A Energisa apresentou as condições de sua proposta para aquisição e recuperação do Grupo Rede. Os termos revelados pelo Goldman Sachs, assessor financeiro da Energisa nesse processo, são válidos exclusivamente para esta quarta-feira, 3, conforme destacado pelos representantes da companhia.
A proposta, que ainda deverá ser avaliada pelos credores do Rede, está estimada em R$ 1,95 bilhão, dos quais R$ 850 milhões a serem destinados aos credores com garantia real e R$ 1,1 bilhão aos credores quirografários. Esse valor não inclui o montante previsto no Plano Aneel, estimado pela Energisa em um valor adicional de R$ 1,1 bilhão.
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A cada grupo de credores foram apresentadas três alternativas. No caso dos credores com garantia real, há uma oferta de pagamento do valor proposto em parcela única, a ser liquidada em um prazo de 22 anos. O montante será corrigido anualmente por uma variação da taxa de referência (TR) mais 2%. A segunda opção também prevê o pagamento em parcela única em um total de 22 anos, mas com correção de TR mais 4%. A diferença, nesse caso, é explicada porque, na segunda opção, a Energisa vincula as condições ao ingresso de "dinheiro novo" dos próprios credores na empresa. O valor do aporte deve respeitar a relação de 90% sobre o valor devido ao credor.
A terceira opção prevê o pagamento à vista, mas com desconto de 75% sobre o valor devido - a proposta anterior, de CPFL/Equatorial, apontava um desconto de 85%.
Para os credores quirografários, a opção A prevê o pagamento sem desconto dentro de 22 anos, com juros de 1%. A opção B também prevê que os credores aportem "dinheiro novo" na empresa, na proporção de 90% de crédito, com correção anual de IPCA mais 1% e pagamento dentro de 22 anos. Na terceira opção, o pagamento seria feito em até 30 dias após a homologação da decisão, com desconto de 75% sobre o valor total.
A conclusão dos representantes da Energisa é de que a proposta feita pelo grupo traz um valor presente líquido (VPL) superior à oferta de CPFL/Equatorial em um total entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões.
Credores
Após a apresentação da proposta da Energisa, o representante do consórcio CPFL/Equatorial na assembleia alertou que a oferta da Energisa prevê que os próprios credores do Rede precisarão aportar R$ 630 milhões na companhia. O prazo para a decisão é de até 60 dias. "Se um credor não fizer (o aporte), não há plano", destacou o advogado Eduardo Munhoz, que representa CPFL/Equatorial.
Munhoz também ponderou que os credores devem "analisar a coerência, a credibilidade e a seriedade do trabalho" de CPFL/Equatorial ao longo do último ano juntamente com os controladores do Grupo Rede.