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O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) entregou, nesta quarta-feira (27), ao Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido para rever o aumento de 11,5% na conta de luz concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a Companhia de Eletricidade de Pernambuco (Celpe) nessa terça (26). O parlamentar argumentou aos ministros que há dúvidas acerca da pertinência e da legalidade do reajuste, além de, segundo ele, graves falhas no processo de apuração de custos associados.

O progressista também lembrou aos ministros que o próprio TCU já encontrou, em anos anteriores, "graves falhas" no banco de dados que a Aneel utiliza para autorizar os reajustes anuais, como o processo TC006.335/2013-6 de 2013, em que o TCU encontrou diferenças de custos que oscilavam  entre 193% e -53%. O relatório do tribunal à época deixou claro que os custos estão fora da realidade do mercado.

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“Não é de agora que as agências reguladoras viram as costas para o consumidor e ficam a favor das empresas. A Aneel, assim como a Anatel, segue o mesmo caminho. A conta de luz aumenta e o salário não. É inadmissível a agência autorizar um aumento exorbitante diante de falhas claras já apontadas pelo TCU. Vamos cobrar na justiça explicação, já que o próprio órgão regulador (a Aneel) não faz o papel dele”, ressaltou Eduardo da Fonte. 

Eduardo da Fonte também informou que vai entrar com um decreto legislativo para sustar outro aumento previsto para 2017. 

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou nesta quinta-feira, 25, que a conta de luz trará a bandeira verde a partir de 1º de abril, e as tarifas de energia deixarão de ter a cobrança extra. Com isso, os consumidores terão uma redução de 6% a 6,5% na conta de luz, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

O fim da cobrança extra na conta de luz será possível porque o governo decidiu desligar mais 15 usinas térmicas no início de março, o equivalente a 3 mil megawatt (MW). Sem esses empreendimentos, será possível poupar cerca de R$ 8 bilhões por ano.

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No início de fevereiro, o governo já havia anunciado o desligamento de sete usinas térmicas, com 2 mil MW, o que permitiu o acionamento da bandeira amarela e uma economia anual de R$ 2 bilhões.

De acordo com Braga, a queda do consumo de energia, a operação de novas usinas e o aumento do nível dos reservatórios das hidrelétricas em todo o País permitiram dispensar o uso das termelétricas, que geram energia mais cara. "A tarifa de energia elétrica está efetivamente em viés de baixa", disse o ministro.

O benefício concedido pelo ex governador Eduardo Campos - que permitia aos consumidores de baixa renda a isenção do ICMS na conta de energia - foi cortado pelo atual gestor do estado Paulo Câmara. O subsidio permitia a essas famílias um abatimento de 25% sobre o consumo efetivo.

Após o Decreto nº 42.527, publicado no último dia 22 de dezembro, no Diário Oficial do Estado, apenas as residências que consumirem até 140 KWh/mês permanecerão obtendo o benefício.  A medida começou a vigorar já na data de publicação.

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Isso indica que até mesmo as famílias de baixa renda, para terem o abatimento, deverá realizar um consumo de, no máximo, a quantidade de kilowat estipulado no documento. Como consequência disso, a conta de energia para essas pessoas, também irá ficar mais cara, visto que um consumo de 1 KWh/mês sem o desconto equivale ao valor de quase R$ 0,36,fazendo a conta de energia passar a custar R$ 50. Anteriormente 1 KWh/mês custava R$ 0,25 e a conta com o mesmo consumo era de R$ 35.  

O benefício vigorou no período de 1 de junho de 2007 a 31 de dezembro de 2015 independentemente da faixa de consumo.

De acordo com nota emitida pela Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), é edxplicado que “ o que houve, na verdade, foi a correção de uma distorção. Ao verificar os cadastros, a Sefaz-PE encontrou consumidores de energia elétrica enquadrados como baixa renda com consumo acima de 1.000 kilowatts-hora (kWh) mensais, atípico para uma família de baixo poder aquisitivo ou em situação de vulnerabilidade social”. A Secretaria ainda afirma que “assim sendo, permanece a isenção na conta de luz de 640 mil residências pernambucanas”.

De quarta (9) a sexta-feira (11), a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) oferecerá alternativas especiais de negociação para quem está com dívidas com a empresa. Equipes serão disponibilizadas pela companhia para avaliar os casos individualmente e propor as melhores condições de acordo. A expectativa é que o cliente já saia da agência com as negociações firmadas.

Apenas o titular da conta pode realizar o acordo, devendo apresentar carteira de identidade e CPF. As pessoas que não forem titulares da fatura, mas residirem em imóveis que possuem dívidas com a Celpe, devem apresentar o contrato de locação ou compra do imóvel, além dos documentos de identificação. Neste caso, a equipe da Celpe irá promover a mudança de titularidade antes de iniciar a negociação. O atendimento será feito na Agência Celpe de Boa Viagem, na Rua Visconde de Jequitinhonha, das 8h às 16h30.

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Com informações da assessoria

Um casal de comerciantes encontrou R$ 220 em uma rua de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, no último sábado (4), quando saía do restaurante onde trabalha, por volta das 16h30. A primeira reação de Cleiton Tavares, de 30 anos, foi se alegrar. "Estamos abonados!", disse à esposa. Só depois viu que o dinheiro estava enrolado em uma conta de luz e pensou em como faria para devolvê-lo. A mulher dele, Geiza Matos, de 31 anos, teve uma ideia melhor: pagar a conta.

A dívida foi paga no próprio sábado pelo casal, que procurou rapidamente por uma casa lotérica, antes que fechasse, às 18h. "O mais surpreendente para mim foi a ideia dela. Minha esposa falou: é mais interessante a gente pagar logo." No sábado mesmo, Tavares publicou uma foto da conta de luz, em nome de Jaqueline Santos, no Facebook, com o comprovante de pagamento anexado.

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A postagem teve milhares de compartilhamentos e elogios na rede social. No dia seguinte, a dona da conta foi encontrada pelo casal. Segundo Tavares, Jaqueline estava emocionada e surpresa com a atitude. "Ela não esperava. Me deu um abraço e agradeceu", disse.

Para ele, a reação das pessoas na internet é surpreendente. Na tarde desta terça-feira (7), a publicação de Tavares já tinha quase 25 mil compartilhamentos e mais de 20 mil curtidas. "Eu sou um cara que não tenho nem 60 curtidas em meus posts no Face", brinca. "No mundo em que vivemos, perdemos a noção de que o bem não é para ser aplaudido. O bem é para fluir na Terra. Você faz uma coisa normal e tem toda essa comoção."

"Vivemos em um mundo onde a busca maior é a satisfação em se ver em ascensão. Porém, no meu caso, fico feliz em ver milhares de pessoas me deixando satisfeito por reconhecerem que a honestidade seria a cura da nação", completou.

A partir desta quarta-feira (1º), as lâmpadas incandescentes de 60W não serão mais encontradas nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. Apesar de serem as mais usadas pelos brasileiros, as lâmpadas não atingiram os índices mínimos de eficiência luminosa definidos pela Portaria Interministerial 1007. A proibição foi decretada por portaria do Governo Federal, estabelecida ainda em 2010.

O Governo Federal pretende, com isso, reduzir a conta média do brasileiro, devido a crise energética atual, através do consumo de lâmpadas mais eficiente. Uma lâmpada incandescente chega a gastar 95% da energia que consome somente para produzir calor e apenas 5% para produzir luz. A iluminação de uma residência pode responder por até 20% do total da sua conta de energia elétrica. 

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Com a mudança, os consumidores que deverão optar por lâmpadas fluorescentes ou de LED, que gastam entre 70% e 90% menos energia e têm vida útil entre 25 e 30 vezes mais respectivamente. As lâmpadas LED são um pouco mais caras, porém, de acordo com especialistas, são bem mais econômicas e duráveis, compensando o investimento na hora de pagar a conta de luz.

A empresa Lâmpadas Golden fez um comparativo entre os produtos. Um LED de 10W A60 substitui uma incandescente de 60W, o que significa uma economia de 50W por ponto. Como a média dos lares brasileiros de baixa renda possui 6 pontos, a economia ao final de um ano seria em torno R$ 208,05.  

As lâmpadas incandescentes de 100W, 150W e 200W já foram retiradas do mercado e as com potência entre 25W e 40W interromperam a produção, mas podem ser comercializadas por mais um ano. A partir de 2017 as que não atingirem a eficiência mínima exigida pelo MME serão banidas do mercado.

Ação - Com o objetivo de disseminar conceitos básicos sobre o uso inteligente e seguro da energia elétrica, a empresa Energisa realiza ações que contribuem para mudanças de hábitos dos consumidores. Os agentes do programa fazem a troca de lâmpadas incandescentes para clientes cadastrados na Tarifa Social de Energia Elétrica. Para ter direito à troca, é preciso apresentar a última conta de energia em dia. Podem ser trocadas até cinco lâmpadas por usuário. 

Não bastasse o aumento dos encargos na conta de luz, algumas empresas também estão lidando com o fim dos contratos de energia com as geradoras. Na década passada, quando o mercado livre se popularizou, companhias de vários portes deixaram o ambiente regulado das distribuidoras, onde as tarifas estavam nas alturas, para se tornarem consumidores livres. Nesse ambiente, eles podiam negociar diretamente com o gerador contratos de longo prazo a preços mais atraentes para garantir a competitividade da empresa.

Mas, com a atual crise hídrica aliada ao rombo das distribuidoras, que, depois da renovação das concessões, ficaram sem contratos para atender seus clientes, os preços no mercado à vista explodiram e a oferta de energia secou. Empresas que tinham contratos vencendo no ano passado ou neste ano passaram a viver um dilema. Para fechar outro contrato, têm de aceitar um valor elevado por cinco ou dez anos, correndo o risco de no ano que vem chover bastante e o preço da energia no mercado à vista despencar, diz o sócio da CMU Energia, Walter Fróes.

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Por outro lado, se não fecharem contrato, terão de ir ao mercado à vista e pagar R$ 388 o megawatt-hora (MWh), além de algumas penalidades. "O mercado está com pouca disponibilidade de energia. Quem tem está pedindo preço mais alto que o PLD (preço do mercado à vista, em R$ 388)", diz o sócio da Enecel, Raimundo Batista.

Segundo ele, muitas empresas estão no mercado spot por não conseguir um novo contrato. Para baixar o consumo, estão reduzindo a produção e podem até fechar unidades, destaca Batista. Outro efeito da crise e dos altos preços é que algumas empresas que tinham contrato de longo prazo optaram por vender a energia no mercado spot, reduzir a produção e embolsar o dinheiro. Exemplo disso é que em 2014 o consumo do mercado livre caiu 10%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois encargos setoriais poderão elevar a conta de luz da indústria em até 53% a partir do mês que vem e provocar protestos na Justiça. Além do custo da energia, cada empresa - localizada no Sudeste - terá de arcar com mais R$ 79 por megawatt-hora (MWh) para subsidiar programas sociais, pagar despesas do setor e custear a operação das termoelétricas. Essas usinas estão funcionando ininterruptamente para poupar a pouca água que restou nos reservatórios por causa da seca no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Representantes do setor industrial ainda tentam reverter a conta com a entrega de propostas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Mas, por ora, esse é o custo extra que as empresas terão de pagar a partir de março - caminho oposto ao que setor reivindicava desde 2012 para devolver a competitividade à indústria. Naquele ano, vários empresários pediram à presidente Dilma Rousseff medidas para baratear a conta de luz e evitar que unidades fechassem as portas.

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Com a MP 579, lançada no último trimestre de 2012, a tarifa de energia caiu, em média, 20% no País. Mas, dois anos depois, os valores já voltaram aos patamares de antes, seja por causa da seca que atinge o País ou pela forma atropelada com que o processo de renovação das concessões foi feito, deixando várias distribuidoras sem contratos para atender seus consumidores e provocando um rombo bilionário no setor.

'Um baque'

Hoje, segundo dados da comercializadora de energia Compass, uma empresa que consome 30 MW e tem um custo de R$ 150 o MWh passará a pagar R$ 229 - ou seja, um aumento de 53%. Ao final de um ano, a empresa terá pago a mais R$ 20,8 milhões de energia elétrica. "Para o setor industrial, que está com a margem comprimida, ter esse aumento de uma forma inesperada será um baque grande no caixa", afirma o sócio da Compass, Marcelo Parodi.

Segundo ele, muitas empresas ainda não se deram conta do aumento e podem levar um susto quando receberem a fatura em março. "Com esses valores o governo pode quebrar muitas empresas, pois vai acabar com o lucro operacional delas", afirma o diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria.

Em 2014, a indústria nacional teve um dos piores resultados da história: caiu 3,2%, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Para este ano, apesar de a alta do dólar dar um pouco mais de fôlego às empresas, as perspectivas não são boas, seja pelo mercado externo ainda fraco ou pelo consumo interno em queda. O custo extra da energia elétrica será mais um ingrediente amargo nesse cenário negativo.

"Nesse ritmo, vamos acabar com a indústria nacional e com o País. Aí vai sobrar bastante energia para ser consumida", reclama o executivo. A previsão anterior da Anace era de um aumento médio de 40% na conta de energia. Hoje esse cálculo já supera os 50%. Faria afirma que a associação estuda questionar na Justiça a cobrança do Encargo de Serviço do Sistema (ESS), que tem provocado um subsídio cruzado entre o mercado livre e o mercado cativo.

Os valores do ESS são "decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema". Todo custo da geração térmica que superar o valor do mercado à vista (PLD), que está em R$ 388 o MWh, compõe o encargo. No ano passado, como o PLD estava em R$ 822 o MWh, o valor transferido para a sociedade era menor. Neste ano, a Aneel reduziu o preço para menos da metade e, portanto, o encargo explodiu e chegou a R$ 20 por MWh, segundo a Compass.

Universalização

O efeito mais forte, entretanto, virá da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que banca a universalização da energia elétrica no Brasil, a energia do baixa renda e o custo das térmicas do Norte do País. No ano passado, o Tesouro aportou recursos na conta para evitar o aumento da conta de luz. Neste ano, com o aperto fiscal iniciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, todo o valor será repassado para os consumidores.

O orçamento - colocado em audiência pública pela Aneel e encerrado na sexta-feira para o recebimento de contribuições - é de R$ 25 bilhões. Tirando a receita que entra nessa conta, o valor que o consumidor terá de pagar é de R$ 21 bilhões. No Sudeste, cada consumidor terá de pagar R$ 59 por MWh consumido. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, o aumento dos custos piora a relação entre consumidores de baixa tensão (residencial) e o industrial.

Hoje a energia para as empresas é 20% mais barata comparada à baixa tensão. Na Dinamarca, diz Pedrosa, é 70% mais barata; Estados Unidos, 44%; e Reino Unido, 39%. "A grande indústria agora subsidia o pequeno consumidor. E isso é muito ruim para a competitividade do setor", diz Pedrosa. Normalmente, as empresas usam mais energia e menos fio e os residenciais, mais fio e menos energia, o que justificaria pagar menos na conta de luz.

Mas, segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), hoje o Brasil tem o sexto maior custo de energia elétrica entre 27 países, como China, Estados Unidos, Alemanha, México, Chile, Uruguai e Paraguai. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante o verão,  quando há as férias escolares e as pessoas permanecem mais em casa devido ao calor, o consumo de energia elétrica sofre um aumento médio de aproximadamente 10% em relação ao inverno em Pernambuco. Para evitar maiores gastos, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) recomenda que os consumidores passem a adotar comportamentos mais econômicos. 

Aparelhos elétricos têm maior consumo quando o ambiente está mais quente. Segundo a Celpe, devido ao calor, as pessoas costumam deixar o ar condicionado ligado por mais tempo. A orientação é que esses aparelhos estejam ajustados em uma temperatura próxima de 23°C.  Após a refrigeração do ambiente, o aparelho pode ser substituído por ventiladores. 

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Outro alerta feito pela companhia vai para as geladeiras, que chegam a representar 30% do consumo de uma residência quando em mau estado. Freezers e geladeiras devem ser instalados em locais ventilados, longe de fontes de calor e com espaço mínimo de 15 centímetros de paredes e armários. A borracha de vedação da geladeira, se ressecada, é a causa de um dos maiores desperdícios de energia. 

Para os chuveiros elétricos, a recomendação é que sejam colocados na posição “verão”. Fornos e ferros elétricos devem ter sua utilização planejada, evitando desligá-los e reaquecê-los com frequência. 

Confira as demais dicas de economia indicadas pela Celpe para o verão:

- Desligar o condicionador ou climatizador de ar tão logo o ambiente esteja resfriado

- Substituir os equipamentos de refrigeração de ambiente por ventiladores

- Manter os aparelhos limpos para evitar que a sujeira acumulada exija mais esforço do equipamento e maior gasto de mais energia

- Freezers e geladeiras devem ser instalados longe do fogão e com espaço mínimo de 15 centímetros de paredes e armários

- Observar a vedação da borracha da porta da geladeira

- Colocar o chuveiro na posição verão

- Substituir churrasqueiras e grelhas elétricas por modelos a carvão ou gás

- Trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou LED

- Desligar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados

- Na hora de adquirir novos equipamentos, procurar os que apresentam selo Procel

Com a conclusão do último reajuste tarifário de 2014 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz subiu, em média, 17,38% em 2014. O porcentual considera o reajuste dado às 64 distribuidoras de energia elétrica que atuam no País e atendem 74,4 milhões de unidades consumidoras.

O aumento médio das tarifas cobradas da indústria (alta tensão) foi um pouco maior e atingiu de 18,11%. Para consumidores residenciais (baixa tensão), a conta de luz subiu, em média, 17,08% neste ano. Cada distribuidora tem uma data fixa de reajuste tarifário. Em 2015, os primeiros reajustes sairão no dia 3 de fevereiro, para empresas do grupo CPFL no interior de São Paulo.

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A Aneel aprovou hoje um reajuste médio de 25,43% nas tarifas da Sulgipe. Para consumidores conectados à alta tensão, como indústrias, o reajuste será de 29,69%, e para consumidores residenciais, a alta será de 23,15%, válidos a partir de 14 de dezembro.

O maior reajuste do ano foi concedido à Companhia Energética de Roraima (CERR), que teve suas tarifas elevadas em 54,06%. Apenas a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) não teve direito a reajuste, por ter dívidas atrasadas com a União.

O reajuste médio de 17,38% está em linha com as projeções do Banco Central. No dia 5 de novembro, pela quinta vez no ano, o BC revisou sua projeção de reajuste para as tarifas de energia elétrica neste ano, para 17,6%, segundo ata do Comitê de Política Monetária (Copom). A ata da última reunião do Copom, realizada no dia 3 de dezembro, será divulgada na quinta-feira (11) e pode trazer nova projeção para o aumento da tarifa de energia elétrica.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) referendou, nesta terça-feira (30), a fórmula de reajuste mensal da conta de luz proposta no ano passado pelo órgão regulador e vinha sendo contestada por distribuidoras. Passam a valer três bandeiras tarifárias que deverão ser aplicadas mensalmente a partir de janeiro de 2015.

No caso de bandeira verde, que sinaliza ausência de problemas de geração de energia, a tarifa se mantém no mesmo valor. Neste caso, a sinalização em verde na conta de luz indicará que não houve impacto de custo extra na compra de energia pela distribuidora em função de crises no sistema, como a redução de reservatórios de hidrelétricas, que exigem o acionamento de usinas térmicas a diesel e gás natural.

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Já a bandeira amarela, que sinaliza início de crise, o reajuste será de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts/hora (kWh) na conta do consumidor final. Na bandeira vermelha, indicativo de crise no sistema de geração, o reajuste da conta de luz será de R$ 3,00 para cada 100 kWh.

O reajuste deixará, portanto, de ser anual com base no custo acumulado da energia. A proposta constava de resolução da Aneel aprovada em 2013, mas estava em constatação por distribuidoras como a Elektro e a AES Eletropaulo.

As empresas alegaram dificuldade para adaptar seus departamentos comerciais ao novo modelo mensal. A Aneel refutou o argumento e determinou o prazo de 90 dias para as distribuidores se adaptarem para aplicar a partir de janeiro.

A agência avaliou que o modelo permitirá ao consumidor acompanhar o custo da energia do País em tempo real, podendo reduzir o consumo de acordo com o aumento recebido no mês. O reajuste será repassado no mês seguinte ao aumento no custo de geração.

A mudança no modelo de reajuste ocorreu, de acordo com a Aneel, para absorver os momentos de crise na geração, como no período de seca em que as hidrelétricas são prejudicadas e as térmicas são acionadas para suprir a demanda.

JOÃO PESSOA (PB) - As contas de energia elétrica dos paraibanos vão subir em média 21,81%. O reajuste foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira (26) para ser praticado pela Companhia de Eletricidade da Paraíba, a Energisa.

Os consumidores residenciais, chamados de baixa tensão, terão um acréscimo dos valores de 21,43%, enquanto os de alta tensão, como as grandes empresas, verão a fatura subir 22,75%. Estes são limites de reajuste que a Aneel aprovou, como um teto, mas a Energisa explicou que tem defasagens que precisam ser cobertas e, por este motivo, o percentual será utilizado por completo.

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De acordo com a Companhia, a compra de energia subiu 29,71% entre os anos de 2013 e 2014. Esse valor será repassado quase por completo nas próximas cobranças às 1,3 milhão unidades atendidas pela Companhia no estado a partir desta quinta-feira (28).

O Ministério de Minas e Energia reafirmou, em nota distribuída na tarde desta quarta-feira (6) à imprensa, que o custo do empréstimo bancário coordenado pelo governo para socorrer o setor de distribuição de energia elétrica terá impacto nas tarifas de luz de 2,6% em 2015; 5,6% em 2016; e 1,4% em 2017. Os porcentuais de aumento já haviam sido anunciados pelo secretário executivo da pasta, Márcio Zimmermann, na semana passada.

Segundo a nota, esses índices consideram o montante de R$ 17,7 bilhões da Conta-ACR, "visto que se encontra em negociação pelo Ministério da Fazenda um novo empréstimo no valor de R$ 6,5 bilhões, em condições similares às do empréstimo de R$ 11,2 bilhões".

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O Ministério destaca ainda no documento que o vencimento das concessões de geração a partir de janeiro de 2015, cuja energia será contratada sob o regime de cotas de garantia física e de potência, "irá amenizar significativamente o custo da operação de crédito contratada com um sindicato de bancos, públicos e privados". O prazo para amortização, diz a nota, é de 24 meses, com carência até outubro de 2015.

O custo financeiro do empréstimo de R$ 11,2 bilhões que 13 bancos farão à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) será fechado na semana que vem, e o superintendente da CCEE, Luiz Eduardo Barata, afirmou que o empenho da instituição e do governo Dilma Rousseff é "total" para que as taxas de juros e condições gerais sejam as melhores possíveis. Em sua primeira entrevista exclusiva após o início das negociações, Barata garantiu que as distribuidoras de energia terão o dinheiro até o dia 28 deste mês.

"Como esse custo do empréstimo será repassado, depois, para a conta de luz de todos os consumidores, há um empenho geral para que essa taxa seja reduzida ao mínimo", afirmou Barata. A operação envolverá os seguintes bancos: Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, BTG Pactual, Citibank, J.P. Morgan, HSBC, Votorantim, Credit Suisse, Bank of America, Goldman Sachs, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. "São vários bancos, de vários tamanhos, então acreditamos que a taxa de juros possa ser boa."

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Barata afirmou que há uma "força-tarefa" no governo para que tudo saia do papel até 28 de abril, quando as distribuidoras devem pagar suas obrigações referentes a fevereiro - a liquidação financeira da energia comercializada em fevereiro e o custo com combustíveis usados pelas geradoras naquele mês. O preço da energia neste ano tem sido mais alto pelo uso de combustíveis fósseis nas termoelétricas.

Esse pagamento já deveria ter sido feito, mas foi excepcionalmente prorrogado pelo governo para evitar uma crise financeira nas distribuidoras. Diante da estiagem verificada no País desde o fim do ano passado, o preço da energia no mercado livre disparou. As distribuidoras, então, ficaram com exposição involuntária às condições mais adversas, e o governo federal esquematizou uma saída para evitar tanto uma crise nas distribuidoras quanto um gasto elevado do Tesouro Nacional - assim nasceu a ideia do empréstimo bancário à CCEE.

A CCEE fechará a operação com os bancos na semana que vem, e então remeterá as condições aos seus associados em assembleia no dia 22. "A aprovação será quase unânime, tenho certeza", disse ele. Depois, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai homologar o empréstimo, e os bancos vão efetivamente depositar o dinheiro na conta das distribuidoras, que pagarão no dia 28 os custos com geradoras e a liquidação referente a fevereiro.

Fluxo

"Não vamos tomar de imediato os R$ 11,2 bilhões junto aos bancos", explicou Barata. "Esse valor representa o teto, e a cada mês vamos cruzar a exposição involuntária das distribuidoras com aquilo que já está contemplado pela tarifa, que é uma informação da Aneel, e a diferença será coberta com o dinheiro do empréstimo, que sairá mês a mês."

Segundo o superintendente da CCEE, somente após a realização do leilão de energia existente, previsto para o dia 30 de abril, é que a Aneel e a CCEE saberão se o empréstimo dos 13 bancos "será suficiente, ou acima das necessidades, ou se faltará dinheiro".

As distribuidoras estão, hoje, com uma descontratação de 3,3 mil megawatts por hora (MWh), e o objetivo do leilão emergencial é suprir as companhias com energia mais barata do que aquela que vigora no mercado livre. Há dois meses, o preço está no teto permitido para o ano, de R$ 822 por Mwh.

Segundo Barata, a sinalização de interesse dos bancos, de diferentes tamanhos, públicos e privados, em participar da operação demonstra "que o negócio foi bem feito, é robusto, e isso nos deixa muito seguros". (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

As gambiarras financeiras que o governo vem fazendo para sustentar a redução média de 20% das contas de luz anunciada em 2012 pela presidente Dilma Rousseff serão agora fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro José Jorge anunciou, na quarta-feira, 26, uma auditoria na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo setorial de onde sai a maior parte dos recursos para bancar o barateamento da luz.

Mais especificamente, serão analisados os impactos do pacote que viabilizou a redução das contas sobre a CDE. "Foi um grande trauma para todo o setor", disse Jorge, que foi ministro de Minas e Energia no governo de Fernando Henrique Cardoso. Isso porque as normas criaram muitas dúvidas nas empresas.

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O pacote previa que as empresas do setor elétrico renovariam antecipadamente suas concessões, e no processo reduziriam suas tarifas.

Nem todas as empresas aderiram a esse programa, e isso gerou um desequilíbrio financeiro no setor. Para piorar a situação, a falta de chuvas nos últimos anos tem obrigado o acionamento das usinas térmicas, cuja energia é mais cara do que a as hidrelétricas. No momento, tudo isso tem sido coberto com o dinheiro da CDE e do Tesouro Nacional.

"E os recursos são de bilhões, não tem nada de milhão", ressaltou Jorge. "Então, é necessário examinar o caso com mais detalhe, de onde sai o dinheiro e para onde vai, como isso está sendo financiado pelo Tesouro Nacional." Segundo o ministro, as pessoas são afetadas pelas medidas de duas maneiras: como consumidoras e como contribuintes.

Aporte

Há duas semanas, o governo anunciou que aportaria R$ 4 bilhões adicionais em recursos do Tesouro Nacional na CDE. Como o orçamento já previa R$ 9 bilhões, o total de recursos públicos para a conta subiu para R$ 13 bilhões. Para equilibrá-la, porém, ainda serão necessários mais R$ 8 bilhões, a serem captados no mercado financeiro. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que parte desse gasto extra irá para as contas de luz, de forma parcelada. A operação foi criticada pela agência Standard & Poor’s, ao rebaixar a nota de crédito do País.

"Vi agora que vão buscar aumentar o preço da cerveja", comentou José Jorge, referindo-se à informação que o governo, além do mais, elevará a tributação sobre bebidas para aumentar a arrecadação e, assim, poder reforçar a CDE.

Audiência

O ministro do TCU propôs uma audiência pública no dia 8 de maio, para ouvir especialistas. "É preciso esclarecer para a sociedade o que está acontecendo, do ponto de vista financeiro e operacional." A iniciativa foi elogiada pelos outros ministros, que concordaram com a necessidade de aprofundar a análise sobre o que vem ocorrendo no setor.

A audiência pública vai discutir, além dos efeitos fiscais do uso da CDE para garantir a redução da conta de luz, itens como "perda de autossuficiência do setor elétrico", o uso da CDE como um "guarda-chuva" para equacionar ou minorar problemas estruturais do setor, a falta de transparência nas fontes e destinos dos recursos da CDE e "ausência de transparência e previsibilidade da gestão do setor elétrico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na avaliação do ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana - que deixou o cargo na semana passada após 13 anos de atuação no órgão regulador -, o governo errou ao propor o modelo de renovação das concessões do setor elétrico, cuja ponta mais conhecida é o corte nas contas de luz. O anúncio da medida foi feito pela presidente Dilma Rousseff em cadeia de rádio e TV. 

Segundo Edvaldo Santana, a mudança tornou as empresas passivas e dependentes de repasses bilionários do Tesouro Nacional. "Tenho certeza de que o governo, quando fez isso, não pensou que a conta iria sobrar para o Tesouro. Se tivessem imaginado que iria dar nisso, não fariam", afirmou, em entrevista exclusiva ao Broadcast da Agência Estado. Procurado, o Ministério de Minas e Energia não comentou.

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Para manter a redução de 20% na conta de luz, a União transferiu R$ 9,6 bilhões para as distribuidoras de energia este ano. O dinheiro serviu para bancar várias despesas, principalmente com a energia gerada pelas usinas termoelétricas, acionadas por causa da escassez de chuvas, que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Esse gasto sempre foi pago pelo consumidor, mas, se tivesse sido repassado às tarifas neste ano, resultaria num reajuste de 10%. Às vésperas das eleições, o governo decidiu pagar a conta e diluir esse aumento ao longo dos próximos cinco anos.

Tudo indica que, para 2014, os aportes do Tesouro para manter o desconto na conta de luz devem atingir valores semelhantes aos deste ano. "O cenário, no que diz respeito à necessidade de repasse de recursos do Tesouro, tende a ser igual", afirmou. "Para 2014, não tem mais jeito, até porque é um ano difícil de ter mudanças profundas. Mas não acredito que alguém deixe continuar assim."

Forma

Aproveitar a renovação das concessões para reduzir a tarifa de energia era um objetivo correto, segundo Santana. O problema é a forma como isso foi feito. As discussões para a elaboração a Medida Provisória 579, que mudou o marco regulatório do setor, foram restritas a poucas pessoas, que não previram que as despesas que antes eram facilmente bancadas pela tarifa seriam muito maiores em períodos de seca.

"Não foi a Aneel quem fez o cálculo. Foram algumas pessoas da agência. Essas pessoas fizeram a conta errada, porque não tinham conhecimento para propor o que foi feito", disse Santana. "Com a centralização, agora todo o setor é dependente do governo. Isso é muito ruim."

A consequência desse erro é que hoje, segundo Santana, o País voltou ao cenário das décadas de 1970 e 1980, quando a tarifa de energia era baixa, mas a remuneração das empresas era garantida. Como a tarifa não cobria as despesas das empresas, em 1993 o Tesouro teve de aportar US$ 27 bilhões para salvar as companhias do setor.

Santana diz lamentar que as discussões no governo hoje estejam centradas em diminuir o tamanho dos aportes do Tesouro ao setor, e não em acabar com essa injeção de recursos. Na avaliação dele, há duas formas para resolver o problema.

Uma delas é descentralizar os leilões de geração de energia, hoje feitos pela Aneel e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No modelo atual, o governo organiza o leilão ao reunir geradores e distribuidoras na disputa, equilibrando oferta e demanda.

Mas, segundo Santana, a presença do governo nos leilões foi prejudicial, porque a União passou a ficar com a responsabilidade por qualquer problema que surgisse no processo.

A outra saída, mais radical, seria retirar as distribuidoras do processo de compra e venda de energia. Nesse modelo, que existe nos Estados Unidos e na Europa, o próprio consumidor escolhe o gerador que vai fornecer energia para a sua casa e a empresa assume os riscos do negócio. A distribuidora é responsável apenas pelo fio que leva a energia até as residências.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas da União identificou um novo erro na cobrança de conta de luz dos brasileiros. O órgão considerou ilegal uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que autorizou as distribuidoras a trocar contratos de energia mais barata por energia mais cara, o que elevou o índice de reajuste tarifário de maneira artificial.

O valor cobrado a mais dos consumidores corresponde a cerca de R$ 5,6 milhões e compreende o período entre julho de 2011 e julho de 2012. Na prática, as distribuidoras rompiam contratos mais baratos de energia, como de hidrelétricas, antes do vencimento. No lugar deles, efetuavam compras em leilões para fornecimento de energia em contratos de curto prazo de fontes mais caras, como termoelétrica e eólica. A manobra tornava justificado um aumento mais forte na correção anual.

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Seis companhias estão envolvidas na falha - Ampla Energia e Serviços (Ampla), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia Paulista Força e Luz (CPFL Paulista), Distribuidora Gaúcha de Energia (AES Sul), Rio Grande Energia (RGE) e Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).

De acordo com a decisão do TCU, a Aneel tem 90 dias para fazer um levantamento em todas as companhias do País e averiguar se o problema pode ser maior. O documento, entretanto, não define quais as providências devam ser tomadas após o prazo e se o valor cobrado a mais deverá ser devolvido ao consumidor.

No ano passado, foi identificada outra cobrança indevida, no valor de R$ 7 bilhões. Em dezembro, o TCU decidiu que não tem competência para julgar o processo que pedia o ressarcimento do valor aos consumidores.

No começo do ano, o governo estimou que a contribuição do Tesouro Nacional para a redução da conta de luz seria de R$ 8,5 bilhões. Os meses se passaram, contratempos surgiram e a parcela do Tesouro só faz crescer. Segundo estimativa da PSR, consultoria de Mário Veiga, um dos maiores especialistas em energia do Brasil, a contribuição do Tesouro pode superar a casa dos R$ 17 bilhões neste ano.

Detalhes sobre essa conta estão em relatório reservado a clientes da PSR do mês de julho, que recebeu o sugestivo título de "Tudo que você sempre quis saber sobre risco na política operativa - mas tinha aversão a perguntar." O que atropelou o cálculo inicial foi o fato de o governo não levar em consideração o peso de dois custos adicionais que recairiam sobre o caixa das distribuidoras. Essa despesa extra deve totalizar aproximadamente R$ 8,6 bilhões até o fim do ano. "Houve falta de planejamento, pois era previsível que as distribuidoras teriam os custos pressionados neste ano", diz Priscila Lino, diretora da PSR.

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O primeiro custo que não foi considerado é bem conhecido: o custo das térmicas, que tiveram de ficar ligadas mais tempo que o normal. O segundo custo é atípico: as distribuidoras estão comprando grandes quantidades de energia no mercado à vista, onde o preço oscila de acordo com a oferta e a demanda. Como os reservatórios passaram a maior parte do ano com pouca água e as térmicas ficaram ligadas, o preço da energia à vista foi às alturas. Em janeiro, na média, o megawatt-hora chegou a R$ 414, valor próximo ao das vésperas do racionamento de 2001. Priscila diz que o segundo custo foi criado por uma manobra do próprio governo.

Armadilha

Por uma questão de segurança energética, há uma regra que obriga as distribuidoras a manter contratos firmes de compra de energia com os geradores para garantir a maior parte do abastecimento. Regularmente, elas fazem a previsão do consumo, informam ao governo, que, por sua vez, faz leilões para garantir a energia. No ano passado, porém, o governo deu como certo que todos os geradores cujas concessões estavam vencendo iriam aderir a programa de renovação (inundando o mercado com energia barata) e não fez o leilão para que as distribuidoras fechassem novos contratos com os geradores. No jargão do setor, elas ficaram a "descoberto", à espera desse pacote de energia mais em conta.

Como Cemig, Cesp e Copel não aderiram ao programa de renovação de concessões, faltou parte da energia e as distribuidoras foram obrigadas a pagar caro para garantir a luz dos consumidores. No mercado, estima-se que exista um buraco de 2 mil megawatts a descoberto. Os dois custos - o das térmicas e o da compra de energia a vista - seriam tão altos que poderiam quebrar algumas distribuidoras. Para contornar o enrosco, o Tesouro foi escalado.

Dos quase R$ 9 bilhões que o Tesouro vai desembolsar para resolver os dois problemas, R$ 7,1 bilhões foram gastos até agora. Numa estimativa conservadora, mais R$ 1,5 bilhão pode ser repassado às distribuidoras até o fim do ano - exigindo que o Tesouro emita mais dívida. "A expectativa é de que o Tesouro faça emissões à medida que os gastos forem surgindo", diz Priscila. O pior é que, ao fim, quem vai pagar tudo são os contribuintes. "Tudo foi feito para reduzir as tarifas, mas na prática estão postergando a conta", diz Priscila. Dos R$ 17,1 bilhões, R$ 8,6 bilhões serão pagos pelo consumidores na conta de luz, em até cinco prestações, a partir do ano que vem. Os outros R$ 8,5 bilhões serão cobertos com dinheiro público proveniente de impostos pagos pelos contribuintes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, se comprometeu na manhã desta quarta-feira (7), em manter a redução da conta de luz. A afirmação do representante do governo federal foi proferida durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara, presidida pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE).

Lobão foi questionado em relação a especulações de investidores de que o Governo Federal poderia voltar atrás em relação à redução de 20% na conta de luz. Ele negou aos boatos e considerou de má-fé as especulações. “Nós não retrocederemos. Esta é uma especulação de má-fé. Esse desconto (de 20%) é “inamovível” e é definitivo”, ressaltou Lobão.

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Depois do anúncio de Lobão, Eduardo da Fonte comemorou. “A redução de 20% foi uma conquista do povo brasileiro. Foi fruto de muita discussão aqui na Câmara. Essa redução atinge o orçamento familiar de milhões de brasileiros”, destacou o progressista.  

Durante a reunião, que contou com a presença do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ministro também sinalizou que a presidente Dilma irá retirar o pedido de urgência de votação do novo Código de Mineração na Câmara dos Deputados. 

Confira trechos da audiência no vídeo abaixo:

 

Para fechar o buraco nos dois principais fundos do setor elétrico sem impactar imediatamente as contas públicas, o governo pode adotar mais uma manobra financeira que vai pesar na contabilidade de bancos públicos. A engenharia contábil prevê o uso de empréstimos da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos fundos, que não possuem receita suficiente para pagar estes aportes. Dessa forma, o governo espera adiar para os próximos anos o custo da operação.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a ideia é injetar empréstimos de um ou dos dois bancos públicos na Reserva Global de Reversão (RGR) e na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Mais à frente, o débito seria quitado pelo Tesouro Nacional, que venderia papéis da dívida no mercado para levantar dinheiro e repassar aos fundos. O governo espera, assim, evitar um aumento na dívida líquida do País.

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O esforço do governo para montar a operação começou depois da revelação, pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que as contas iniciais deram errado e foi preciso gastar mais do que o previsto para bancar o desconto de 20% nas tarifas de energia residencial, uma das bandeiras de Dilma Rousseff e trunfo eleitoral para 2014. Na prática, sobrou para o contribuinte uma conta bilionária.

Sem dinheiro

Com o cofre praticamente zerado, a CDE já é sustentada pelo Tesouro e, em última análise, pelo contribuinte. Em junho, o aporte foi de R$ 1,455 bilhão. A RGR também deve precisar de recursos federais em agosto. Os dois fundos continuam com despesas bilionárias para arcar.

A RGR, por exemplo, é usada para pagar as indenizações às empresas que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões, anunciado por Dilma no ano passado - despesa que soma pelo menos R$ 10 bilhões até 2017. Já a CDE financia programas sociais, como o Luz para Todos, e também o gasto com usinas térmicas, acionadas em situações extremas, como foi preciso de outubro a julho, por causa da escassez de chuvas.

Permissão legal

Diante da necessidade de repasses mensais do Tesouro para cobrir tanto a RGR quanto a CDE, o governo avalia usar um dispositivo da Lei 12.783/2013, criada por Dilma no ano passado, que permite aos dois fundos "contratar operações de crédito, com o objetivo de cobrir eventuais necessidades de indenização aos concessionários de energia elétrica".

A saída é considerada heterodoxa por fontes graduadas da própria equipe econômica. Por outro lado, os defensores desta medida apontam que ela não constituiria mais uma "manobra contábil" do Tesouro, uma vez que o governo realizará o pagamento do empréstimo com despesas primárias.

Vantagem. O benefício desta alternativa seria o de adiar este gasto. Em vez de continuar com os repasses mensais aos fundos, que passariam a ter o crédito bancário como fonte de recursos, o Tesouro só voltaria a realizar aportes após um período de carência.

O martelo não está batido. Os críticos dessa medida apontam que, embora ela seja legal, seria mais uma mancha na reputação do Tesouro, duramente abalada por causa das diversas manobras contábeis realizadas no fim do ano passado para cumprir a meta fiscal. "Se a despesa será do Tesouro do mesmo jeito, que seja feita de uma vez, sem subterfúgios", disse uma fonte do governo.

Como as obrigações da CDE aumentaram de forma imprevista, o governo usou o caixa da RGR para cobrir o rombo, e, assim, criou outro. Somente em maio, R$ 3,65 bilhões saíram da RGR para a CDE. Outros R$ 1,341 bilhão foram transferidos em junho. Essa operação também foi revelada pelo Estado na semana passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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