Isso é como é aqui", completou. "Na Inglaterra, você precisa demonstrar o que você tem no seu curriculum e seu pedigree."

O dirigente tentava mostrar que a invasão de estrangeiros estava afetando a capacidade de clubes de buscar talentos locais. Após o discurso, o cartola afirmou que não se lembrava do que havia dito. "Não me lembro se eu disse a palavra banana. Mas eu me referia ao profissionalismo exigido no futebol inglês para jogadores africanos. Se alguém interpretou meu discurso como ofensivo, peço desculpas", declarou.

As reações políticas não demoraram para aparecer. "Tavecchio perdeu o sentido do que queria dizer, sua habilidade para analisar o que queria falar e o impacto que essa frase pode ter", disse Cécile Kyenge, deputada europeia, nascida no Congo.

Para o deputado Davide Faraone, a frase mostrou que o dirigente não poder ser o próximo presidente da Federação Italiana de Futebol. No fim de semana, os dirigentes da Fiorentina anunciaram que não consideram Tavecchio como um "candidato" para a presidência da entidade. O novo dono da Sampdoria, Massimo Ferrero, defendeu que os clubes da primeira divisão se reúnam para debater a crise.

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