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Apesar da chuva desta semana e a previsão de novas fortes ocorrências pela Agência Pernambuco de Águas e Clima (Apac), a Zona da Mata do estado vem apresentando duas realidades bem opostas neste quesito. A situação é verificada há meses e tem impactando na economia canavieira. Dentro da região, tem área com farto volume de chuva e outras com seca. O agricultor tem sentido a desigual distribuição pluviométrica ainda mais acentuada no período.

Não por acaso, os canaviais têm se desenvolvido bastante na Mata Sul, enquanto grande parte está morrendo por déficit hídrico em várias cidades ao norte, como Carpina e circunvizinhas. Não tem chovido quase nada. No PCD da Apac em Carpina, por exemplo, só registrou 1,4 mm neste mês. Em Lagoa de Itaenga, o cenário é desolador.

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“Já perdi cerca de 50% da minha produção. Não adianta chover mais daqui até setembro, quando começará a moagem, porque a cana morreu literalmente. Não brotou nem mesmo a cana que plantei para esta safra. Está morrendo até a que plantei na safra anterior, com apenas um corte”, desabafa Felipe Neri, fornecedor de cana em Lagoa de Itaenga, região que tem sido considerada o epicentro da seca. A planta da cana dura um ciclo de vida de até seis safras a depender dos tratos culturais e da chuva.

Para o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana do Estado (AFCP), Alexandre Andrade Lima, a situação já é generalizada em toda a Mata Norte, tendo cidades mais afetadas que outras. Em Condado e em Glória do Goitá só choveu 1 mm e 2,2 mm este mês respectivamente, de acordo com o registro da Apac. Além dessas cidades e Lagoa de Itaenga, os canaviais mais afetados estão em Nazaré da Mata, Paudalho, Feira Nova, Buenos Aires e ainda em uma parte de Aliança e outra de Vicência.

Apesar dessa característica desigual da chuva na Zona da Mata, o que pode encobrir o problema da seca para quem é de outra região do estado, Andrade Lima garante que o impacto da estiagem nos canaviais desses municípios já é significativo. “Além da elevada mortandade dos pés de cana, sendo preocupante para economia desses locais, aquelas lavouras que sobreviverem terão uma redução do nível de produtividade, mesmo se houver um bom nível pluviométrico daqui por diante" explica o dirigente. 

*Da assessoria

O encerramento da safra de cana de açúcar 2014-2015 trouxe um dado positivo para todos os moradores do litoral e das Zonas da Mata Norte e Sul do Estado.  A campanha de prevenção a incêndios sob linhas de transmissão de energia, levada desde 2010 a municípios da região pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), conseguiu reduzir em 93% o número de interrupções de energia provocadas pelas queimadas, tendo registrado na última safra apenas uma ocorrência.

A Celpe desenvolve essas ações para reduzir as queimadas não controladas sob as linhas de transmissão, agregando um maior número de parceiros e buscando a melhoria contínua das atividades desenvolvidas” explica o gestor da Unidade de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caires, que anunciou a continuidade da ação. “Chegamos a um bom resultado e entendemos que é um objetivo a ser perseguido continuamente”, enfatizou.

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A campanha inclui orientações em rádios, ações educativas nas praças públicas e escolas, além de ações direcionadas aos produtores rurais e fornecedores (visitas técnicas), aos professores, agentes de saúde, lideranças comunitárias (oficinas de sensibilização) e a população residente nos vilarejos, distritos e municípios próximos às áreas de cultivo de cana de açúcar (palestras comunitárias).

A ação é promovida em parceria com o IBAMA, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e outras instituições.

Com informações de assessoria

 

JOÃO PESSOA (PB) - Mais de 15 mil pessoas ficaram sem energia elétrica no último sábado (15), na Paraíba, segundo informou o Grupo Energisa. O problema foi provocado pelas queimadas em canaviais da área.

Foram duas interrupções no fornecimento, com o fogo danificando a linha de transmissão da subestação Goianinha/Caaporã. As cidades de Caaporã, Acaú e Pitimbú, além de toda a zona rural, precisaram ficar sem energia por cerca de meia hora. 

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A colheita vem acontecendo desde o mês de agosto e isto já gerou seis ocorrências registradas. Nos últimos quatro anos a média de ocorrências gira em torno de 20 vezes anuais, de acordo com informações do gerente do Departamento de Manutenção da Transmissão da Energisa, Tércius Cassius Melo de Morais.

O Decreto 24.419, de setembro de 2003, proíbe o uso de fogo em áreas próximas à rede elétrica, numa faixa de segurança de 15 metros da rede elétrica. “Quando esse limite não é respeitado, o calor afeta a composição do ar, provocando curtos circuitos entre os condutores e até mesmo entre os condutores e os postes”, explicou Tércius.

Ele ainda salientou que a Energisa tem realizado palestras educativas nas comunidades próximas às plantações, campanhas publicitárias em jornais e rádios e reuniões com representantes de usinas e dos plantadores de cana de açúcar, além denunciar o descumprimento do Decreto junto à Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA).

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