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O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral confirmou nesta quinta-feira (12) o adiamento do primeiro turno das eleições municipais em Macapá, capital do Amapá. A decisão havia sido tomada nesta quarta-feira pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, atendendo pedido da Justiça Eleitoral do Amapá, por causa dos problemas de fornecimento de energia elétrica no estado.

Os danos atingem mais seriamente a capital, que tem sido alvo de vandalismo. Também por isso, Barroso determinou a retirada das urnas da cidade e a ocorrência das eleições só após a normalização do fornecimento de energia. A nova data vai ser decidida em conjunto pelo TSE e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá.

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Segundo o coordenador da bancada do Amapá no Congresso, deputado André Abdon (PP-AP), a decisão de adiar as eleições na capital não prejudicou os preparativos da Justiça Eleitoral no restante do estado.

“Acredito ter sido extremamente importante e acertada a decisão de nosso presidente, desembargador Romell (Araújo) e chancelada pelo nosso ministro Barroso. Isso dará um tempo para a população se recuperar diante dessa calamidade que se abateu aqui sobre o nosso estado do Amapá”, disse.

Abastecimento

O apagão fragilizou a economia e o abastecimento de água, principalmente da capital, mas, segundo o coordenador da bancada, o abastecimento de alimentação e itens de primeira necessidade não tem sido prejudicado. Muitos estoques, no entanto, se perderam.

Segundo o parlamentar, a expectativa é que o fornecimento de energia seja normalizado em breve, na maior parte do estado. Mas Abdon aguarda ainda um posicionamento definitivo da concessionária privada de fornecimento, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia, para saber quando a eletricidade será restabelecida com segurança no estado.

“A gente aguarda o posicionamento da área técnica para falarmos de forma firme sobre prazos de normalidade”, observou.

Coronavírus

André Abdon informou ainda que o combate à pandemia de Covid não parou no estado, mas apenas daqui a alguns dias é que se poderá avaliar melhor as consequências do apagão.

“Porque nós temos aqui um problema grave também de comunicação, de internet. Então afeta a todos, afeta a tudo e nós vamos ter uma avaliação mais firme disso tudo daqui a alguns dias, quando a gente se posicionar sobre todas essas questões", observou.

Um incêndio em 3 de novembro numa subestação de Macapá deixou, em princípio, 14 das 16 cidades do Amapá sem eletricidade. Apenas em Macapá as eleições em primeiro turno foram adiadas; no restante do estado estão mantidas porque, segundo o TRE, há garantia de segurança para que as votações ocorram, com todo o aparato policial necessário.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a decisão do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso que suspendeu as eleições municipais em Macapá, um dos 13 municípios do Amapá que sofrem com problemas de fornecimento de energia, "até que se restabeleçam as condições materiais e técnicas para a realização do pleito, com segurança da população". O colegiado decidiu, no entanto, acrescentar à decisão a indicação que o processo eleitoral deve ser concluído ainda este ano, até o dia 27 de dezembro.

A decisão dada por Barroso, na noite desta quarta-feira (11), foi submetida ao referendo do Plenário do TSE logo no início da sessão realizada na manhã desta quinta (12). Barroso destacou trechos de sua decisão, entre eles a indicação de que conversou com o Diretor-Geral da Polícia Federal, com o Diretor-Geral da Abin e com o Estado-Maior da Brigada da Foz, sediada em Macapá, e constatou que havia "consenso acerca dos riscos da realização das eleições neste domingo, em razão da instabilidade do fornecimento da energia, do aumento expressivo da criminalidade e mesmo sinais de convulsão social".

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"No caso em exame, parece fora de dúvida que os riscos apontados pelas autoridades competentes justificam o adiamento das eleições para data em que o exercício do voto possa se dar em ambiente de segurança e tranquilidade. À vista do quadro geral noticiado no presente processo, não é legítimo exigir que a população de Macapá compareça às urnas neste próximo domingo, dia 15 de novembro", registra a ementa da decisão de Barroso.

Ao apresentar o caso ao Plenário do TSE, o presidente da corte afirmou que o adiamento das eleições pareceu a medida mais prudente para proteção dos eleitores, dos mesários e da rigidez do processo eleitoral. Como mostrou o Estadão, Barroso consultou os demais ministros do TSE sobre o caso na noite desta quarta. Na sessão desta manhã, o presidente da Corte disse que houve "informalmente uma sessão extraordinária por telefone".

Durante a sessão, os ministros Renato Brill de Goés e Alexandre de Moraes manifestaram preocupações sobre novas datas das eleições. O primeiro sugeriu que o TSE determinasse ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá que já fixasse as novas datas para o pleito. O ministro Luís Roberto Barroso, no entanto, lembrou sobre alguns possíveis problemas da medida e destacou: "Não me parece bem fixar datas agora, porque acho pior ter que remarcar depois. De modo que prefiro fixar definitivamente quando tivermos uma posição do Tribunal Regional Eleitoral e das autoridades de segurança pública. Acho que o dia 27 de dezembro é o nosso marco", registrou.

Já Alexandre de Moraes frisou que o Tribunal Superior Eleitoral deveria deixar claro, independente das datas, que as eleições de primeiro e segundo turno em Macapá devem ser realizadas este ano. "De maneira alguma, nós devemos deixar aberta qualquer janela, qualquer possibilidade, para que haja uma prorrogação de mandato, para que este ano termine sem eleições. Eu reconheço a aleatoriedade das circunstâncias, o problema de segurança pública, mas gostaria de salientar que, se esse problema de segurança pública permanecer até o ano que vem, é caso de intervenção estadual em Macapá ou até seria caso de intervenção federal no Estado do Amapá", disse o ministro.

Após as ponderações, Barroso afirmou que acrescentaria à decisão de ratificação a orientação de que, até no máximo o dia 27 de dezembro, o processo eleitoral deve estar concluído.

Disputa

Durante a sessão plenária, os ministros também comentaram sobre a disputa política em Macapá. Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada nesta quarta-feira, Josiel Alcolumbre (DEM) caiu nove pontos percentuais em relação ao último levantamento, mas ainda lidera a corrida, com 26% das intenções de voto. Por outro lado, Patrícia Ferraz (Podemos) e Dr. Furlan (Cidadania), que aparecem em segundo e terceiro lugar na mesma pesquisa, oscilaram positivamente - aparecem com 18% e 17% da intenção de votos, respectivamente.

Como mostrou o Estadão, a decisão de Barroso se deu após uma conversa reservada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - um dos principais cabos eleitorais da candidatura de seu irmão, Josiel Alcolumbre, à prefeitura da capital de Macapá.

Na sessão da manhã desta quinta, Barroso afirmou que teve a "espacial preocupação de ter certeza que o TSE não estava sendo uma peça num tabuleiro político que pudesse convir a um ou a outro o adiamento". "Por essa razão conversei com o presidente do TRE e demais autoridades e me certifiquei de que era uma situação de interesse público geral e não de motivação política", frisou.

Os ministros também discutiram outras medidas relacionadas à situação de calamidade pública no Amapá. O ministro Mauro Campbell se ofereceu para ir ao Macapá, se fosse necessário. Já o ministro Tarcísio Vieira sugeriu a criação de um grupo formal de trabalho, pelo TSE, para o acompanhamento diário da situação, com esforços no sentido "da agilização da complementação dessa eleição no Macapá no menor prazo possível".

"Hoje ainda vou conversar com a Tecnologia da Informação. Não é banal o processo de reinseminar as urnas. Esse é um procedimento que tem muitas cautelas, como todos sabemos. E, portanto, vou saber da TI qual é o menor prazo possível para nós nos readequarmos para essas eleições", afirmou Barroso, em resposta.

A interrupção no fornecimento de energia elétrica colocou em xeque as vacinas à disposição dos 17 mil moradores de Tartarugalzinho, cidade de frágil infraestrutura na floresta do Amapá. Com o apagão que atingiu o Estado, a luz parou de chegar à unidade básica de saúde (UBS) onde ficam as duas geladeiras com os materiais, que demandam refrigeração permanente.

A saída emergencial para que não se estragassem os lotes de vacinas - como a tríplice viral, a de hepatite B e a antirrábica - foi transferir as geladeiras para um açougue, um dos poucos locais com energia na cidade, 230 km ao Norte de Macapá.

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As geladeiras com as vacinas ficaram no local improvisado por seis dias, de quarta-feira da semana passada até a última segunda-feira, quando voltaram para o posto de saúde. Além de carne, o estabelecimento trabalha com produtos variados de material de construção.

"Todas as vacinas utilizadas pela população tiveram de sair daqui por causa do apagão. Não temos gerador. Armazenamos tudo em caixas térmicas. Mas depois tivemos que levar para o açougue que tem gerador", afirmou Bete Correia, diretora da UBS José Meireles.

O atendimento nas duas únicas unidades de saúde do município chegou a ser suspenso. "Era uma urgência. As vacinas poderiam estragar e deixar de atender muitas crianças", contou o açougueiro Alessandro Juan, de 43 anos. Morungaba, como ele é conhecido, fez um investimento providencial no início do ano. O gerador que custou R$ 14 mil ajudou a socorrer também outros comerciantes e vizinhos.

Na última segunda-feira, o presidente Bolsonaro disse que a situação de fornecimento de energia estava 70% resolvido. Se em Macapá o rodízio de luz é falho, no interior as consequências do apagão são ainda mais severas. O Estadão registrou nos municípios de Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Porto Grande o drama das famílias com quedas de energia. Nas ruas centrais sem asfalto, os comunicados oficiais de Brasília não fazem eco. Só três cidades, abastecidas com sistemas diferentes daquele que pegou fogo no último dia 3, não estão às escuras: Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari. Em municípios como Calçoene e Amapá, o desconforto é ainda maior.

No bairro do Trem, em Macapá, onde mora o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM), o rodízio é regular. A luz tem hora para chegar e para ir embora. As casas do entorno de hospitais da região metropolitana estão beneficiadas por alimentação permanente. Mas nos rincões a vida está longe de voltar ao normal.

Sem gelo

Lenilton Barbosa dos Santos, de 39 anos, não pesca desde a terça-feira passada. Morador da comunidade de Andiroba, entre Tartarugalzinho e Ferreira Gomes, ele precisa de gelo para armazenar os tucunarés que tira do Rio Tartarugalzinho. "Sem gelo não dá para pescar. Arrumei um trocado porque consegui uma mandioca que um rapaz me deu, fiz farinha e vendi. Comprei açúcar, café, coisas para manter as crianças. Mas já acabou", disse.

Lenilton conseguiu acesso a não mais do que três parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 pagos pelo governo. Com dois terços do dinheiro presenteou a si próprio com uma geladeira, em agosto - ela está fora da tomada desde a semana passada. "A gente tem de colocar sal na carne e no peixe para não estragar. A água também não tá boa. Quando a luz vem, a gente enche a caixa e vamos distribuindo", disse Ziane Souza Santos, de 28 anos, enquanto o caçula de seis filhos, Diogo, de 11 meses, dormia em seu colo.

O casal reservou o dia para viajar ao centro de Tartarugalzinho para, entre outras coisas, atualizar os cadastros de pescadores e conseguir um cartão do SUS. No hospital, foram informados de que não havia internet para atendê-los. A viagem foi perdida. Custou cerca de R$ 50.

No breu das noites de Tartarugalzinho, bem longe de Brasília, não resta muito a não ser esperar e resistir. Em uma roda de cantoria no centro, um grupo de jovens matava o tempo iluminados pelas estrelas e por celulares. Cantavam É preciso saber viver, de Roberto e Erasmo Carlos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou, nesta quinta-feira (12), que o adiamento da eleição municipal em Macapá foi tomado após autoridades eleitorais e de segurança pública afirmarem não haver "condições de segurança e tranquilidade" para realização do pleito na capital do Amapá. Em entrevista ao Jornal Eldorado, da Rádio Eldorado, o ministro disse ter sido informado que até mesmo a ação de facções criminosas estava fora de controle durante a crise energética e social vivida pelo Estado.

"Na segunda-feira, eu conversei com o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Amapá, que me disse que estava tudo sob controle, com a perspectiva de regularização do fornecimento de energia elétrica. Ontem (quarta), porém, ele me ligou com uma narrativa diferente, que a situação estava fugindo de controle, que as facções estavam operando à insatisfação das pessoas, que já tinha havido quebra-quebra, ameaça de cercar o palácio, que a PM não tinha contingente suficiente para conter as manifestações e monitorar as inquietações", relatou Barroso.

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Com as informações repassadas e documentadas pelo presidente do TRE do Amapá, Barroso disse ter contactado por telefone os diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal, bem como a direção do Estado-maior na região. O relato unânime, disse o ministro, foi de que o quadro mais grave era restrito à capital, apesar da crise energética afetar todo o Estado.

"A verdade é que eu estou em Brasília. A brincadeira que se faz é que Brasília é muito longe do Brasil, às vezes. E, portanto, eu preciso confiar nas informações de fontes seguras que me vem dos tribunais regionais eleitorais e das autoridades públicas locais", disse o presidente do TSE. E completou: "todos me disseram que havia um risco grave da situação escapar de controle e se ter violência e impedimento das pessoas votarem normalmente em Macapá, só em Macapá."

A nova data para a eleição, contudo, só deve ser definida quando a situação no Amapá for regularizada. "Eleições devem ser realizadas em um quadro de segurança e tranquilidade. Evidentemente, na maior extensão possível, nós queremos marcar ainda para esse ano, para não haver prorrogação de mandato, mas eu dependo de informações do TRE-AP (...). Eu imaginaria fazer assim que o TRE e as autoridades de segurança pública me disserem que há condições."

O apagão que atingiu o Amapá provocou uma reação no Congresso Nacional contra a privatização da Eletrobrás e de outras empresas do setor elétrico. O projeto enviado pelo governo no ano passado está parado na Câmara. O Planalto discutia uma estratégia para encaminhar a votação pelo Senado, mas a possibilidade enfrenta entraves técnicos. Sem a privatização, parlamentares cobram uma fiscalização maior das empresas de geração e distribuição de energia para evitar novos desastres.

A subestação danificada é operada pela concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia. Essa concessão pertencia à espanhola Isolux, que entrou em recuperação judicial, e hoje se chama Gemini Energy. A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Em crítica às privatizações, parlamentares usaram o episódio para dizer que a entrada da iniciativa privada no setor não resolve problemas.

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A reação do Congresso ficou exposta durante reunião da Comissão Mista da Covid-19, formada para fiscalizar as ações do governo durante a pandemia do novo coronavírus. Parlamentares criticaram o fato de o problema ter ocorrido em um sistema concedido a uma empresa. Além disso, direcionaram críticas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela fiscalização das empresas. "Monopólio público é muito ruim, mas você tem pelo menos a quem xingar. O monopólio privado, com agência reguladora que não funcione com eficiência, é muito mais despótico, porque geralmente a cabeça pensante e quem manda no dinheiro mora longe", afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC).

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) foi na mesma linha, lembrando o processo de desestatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). "Imagine uma empresa como essa do Amapá participar de um leilão, ganhá-lo e administrar a nossa cidade, a capital da República. Podemos ficar num apagão geral na capital da República", disse. "É hora de refletir um pouco sobre isto: se a solução não seria melhorar a gestão em vez de privatizar." A comissão aprovou um convite para o diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, esclarecer o apagão no Amapá. Os parlamentares querem realizar a audiência amanhã.

Relação

A Eletrobrás não tem relação direta com o incidente que deixou os amapaenses no escuro. Mas, diante da situação de calamidade pública, o governo federal deu aval para a Eletronorte, subsidiária da estatal, atuar para o restabelecimento do serviço.

A Aneel afirmou que o órgão vai apurar com "todo o rigor" a responsabilidade dos envolvidos no episódio que deixou a maioria das cidades do Amapá sem energia elétrica. O governo espera uma sinalização do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre os próximos passos do projeto da Eletrobrás. No início desta semana, o parlamentar defendeu a cassação da empresa que opera a linha de transmissão no Estado e pediu que a Eletronorte assuma o serviço.

Em nota, a Gimini Energy, dona da Linhas de Macapá, afirmou que atua no setor de transmissão desde 2008 e preza pela qualidade e excelência tanto nas suas operações e serviços quanto na formação de suas equipes. Segundo a empresa, as causas técnicas do incidente ainda estão sendo apuradas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A luz cai a todo momento nas casas da periferia de Macapá. Moradores reclamam que o rodízio no abastecimento não funciona como propaga o governo. O vai e volta da energia aumenta o desconforto e agrava o clima de insegurança nas ruas escuras da capital do Amapá. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro vende como normalizada a situação no Estado, a vida de moradores afetados pelo apagão segue repleta de improvisos e dificuldades.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro disse na segunda-feira que 70% da energia foram restabelecidos no Amapá e deu um prazo de nove dias para normalizar a situação. Quem percorre as periferia da capital percebe que a realidade é outra.

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Alguns bairros têm estruturas distintas da distribuição de luz.

Com isso, ruas da mesma área ficam com horários de rodízio diferenciados. A falta de energia afeta ainda mais a rotina dos moradores quando a cidade aparece em destaque nas listas da criminalidade. Com uma taxa de 54,1 mortes por 100 mil habitantes, Macapá está entre as dez capitais mais violentas do País segundo o Atlas da Violência 2019.

Em uma parte do bairro Pacoval, a energia só chega a partir da meia-noite e é suspensa às seis da manhã. Sem ventilador, dormir antes da madrugada é impossível. A falta de luz nos postes e dentro de casa também traz preocupação à família de Socorro Almeida, 42 anos, da professora de reforço escolar

Na casa dela moram 15 pessoas, entre adultos e crianças. Colchões são espalhados pela varanda para que os pequenos tentem descansar. A família fica do lado de fora, na calçada, em busca de ar fresco. "Como está tudo escuro, é perigoso ficar aqui", admite.

Como as baterias dos celulares acabam, é preciso recorrer a velas, que tiveram preços inflacionados. A caixa sai a R$ 7,50 e não dura mais do que uma noite. É uma despesa importante para quem tem renda baixa. Definitivamente, as coisas não estão normais na casa de dona Socorro nem na extensão dessa localidade, próxima ao centro da capital.

Para que mais luz natural entre na casa durante o dia, parte da mobília e dos eletrodomésticos da cozinha ficam de fora. A geladeira perdeu utilidade. Parte da comida estragou nos dias sem energia. Mesmo com o rodízio, os períodos não são suficientes para congelar a comida nem para gelar água suficiente para todos os moradores da casa. "Nós estamos bebendo água quente", contou a professora. Se decidem se dar ao luxo de uma coca-cola gelada no comércio local, pagam R$ 15 na garrafa, em vez dos R$ 8 cobrados antes do apagão.

Calor à noite

Na sensação térmica de quase 40ºC, a solução é beber água quente. No ócio das noites escuras, vizinhos discutem o que é pior: ter luz até meia-noite e passar a madrugada no calor ou suar até o início da madrugada para poder dormir com o ventilador ligado.

Filha de Socorro, Maria Clara Barbosa de Almeida, 20, cursa Serviço Social. Sonha dar uma vida melhor à família e ajudar profissionalmente pessoas que precisam. No período de apagão, estudar está fora de cogitação. Manter-se segura, ter comida e água limpa são as preocupações centrais. "É sobre o nosso dia a dia, nossa rotina, que está completamente mudada. Tem muita gente se aproveitando de apagão, bandido aproveitando para roubar", disse. "Estão tendo acidentes também. Meu marido é ajudante de pedreiro e vigilante da obra. Ele precisa trabalhar e quase caiu de bicicleta em um buraco. O trabalho dele fica mais perigoso também."

Saúde

Há uma semana, desde o início do apagão, a UPA da Zona Norte de Macapá, no bairro Novo Horizonte, é auxiliada por um gerador que precisa ser ligado manualmente quando há pique de energia. Durante a hora em que a reportagem permaneceu na unidade, caiu o abastecimento do entorno por alguns minutos, derrubando luz e sinais de telefonia. "Já aconteceu outras duas vezes", contou uma mulher que acompanhava o marido em atendimento.

Segundo funcionários da unidade, o atendimento não é prejudicado porque equipamentos como respiradores têm baterias que são acionadas entre a queda da luz e a ativação do gerador. A unidade lida, também, com pacientes com a suspeita da Covid-19. Banhos e lavagem de roupas e de máscaras perderam frequência. Autoridades sanitárias ainda têm dúvidas sobre como a doença afetará as aglomerações e falta de higiene.

A falta de energia no Amapá colocou o sistema estadual de saúde pública, já precário, sob mais pressão. Com a queda no sistema elétrico, há uma semana, em 13 dos 16 municípios do Estado, a comunicação da rede do setor foi cortada e prejudicou o controle de registro de novos pacientes com suspeitas da covid-19 que procuram o primeiro atendimento nas unidades regionais.

O governo estadual informou ao Estadão que há cinco dias não envia boletins de casos da doença ao Ministério da Saúde. Outros Estados também vêm apresentando problemas na atualização dos boletins.

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Sem os dados em tempo real, as autoridades sanitárias locais não sabem como a pandemia se comporta. A falta de informação prejudica a gestão do sistema e dificulta, por exemplo, planejar a necessidade de mais ou menos leitos.

"Por causa do apagão, temos um limbo de informação que ainda não conseguimos acessar, sobre casos que, por exemplo, procuraram unidades básicas de saúde", disse o secretário estadual de Saúde, Juan Mendes Silva. "A comunicação ainda está fragilizada. Hoje estamos começando a retomar a questão do boletim."

O abastecimento de energia tem sido restabelecido de forma permanente nas áreas dos hospitais, sem os rodízios de seis horas que foram estabelecidos para outras áreas. Apesar disso, ainda há oscilação em unidades básicas de referência para o combate à covid-19. São esses os locais que, no Amapá, recebem pacientes com os primeiros sintomas, para testagem.

No centro de Macapá e nas periferias, máscaras de proteção facial não predominam. O crescimento dos casos de infecção pelo novo coronavírus foi significativo nas últimas três semanas e, antes do apagão, a curva ainda era estável, sem declínio. O consórcio de veículos de imprensa registrou a partir do dia 26 de outubro 1.883 casos e 10 mortes. Até a última quarta-feira, 751 amapaenses haviam morrido com o vírus. Os números, porém, não são atualizados desde o dia 4. Na segunda-feira (9), a equipe de reportagem presenciou a retirada de dois corpos de vítimas da covid-19 do Hospital Universitário, referência no combate à doença.

A UTI do Hospital Universitário está sobrecarregada. O quadro demanda uma manobra de enfermeiros para não desmotivar os pacientes que lutam pela vida. Enquanto as equipes dos serviços funerários saem com corpos em caixões lacrados, os profissionais da saúde se posicionam de modo a obstruir a visão dos internados.

Previsão de surtos

Outro foco de pressão sobre o sistema de saúde do Amapá está nos improvisos da população para ter o que beber e comer nos últimos dias. Sem água para lavar a louça ou consumir, quem não pode pagar por galões inflacionados recorre a doações, poços artesianos ou até mesmo ao Rio Amazonas. O governo estadual prevê surto de casos de doenças diarreicas agudas por causa da qualidade da água que está sendo consumida e das condições dos alimentos.

A queda de energia, provocada por incêndio em uma subestação, interrompeu o funcionamento das bombas da companhia de distribuição de água e o governo chegou a usar geradores para retomar esse serviço. Na pandemia de covid-19, as autoridades mundiais ressaltam que a higiene é um importante fator para conter o avanço da doença. "Moramos na beira do maior rio do mundo e não temos água para beber", afirma o caminhoneiro Danielso de Araújo Borges, de 37 anos.

Falha prejudica atualização das mortes

Problemas técnicos no Ministério da Saúde têm atrasado o registro de novos casos e mortes pela covid-19. Além do Amapá, três Estados (São Paulo, Rio e Minas) não atualizaram todos os dados no sistema. A instabilidade ocorre desde a semana passada.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo informou na segunda-feira que não consegue acessar os dados completos sobre o novo coronavírus. De acordo com a pasta, desde quinta-feira, o sistema do Ministério da Saúde está com problemas. O Rio só atualizou o total de novos casos.

Já o Ministério da Saúde admitiu que enfrenta dificuldades em seu sistema de informações dos dados sobre o coronavírus. A pasta informou por meio de nota que alguns dos números sobre a doença não são atualizados desde quinta-feira.

Segundo comunicado, a pasta já "restabeleceu parte do sistema de informações" e "segue monitorando as demais páginas que ainda não estão totalmente normalizadas e podem, eventualmente, precisar de ajustes". Ainda acrescentou que alguns serviços, como "painéis e portais apresentados pelo LocalizaSUS podem se encontrar temporariamente indisponíveis, devido as ações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus) para normalizar o sistema".

O problema também influenciou diretamente no acompanhamento do número de recuperados, que está estacionado em 5.064.344 desde a semana passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A UNAMA - Universidade da Amazônia e a UNINASSAU se solidarizaram com a população do Estado do Amapá, que há mais de uma semana está enfrentando um apagão generalizado. As instituições organizaram uma campanha chamada SOS Amapá com o intuito de arrecadar donativos. A arrecadação é de água e alimentos não perecíveis.

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O pró-reitor de ensino da UNAMA, Wagner Muniz, disse que a inciativa de ajudar o Estado também se deve ao fato de muitos alunos egressos do Amapá estudarem em Belém. “O Amapá e o Pará são Estados irmãos. Nós temos muito alunos que são do Amapá, nós já tivemos muitos alunos que são do Amapá”, contou.

“Nós temos arrecadado uma grande quantidade de água. Quando tivermos uma quantidade suficiente para poder enviar, nós o faremos”, explicou o reitor sobre a entrega dessas doações.

O apagão no Amapá já chega ao sétimo dia nesta segunda-feira (9) e o governo estabeleceu rodízio do fornecimento de luz com duração de seis horas por regiões. A energia de 13 dos 16 municípios do Estado foi retomada no sábado (7).

 

 

Sem energia elétrica, moradores de cidades do Amapá enfrentam borrachudos e bombas de efeito moral. Uma onda de revoltas pelo apagão, que entrou ontem no 6.º dia, ocorre nas periferias. O governo federal disse no domingo (8) que 76% da energia foi restabelecida, com um sistema de rodízio. Moradores, porém, dizem que o serviço não voltou em vários pontos de Macapá e do entorno. Na noite de sábado e na madrugada de domingo, um protesto no bairro Remédios II, na cidade de Santana, a 20 quilômetros da capital, foi reprimido pela tropa de choque do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Os agentes dispersaram a manifestação, que bloqueou com fogo e pneus uma das vias de acesso à cidade, de 120 mil habitantes.

Protestos de moradores pela falta de uma solução para a interrupção da rede elétrica e de água, que depende de bombas, acontecem desde a última terça-feira em pontos diferentes do Estado, incluindo a capital. Uma subestação de energia pegou fogo na terça, o que deu origem ao apagão.

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A cúpula da polícia amapaense deu aval ao uso do Choque contra os atos, que não têm lideranças definidas. Nos dias anteriores, houve manifestações menos tensas em São José, Pedrinhas e Muca. Todos são bairros de população de baixa renda na região sul de Macapá.

Em Santana, moradores reclamavam da expectativa frustrada de restabelecimento temporário nos bairros situados a partir da Rua Cláudio Lúcia Monteiro, na entrada do município, via onde funciona o Fórum de Santana. A promessa era a de que teriam energia durante seis horas do sábado. Em menos de 60 minutos, o fornecimento caiu.

A mesma oscilação foi registrada em outros pontos da cidade. É uma realidade que contrasta com a aparência de normalização que o governo federal procura demonstrar. Nas comunidades, a escuridão completa potencializa o medo da violência.

A queixa mais comum nas ruas dos bairros é sobre a impossibilidade de usar ventiladores e ar-condicionado. Com isso, os carapanãs, mosquitos borrachudos da Amazônia, aproveitam as janelas abertas para tornar as noites quentes desagradáveis.

Os moradores não têm informações sobre os critérios do rodízio para escolha dos bairros que serão religados, nem sobre os períodos em que a energia estará disponível nas tomadas. "Estamos reivindicando porque não aguentamos mais. Não sabemos mais o que fazer. Estamos sem luz, sem internet, sem comunicação. Isso não é justo. Para uns tem (energia), para outros não tem", disse a dona de casa Marta Lúcia Moraes, de 47.

O relógio marcava 22h50 de sábado quando manifestantes cercaram a equipe de reportagem do Estadão. Homens e mulheres, jovens e adultos, do Remédios II, se atropelavam, em desabafos. Não tem comunicação, dizia um. Não tem energia para refrigerar a carne cara, reclamava outro. Não tem água para tomar banho. Não tem água para limpar privadas. "A gente não pode se calar. Não podemos aceitar isso que estão querendo impor. Temos de ir para a rua manifestar, atrás dos nossos direitos. Nossos alimentos estão acabando, estragando", esbravejou Juliana de Jesus, de 28 anos.

Embate

Quatro jovens apareceram com rostos cobertos por camisas. À equipe de reportagem, disseram que PMs haviam ameaçado prendê-los arbitrariamente, mas sem dar detalhes. "Reportagem? Pode colar, na humildade. Queremos respostas, não queremos quebrar nada", disse um deles. A tropa de choque chegou sem fazer barulho. Sob comando de um tenente, partiu para cima do grupo com a munição de efeito moral. Manifestantes revidaram arremessando paus e pedras.

Ao progredirem em direção às barricadas, recomendaram à reportagem cautela no cruzamento com ruas transversais: a população local costuma ter espingardas e, protegidos pelo escuro, poderiam radicalizar. O acirramento se estendeu por mais uma hora. Não houve registros de feridos até o início do dia. Policiais confidenciaram preocupação com a escala das revoltas, caso a situação não volte ao normal em breve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto o governo promete restabelecer 100% da carga de energia elétrica do Estado do Amapá até o fim desta semana, a Justiça Federal no Estado determinou na noite deste sábado que a solução completa para a falta de energia ocorra em até três dias a partir da intimação, sob pena de multa de R$ 15 milhões para Isolux - companhia responsável pela subestação atingida por um incêndio ainda na terça-feira (3).

No começo da noite deste sábado, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que 65% da carga de energia elétrica na capital Macapá e em outros 13 municípios amapaenses havia sido retomada, mas que o fornecimento de 100% da demanda só voltaria no fim da semana que começa neste domingo.

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Um incêndio na subestação Macapá - da Isolux - há cinco dias levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 MW de carga elétrica. Ao todo, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram sem energia.

Apesar de o incidente ter ocorrido em um equipamento de uma empresa privada, os governos federal e estadual, além da estatal Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), precisaram atuar para providenciar o conserto, concluído na madrugada de sexta para sábado. O juiz plantonista da Justiça Federal no Amapá, João Bosco Costa Soares da Silva, atendeu pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-Ap) para cobrar responsabilidades da Isolux.

O juiz determinou a criação, em até 12 horas, de um grupo de trabalho com o MME, Eletronorte, CEA e Isolux - que deverá ressarcir o gasto público empregado na solução do problema. A Isolux também terá 12 horas para apresentar um plano de ações para a retomada completa do fornecimento, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Além de exigir a aplicação das sanções contratuais à Isolux por conduta "negligente ou dolosa", o juiz determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Eletronorte comprovem em até cinco dias que fiscalizaram regularmente o contrato da empresa de transmissão. O contrato e os montantes pagos nos últimos 12 meses entre Eletronorte e a Isolux e a empresa responsável pelas vistorias também deverão ser apresentados.

A Justiça do Amapá ainda requisitou a instauração de inquéritos tanto pela Polícia Federal como pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar a eventual existência de crime doloso ou culposo no incidente da última terça-feira.

No 5º dia do apagão, o fornecimento de energia elétrica começou a ser restabelecido no Amapá neste sábado, 7, com rodízio em turnos de seis horas. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou no fim da tarde que 65% da carga do Estado havia sido retomada. O serviço deve voltar ao normal até o fim da próxima semana. Ao menos 13 dos 16 municípios do Estado foram afetados pelo blecaute causado por incêndio em uma subestação de energia na noite de terça-feira. Amapaenses relataram dificuldade para conseguir água e comida na semana.

"Conseguimos restaurar boa parte da carga do Estado e esperamos que isso vá se restabelecendo até 100% nos próximos dias", disse o ministro, após vistoriar os trabalhos em Macapá junto do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Em vídeo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro deu a previsão de dez dias para retomar todo o serviço.

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Na madrugada, a energia foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional após a conclusão dos reparos em um dos transformadores da subestação de energia queimada. O conserto foi concluído às 3 horas da manhã. Os primeiros consumidores começaram a receber eletricidade às 4h19. Cerca de 90% dos 860 mil moradores do Estado chegaram a ficar sem luz.

A retomada ainda não atende a todas as áreas da capital. O nível de carga do transformador chegou em 100 megawatts (MW) ontem. Conforme a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), é preciso chegar à 120 MW, além dos 30 MW de carga que estão sendo distribuídos por meio da Usina de Coaracy Nunes para atender, ainda que de forma limitada, as treze cidades sem luz.

Conforme o governo estadual, um cronograma de racionamento para os próximos dias será divulgado. "O rodízio será em turnos de 6 horas", disse. A restrição de atendimento não vale para serviços essenciais, como os de saúde. Segundo o governador Waldez Góes (PDT), nenhum hospital ou unidade de saúde teve o fornecimento de energia interrompido no blecaute - houve uso de geradores para manter o funcionamento.

"Aos poucos a energia retorna em alguns locais do Estado, na capital Macapá e em Santana", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em vídeo nas redes sociais. Na noite de anteontem, moradores fizeram protestos nas ruas.

Desinfecção da água

Em Macapá, a prefeitura manteve a distribuição de água para moradores desabastecidos em ao menos três pontos da cidade no sábado. O governo estadual ainda anunciou a locação de caminhões-pipa, geradores e combustível. Para evitar a venda de água mineral e outros itens básicos por preços abusivos, o Procon anunciou inspeções.

O Estado também começou a distribuir 15 mil caixas de hipoclorito de sódio a 2,5% para a população para ser diluído em um litro de água. Segundo a gestão, o produto tem o objetivo de desinfetar e tornar a água potável. "O objetivo é prevenir doenças oportunistas que podem ser geradas com o consumo de água não própria", informou.

Segundo Albuquerque, foram iniciados estudos de planejamento energético para evitar novas crises. "Serão apuradas responsabilidades e um procedimento administrativo foi iniciado na quarta pela manhã, logo após o incidente", disse o ministro. O Ministério Público Federal também investiga o caso.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro, sugeriu ontem que uma empresa particular pode ter sido responsável pelo apagão que atinge o Estado. Ele disse que "não queria culpar ninguém", mas, sem citar nomes, questionou o trabalho de manutenção realizado pela companhia. "Acho que falhou a manutenção da empresa particular que fornece a energia", disse, em vídeo nas redes sociais.

A subestação e a linha de transmissão que falharam são da Gemini Energy, gerida por fundos de investimento. A concessão, formalmente chamada de Linhas de Macapá Transmissora de Energia, pertencia à Isolux, que entrou em recuperação judicial na Espanha. No fim de 2019, a linha foi comprada pela Gemini. Procurada na noite de sábado para comentar a acusação, a Gemini não se manifestou.

A Eletrobras informou neste sábado (7) que sua controlada Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) foi autorizada a contratar, de forma emergencial, unidades geradoras termo elétricas, de 40MW, e que poderão ser aumentadas até 150MW, para restabelecer a energia elétrica do Estado do Amapá. A informação foi divulgada pela empresa em comunicado enviado à CVM. A liberação saiu via Portaria 406, do Ministério de Minas e Energia, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, do dia 6.

"Considerando que o incidente não tem relação com a Eletronorte, que está apenas apoiando na ação emergencial do Estado do Amapá, os custos fixos e variáveis associados à geração acima mencionada serão cobertos por meio de encargos setoriais previstos para casos de restrição da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), mediante aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)", explicou a empresa.

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Um incêndio na subestação Macapá, ocorrido na noite de terça-feira (3), levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 megawatts de carga elétrica. Ao todo, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram sem energia. O incêndio destruiu dois dos três transformadores da subestação.

A empresa disse ainda que a Eletronorte também adotou providências, durante toda a madrugada, para apoiar na recuperação do transformador 1 do Estado do Amapá, enviando equipamentos de Belém (PA) e São Luiz (MA) para Macapá, realizando ligação e testes no Centro de Tecnologia da Eletronorte, em Belém, com início de energização do transformador às 3 horas e 11 minutos deste sábado.

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou neste sábado (7) que o sistema elétrico de Macapá voltou a ser conectado à rede de Transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN), após terem sido concluídos os reparos em um dos transformadores da Subestação Macapá durante a madrugada. Com isso, segundo nota divulgada pela pasta, o retorno do fornecimento de energia será gradativo, “prezando pela segurança e confiabilidade do atendimento de energia elétrica aos consumidores”.

Por volta das 9h30, o ministro Bento Albuquerque iniciou reunião com agentes do setor elétrico visando o restabelecimento da energia. “A eletricidade já começa a chegar na casa dos amapaenses”, informou o ministério.

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Segundo o ministério, estão atendidos 80 MW de cargas, o que representa cerca de 33% da carga típica para o horário, de 240 MW. “A tomada de carga pela rede de distribuição é feita gradativamente, com necessidade de manobras em campo, levando um tempo natural para aumento da carga”, disse nota da pasta.

Emergência

Na sexta-feira (6), o governo do Amapá decretou situação de emergência devido ao apagão que deixou grande parte do estado às escuras desde a noite de terça-feira (3). Segundo o MME, 14 dos 16 municípios amapaenses foram afetados pela falta de energia elétrica.  

O desabastecimento de energia foi causado por um problema que, além do desligamento automático nas linhas de transmissão Laranjal/Macapá, causou um incêndio em um transformador da subestação da capital, Macapá. O MME criou um gabinete de gestão de crise, com participação de agentes do setor, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Eletrobrás e a LMTE (concessionária da linha de transmissão), para resolver a situação.

De acordo com a ONS, o transformador que pegou fogo pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.

Também nesta sexta-feira,  o MME publicou a Portaria 406, que autoriza a contratação, “de forma célere, excepcional e temporária”, de geração de energia elétrica no montante de até 150 MW, no Amapá, por até 180 dias ou em prazo inferior, quando houver reconhecimento pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de condição satisfatória de atendimento ao Estado.

Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse que uma equipe enviada ao Amapá estava fazendo a filtragem do óleo de um transformador, procedimento que seria concluído nesta madrugada. “Com o óleo estando em condições, o gerador será colocado em funcionamento, e entrará em operação paulatinamente”, disse o presidente. Segundo ele, “o abastecimento de água já foi normalizado e todos os hospitais já estão com energia”.

Governo

No entanto, contatado pela Agência Brasil, o governo do Amapá informou que por volta das 5h, alguns locais começaram a receber energia, “mas a retomada está bastante limitada e não há, ainda, previsão da normalização dos serviços de água e luz”. Segundo a assessoria, algumas localidades estão há 80 horas sem energia.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, senador pelo Amapá, disse pelas redes sociais que irá neste sábado ao estado acompanhar de perto os trabalhos para o reestabelecimento da energia.

A Força Aérea Brasileira (FAB) mandou para o Amapá aeronaves com toneladas de equipamentos necessários para reestabelecer a energia elétrica no estado. As aeronaves transportarão máquinas de purificação de óleo e geradores para Macapá (AP). A missão, que começou nesta sexta-feira (6), deve terminar no sábado (7). Um incêndio em um transformador, na noite de terça-feira (3), provocou o apagão em 14 cidades do estado. Apenas dois municípios não foram afetados.

O transformador avariado pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.

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Situação de emergência

O apagão levou o governo do estado a decretar situação de emergência. Pessoas estão perdendo alimentos em virtude da falta de refrigeração e gêneros básicos começam a faltar nos mercados. Uma das poucas panificadoras da capital que ainda funcionam concentra longas filas na entrada. O estabelecimento decidiu limitar a quantidade de pães por cliente.

Além disso, as pessoas têm dificuldade de fazer compras de forma eletrônica por falta de internet estável e energia para carregar as máquinas de cartão. Os consumidores precisam sacar dinheiro para fazer compras, mas o apagão também não permite saques em caixas rápidos. Os principais hospitais do estado estão operando a base de geradores a óleo diesel.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ontem (5) que o restabelecimento das condições normais de abastecimento energético no estado deve levar 30 dias. Ele esteve com o governador do estado, Waldez Góes, para tratar da crise de energia. 

Segundo afirmou o ministro na quinta-feira, havia expectativa de que fossem restabelecidos de 60% a 70% do abastecimento de energia elétrica no Amapá no mesmo dia. Além do conserto dos geradores danificados, o governo tem providenciado o envio de geradores.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) está em Macapá desde o início da crise e tem enviado vídeos com relatos do que tem acontecido. “Depois de quase 65 horas sem energia, temos notícias do reestabelecimento em alguns bairros da cidade. Ao que tudo indica, pelos próximos 10 a 15 dias, por termos apenas um transformador na subestação funcionando, energia em sistema de racionamento”, afirmou o senador, na tarde de hoje. Ele tem atuado junto ao Poder Judiciário para tentar garantir a distribuição de cestas básicas e água à população, dentre outras medidas.

O Amapá está vivendo uma situação caótica, porque 13 de suas 16 cidades estão sem energia elétrica desde terça-feira. Com isso, a CBF se viu obrigada a adiar a partida entre Santos-AP e São Raimundo-RR, pela 11.ª rodada do Campeonato Brasileiro Série D. "Força maior diante da impossibilidade logística e operacional na cidade de Macapá/AP", explicou a CBF de forma oficial.

A partida estava marcada para domingo, às 17h, no Estádio Zerão, em Macapá, mas a cidade só conta com energia elétrica para os serviços essenciais, como hospitais. A entidade remarcou o jogo para 18 de novembro, no mesmo horário e local.

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Desde terça-feira, o Amapá está quase por completo sem energia devido a um incêndio em uma subestação de energia em Macapá. Nesta sexta, o Governo do Estado declarou situação de emergência.

O Ministério de Minas e Energia criou um gabinete de crise para tentar resolver a situação, mas pode levar até dez dias para que o Estado volte a ter 100% de abastecimento de energia.

O estado do Amapá chegou ao quarto dia sem energia elétrica, nesta sexta-feira (6), e é um dos assuntos mais comentados das redes sociais. Cerca de 70% do Estado - 13 das 16 cidades -  sofre com a falta de energia que se deu em decorrência de um incêndio, na terça-feira (3), em um transformador 1 da Subestação de Macapá, que pertence à empresa LMTE. 

O problema deixou mais de 880 mil pessoas com problemas também no abastecimento de água, fazendo com que o Governo decretasse estado de calamidade por 30 dias. 

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Nas redes sociais, alguns famosos iniciaram uma campanha para chamar atenção do Governo Federal para solucionar o problema enfrentado na região Norte do país e criticaram a falta de engajamento da mídia em relatar o problema. 

O jornalista Xico Sá, usou sua conta no Twitter e escreveu: "Mesmo com toda complexidade técnica, se esse problema do Amapá fosse no Sudeste o governo Bolsonaro já teria resolvido em horas. Como é no Amapá, rola essa demora e todo mundo toma como natural". 

A cantora Gabi Amarantos também não poupou críticas pela falta de ação e classificou de "negligência com a região norte".  

"É sobre essa negligência à região NORTE que eu tanto falo, o Amapá em estado de calamidade e nada na mídia. Parem de tratar as pessoas lá de cima com exclusão, nos respeitem, tem uma nação potente que não aguenta mais esse descaso. A gente faz parte desse país sudestecêntrico!", escreveu Gaby em seu Twitter.

Outros artistas também se posicionaram e chamaram atenção para o problema. Confira:

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O drama dos moradores do Amapá, que estão há três dias sem energia elétrica por causa de um incêndio em uma subestação da capital Macapá na noite de terça-feira, 3, ganhou contornos apocalípticos em centenas de depoimentos nas redes sociais. Apesar da dificuldade em conseguir conexão, muitas pessoas aproveitaram o pouco que restava de bateria em seus celulares para relatar as dificuldades da população local.

Em um texto no Facebook, Heluana Quintas fala da situação de calamidade no Estado onde 14 dos 16 municípios estão sem energia elétrica. "Não tem água encanada. Não tem internet e raras vezes funciona Claro e Vivo. Os postos de gasolina não podem operar sem energia, então não temos gasolina também. Não dá para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos, nem comprar comida com cartão. Estamos num pico de contaminação e lotação nos hospitais devido à pandemia. Eles estão funcionando por gerador. Não sabemos por quanto tempo. As cirurgias foram interrompidas. Torçam, rezem, orem, mandem 'positive vibration' aos enfermos", postou.

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O material logo viralizou em diversas redes sociais e hashtags como #SOSAmapa, #ApagaoNoAmapa e #AmapaPedeSocorro passaram a circular com força. Vídeos nas redes mostram filas para conseguir colocar combustível no automóvel ou para comprar água, em um momento de pandemia no qual a aglomeração de pessoas pode aumentar a contaminação de covid-19.

Marina Silva (Rede), ex-senadora pelo Acre, também comentou os problemas. "É gravíssima e estarrecedora a situação no Amapá. Em quase todo o Estado, já são mais de 40 horas sem energia elétrica, água, internet e sinal de celular. As autoridades públicas precisam agir com urgência para contornar os transtornos e os prejuízos provocados a todos os amapaenses", disse em seu Twitter.

Outros dois políticos que estão divulgando as dificuldades locais são o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB), eleitos no Estado. "O que estamos vivendo no Amapá é inaceitável. Precisamos de respostas rápidas. Comerciantes e famílias estão perdendo o pouco que tem, famílias sem água para cozinhar/tomar banho e grandes aglomerações se formando em supermercados, farmácias, postos de gasolina em plena pandemia", reclamou Capiberibe.

Auriney Brito, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Amapá também desabafou em sua conta de Twitter. "Estamos chegando a 48 horas sem energia no Amapá. Macapá entrando em convulsão por falta de água potável, combustível e outros itens básicos. Não é hora de politizar ou buscar culpados, precisamos da solidariedade e orações de todos. No meio desse caos, ainda há pandemia por aqui", disse.

Outra internauta usou o Twitter para lamentar a situação. "Só atualizando: estamos há 50 horas sem energia, pouco sinal de internet, a água potável está escassa, gasolina num preço absurdo, o Estado está na segunda onda de covid e não temos previsão de retorno", disse Mari Guedes.

Na quinta-feira, 5, o governo informou que tem a expectativa de restabelecer o fornecimento de energia em 70% do Amapá, mas a retomada das condições normais de atendimento em todo o Estado deverá levar mais tempo, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Um incêndio na subestação Macapá ocorrido na noite de terça-feira levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 megawatts de carga elétrica.

Nesta sexta-feira (6), pelo terceiro dia consecutivo, 13 das 16 cidades do Amapá sofrem com um apagão de energia elétrica.

O governo da capital, Macapá, decretou estado de calamidade pública por 30 dias e alterou as regras por conta da pandemia da Covid-19, autorizando os postos de combustíveis a estender o horário de funcionamento para 24 horas por dia.

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Apenas as cidades de Laranjal do Jari, Oiapoque e Vitória do Jari tem o fornecimento normal de energia elétrica por usarem sistemas independentes.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o apagão foi provocado por um incêndio na terça-feira (3) no transformador 1 da Subestação de Macapá, que pertence à empresa LMTE. A companhia é a responsável pela energia em cerca de 70% do estado.

Na noite desta quinta, o Ministério de Minas e Energia informou que abriu uma investigação formal para analisar as causas do problema e disse que a energia deve voltar de forma total em até 15 dias.

Além dos danos causados pela falta de energia elétrica, os moradores têm problemas no abastecimento de água - que a companhia local informou que retomará nesta sexta-feira (6) - e nas redes de comunicação (telefonia fixa e móvel e internet). Na capital Macapá, os hotéis que têm geradores registraram lotação completa nas últimas duas noites.

Já hospitais, unidades de atendimento de saúde e diversos estabelecimentos de serviços essenciais estão funcionando com geradores e devem ter prioridade na retomada da energia elétrica.

Da Ansa

Um suposto ataque contra um gasoduto provocou um corte de energia elétrica em toda Síria, anunciaram nesta segunda-feira (24) as autoridades citadas pela agência oficial SANA.

O ministério da Energia Elétrica afirmou que a explosão de um gasoduto nos arredores de Damasco no domingo (23) à noite "provocou um corte da energia elétrica em toda Síria".

O ministro do Petróleo e de Recursos Minerais, Ali Ghanem, declarou que a explosão de um gasoduto, entre Adra e Al Dhamir, foi "o resultado de um ataque terrorista", mas não revelou mais detalhes.

A SANA publicou imagens de um incêndio noturno que, segundo a agência, foi provocada pela explosão de um gasoduto. Durante a manhã, a agência divulgou fotografias que mostram o gasoduto sem um grande pedaço.

Moradores de Damasco afirmaram à AFP que acordaram sem energia elétrica em suas casas. O sistema elétrico sírio é alimentado com gás e combustível.

Algumas centrais voltaram a funcionar e o abastecimento começou a ser garantido para infraestruturas vitais, acrescentou o ministro, que também informou que várias províncias começaram a recuperar gradualmente a energia elétrica.

O incidente é o mais recente de uma série de supostos ataques contra infraestruturas do sistema de energia do país.

Em janeiro, o governo sírio afirmou que mergulhadores colocaram explosivos em oleodutos offshore no Mar Mediterrâneo perto da refinaria de Banias, mas que o dano provocado não interrompeu as operações.

A Síria é cenário desde março de 2011 de uma guerra que provocou mais de 380.000 mortes e deixou milhões de pessoas deslocadas.

Desde então, o governo perdeu o controle de reservas de petróleo importantes, o que provocou uma queda de bilhões de dólares em sua receita pela venda de combustíveis.

Durante o apagão ocorrido na noite da quinta-feira (13) na Região Metropolitana do Recife (RMR), cabos foram roubados da linha Centro do Metrô, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Por conta disso, o Ramal Jaboatão ficou com intervalos maiores.

De acordo com a CBTU, foram roubados cerca de 40 metros de cabo entre as estações Floriano e Engenho Velho. Um dos trechos do sistema, em que composições circulam a 80 km/h, estava com trens a no máximo 10 km/h.

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Esta foi a 38ª ocorrência de roubo de cabos no sistema neste ano, segundo a CBTU. Ao todo, foram subtraídos 600 metros de cabos. Técnicos foram enviados ao local e o sistema já está normalizado.

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