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O papa Bento XVI mudou as regras do conclave que vai eleger seu sucessor, de forma que os cardeais podem adiantar a data do início da reunião se todos chegaram a Roma antes da transição de 15 dias que costuma separar dois pontificados.

Bento XVI assinou o documento, divulgado nesta segunda-feira, com algumas alterações em relação à lei de 1996 do Vaticano que regula a eleição de um novo papa. Trata-se de um dos último atos do papa antes da renúncia, na quinta-feira.

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A data do início do conclave é importante porque a Semana Santa começa em 24 de março, sendo a Páscoa no dia 31 de março. Para que um novo papa já tenha sido escolhido durante o mais solene período litúrgico da igreja, ele teria de ser empossado até domingo, 17 de março, uma data muito apertada caso o conclave tenha início apenas no dia 15 de março. As informações são da Associated Press.

O Papa Bento XVI decidiu entregar "exclusivamente" a seu sucessor o relatório secreto elaborado por três cardeais sobre o vazamento de documentos confidenciais do pontífice, o escândalo conhecido como "Vatileaks".

"O Santo Padre decidiu que os resultados deste relatório, cujo conteúdo apenas Sua Santidade conhece, permaneçam exclusivamente à disposição do novo Pontífice", informa uma nota oficial do Vaticano.

O cardeal Keith O'Brien renunciou nesta segunda-feira ao cargo de arcebispo de Saint Andrews e Edinburgh, afirmando que não vai comparecer ao conclave de cardeais que vai eleger o sucessor do papa Bento XVI.

Em comunicado, o clérigo disse que sua renúncia apresentada em 18 de fevereiro, foi aceita pelo papa. A medida segue-se à publicação de uma matéria num jornal britânico, no final de semana, que sugere que o cardeal teve relações "inapropriadas" com seminaristas quando era responsável por uma diocese décadas atrás.

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"Eu peço a Deus bênçãos para meus irmãos cardeais que em breve se reunião em Roma para eleger o sucessor (de Bento XVI). Eu não me juntarei a eles pessoalmente para este conclave", disse o cardeal em comunicado.

"Eu não quero que a atenção da mídia em Roma seja concentrada em mim, mas sim no papa Bento XVI e em seu sucessor", acrescentou.

O'Brien contesta as acusações divulgadas pelo jornal britânico segundo as quais três padres e um ex-padre apresentaram queixas ao Vaticano, alegando que o cardeal agiu inapropriadamente com eles.

Já o comunicado do Vaticano, com apenas numa frase, não faz referência às acusações. O Vaticano confirmou a renúncia de O'Brien, que foi aceita de acordo com o código canônico em razão da idade do cardeal, que faz 75 anos - a idade normal na qual os bispos renunciam - em 17 de março. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O Vaticano iniciou neste sábado uma verdadeira contraofensiva para rebater "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa sobre uma trama de corrupção, tráfico de influências e sexo na Cúria Romana, que seriam uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.

"Se no passado eram as chamadas potências, ou seja os Estados, que queriam condicionar a eleição do Papa, hoje se trata de envolver a opinião pública", lamenta em um comunicado pouco comum a Secretaria de Estado.

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"Através dos séculos, os cardeais tiveram que enfrentar múltiplas pressões na hora de eleger o pontífice por parte de diferentes poderes, enfrentando lógicas de tipo político e mundano", completa a nota da instituição vaticana presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone.

Atualmente, "tenta-se alterar a opinião pública por meio de argumentos e avaliações que não percebem o sentir espiritual que a Igreja está vivendo", completa a nota.

"É deplorável que ao aproximar-se o início do Conclave (...) se multiplique a divulgação de notícias não verificadas nem verificáveis e inclusive falsas, que causam graves dano a pessoas e instituições", ressalta o comunicado.

Poucas horas antes, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay", denunciado pelo jornal La Repubblica, uma das publicações de maior tiragem no país.

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico Lombardi, em um editorial divulgado pela Rádio Vaticano.

"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou com tom indignado.

As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, importantes publicações da Itália, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas por conta do homossexualismo.

A contraofensiva do Vaticano coincide com a conclusão por parte do Papa Bento XVI da semana de retiro espiritual iniciada em 17 de fevereiro.

Para um grupo de cardeais, o Papa prometeu "a proximidade espiritual" após a formalização de sua renúncia, no dia 28 de fevereiro.

Com termos muito religiosos, o pontífice refletiu sobre "o maligno" e fez uma advertência sobre os "males deste mundo, o sofrimento e a corrupção".

A saída do Papa gerou reações em todo o mundo, em particular na Itália, onde começam a chegar os cardeais de todos os continentes que participarão em março na eleição do novo pontífice.

Segundo o La Repubblica e a Panorama, o relatório foi entregue ao Papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "Vatileaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice.

O papa Bento XVI pode criar um decreto dizendo que o conclave – reunião que define quem ocupará o lugar do papa – terá que ser antecipado, informou o Vaticano. Bento XVI deixará o cargo no dia 28 de fevereiro por motivos de saúde. A duração dessa reunião de escolha tem um mínimo de 15 e o máximo de 20 dias e contará com a participação de 116 Cardeais, que ficarão hospedados no Vaticano a partir do dia 1º de março.

Essa é a primeira vez em 700 anos que um Papa renuncia ao cargo. As justificativas usadas por Bento XVI foram de que sua saúde não é mais a mesma. O médico pessoal do pontífice também não aprovava viagens de avião, por serem desgastantes demais. Essas informações só foram dadas agora por causa de um acordo feito entre o Vaticano o jornalista Marco Tosatti, que prometeu não dizer nada enquanto o Santo Padre ainda ocupasse esse posto.

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O cardeal indonésio que deveria participar ao lado dos 116 colegas no Conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI anunciou que não viajará a Roma por problemas de saúde. "Não irei. Minha vista não permite", anunciou o cardeal Julius Riyadi Darmaatmadja à revista católica indonésia Hidup, que chegará às bancas no domingo. "Peço perdão à Igreja da Indonésia por não poder representar (meu país) neste importante acontecimento", completou o ex-arcebispo de Jacarta, de 78 anos, na entrevista, da qual a AFP obteve uma cópia nesta sexta-feira.

A ausência do cardeal indonésio deixa em 116 os eleitores que devem participar no Conclave para designar o novo Papa. Bento XVI deixará oficialmente as funções às 20h00 (16h00 de Brasília) de 28 de fevereiro. A Constituição apostólica prevê o início do Conclave para 15 a 20 dias após o início do período de "sede vacante", ou seja, a partir de 15 de março. No entanto, um decreto pode antecipar a data para permitir que o escolhido se prepare melhor para a Páscoa, no fim de março, uma data muito importante para 1,2 bilhão de católicos.

O cardeal indonésio explicou que tem muitos problemas de visão, ao ponto de não conseguir ler os textos, documentos, regulamentações e demais que seriam necessários no Conclave. "Me sinto frágil e reduzido em minha capacidade de leitura. Estas tarefas exigem força, vivacidade e agilidade", completou, antes de manifestar compreensão com a decisão de renúncia do Papa.

O Conclave se reúne em estrito segredo na Capela Sistina até a eleição de um pontífice com maioria de dois terços.

Os problemas de saúde do papa Bento XVI pareceram se multiplicar nos últimos anos e seu médico o desaconselhou fortemente a viajar de avião. A revelação foi feita nesta quarta-feira no blog Vatican Insider, de Marco Tosatti, setorista do Vaticano do jornal La Stampa, explicando a renúncia do pontífice.

"Reli minhas anotações dos últimos anos sobre a saúde do papa, confidências feitas por pessoas próximas a ele e que eu havia prometido não revelar enquanto ele estivesse ocupando o cargo. Sua demissão me liberou deste compromisso", explicou o expert.

Há dois anos o Papa "já não conseguia dormir à noite, mas se recusava a tomar tranquilizantes", escreve o jornalista que explica assim porque Bento XVI "tinha sempre um ar cansado".

Seu médico pessoal teria então indicado que Joseph Ratzinger poderia continuar com suas atividades desde que "tivesse a tensão sob controle".

"Neste momento a tensão era o principal problema do Papa, pois sua tensão era muito irregular. O médico disse: atenção sobretudo com viagens. Ele insistia que o papa ficasse o mínimo necessário em aviões", continuou Marco Tosatti.

"Parece-me que foi dito expressamente ao Papa que a viagem para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (de 23 a 28 de julho deste ano) deveria ser evitada", disse o vaticanista.

Além disso, revela o analista, o Papa demissionário "praticamente não enxerga mais com o olho esquerdo" e "cai da cama durante as viagens, caso o colchão seja muito pequeno", como aconteceu há dois anos no Vale de Aosta, na Itália.

"Ele se cansa rapidamente, tem muita dificuldade para levantar pela manhã, às vezes dorme nove horas seguidas porque precisa de repouso", escreveu Tosatti.

"Olhando minhas anotações, vejo uma deterioração progressiva da saúde e da energia do Papa, um quadro geral que justifica plenamente a difícil decisão que ele tomou", concluiu Marco Tosatti.

O cardeal e ex-arcebispo de Los Angeles Roger Mahony, acusado de ter acobertado o escândalo envolvendo padres pedófilos, pode ser aconselhado a não viajar a Roma para participar do conclave que irá eleger o próximo Papa.

A afirmação foi feita pelo cardeal italiano Velasio de Paolis em entrevista ao jornal Reppublica.

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O Papa Bento XVI anunciou que sua renúncia ao cargo em 28 de fevereiro. O conclave será convocado na primeira metade do mês de março para escolher seu sucessor.

"É possível que aconselhemos Mahony a não vir, mas deve vai se tratar de uma intervenção privada da parte de alguém com grande autoridade", afirmou o cardeal De Paolis, especialista em direito canônico.

"A prática comum é recorrer à persuasão. Não podemos fazer mais para eventualmente dissuadi-lo de ir votar", declarou o cardeal De Paolis falando de uma "situação desconcertante".

"Mas as regras em vigor devem ser cumpridas e o cardeal Mahony tem o 'direito-dever' de participar e votar no próximo conclave", acrescentou o cardeal De Paolis, que é jurista, presidente emérito da delegacia de casos econômicos e comissário papal para os Legionários de Cristo.

"Por último, é sua consciência que vai decidir se ele deve vir ou não", estimou ainda o cardeal De Paolis, julgando improvável que o Papa Bento XVI venha a se envolver neste caso.

O sucessor do cardeal Mahony à frente da arquidiocese de Los Angeles, Monsenhor José Gomez, o retirou de todas suas antigas funções "administrativas e públicas". O ex-arcebispo (no posto até 2011) é acusado de ter acobertado dezenas de padres acusados de pedofilia na década de 1980.

Uma associação de católicos americanos, a Catholics United, enviou uma petição na semana passada para se opor à participação de Mahony no conclave.

"Prezado cardeal Mahony,fique em casa", pede a petição on-line. "Sua participação em escândalos de pedofilia da Igreja e sua proibição de liderar um ministério pela arquidiocese de Los Angeles deveria ser, para você, uma indicação de que você não deve participar do próximo conclave", diz a petição.

Em 2007, a arquidiocese de Los Angeles, então comandada pelo cardeal Mahony, aceitou pagar 660 milhões de dólares a 500 supostas vítimas.

O acordo previa também a publicação de dossiês pessoais de padres acusados de abuso.

Documentos comprometedores publicados pela imprensa mostravam trocas confidenciais entre Roger Mahony e um alto conselheiro, onde refletiam sobre os meios para impedir que os padres pedófilos caíssem nas mãos da polícia.

O Vaticano informou hoje (16) que vários cardeais cogitaram a possibilidade de antecipar para o início de março a data para um conclave para eleger o novo papa, que sucederá o Papa Bento XVI, que renunciou.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi - que antes havia dito que o conclave provavelmente ocorreria no dia 15 de março ou logo após esta data, uma vez que o Papa renuncia no dia 28 de fevereiro - disse que o tema tem sido discutido por vários cardeais no últimos dias.

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O conclave reunirá 117 cardeais eleitores do mundo todo, que precisarão obter dois terços da maioria dos votos para eleger o novo papa, durante encontro a portas fechadas na Capela Sistina.

Lombardi disse ainda que assim que renunciar oficialmente, Bento XVI irá ficar na residência papal de verão no Castelo Gandolfo, perto de Roma, por cerca de dois meses, antes de então ir morar num ex-monastério no Vaticano. "Esperamos quie ele fique lá (no castelo) até o final de abril, início de Maio, enquanto a nova residência está sendo renovada", disse o porta-voz. As informações são da Dow Jones.

O conclave para eleger o sucessor de Bento XVI, que anunciou, nesta segunda-feira (11), sua renúncia ao papado, será iniciado em meados de março, na Capela Sistina, em um clima diferente, já que, pela primeira vez em sete séculos, acontecerá com o ex-pontífice vivo.

A ausência de homenagens, missas de luto e uma transmissão solene do funeral em todo o mundo, como ocorreu com João Paulo II em 2005, marcará o conclave mais incomum da história recente da Igreja Católica.

"O conclave não pode ter início antes de 15 de março. Pode começar nos dias 15, 16, 17, 18 ou 19", informou nesta quarta-feira o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, que diariamente dá detalhes do processo eleitoral de escolha do novo Papa, com um pontífice que alegou falta de "forças" para continuar a sua missão apostólica.

Os cardeais entram em conclave em no mínimo 15 dias e no máximo 20 dias após a morte ou renúncia de um Papa.

Bento XVI anunciou na segunda-feira que deixará o trono de Pedro no dia 28 de fevereiro.

A data será fixada pelo conclave de cardeais, segundo Lombardi, que admite que precisou consultar especialistas em direito canônico.

Durante seus dois mil anos de história, a Igreja Católica modificou várias vezes as modalidades para a designação de um Papa até chegar tardiamente à fórmula atual do conclave. Nada no Evangelho indica como escolher o sucessor do Santo Padre.

Em 21 de novembro de 1970, Paulo VI definiu as características atuais do colégio eleitoral: a idade limite de um cardeal para participar da eleição é de 80 anos, e no número máximo de cardeis eleitores é 120. João Paulo II confirmou essas regras em fevereiro de 1996 em sua constituição apostólica "Universi Domini Gregis".

Nos últimos anos, a internacionalização crescente do colégio de cardeais tornou cada vez mais aleatória qualquer previsão sobre a escolha do conclave.

A maioria dos 117 cardeais com menos de 80 anos e com direito a voto chegará nos próximos dias a Roma para participar de reuniões fechadas com os cardeais "não eleitores" e sem um limite de tempo.

Entre eles estão os seis novos cardeais nomeados em novembro de 2012.

Na ocasião, o Papa declarou: "Eu quero destacar, em particular, que a Igreja é a Igreja de todos os povos e, portanto, expressa em diferentes culturas de diferentes continentes".

Ao convidar para participar do seleto grupo de candidatos ao trono de Pedro esses religiosos, de países em conflitos graves e fora do velho continente, o Papa alemão indiretamente respondeu às críticas de "eurocentrismo" recebidas no início do ano depois de nomear 22 novos cardeais em fevereiro, 16 deles europeus, dos quais sete são italianos.

Fontes diplomáticas latino-americanas dizem que a eleição do sucessor de Bento XVI será rápida, antes da Missa do Domingo de Ramos, em 24 de março, um dos momentos mais importantes da Semana Santa e do ano litúrgico.

Dos 117 cardeais com poder de voto, 62 são europeus, 28 italianos e 19 da América Latina. Entre eles, estão cinco brasileiros, três mexicanos, dois argentinos, um chileno, um peruano, um boliviano, um cubano, um dominicano, um hondurenho, um venezuelano, um equatoriano e um colombiano.

A eleição acontece na Capela Sistina, com duas votações de manhã e duas à noite. As cédulas de voto são queimadas. O cardeal eleito é aquele que recebe pelo menos dois terços dos votos. Em caso de impasse, uma votação pela maioria absoluta é possível.

Durante o processo de votação, uma espécie de fogareiro é instalado na Capela Sistina para informar a multidão de fiéis, tradicionalmente reunida na Praça de São Pedro junto com o batalhão da imprensa, sobre o resultado da votação. Se a fumaça é preta, não há eleito. Se a fumaça é branca, um novo Papa foi escolhido.

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