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Celso Lafer, ex-chanceler do governo de Fernando Henrique Cardoso e professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, decidiu declarar seu apoio no segundo turno à candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência e ao petista Fernando Haddad ao governo de São Paulo. Lafer considera que os dois candidatos "são a inequívoca expressão do campo democrático, que é o meu, no momento atual do Brasil e de suas circunstâncias".

O ex-chanceler é mais um ex-ministro de FHC que se junta ao ex-presidente e credita sua escolha em razão da defesa da democracia para se opor à reeleição de Jair Bolsonaro. Antes deles, ex-ministros como José Carlos Dias, José Gregori, Aloysio Nunes Ferreira, Pedro Malan e José Serra já haviam declarado apoio a Lula - Serra, porém, declarou apoio ao bolsonarista Tarcísio Freitas na disputa pelo governo paulista.

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"Identifico na candidatura de Lula aderência a valores que sempre defendi, relacionados ao estado de direito, à preservação das regras do jogo democrático e à tutela dos direitos humanos; à relevância de abrangente inclusão social; à valorização da educação e da ciência; à preservação do meio ambiente e à preeminência da agenda ambiental na condução da política externa", escreveu Lafer. Aluno da filósofa Hannah Arendt, Lafer publicou entre outras obras o livro A Reconstrução dos Direitos Humanos, um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt.

Por fim, o ex-ministro disse confiar que, "eleito presidente, Lula se empenhará no fortalecimento das instituições que sob a égide da Constituição asseguram nossas liberdades e se dedicará ao restabelecimento do tradicional papel do Brasil no cenário internacional". Ao Estadão, Lafer afirmou considerar que sua declaração está em sintonia com as manifestações de FHC e de Simone Tebet, cuja candidatura respaldou no primeiro turno.

Leia a nota de Celso Lafer na íntegra

Neste segundo turno das eleições declaro o meu voto em Luiz Inácio Lula da Silva para Presidente, e em Fernando Haddad para Governador de São Paulo, que são a inequívoca expressão do campo democrático, que é o meu, no momento atual do Brasil e de suas circunstâncias.

Identifico na candidatura de Lula aderência a valores que sempre defendi, relacionados ao estado de direito, `a preservação das regras do jogo democrático e à tutela dos direitos humanos; à relevância de abrangente inclusão social; à valorização da educação e da ciência; à preservação do meio ambiente e à preeminência da agenda ambiental na condução da política externa. Confio que, eleito presidente, Lula se empenhará no fortalecimento das instituições que sob a égide da Constituição asseguram nossas liberdades e se dedicará ao restabelecimento do tradicional papel do Brasil no cenário internacional.

Celso Lafer

Ministro das Relações Exteriores e do Desenvolvimento no governo FHC. Professor

Emérito da USP

O ex-ministro Celso Lafer, articulista do jornal O Estado de S. Paulo, recebe hoje (27), em Israel, o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Haifa. O título, informa a instituição, é um reconhecimento à "liderança política e visionária" do ex-ministro, "que contribuiu não só para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, mas de toda a América Latina". A cerimônia será realizada na universidade israelense, fundada em 1963 e a terceira maior do país.

O ex-ministro receberá o título durante viagem a Israel, quando também se encontrará com representantes da Universidade de Haifa, onde participará da 42.ª edição do evento The Meeting of The Board of Governors, que debaterá o futuro da instituição e das universidades Hebraica de Jerusalém e de Tel-Aviv. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), presidida por Lafer, mantém acordos de cooperação com as três instituições.

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O título honorífico em Haifa também será recebido por Frederik Willem de Klerk, presidente da África do Sul de 1998 a 1994, pela filósofa francesa Julia Kristeva, por Stefan Reif, professor emérito da Universidade de Cambridge, pelo teatrólogo e ator Chaim Topol, pelo diplomata Uri Lubrani (Israel) e por Ernst Strauss (Suíça) e Lady Irene Hatter (Reino Unido), reconhecidos pelo trabalho de filantropia na área de educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer criticou nesta quinta-feira a condução da política externa brasileira pela presidente Dilma Rousseff. "(O ex-presidente) Lula tinha talentos diplomáticos indiscutíveis e não vejo esses talentos na presidente Dilma. Ela tem um menor interesse na política externa", afirmou Lafer, em um seminário no Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), em São Paulo.

Segundo o embaixador, a presidente Dilma prioriza dois temas em sua política externa: o programa Ciência sem Fronteiras e as críticas aos "desalinhamentos cambiais" de outros países, com os impactos no Brasil. "São temas importantes, mas não é possível construir uma política externa nesses dois temas", afirmou.

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Lafer criticou ainda a agenda do governo para o Mercosul, bloco econômico que passa por um processo de "erosão" da homogeneidade implantada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo ele. Sem citar o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Lafer afirmou que "a agenda do PT para a região vem sendo produzida pelo professor Marco Aurélio (Garcia), assessor da Presidência".

"Há falta de foco e um exemplo foi a suspensão do Paraguai do Mercosul. O Brasil não liderou, se deixou levar pela posição da Argentina e seu "semibolivariano"", disse. Ainda segundo o ex-ministro, o "porta-voz do governo é o ministro da Fazenda Guido Mantega", o qual, segundo ele, "exprime o que o governo deseja até mesmo em políticas externas".

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