Tópicos | centenário de Miguel Arraes

As três passagens do ex-governador Miguel Arraes pela administração estadual deixaram marcas em Pernambuco que duram até hoje. Uma delas é o programa Chapéu de Palha, resultado de articulações firmadas entre o político e trabalhadores rurais, criado na década de 80 para garantir alternativas de renda durante a entressafra da cana-de-açúcar.

Na época, a indústria canavieira protagonizava uma porcentagem significativa da economia no estado empregando pernambucanos, na maioria das vezes com baixa instrução educacional, o que dificultava a conquista de outras forças de trabalho durante o período de seis meses que as usinas não moíam.  

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“Arraes foi um dos primeiros a reconhecer que o estado deveria criar um programa para este seguimento. A iniciativa, na época, foi recebida com euforia pelos trabalhadores que passavam por situações precárias. Criou uma animação na Zona da Mata e nas outras cidades que abrigavam as usinas”, lembra o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), Doriel Barros.

“Ele já tinha feito antes o acordo do campo, reunindo os patrões, usineiros e trabalhadores, e ao criar o programa ganhou um respeito maior ainda dos trabalhadores que passaram a se referir a ele como pai”, acrescentou. O Acordo do Campo fez parte da primeira gestão de Arraes como governador, de 1962 a 1964, quando foi deposto. Na ocasião, ele firmou um pacto que garantiria, entre outros benefícios, o pagamento do salário mínimo aos canavieiros.

Com a criação do Chapéu de Palha, Miguel Arraes concedia uma bolsa de meio salário mínimo para os trabalhadores em troca de outros serviços prestados ao estado, como capinação de estradas, e da participação dos chamados “ciclos de educação e cultura”.

Na linha de frente de implantação do programa, a então coordenadora do Grupo de Apoio aos Municípios (GAM), Antonieta Rocha, disse que na época “a linha dele era mais voltada para combater o analfabetismo que era em torno de 80%”.

“Depois dos ciclos de educação e cultura, baseados no método Paulo Freire, a gente conseguiu reduzir para em torno de 20% a 25%. Foi um grande avanço porque as pessoas assinavam sua ajuda financeira. Não só os ciclos de educação e cultura, mas também utilizamos as terras inutilizadas do governo do estado para o plantio, com a cultura de subsistência e do ciclo curto que vai de 3 a 6 meses. Plantavam e vendiam nas feiras durante a entressafra”, detalhou.

Chapéu de Palha não foi ‘de mão beijada’

Aos 66 anos, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Antônio da Nóbrega, foi um dos beneficiados pelo Chapéu de Palha durante os governos de Arraes. Tendo que ir ao campo de trabalho aos 12 anos para complementar a renda dos pais, ele não teve acesso à escola e precisou cortar cana para sobreviver.

“Era um Chapéu de Palha digno que atendia a todos os trabalhadores. Tirávamos trabalhadores daqui para limpar BR, para estudar, para limpar a linha do trem, para Dois Irmãos. Ninguém ficava parado não. Os ônibus chegavam aqui às 7 horas e antes de meio-dia voltava com os trabalhadores. Foi um período muito bom, mas ele não deu de mão beijada não”, conta Nóbrega.

Segundo o presidente do sindicato, foi preciso diversas reivindicações lideradas pela Fetape que no final foram atendidas pelo ex-governador. “Fomos para a rua, com 5 mil trabalhadores, e íamos para a porta do Palácio [do Campo das Princesas]. Ele sempre recebia a gente e procurava saber o que estávamos querendo. A gente dizia, estamos com fome governador, queremos o nosso direito, que o senhor nos ajude. Conseguimos”, detalhou.

Indagado sobre quem Miguel Arraes representava para ele e a classe trabalhadora rural, Nóbrega endossou um discurso emocionado. “Um pai. Um pai. Foi o único governador que recebeu os trabalhadores. Até hoje chamamos ele de ‘papai Araiá’, chega me arrepio”, disse, apontando para o braço. “O velho, o nosso governador Miguel Arraes, fez muita coisa. Sentimos muita falta de um governador como ele, não apenas para o Chapéu de Palha, mas nós, trabalhadores da cana, ele sempre estava ali, do lado, ajudava até nas negociações dos dissídios. Seu neto [Eduardo Campos] tentou imitar ele, mas passou longe”, acrescentou, criticando.

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O programa e os questionamentos atuais da classe

De Arraes ao governador Paulo Câmara (PSB), o Chapéu de Palha deixou de existir de 2000 a 2006, quando Jarbas Vasconcelos administrava o estado. Em 2007, quando Eduardo Campos passou a governar Pernambuco o programa virou política estadual, em forma de lei. Porém, de acordo com o presidente da Fetape, algumas mudanças deixaram a o formato da iniciativa a desejar. 

“Na época que foi criado por Arraes, tinha um formato de valores – com meio salário mínimo, atualmente ele paga um valor de R$ 246,00 por assalariado e é bem inferior ao programa original e está vinculado ao Bolsa Família, ou seja, beneficiário do programa federal só recebem o complemento. Os valores ficam muito pequenos. A Fetape tem cobrado isso, desde a época do governador Eduardo Campos”, salientou Doriel.

Sob a ótica dele, falta a Paulo Câmara “o mesmo sentimento que teve Miguel Arraes com os assalariados”. “Na época a sensibilidade dele foi muito grande. Hoje temos 70 mil assalariados do corte da cana, número bastante inferior. O Chapéu de Palha hoje, por si só, não daria condições mínimas aos assalariados. Hoje não conseguimos, por exemplo, ser recebidos para conversar sobre estas questões com o governador, apesar de já termos vários pedidos. Sendo Arraes, agiria diferente. Ele próprio teria vindo a Fetape, como já aconteceu”, ponderou.

Com as indagações da Federação, o Portal LeiaJá entrou em contato com a gestão estadual. Por nota, a Secretaria de Planejamento e Gestão, responsável pelo programa, disse que hoje o Chapéu de Palha “está mais amplo do que o original”, pois não foca mais apenas nos trabalhadores da cana-de-açúcar e atende aos “trabalhadores da fruticultura irrigada (desde 2009) e os pescadores artesanais e marisqueiros (desde 2012)”.

Quanto a falta de diálogo com a Fetape, a gestão nega. “O Governo Paulo Câmara reafirma seu compromisso com as políticas de proteção social e a abertura ao diálogo com quaisquer entidades que representem essas classes trabalhadoras, incluindo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape). Todos os anos, antes de iniciar os cadastramentos, o Governo do Estado, através da Seplag, reúne-se com representantes dessas entidades para alinhamento de todas as informações sobre o programa”, diz o texto, citando dois encontros entre a direção da Fetape e os secretários estaduais em 2015 e 2016.

 

A expressão de um olhar cheio de memórias marca o semblante de Maria Magdalena Fiúza Arraes de Alencar, viúva do ex-governador Miguel Arraes e a mulher que passou mais tempo como primeira-dama do estado. Apoiada pela neta, Elisa Arraes, de 18 anos, dona Magdalena, como é conhecida, recebeu a equipe do Portal LeiaJá na casa onde viveu junto com o marido por 30 anos, no Poço da Panela, na zona norte do Recife, local que hoje funciona o Instituto Miguel Arraes (IMA).

O ambiente, segundo ela, tem lembranças vivas e atrai ainda mais responsabilidade para fazer com que o legado do ex-governador seja contínuo. “Este terraço é quase um sacrário de lembranças. Isso aqui foi teatro de muitas e muitas coisas políticas e familiares... Quando ele não estava trabalhando estava aqui, na rede, com seu cachimbo... Faço questão de mantê-lo vivo aqui”, disse, sentada em uma das cadeiras de aramado de fios do terraço da casa, “as preferidas de Arraes”.

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Entre estalos de risos e seriedade, lembranças ativas e outras amenas, dona Magdalena frisou a saudade do marido e contou sobre como era o dia-a-dia do ex-governador, marido e pai de dez filhos [ver vídeo]. “Sinto mais falta da não presença. Sempre participávamos muito da vida um do outro”, salientou.

De acordo com ela, Arraes fazia questão de que os filhos e netos participassem, por muitas vezes, de conversas nas quais decidiria posturas políticas, para que eles fossem aprendendo sobre a conjuntura. O que, para ela, é um retrato da “vida dedicada” que Arraes teve por Pernambuco e a principal “herança” dos filhos e netos. “Eles são aqueles que devem tomar isto nas mãos e seguir em frente com esta herança e ver o que é possível fazer”, projetou.

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O avô Miguel Arraes

Durante toda a conversa, Elisa Arraes, filha de Mariana Arraes, reforçava as memórias da avó com o que recordava dos seis anos que morou junto com Miguel Arraes. “Muitos têm uma visão de vovô muito duro, mas não era nada. Ele de vez em quando dava umas gargalhadas, contava umas piadas”, afirmou.

Entre uma lembrança e outra, Elisa, que hoje é responsável pelo IMA junto com o tio Antônio Campos, contou que por diversas vezes via demonstrações de amor entre dona Magdalena e Arraes.

“Tem duas coisas muito bonitas que sempre recordo: uma delas e que toda terça ele ia para Brasília, bem cedo, e vovó, que acordava costumeiramente tarde, fazia questão de na terça-feira de manhã acordar cedo para se despedir dele. A despedida era sempre com um beijinho e eu acordava só para ver esta cena”, detalhou. “A outra é que vovô também não dançava muito bem não, mas de vez em quando eles colocavam uma música e dançavam na sala. Era lindo”, emendou.

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”, diz a frase de Carlos Drumonnd de Andrade utilizada pelo ex-governador Miguel Arraes de Alencar no discurso de posse em 1962, quando assumiu pela primeira vez o comando da gestão estadual, e que até hoje é identificada como a marca da passagem do sertanejo pela política em Pernambuco. Nascido em 15 de dezembro de 1916, apesar de cearense, o filho de Maria Benigna e José Almino fez carreira política no estado, cumprindo mandatos deputado estadual, federal, prefeito do Recife e governador. 

Esquerdista nato, Arraes conquistou seu primeiro cargo eletivo em 1954, quando foi eleito para a Assembleia Legislativa. Cinco anos depois, assumia o comando da Prefeitura do Recife, sucedendo o então prefeito Pelópidas da Silveira. Na gestão municipal, a ação mais emblemática dele foi a criação do Movimento de Cultura Popular (MPC) utilizado inicialmente como meio de alfabetização e construção de escolas na capital pernambucana e, depois, na conscientização política e elevação do nível cultural das camadas mais populares. 

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O MCP abriu as portas para nomes como Paulo Freire, que hoje inspira métodos de ensino por todo o mundo. Na época, como descreve a jornalista Tereza Rozowykwiat no livro Arraes, publicado em 2007, o Recife tinha apenas três escolas e o movimento conseguiu criar 201 novas unidades de ensino com 626 turmas. Em 1964, entretanto, a sede do MCP – considerado um movimento comunista pelo regime ditatorial – foi invadida por militares, seus integrantes presos e todos os arquivos queimados. 

Naquele mesmo ano, Arraes que já era governador de Pernambuco, cumprindo o primeiro de três mandatos no Palácio do Campo das Princesas, foi deposto do cargo, por resistir a uma aliança com o novo regime, e preso. Antes de início da ditadura, durante pouco mais de um ano e meio, o então chefe do Executivo estadual ganhou espaço entre os agricultores rurais por, naquele momento, ser o primeiro gestor a sentar à mesa com trabalhadores e empresários usineiros para firmar um pacto que garantiria, entre outros benefícios, o pagamento do salário mínimo aos canavieiros. A ação ficou conhecida como Acordo do Campo.

Com o golpe militar de 1964, Arraes ficou preso por pouco mais de um ano passando por Fernando de Noronha e o Rio de Janeiro. Libertado após um habeas corpus e respondendo a oito processos, entre eles a acusação de comunismo, Arraes decidiu sair do país em exílio. “Não era possível ficar no Brasil, disse ao meu advogado, mas as embaixadas estavam todas cercadas de militares. Consultei um amigo e tinha apenas dois países disponíveis: Iuguslávia e Argélia. Escolhi a Argélia porque um artigo da Constituição de lá dizia que a Argélia vai acolher todos aqueles que lutam pela liberdade ou estejam sendo perseguidos”, contou o ex-governador em uma das suas últimas entrevistas antes de morrer, em agosto de 2005.  

Quatorze anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia, Arraes voltou ao Brasil e a atuar na política, sendo eleito governador de Pernambuco por mais duas vezes. A primeira foi em 1986, pelo PMDB, quando lançou o Chapéu de Palha, destinado a beneficiar os canavieiros na entressafra da cana-de-açúcar. Já a segunda foi em 1994, quando investiu em eletrificação rural. Neste ano, Arraes já havia fundado o PSB. 

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Dois mandatos para refazer a história interrompida pela ditadura

Aos 70 anos, Miguel Arraes voltou ao comando estadual e, apesar do semblante sério, das marcas de alguém que viveu exilado por 14 anos e da voz forte que amedrontava a muitos, era considerado “um homem do povo”. Suas ações, durante os dois mandatos pós-ditadura, são considerados pelos que conviviam diretamente com ele como “voltadas para o social”. 

“Ele achava que se a pessoa, na época, tivesse energia e água era rica e, por isso, todos os seus programas estavam voltados para os mais pobres”, frisa Antonieta Cruz, coordenadora do Grupo de Ação Municipal (GAM) implantado a partir de 1987. Segundo ela, o GAM era um deles, já que atuava nos municípios independente do alinhamento político dos prefeitos. 

“Trabalhávamos diretamente com a população, fazendo pequenas obras. Levando água, alimento, incentivando a construção de poços e cisternas. A gente se reunia com as comunidades, eles discutiam, viam as prioridades e doutor Arraes fazia questão de executar aquele trabalho”, emendou, durante uma conversa com o LeiaJá no Palácio, onde trabalha até hoje.

Um retrato positivo da prioridade que Arraes dava as camadas mais populares podia ser visto, de acordo com ela, nas visitas que fazia as cidades pernambucanas. Entre um município e outro, um dos destinos certos eram as feiras municipais que, além dos agricultores, reunia, normalmente, a maior parcela da população menos favorecida. Nos locais, muitos comerciantes deixavam os seus postos para beijar a mão de “pai Arraiá”, como era carinhosamente referido pelos agricultores. O fato deixou Miguel Arraes conhecido entre os políticos como o “acaba feira”. 

“Doutor Arraes era dono de uma energia admirável. Nas feiras, por exemplo, muitas vezes eu puxava ele, quando alguém queria pegar ou insistia muito nas conversas longas, mas ele me reprimia. Quem vendia parava para falar com ele, quem comprava também. As feiras paralisavam sempre. Nas campanhas [de 1994 e 1998] mesmo, muitas vezes ele subia no caminhão sozinho, sem querer ajuda. Já estava na idade avançada, mas não queria ajuda de ninguém”, revela. 

Campanhas estas que, de acordo com o motorista Carlos Gilberto, mais conhecido como Carlinhos de Arraes, ele era capaz de ir a 10 cidades por dia. “Apesar da idade avançada, Miguel Arraes era capaz de visitar até dez municípios por dia. Eram muitas viagens. Passamos de morrer diversas vezes, porque tudo é hora não é? Eu voava nas estradas. Tudo muito puxado. Mas ele, estava lá sempre firme, mantinha o ritmo”, conta, após ter acompanhado o ex-governador nas estradas por 18 anos. 

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A derrota que abriria espaço para Eduardo Campos

Das dez vezes em que disputou uma eleição, Arraes perdeu três. A mais lembrada é a última delas, em 1998, quando foi derrotado por Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu então ex-aliado, na disputa pela reeleição ao cargo de governador. A perda do mandato, entretanto, foi na ótica de Arraes o que garantiria a vitória do neto, Eduardo Campos, oito anos depois.  

“Doutor Arraes via muito na frente. Se ele não tivesse disputado esta eleição, na visão dele, Eduardo Campos nunca seria governador. Ele convidou outras pessoas, mas entre uma conversa e outra ele dizia, ‘eu tenho que disputar’. Já pensando no futuro da política do PSB”, contou Carlos, ao descrever conversas que chegou a ouvir entre Arraes e aliados. 

Apesar de derrotado e se negar a estar presente na transmissão de cargo, Arraes encarou a situação com tranqüilidade. “Quando a gente perdeu a eleição para Jarbas eu fiquei muito preocupado. Saí chorando do Palácio, uma lapada daquela era um negócio estrondoso. Nós saímos um dia antes, não passamos o poder para Jarbas. Quando ele me viu chorando perguntou o porquê, eu respondi: de raiva doutor. Ele disse ‘Carlinhos, você não deve ter raiva. Antes de chorar você tem que lembrar o que eu passei em 1964. Foi pior que isso’”, recordou o motorista, desta vez sorrindo.

A ausência do amigo

Funcionários de Arraes por anos, Antonieta e Carlos contaram ao Portal LeiaJá que também criaram laços com o ex-governador e desde 2005 sentem falta de alguém que era mais do que um chefe.

“Ele era uma pessoa fora de série, sempre disponível para ouvir e atender as pessoas, dar conselhos. Aprendi a fazer política com um homem muito correto e de excelente qualidade. A falta é muito grande. Ele deixa uma grande lição para nós, afinal muitos conhecem o mito, mas não conhecem o Arraes, homem preocupado com a pobreza. Esta história de vida dele”, observa Antonieta. 

Já Carlos, revela ter ouvido várias vezes que era o 11º filho. Miguel Arraes teve dez filhos, oito com a primeira esposa, Célia Leão, falecida em 1961, e dois com a viúva Magdalena Arraes. 

“Ele me considerava como o 11º filho, porque eu estava com ele durante todo o dia e a vida. Ele era uma pessoa séria, durona, mas comigo nunca foi assim. Sempre foi aberto, risonho, brincalhão. Dizia que eu era o que mais dava trabalho. Quando ele foi internado, lembro que além da família, fui a única pessoa que o visitou na UTI. É duro, passei 18 anos ao lado dele mesmo e não tinha tratamento diferente em nada”, destaca. 

Miguel Arraes faleceu em 13 de agosto de 2005, após sofrer de infecção respiratória, agravada por insuficiência renal. 

 

 

 

 

O Portal LeiaJá publica nesta quinta-feira (15) uma série de reportagens em homenagem ao centenário do ex-governador Miguel Arraes (PSB) que, se estivesse vivo, faria 100 anos de idade. Falecido no dia 13 de agosto de 2005, o cearense se consolidou como liderança política em Pernambuco ao gerir a Prefeitura do Recife, o Governo estadual - por três vezes, ser deposto de um dos mandatos de governador com o golpe militar e atuar como deputado federal.

As reportagens trazem histórias contadas por ex-governadores, aliados e adversários de Arraes; a perpetuação do legado político dele através de netos e bisnetos, que atualmente integram a política local; a postura dele como chefe e o “pai Arraiá” de milhares de agricultores pernambucanos; além do marido, pelas palavras da viúva Magdalena Arraes.

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Considerado um visionário político, o Portal LeiaJá também traz relatos sobre a frustração de Arraes por não ter ascendido ao Palácio do Planalto e curiosidades sobre as campanhas eleitorais dele.

Expediente - Os textos foram produzidos pelas repórteres Giselly Santos, Taciana Carvalho. As fotos e vídeos são dos repórteres fotográficos Chico Peixoto, Brenda Alcântara e Paulo Uchôa. A edição do conteúdo é de Thabata Alves. 

Nesta quinta-feira (15), a Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) fará sua última apresentação de 2016, encerrando também a série de comemorações elo centenário do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O concerto preparado pelo maestro Marlos Nobre será realizado no Teatro de Santa Isabel, a partir das 21h30. A entrada gratuita e aberta ao público, mas com vagas limitadas.

O programa de apresentação da Orquestra Sinfônica será formado por duas composições, a primeira será a Abertura OSR 85 composta por Marlos Nobre e que incorpora ritmos como maracatu, o erudito popular e a composição harmônica de sons. A obra marca os 85 anos de atividades contínuas da orquestra. A peça finaliza com alusão às notas fundamentais do Hino Nacional Brasileiro tocada nos metais.

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Na segunda peça da noite, o clássico Bachianas Brasileiras nº5, de Villa-Lobos, a composição integrará um grupo de nove peças criadas pelo compositor. Nelas é procurado misturar o estilo alemão de Johann Sebastian Bach com ritmos brasileiros. A apresentação terá a participação da soprano Anita Ramalho, que será a cantilena na abertura do espetáculo.

Para o público interessado em assistir a apresentação, os ingressos começarão a ser distribuídos a partir das 20h30, nas bilheterias do Teatro Santa Isabel. Esse será o 10º Concerto Oficial da temporada de 2016.

Serviço:

10º Concerto Oficial da Temporada 2016 da Orquestra Sinfônica do Recife

Homenagem ao Centenário de Miguel Arraes

Quinta (15) | 21h30

Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio)

Gratuita (ingressos distribuídos a partir das 20h30, na bilheteria do teatro)

(81) 3355.3322

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