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Em nova atualização, o diretor-presidente da Enel, Nicola Cotugno, disse que o número de consumidores sem energia elétrica após as chuvas desta quarta-feira, 15, chegou a 34 mil unidades, ante uma estimativa anterior de 60 mil. Os números foram repassados durante depoimento do executivo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Ao todo, o temporal da última tarde deixou ao menos 290 mil unidades sem energia em São Paulo.

Segundo Cotugno, a empresa aumentou o número de equipes técnicas nas ruas para normalizar o atendimento ainda esta tarde. Durante depoimento à CPI, o executivo foi questionado pelos deputados se a redução no quadro de funcionários teria impacto sobre a qualidade dos serviços.

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Contudo, de acordo com ele, a Enel apenas reviu a quantidade de trabalhadores internos, aumentando a quantidade de terceirizados, e disse que a empresa vem investindo em tecnologia para melhorar a qualidade. "É uma força de trabalho ótima, investimos em tecnologia como todas as empresas fazem para dar um resultado maior e melhor", afirmou.

O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), apagou a luz durante reunião com diretores da Enel, nesta terça-feira (7), em protesto pela falta de energia elétrica que atinge a Grande São Paulo desde sexta-feira (3), após tempestade.

Durante o encontro com a diretoria da concessionária, Santos se levantou e apagou a luz. "Imagina chegar na sua casa e está tudo escuro. Você procura a luz, procura energia e não acha", disse o prefeito no vídeo. Em resposta ao chefe do Poder Executivo de Embu das Artes, a Enel prometeu envio de 51 equipes de média complexidade e 13 equipes de alta complexidade.

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De acordo com o prefeito, são 6 mil pontos que precisam do retorno da energia elétrica na cidade. Caso o problema não seja resolvido, Ney Santos disse que contratará ônibus com recurso próprio e levará munícipes para protestar na sede da Enel, na capital paulista.

"Estamos com bairros desde sexta sem energia. A população começou a protestar e fechou a (Rodovia) Régis Bittencourt ontem e hoje (segunda e terça). Agora pouco tentaram incendiar um caminhão da Enel. Temos região de mata, rural, se eles não estiverem com a Prefeitura, eles não conseguem executar o serviço porque tem muita árvore nos fios. Então eles ficam prometendo para gente o retorno da luz e não volta", disse Ney Santos ao Estadão.

A Câmara de Vereadores de Embu das Artes abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Enel. Na capital paulista, uma CPI também será instalada. Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputados apuram desde maio serviços prestados pela concessionária.

Em nota divulgada nesta terça, a Enel informou que suas equipes seguem atuando para concluir o restabelecimento da energia. "A Enel colocou quase 3 mil profissionais nas ruas que seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo", disse a companhia. A previsão era que o serviço fosse totalmente restabelecido até a noite desta terça - mas não foi cumprida.

O comércio na região metropolitana de São Paulo pode ter deixado de arrecadar até R$ 126 milhões devido à falta de energia desde a última sexta-feira (3), quando uma tempestade atingiu a região, estimou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Até a manhã desta terça-feira (7), 200 mil imóveis ainda estavam sem energia.

A estimativa é baseada no volume movimentado diariamente na Grande São Paulo. Na avaliação do economista da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa, o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras imediatas e por impulso dos consumidores, resultado das restrições no fluxo de clientes.

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No total, foram 2,1 mil imóveis afetados pela falta de energia desde a tempestade, informou a concessionária Enel. 

Segundo a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), , até a manhã de ontem (6), 15% dos estabelecimentos afetados ainda estavam sem energia na capital. Em 23,4% dos estabelecimentos do setor, a Enel demorou mais de 24 horas para restabelecer a energia, e 46,8% dos responsáveis alegam que tiveram prejuízos de leves a moderados por causa da falta de luz. 

Quase metade (49%) dos estabelecimentos considerou insatisfatória a resposta da Enel sobre o restabelecimento da energia no estado.

Após mais de 53 horas sem energia elétrica devido ao temporal que atingiu São Paulo na tarde da última sexta-feira (3), moradores da zona sul da capital paulista comemoraram nas redes sociais a retomada do serviço na noite de domingo (5). Nos vídeos, é possível ouvir as pessoas comemorando com gritos, panelaços e buzinas.

"Final de Copa do Mundo? Não, é só a energia elétrica de volta ao bairro 53h13 depois! Surreal! O martírio acabou, pelo menos por aqui!", publicou o jornalista Tiago Scheuer em suas redes sociais, notando que a retomada do serviço ainda não foi garantida em toda a capital. "Mas ainda há muitos imóveis às escuras depois do temporal da última sexta, 3/11, em SP".

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Nos comentários, moradores de outros bairros de São Paulo frisaram que ainda continuam sem energia elétrica, mais de 55 horas após a tempestade. "Desde as 16h20 de sexta-feira, só nosso prédio... Lamentável! Coisas da geladeira todas estragando, cheirando mal... prejuízo!", reclamou uma usuária.

Segundo a Enel Distribuição São Paulo, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, as regiões mais afetadas pelo apagão foram as zonas sul e oeste. A previsão dada pela companhia é de que o serviço seja totalmente restabelecido apenas na terça-feira (7).

Às 22h de domingo, o prefeito Ricardo Nunes publicou em suas redes alguns vídeos em que acompanha o trabalho da Enel na Vila Clementino e na Vila Mariana, na zona sul da capital. "Situação muito difícil. Nossa equipe toda (está) na rua cobrando a Enel para restabelecer a cidade", diz nas imagens.

"Não dá para os nossos colaboradores virem e fazer a remoção de uma árvore dessas quando ela está perto do fio porque isso colocaria os nossos colaboradores em risco", explica.

Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram impactados desde a última sexta-feira. Cerca de 413 mil ainda estão sem luz na cidade, conforme atualização feita no domingo. Procurada na manhã desta segunda-feira, 6, a Enel ainda não se posicionou.

Para falar com a Enel

O consumidor pode entrar em contato com a Central de Relacionamento da Enel São Paulo pelo 0800 72 72 120. Também pode falar com a central de emergência pelo 0800 72 72 196. Para deficientes auditivos, o telefone é o 0800 77 28 626. Salve também a "Elena" nos contatos (21 99601-9608), assim é possível conseguir realizar serviços. Ela consegue ajudar a registrar falta de luz, solicitar segunda via, consultar débitos, solicitar ressarcimento e também tirar dúvidas sobre outros serviços.

Ouvidoria da Enel

Este é um canal de relacionamento para solucionar ou responder reclamações que a pessoa ainda não conseguiu resolver pelos outros canais de atendimento.

Por teleatendimento: 0800 72 73 110 (atendimento em dias úteis, das 8 horas às 18 horas).

Por carta: enviar em envelope fechado mencionando "Ouvidoria" para o endereço: Avenida das Nações Unidas, 14401, Conjunto 1 ao 4, Torre B1, 17º andar, Vila Gertrudes, São Paulo-SP, CEP: 04794-00.

A falta de energia elétrica em partes da cidade de São Paulo já dura mais de 40 horas, e o prazo para o reestabelecimento completo é longo: até terça-feira (7). Segundo a Enel, responsável pelo serviço na capital paulista, cerca de 1 milhão de clientes seguem sem luz, principalmente nas zonas sul e oeste, em função dos estragos causados pelas fortes chuvas. Nesse cenário, as famílias enfrentam diversos transtornos, prejuízos e dúvidas, como o que fazer com os alimentos da geladeira?

O descongelamento inesperado dos itens pode levar não apenas ao desperdício, como também a malefícios à saúde devido a contaminações provocadas pela proliferação de micro-organismos em temperatura ambiente.

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Segundo o Ministério da Saúde, temperaturas entre 5ºC e 60ºC permitem a proliferação de patógenos - abaixo disso, os microorganismos ficam inativos. Já em temperaturas superiores, eles são eliminados com o calor. Abaixo, leia algumas dicas para manter a temperatura da geladeira enquando não há fornecimento de energia elétrica.

Evite abrir

Abrir a geladeira força a perda de temperatura. Portanto, a dica aqui é simples: evite o abre e fecha e tente manter a caixa vedada o maior tempo possível.

O Ministério da Saúde afirma que, com portas fechadas, a temperatura pode ser conservada por até 4 horas na geladeira e até 24 horas no congelador.

Compre blocos de gelo

Para ajudar na conservação da temperatura, uma recomendação do ministério é comprar blocos de gelo. Outra possibilidade é recorrer a isopor e coolers para armazenar os alimentos.

Nesse caso, atente-se para evitar que os blocos de gelo derretam. Prepare-se para repor, se necessário.

"Vale lembrar que, se algum alimento esteve por mais de 2 horas exposto a temperatura acima de 5°C, este deve ser jogado fora", diz o Ministério da Saúde.

Descarte alimentos estragados

Aqui, a regra também é clara: jogue fora todo e qualquer alimento perecível (carne, frango, peixe e ovo) que possa ter ficado mais de duas horas a uma temperatura acima de 5ºC.

Tampouco se deixe levar pelo aspecto ou cheiro dos alimentos - não ter "cara" de mofado não significa que está apto para o consumo.

Capriche no cozimento

Se for consumir algum alimento ou marmita que estava na geladeira durante a falta de energia, atente-se para a exposição de até duas horas em temperatura ambiente - mais que isso, o descarte deve ser feito. Do contrário, o consumo está liberado.

Quando for esquentar o prato, lembre-se de fazê-lo no fogão e caprichar bem no calor, que ajuda a matar os micro-organismos. O microoondas não é o meio mais adequado, visto que o cozimento não é uniforme.

Com o apagão que impactou 2,1 milhões de moradores por conta das fortes chuvas que atingiram a capital paulista nesta sexta-feira (3), consumidores podem pedir indenizações caso tenham tido algum prejuízo com a falta de energia.

Cerca de um milhão de endereços ainda estão sem luz na cidade de São Paulo. A previsão é que o serviço seja totalmente restabelecido até terça-feira (7). Segundo a Enel Distribuição SP, as regiões mais afetadas foram as zonas sul e oeste, embora também foram feitos relatos de falta de energia nas zonas leste e norte da capital.

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A Enel SP afirma que já normalizou o serviço para cerca de 1 milhão de endereços. "A companhia está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais", disse a Enel na manhã deste domingo (5).

Enel pode fazer ressarcimento de prejuízos por apagão

Com a falta repentina de energia elétrica, aparelhos eletrônicos ou eletrodomésticos estão propensos a serem danificados. Além disso, alimentos conservados nas geladeiras podem ser desperdiçados. A solução para os moradores pode ser uma queixa no call center, nas lojas de atendimento ou no site da Enel.

Pessoas físicas devem estar munidas com CPF, RG ou qualquer outro documento com foto. Já pessoas jurídicas precisam estar com o contrato social ou último aditivo, CNPJ, CPF e RG do sócio. Já representantes legais devem ter uma procuração com firma reconhecida em cartório. É importante também ter provas robustas de que os aparelhos foram danificados por conta do apagão.

Em casos de prejuízos em condomínios, é preciso ter no momento da queixa com documentos de identificação, convenção do condomínio e a ata de nomeação do síndico. As denúncias devem ser feitas em até 90 dias após o problema na rede de energia.

Os servidores da Enel irão fazer uma verificação no aparelho eletrônico ou eletrodoméstico em até 15 dias corridos após a abertura da queixa. Em casos de geladeiras que tenham alimentos perecíveis, o prazo é de um dia útil.

O prazo para uma resposta da Enel é de até 15 dias corridos. Caso seja constatado que o consumidor foi prejudicado pela falta de energia, a distribuidora irá realizar um ressarcimento na conta do dono do aparelho danificado. Caso a empresa se recuse a arcar com o prejuízo, a solução pode ser a abertura de uma reclamação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ou na plataforma consumidor.gov.br.

Como abrir uma reclamação na Aneel e no consumidor.gov.br?

Para abrir uma reclamação na Aneel, os moradores podem utilizar o assistente virtual no site da Agência e preencher um formulário detalhando a queixa. Os consumidores também podem utilizar o aplicativo Aneel Consumidor (disponível para Android e iOS) e os telefones 167 e 0800-727-0167 (com atendimentos de segunda à sábado, das 6h20 à meia noite).

Já para utilizar o consumidor.gov.br, é preciso se cadastrar no Portal Gov.br, e registrar uma reclamação sobre a atuação da empresa de energia. Durante o registro da reclamação, é necessário informar dados pessoais e indicar qual a empresa de energia que se deseja reclamar.

Consumidores podem procurar a Justiça e o Procon

Outras soluções em casos de uma não resolução com a Enel SP é procurar o Poder Judiciário. Em casos de prejuízos menores que 20 salários mínimos, deve ser aberta uma ação no Juizado Especial Cível. Para valores superiores, é necessário buscar a Justiça comum.

Os moradores também podem ser procurar a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). As reclamações podem ser feitas no Canal Eletrônico do Procon ou no número de telefone 151. As demandas dos moradores são respondidas entre cinco dias úteis e as queixas são registradas em até 15 dias úteis.

Especialista diz que é importante que consumidores tenham provas do prejuízo

De acordo com Jonas Sales, advogado e diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BRASILCON), em casos de apagão, os consumidores não precisam comprovar que não são os culpados pelo prejuízo, mas precisam deixar claro quais foram os danos por meio de provas.

"Ele tem que mostrar que a minha televisão não está funcionando ou que a sua geladeira até a quinta-feira funcionava. Então, uma foto, um registro e até mesmo uma testemunha. Alguma forma de provar minimamente que ele foi prejudicado é importante', explica.

Em caso de uma não resposta da Enel, Sales recomenda que os moradores procurem o Juizado Especial Cível. "Eles não teriam gastos, a priori, com advogados. Eles podem ir sozinhos e registrar a queixa a partir de um formulário mostrando os danos", afirma o advogado.

O apagão de energia elétrica em São Paulo, que atinge parte dos bairros da cidade e se estende há mais de 24 horas, principalmente em endereços das zonas sul e oeste, tem feito comerciantes se desdobrarem para evitar mais prejuízos. Na Vila Andrade, na zona sul, estabelecimentos têm recorrido a geradores de energia elétrica e usado até velas na cozinha diante da situação.

Cerca de 1 milhão de endereços estão sem luz na cidade. Há relatos de imóveis no Morumbi, City América, Paraíso e Vila Romana que estão sem luz desde as 16h de sexta-feira, 3, quando fortes chuvas atingiram a cidade. Campo Belo e Butantã também se queixam de falta de luz. A Enel anunciou que o fornecimento de energia será majoritariamente restabelecido até terça-feira, 7.

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"Estamos com vela na cozinha, as bebidas estão à base de gelo", afirma Joyce Sanches, proprietária de um restaurante na região da Vila Andrade. Ela afirma que o estabelecimento está sem luz desde às 16h desta sexta, já há mais de 24 horas. O movimento de clientes, diz ela, caiu cerca de 70% desde então.

Além do prejuízo, ela relata que a situação também tem gerado insegurança aos comércios. "Não consigo fechar porque minha porta é elétrica. Não tenho a corrente (elétrica) para baixá-la", diz. "Um dos meus funcionários teve de dormir aqui, ficou até de manhã. Enquanto não tiver luz, não consigo fechar."

Comerciantes afirmam que as quedas de energia são frequentes na região. "Mesmo quando não chove, só de ventar a luz acaba", disse Ana Paula Ávila, proprietária de um buffet na Rua Dr. Fonseca Brasil. A recorrência é tanta que o espaço adquiriu um gerador de energia elétrica, de cerca de R$ 60 mil, para evitar mais prejuízos.

A rotina, com ele, fica um pouco mais trabalhosa. "Estou tendo de sair toda hora para buscar diesel, os postos da região não têm mais combustível, porque as bombas não estão puxando", disse. Ana afirma que, por causa dessa limitação, tem se deslocado até a região da Chácara Santa Antônio.

O equipamento gasta cerca de R$ 150 por hora. Ainda assim, o gerador de energia é o que tem ajudado o buffet a manter os compromissos com os clientes, mesmo diante do apagão que já dura mais de 24 horas. "Hoje a gente tem dois aniversários infantis, de 5 e 6 anos, e ambos vão ter que ser feitos com o gerador", disse Ana.

Para Carlos Adriano de Carvalho, que trabalha em um estacionamento na região, um outro ponto é que o apagão impactou nos sinais telefônicos. "A gente está sem poder trabalhar. Porque trabalha com cartão, Pix... E aqui está sem sinal nenhum de internet", disse.

Como mostrou o Estadão, a Enel anunciou neste sábado, 4, que o fornecimento de energia em São Paulo será majoritariamente restabelecido até terça. A concessionária não descarta que alguns problemas pontuais permaneçam após a terça-feira.

Segundo Vincenzo Ruotolo, diretor responsável pela execução do serviço em São Paulo, cerca de 1,5 milhão de clientes seguem sem energia nos 24 municípios atendidos pela Enel, enquanto o serviço foi restabelecido em 550 mil endereços. São realizados trabalhos de reparo e reconstrução da rede.

As fortes chuvas deixaram ao menos seis pessoas mortas no Estado. Mais de 40 municípios, incluindo a capital paulista, tiveram ocorrências por queda de árvores. Foram mais de 2 mil chamados para ocorrências de acordo com as defesas civis e o Corpo de Bombeiros em todo o Estado.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) destacou que os ventos superiores a 100 km/h chegaram à maior velocidade já registrada pelo Centro de Gerenciamento da Metrópole (CGE), desde 1995, quando esses dados começaram a ser computados. "Foi uma situação excepcional. Muito fora do contexto."

Segundo ele, foram abertos 618 chamados na Prefeitura por problemas na iluminação pública, dos quais 513 foram resolvidos. No caso de semáforos, 247 seguem com falta de energia, 20 tiveram problemas nos equipamentos e 284 foram restabelecidos.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou que uma abertura de linha de 600 milissegundos, ou seja, uma interrupção na transmissão não compensada, foi a causa do apagão do último dia 15. "Percebemos, logo no dia subsequente, onde tudo tinha começado. Foi uma abertura de linha. Conseguimos identificar uma grande perturbação, uma grande ação de abertura de linhas no tempo de 600 milissegundos, um tempo que não é humano, um tempo de circuitos elétricos e eletrônicos", disse.

Ciocchi falou nesta terça-feira, 29, em audiência pública conjunta nas comissões de Minas e Energia e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

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Segundo o diretor, o diagnóstico está detalhado em um relatório de análise de perturbação (RAP), que definiu como "mergulho técnico e profundo" na engenharia do sistema elétrico do País.

Conforme ele, após a interrupção, várias linhas "abriram" na sequência em todo o território. De acordo com o chefe do ONS, o fenômeno foi reconstituído em laboratório, com dados de um aparelho que injeta energia na rede quando há algum problema. Segundo ele, esse aparelho apresentou características diferentes do que era necessário. "O tempo que demorou para (o aparelho) entrar em ação, que deveria ser de 20 milissegundos, foi maior. Estava na casa de 50, 80 milissegundos", afirmou.

Ele emendou que a "pista" foi discutida com engenheiros do setor e, ao que tudo indica, foi a causa de uma "série de outros pequenos eventos" que levaram à desconexão.

O chefe do ONS reiterou que o episódio foi inusitado porque não havia nenhuma situação no sistema que chamasse atenção. "Não houve explosão de um grande transformador, a parada de usinas, nem a saída de uma linha de transmissão", disse.

Grande proporção

Apesar de ter caracterizado o evento como "inusitado", Ciocchi reconheceu que o apagão foi de "grande proporção". "Foi um evento que cortou 34% da carga do Brasil, um terço do total, naquele momento", disse.

O apagão registrado no dia 15 de agosto deixou consumidores de 25 Estados e do Distrito Federal sem energia elétrica. Mais de 22 mil megawatts (MW) foram interrompidos. Apenas Roraima, que não está conectado ao sistema, não foi atingido.

Na ocasião, houve problema em uma linha de transmissão da Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Ceará. Autoridades do setor elétrico avaliam que essa ocorrência não seria suficiente para o incidente de grande dimensão daquela manhã.

Nesta terça, Ciocchi reafirmou o entendimento. "Esse desligamento não foi a causa do fenômeno. O sistema brasileiro tem redundância e a capacidade de resistir a uma perda simples dessa natureza", disse.

De acordo com ONS, avaliações preliminares mais aprofundadas sobre os fatos subsequentes ao desligamento da linha de transmissão Quixadá - Fortaleza II identificaram "sinais de que as fontes de geração próximas a esta linha de transmissão não apresentaram o desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão".

Além da análise conduzida pelo ONS, a Polícia Federal instaurou na semana passada inquérito para apurar as causas do apagão.

A investigação, de acordo com a PF, corre em sigilo e "apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública".

A atuação foi solicitada pelo próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal no último dia 15 fez com que o Brasil importasse energia elétrica da Argentina e do Uruguai para garantir o fornecimento interno. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na ocasião, a Argentina exportou 216 megawatts-médios (MWmed), enquanto o Uruguai enviou 40 Mwmed.

As informações foram passadas durante a reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) referente a setembro. Durante o encontro, técnicos do ONS informaram que a importação se deu em caráter emergencial, o que está previsto em acordo entre estes países. Eles declararam ainda que o Brasil tinha saldo para receber esta energia.

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Por conta das condições favoráveis de geração de energia elétrica no País nos últimos meses, o Brasil tem exportado energia elétrica a estes dois países. Essa tendência se manteve durante agosto, com exceção do dia do apagão, sobretudo com a Argentina, que chegou a receber 513 Mwmed.

O ONS reforçou que continua a estudar o caso para compreender todos os fatos que levaram ao apagão que afetou todo o Sistema Interligado Nacional (SIN). Apenas Roraima, que não está conectada a este sistema, não foi impactado.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira, 24, que não é possível, no momento, apontar culpa, responsabilidades ou penalidades relacionadas ao apagão.

Segundo ele, o regulador irá participar da elaboração de um relatório mais detalhado sobre a ocorrência e também fará fiscalizações e inspeções locais para identificar eventuais responsabilidades.

Feitosa ressaltou que ainda não há um relatório conclusivo sobre as causas do apagão, apenas algumas análises superficiais que serão aprofundadas nas próximas semanas. Até então, o ONS identificou que a falha começou em uma linha de transmissão da Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Ceará.

"A Aneel vai estar, neste momento, estudando o relatório, participando da elaboração do relatório e das discussões, fará fiscalizações nos agentes envolvidos. Certamente o Operador Nacional do Sistema Elétrico passará por auditoria, certamente a Chesf passará por auditoria, ou qualquer outro agente que a Aneel identifique necessidade. Neste momento, não consigo falar de culpa, responsabilidade e nem penalidade", disse após participação em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o reajuste tarifário da Equatorial Pará.

Novo apagão no fornecimento de energia elétrica ocorreu, na madrugada deste sábado (19), na região metropolitana de Fortaleza. A falta de energia durou cerca de uma hora e meia, e o serviço começou a ser restabelecido por volta das 6h da manhã. A causa do apagão está sendo investigada. 

No início da manhã deste sábado, a falta de energia provocou transtornos no trânsito. Semáforos desligados geraram engarrafamento de veículos em diversos bairros da capital cearense. 

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De acordo com a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia no Ceará, a interrupção foi provocada pelo desarme da linha de transmissão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras. Em função da oscilação da rede, o sistema foi desligado, segundo a Enel.  

Em nota à Agência Brasil, a Eletrobras declarou que a falha foi provocada na parte da linha compartilhada que pertence à Enel. "O problema ocorreu no setor de 69kV, portanto, sob responsabilidade da Enel Ceara", declarou a companhia. 

Essa semana, outro apagão atingiu os moradores de Fortaleza e de grande parte do país. De acordo com apurações preliminares, a falha no fornecimento de energia ocorreu em uma linha localizada em Quixadá, no Ceará. A linha pertence à Chesf. 

Posicionamento das empresas 

"A Enel Distribuição Ceará esclarece que, após um desarme na linha da empresa transmissora que atende o Ceará, a companhia identificou um desligamento também em sua linha de transmissão de 69 KV, o que causou a interrupção no fornecimento de energia para alguns clientes nas regiões metropolitana e Fortaleza nesta madrugada. O desligamento na rede da distribuidora trata-se de processo normal de proteção do sistema elétrico, que ocorre após alguma oscilação na rede. A Enel restabeleceu a energia para todos os clientes de forma gradativa em pouco mais de uma hora, até 5h57, e trabalha em conjunto com a Chesf para apurar a dinâmica dos eventos".  

"A Eletrobras esclarece que o desligamento ocorrido neste sábado (19), às 4h28, na região metropolitana de Fortaleza, teve origem em defeito na subestação Pici II, em setor sob responsabilidade da Enel Ceará. A subestação é compartilhada entre a Eletrobras Chesf e a distribuidora Enel Ceará, no qual o setor de 69kV é de responsabilidade da Enel Ceará e o setor de mais alta tensão (230 kV), de responsabilidade da Eletrobras Chesf. O problema ocorreu no setor de 69kV, portanto, sob responsabilidade da Enel Ceará. Imediatamente após o desligamento, a Eletrobras Chesf informou a disponibilidade de todos os seus ativos ao Operador Nacional do Sistema, procedendo o restabelecimento do setor de 230kV, logo após autorização da Enel Ceará".

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve concluir até o fim de outubro a avaliação detalhada do apagão ocorrido na terça-feira (15) que deixou consumidores de 25 Estados e do Distrito Federal sem luz. Embora já tenha indicado que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, a instituição afirma que isso, de forma isolada, não seria suficiente para gerar tamanho impacto no sistema.

Enquanto segue nas análises, o ONS tem operado o sistema em condições "mais conservadoras", disse a instituição. O objetivo é "garantir a segurança do atendimento conforme previsto nos Procedimentos de Rede". Entre as medidas tomadas estão a redução no carregamento das linhas de transmissão e a postergação de manutenções programadas, explicou o ONS, em nota divulgada na noite desta quinta-feira (17).

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O Relatório de Análise de Perturbação (RAP), a ser concluído em até 45 dias úteis, conforme previsto em normativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deverá conter uma avaliação detalhada da ocorrência, da causa raiz, sequência de eventos, desempenho das proteções, dentre outras informações. Também deve incluir recomendações e providências.

Na próxima sexta-feira (25) está agendada a primeira reunião com a participação do Ministério de Minas e Energia (MME), da Aneel e dos agentes de geração, transmissão e distribuição para avaliar as informações consolidadas enviadas pelos envolvidos na ocorrência, dando início à elaboração do documento. Uma segunda reunião está previamente marcada para 1º de setembro.

O ONS informou ter publicado também nesta quinta-feira um documento técnico e inicial com informações consolidadas, denominado Informe Preliminar de Interrupção de Energia no Sistema Interligado Nacional (IPIE), que servirá de base para o diagnóstico final. O documento reitera informações divulgadas na quarta-feira, 16, quando o ONS apontou como ponto de partida do apagão a linha em 500 kV Quixadá-Fortaleza II, mas indicou que o desligamento dessa linha "refletiu desproporcionalmente em equipamentos adjacentes e ocasionou oscilações elétricas (tensão e frequência) no sistema das regiões Norte e Nordeste".

Com isso, houve o acionamento de mecanismos automáticos de proteção sistêmicas, como as Proteções de Perda de Sincronismo (PPS) e o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), visando a conter e minimizar a propagação da perturbação no Sistema Interligado Nacional (SIN). O acionamento do PPS resultou na "abertura controlada" de linhas que compõem as interligações Norte-Nordeste, Nordeste-Sudeste e Norte-Sul, o que resultou na separação do SIN em três áreas elétricas distintas. O termo "abertura" é utilizado quando uma linha de transmissão sai de operação. Já o ERAC determina cortes controlados de carga, que foram realizados em parte dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

Toda a sucessão de fatos levou à interrupção de cerca de 19 mil megawatts (MW) de cargas do SIN, ou 27% dos 73 mil MW que estavam sendo atendidos por volta das 8h30, quando a ocorrência começou.

Na análise inicial, o ONS reiterou que o sistema atuou conforme esperado, evitando um evento ainda maior.

Segundo o ONS, a recomposição das cargas foi iniciada em todas as regiões nos primeiros minutos após a ocorrência. A primeira região a ser normalizada foi a Sul, pouco depois das 9h. Meia hora depois, as cargas das regiões Sudeste/Centro-Oeste foram restabelecidas. Por volta das 13h30 todo o sistema de operação sob coordenação do ONS estava restaurado, e às 14h49 todas as cargas interrompidas estavam normalizadas pelas distribuidoras.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, nesta quarta-feira (16), que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cogitou solicitar investigação policial para esclarecer o apagão que atingiu a maior parte do País na manhã da terça-feira (15). "O ministro (Alexandre Silveira) cogitou eventualmente, se não tiver resposta firme, solicitar investigação policial sobre esse episódio para esclarecer", disse Costa, em entrevista ao programa Bom dia, Ministro.

Costa afirmou que o apagão foi gerado por erros e falhas técnicas e que o governo está cobrando urgência para detalhamento das causas.

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Segundo o ministro, o País vive uma realidade em que há "sobra de energia" e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

Contratos de concessões

Rui Costa afirmou também nesta quarta-feira que o Tribunal de Contas da União (TCU) deu um roteiro para o governo readmitir contratos de concessões em que houve problemas de execução e corriam risco de serem cancelados. O Executivo havia feito uma consulta no órgão para reequilibrar contratos e admiti-los de volta.

De acordo com o ministro, a partir de agora, o Executivo vai intensificar negociações em concessões de estradas, aeroportos e portos e reabilitar contratos em que houver interesse mútuo do Estado e da iniciativa privada. Caso não haja, os contratos devem ser relicitados.

Já nas situações em que não tiver viabilidade técnica para concessão, serão realizadas Parcerias Público-Privadas (PPPs), ou seja, com aporte público do governo, disse ele.

"Junto com Renan [Filho, ministro dos Transportes], identificamos concessões que estavam com problema de execução, tiveram desequilíbrio econômico e financeiro, ou erraram na proposta", afirmou Rui Costa.

Ele explicou que a consulta ao TCU teve a finalidade de "reequilibrar contratos".

PAC

Durante a entrevista, Costa também anunciou que haverá no próximo dia 25, sexta-feira, o primeiro leilão do lote de ferrovias no Paraná, após anúncio do novo PAC.

O investimento, de acordo com ele, será de quase R$ 60 bilhões ao longo de 30 anos de concessão. O evento ocorrerá em São Paulo.

O ministro disse ainda que em setembro serão abertos editais de seleção para que Estados e municípios possam indicar projetos nos ministérios da Educação, Saúde, Cidades, Esportes e Cultura. Ele citou, como exemplo, creches e policlínicas.

Uma falha no sistema elétrico nacional provocou um apagão que atingiu 25 Estados e o Distrito Federal nesta terça-feira (15). Segundo estimativa do próprio governo, afetou um terço dos consumidores brasileiros. O blecaute, que durou cerca de seis horas em algumas cidades, foi mais intenso no Norte e Nordeste. Apenas Roraima, que ainda não está conectado ao sistema, não registrou problemas.

As causas do apagão ainda não foram determinadas oficialmente, e a informação é de que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela coordenação e controle dos setores de geração e transmissão de energia no País, vai apresentar relatório em até 48 horas. No entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que as investigações terão a participação da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

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"A única motivação que nos leva a pedir que o Ministério da Justiça, através da Polícia Federal, também participe da apuração do ocorrido é a sensibilidade do setor elétrico nacional. Com esse setor, não podemos transigir na segurança. Não há da nossa parte apontamento leviano de responsabilidade", disse ele. No começo do ano, a PF atuou na apuração de casos de sabotagem a torres de transmissão no Paraná e em Rondônia.

Silveira disse que o apagão não tem relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema. Ele também negou problemas de planejamento - "diferentemente do evento de dois anos atrás, no qual, por falta de planejamento, estivemos à beira do colapso do sistema elétrico brasileiro". O ministro repetiu que eventos como o de ontem são "extremamente raros", e uma contingência planejada pelo ONS conseguiu "minimizar a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para que não houvesse a interrupção total".

Eletrobras

Segundo o ministro, relatório mais recente do ONS aponta como único evento que poderia estar relacionado ao apagão o que ocorreu em linha de transmissão da Chesf no Ceará. A empresa é uma subsidiária da Eletrobras. Na entrevista, porém, Silveira não citou o nome da companhia para, segundo ele, não "terceirizar responsabilidades" - embora tenha feito várias referências à Eletrobras em outros momentos, e afirmado que a privatização da empresa fez "muito mal" para a "harmonia" do sistema elétrico brasileiro.

"Não quero terceirizar a responsabilidade às empresas privadas. A responsabilidade é nossa, de dar respostas aos brasileiros e brasileiras. O que devemos fazer é nos robustecer cada vez mais, por isso minha crítica à privatização da Eletrobras."

Ao longo do dia, especialistas levantaram a possibilidade de o blecaute estar relacionado ao aumento de fontes de geração intermitente - como solar fotovoltaica e eólica - na matriz elétrica do País. "O sistema tem de se aperfeiçoar e se adaptar às energias limpas e renováveis. Fato é que elas são fundamentais e imprescindíveis para a transição energética", afirmou Silveira.

Apagão afeta escolas, transporte e hospitais

O apagão que interrompeu ontem o fornecimento de energia em todas as regiões do País causou transtornos ao transporte público em várias capitais ao longo da manhã, onde houve também problemas no trânsito em razão do desligamento de semáforos. Escolas suspenderam as aulas e unidades de saúde e hospitais tiveram de remarcar consultas. Estabelecimentos comerciais e residências também ficaram sem energia.

Em São Paulo, um dos serviços mais afetados foi o do metrô, que teve cinco linhas prejudicadas. A Linha 4-Amarela operou, entre 8h30 e 9h25, com velocidade reduzida e maior tempo de intervalo dos trens entre as estações, o que resultou em plataformas lotadas de passageiros à espera de transporte.

"A energia foi restabelecida de forma gradual, sendo totalmente normalizada no Rio de Janeiro às 8h48 e, em São Paulo, às 9h20", informou a Enel, empresa de distribuição de energia desses Estados, além do Ceará, onde o fornecimento só foi restabelecido às 12h14.

Em Fortaleza, moradores reclamaram de semáforos totalmente apagados pela manhã. Residências e estabelecimentos comerciais também foram afetados pela falta de energia.

O apagão também afetou todo o Estado da Bahia e fez com que passageiros do metrô da capital, Salvador, e da cidade de Lauro de Freitas abandonassem as composições e caminhassem em meio aos trilhos. O sistema ficou inoperante e metade do Estado da Bahia continuou sem luz pelo menos até o início da tarde.

Amazonas

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que não têm geradores precisaram remarcar exames e consultas. Todas as 502 escolas de Manaus foram impactadas e os alunos, dispensados às 9h30.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se pronunciou em uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (15), onde explicou os fatos apurados acerca da interrupção de energia elétrica em 25 estados e no Distrito Federal ainda durante a manhã, que durou pouco mais de seis horas. Um relatório será elaborado nas próximas 48 horas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

“Os dados técnicos serão passados no momento adequado, nas próximas 48h, mas o que aconteceu hoje é extremamente raro que aconteça”, afirmou o ministro. 

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De acordo com a explicação preliminar, houve o registro de dois eventos de sobrecarga em duas linhas de distribuição. Um dos eventos detectados pela ONS afetou a linha de transmissão na região ao norte do Nordeste, no estado do Ceará. A queda foi registrada a partir das 8h29 da manhã, e às 14h49 o sistema de alta tensão foi completamente restabelecido em todo o país, de acordo com o ministro.  

“Por isso eu destaquei a questão da segurança energética e da geração nossa hoje. (...) Diferentemente do evento de dois anos atrás, onde que, por falta de planejamento, nós tivemos à beira de um colapso do setor energético brasileiro. O sistema trabalhou na bandeira vermelha, foi necessário que se fizesse aquela contratação emergencial de térmicas no Brasil. Agora não, há um planejamento, há segurança, nossos reservatórios estão cheios. Então, o ocorrido hoje, absolutamente nada tem a ver com o planejamento do sistema e a geração de energia”, declarou Alexandre Silveira. 

O chefe da pasta ministerial ainda afirmou que fez uma solicitação ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para que um inquérito seja aberto na Polícia Federal, para apurar se os eventos foram causados por ação humana, e que haverá responsabilização se esta for levantada. 

Privatização 

Uma das questões levantadas durante a coletiva foi o fato de o problema ter sido detectado, possivelmente, na distribuição de energia feita pela empresa das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras).

“Todos conhecem minha posição sobre a privatização. Um setor estratégico para a segurança do país, inclusive, para a segurança alimentar, para a segurança energética, como o setor elétrico de um país, em especial de um país com a dimensão territorial como a do Brasil, na minha visão, não deveria ser privatizado, deveria se ter uma função estatal. Portanto, a minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez muito mal, em especial, no modelo que ela ocorreu, ela fez sim mal ao sistema. A Eletrobras era o braço operacional do setor elétrico brasileiro, a empresa responsável por mais de 40% da transmissão nacional, mais de 36% da geração do país”, destacou o ministro.  

Comentário da primeira-dama 

Perguntado sobre o comentário que a primeira-dama, Janja, fez publicamente nas redes sociais, Silveira replicou que vê a publicação apenas como “uma afirmativa textual”. “’A Eletrobras foi privatizada em 2022’. Eu vou além disso: ela foi privatizada às vésperas de uma eleição, num ano eleitoral, portanto eu vejo apenas como uma manifestação natural e real de um fato que realmente aconteceu e que gera instabilidade para o setor elétrico nacional”.

Após o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal, na manhã desta terça-feira (15), internautas se manifestaram nas redes sociais compartilhando a situação. Em viagem ao Paraguai acompanhando o presidente Lula (PT), sua esposa, Janja, comentou sua insatisfação na internet, mencionando a privatização da empresa de Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras). “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só isso o tweet”, compartilhou a primeira-dama. 

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O comentário passou na frente do Palácio do Planalto e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, que não se pronunciaram sobre o ocorrido durante algumas horas. O Ministério de Minas e Energia ficou encarregado de repassar informes técnicos no decorrer do dia. Um pronunciamento oficial será transmitido ainda na tarde desta terça, onde o ministro da pasta, Alexandre Silveira, deverá explicar o que aconteceu.

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O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso, também se manifestou, relacionando a privatização da Eletrobras com a precarização do serviço de prestação de energia no país. “No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a segurança energética do nosso país!” 

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Parlamentares contrários a atual gestão federal, usaram a situação do apagão que deixou 25 estados e o Distrito federal sem energia elétrica na manhã desta terça-feira (15) para criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionou a queda de energia para fazer críticas a Lula. Ele apontou que o apagão começou no início do ano e culpou o presidente pelo aumento de R$ 0,41 na gasolina.

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O deputado federal mais votado pelo estado de Minas Gerais nas eleições de 2022, Nikolas Ferreira (PL-MG), escreveu em seu perfil oficial no Twitter: “Apagão, mas com amor”. O bolsonarista é conhecido por publicar diariamente duras críticas ao líder petista, nas quais, algumas delas já foram retiradas do ar pela Justiça, por divulgarem informações inverídicas.

Outro político a usar a palavra “amor” para vincular o assunto sobre o apagão à atual gestão foi o senador Jorge Seif (PL-SC).

“Mais um ‘apagão’ pra conta do PT! Só não esquecem de atingir o bolso dos brasileiros: enquanto apagam a luz, aumentam o preço dos combustíveis. O litro da gasolina aumentará R$ 0,41 e o óleo diesel ficará R$0,78 mais caro, a partir de hoje. Esse é o ‘amor’ vencendo?”, questionou.

Durante a campanha eleitoral de Lula na corrida presidencial do ano passado, o Partido dos Trabalhadores usou a expressão “o amor vai vencer o ódio” para criticar algumas ideias conservadoras do plano de governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), consideradas pelos políticos da esquerda como “odiosas”.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse, nesta terça-feira (15), que o fornecimento de energia elétrica será normalizado nas próximas horas. Ele deu as declarações a jornalistas no Palácio do Planalto. Foi a primeira fala do núcleo político do governo sobre o apagão que atingiu quase todos os Estados do País.

Questionado se o Planalto está satisfeito com o trabalho do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Alckmin disse que sim.

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Silveira estava com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Paraguai quando o apagão foi constatado. Por isso, Alckmin ficou como presidente em exercício no País.

Lula e Silveira estão voltando a Brasília. O retorno do presidente da República já era previsto para o fim da manhã, desde segunda-feira.

Reação rápida

Alckmin declarou que o apagão não alterará sua agenda desta terça-feira. Ele disse que o governo reagiu rápido ao problema. E afirmou ter sido informado logo que o apagão foi constatado.

"Centro-Oeste, Sul e Sudeste, 100% normalizados. Nordeste mais de 80% normalizado. Região Norte, 40%, mas está indo bem. Se não tiver fatos supervenientes, em poucas horas pode estar recuperado o fornecimento", declarou Alckmin.

O vice-presidente disse que manteve contato com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Efrain Pereira da Cruz, responsável pela pasta na ausência de Silveira. E que não conversou com Lula sobre o tema.

A Energisa atualizou na manhã desta terça-feira (15) a situação do fornecimento de energia elétrica em suas áreas de concessão diante do apagão que afetou quase todo o País. Segundo a empresa, os Estados de Mato Grosso e Sergipe tiveram o atendimento 100% restabelecido.

Segue em andamento a retomada nas áreas atendidas por Energisa Rondônia, Acre e Tocantins.

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As regiões atendidas por Energisa Minas Rio, Sul-Sudeste, Mato Grosso do Sul e Paraíba já estavam também com pleno atendimento.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, classificou o apagão que atinge Estados do País como um "evento de grande porte". Segundo ele, a agência, o Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e as empresas envolvidas estão acompanhando e tomando providências para estabelecimento rápido do serviço.

"O Ministério de Minas e Energia já comunicou a agência e aos demais agentes que instituirá um grupo para analisar e estudar as causas deste evento, que é um evento, sim, de grande porte, que envolve as regiões Norte, Nordeste e algumas áreas da região Sudeste e Centro-Oeste do País", afirmou durante reunião pública do órgão na manhã desta terça.

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Uma ocorrência no período da manhã levou a separação elétrica do Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste, com abertura das interligações entre essas regiões. Segundo o ONS, pelo menos 16 mil megawatts (MW) de energia foram interrompidos, dos quais 7 mil já haviam sido recompostos até 10h09. O Operador afirmou ainda que a interrupção no Sul e no Sudeste foi uma ação controlada para evitar propagação da ocorrência, mas que o serviço já foi retomado.

Mais cedo, o MME informou que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou a criação de uma sala de situação por conta da ocorrência.

Em nota, a pasta informou que a equipe do ministério está trabalhando para que a carga seja "plenamente restaurada o mais breve possível". Foi determinada também a apuração das causas do incidente.

"Tão logo nós tenhamos maiores informações, nós comunicaremos em conjunto com o MME e ONS as providências que estão sendo tomadas, como também os procedimentos e providências para que o serviço seja reestabelecido", afirmou Sandoval.

A Neoenergia Pernambuco informou que restabeleceu o total de cargas afetadas pelo incidente no Sistema Interligado Nacional (SIN), na manhã desta terça (15). Por volta das 8h30, pelo menos 15 estados do Brasil sofreram uma queda de energia. A eletricidade ainda não foi restituída em algumas localidades. 

Autorizada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), a Neoenergia explicou que 35% das cargas espalhadas em todas as regiões de Pernambuco foram afetadas. O processo de recomposição do fornecimento das áreas atingidas iniciou às 9h03 e concluído às 10h37.

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As causas da ocorrência ainda são apuradas pelo ONS e pelo Ministério de Minas e Energia, que montou um comitê de emergência para acompanhar o apagão.

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