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A ministra Rosa Weber, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, suspendeu decisões do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJ-MA) que garantiam o pagamento da pensão mensal vitalícia aos ex-governadores Edison Lobão (MDB; 1991-1994) e José Reinaldo Carneiro Tavares (PSDB; 2002 - 2006). A ministra viu 'dissintonia' entre o que decidiram os desembargadores da Corte maranhense e o entendimento do STF que, em 2018, declarou a inconstitucionalidade de normas que previam a concessão de subsídio mensal vitalício para ex-governador.

Na prática, antes da decisão do Supremo, os ex-governadores tinham direito de receber por toda a vida salários compatíveis aos que recebiam no cargo. O atual governador Flávio Dino (PSB), por exemplo, receberia em média R$ 15 mil mensais em vencimentos brutos, caso a regra continuasse válida. No caso dos ex-governantes do Maranhão, a pensão ainda poderia ser transferida aos filhos quando morressem.

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A decisão foi dada nesta quarta-feira (26) a pedido da Procuradoria-Geral do Estado do Maranhão, que acionou o Supremo contra decisão do desembargador Antônio Guerreiro Júnior, do TJ-MA. O juiz do tribunal maranhense acolheu pedido do ex-governador Lobão e restabeleceu sua pensão vitalícia sob o entendimento de que houve 'suspensão abrupta' do pagamento, 'sem o devido processo administrativo'. Além disso, segundo Guerreiro Júnior, o montante pago ao ex-mandatário seria 'verba de natureza alimentar'.

Quando acionou a corte estadual, Lobão alegou que não tinha sido 'corretamente notificado' da decisão do STF. Além disso, sustentou que não houve definição das consequências da decisão do Supremo, argumentando que seu benefício não seria afetado pelo entendimento da corte máxima, uma vez que já tinha sido adquirido.

Ao Supremo, a Procuradoria-Geral do Estado argumentou que o restabelecimento da pensão ofende a ordem e a economia pública, uma vez que descumpre decisão da corte máxima. Além disso, o Estado comandado por Flávio Dino alegou 'grave a lesão ao erário' com ênfase que, atualmente, há doze beneficiários da pensão, entre ex-governadores e dependentes, o que resulta em uma despesa mensal de R$ 365.653,32, com o pagamento de um benefício já declarado inconstitucional.

O Maranhão calculou o total anual a ser desembolsado em razão das pensões, considerando 12 parcelas e o décimo-terceiro salário: R$ 4.753.493,14. Nessa linha, argumentou que a manutenção da decisão que beneficiou Lobão 'favorece o efeito multiplicador'. Em contraponto ao argumento de Lobão, o Estado informou ao STF que notificou os beneficiários da pensão vitalícia depois que os ministros declararam a inconstitucionalidade da norma, abrindo espaço para aqueles que tivessem interesse, contestarem a decisão.

Além de Lobão e Tavares, que foram à Justiça para reaver o benefício, constam na lista de beneficiários da pensão vitalícia os ex-governadores João Alberto de Souza, José Sarney Costa e Roseana Sarney Murad. Há ainda pensionistas de sete ex-governadores falecidos: Antonio Jorge Dino, Eugênio de Barros, Jackson Kepler Lago, João Castelo Ribeiro Gonçalves, Luiz Alves Coelho Rocha, Pedro Neiva de Santana, Epitacio Cafeteira Afonso Pereira. Segundo documento da PGE do Maranhão, o subsídio pago a cada um dos beneficiários é de R$ 30,471,11.

Ao analisar o caso, Rosa acatou o argumento do Estado registrando que as decisões da corte maranhense não estão alinhadas com o entendimento firmado pelo Supremo em 2018. Na ocasião, o tribunal considerou que o pagamento de pensão mensal vitalícia aos ex-governadores não 'se compatibiliza' com a Constituição por configurar tratamento diferenciado e privilegiado 'sem fundamento jurídico razoável, com ônus aos cofres públicos, em favor de quem não exerce função pública ou presta qualquer serviço à administração'.

Além disso, a ministra destacou que a manutenção dos despachos do TJ-MA pode acarretar 'grave lesão à ordem pública e ao erário'. "A questão não mais comporta controvérsia, pacificado o entendimento, em sede de controle abstrato, na exata hipótese da declaração de inconstitucionalidade de regramento estadual prevendo o pagamento de pensão vitalícia a ex-governadores, que "o direito adquirido não configura fundamento idôneo para a preservação do recebimento da referida pensão vitalícia, máxime quando baseada em previsão inconstitucional", registrou a ministra, em referência à decisão do STF sobre o tema.

Em alguns estados do País, no entanto, os benefícios persistem. O Estadão consultou os governos dos vinte e sete estados da federação sobre o pagamento de pensões. Em resposta à reportagem, a Secretaria de Gestão Estratégica e Administração do Estado de Roraima informou que a viúva do ex-governador Ottomar de Souza Pinto (PSDB), a ex-senadora Marluce Pinto (PTB), recebe mensalmente R$ 12 mil, o que corresponde a 40% do salário atual de governador.

O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal rejeitou parte da denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra o ex-ministro Edison Lobão, seu filho Marcio Lobão e outras seis pessoas por supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da Transpetro. O magistrado entendeu que o caso era de 'rejeição parcial por manifesta ausência de justa causa', considerou que alguns crimes imputados aos acusados estavam prescritos e colocou no banco dos réus apenas Marcio Lobão e o proprietário da Galeria Almeida & Dale, Carlos Dale Junior, por suposto crime de lavagem de dinheiro envolvendo a compra e venda de uma obra de arte chamada 'Amazonino Vermelho'.

Em decisão datada desta quarta, 9, o magistrado registrou que os crimes de corrupção passiva imputados a Lobão e ao ex-presidente da Transpetro José Sérgio de Oliveira Machado estariam prescritos, considerando o suposto momento da solicitação da propina, que teria ocorrido antes de maio de 2008.

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"O crime de corrupção passiva é apenado com reclusão de 02 (dois) a 12 (doze) anos, acrescido de um terço se o ato funcional é efetivamente praticado, já tendo decorrido, portanto, mais de 10 (dez) anos, prazo no qual incide a prescrição da pretensão punitiva do Estado tomada as penas em abstrato e a especial condição (maiores de 70 anos) dos denunciados Edison Lobão e José Sérgio de Oliveira Machado" explicou o juiz na decisão. A mesma lógica foi aplicada ao executivo Nelson Cortonesi Maramaldo, que era acusado de corrupção ativa.

Já com relação ao ex-presidente do Grupo Estre, Wilson Quintella, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos considerou que a força-tarefa da Lava Jato fez imputações de 'condutas atípicas e desprovidas de elementos mínimos que lhe deem verossimilhança'. Assim, o magistrado entendeu que não havia 'suporte probatório' contra o empresário que n~~ao trechos de delação premiada que o citavam.

"Destarte, inexistindo elementos que demonstrem a prática do crime de corrupção ativa, consubstanciado na oferta ou promessa autônomas de vantagem a funcionário público, em relação a Wilson Quintella Filho, a denúncia há de ser rejeitada", ponderou. O mesmo entendimento foi aplicado com relação ao empresário Nelson Cortonesi Maramaldo e ao ex-funcionário da Estre Antônio Kanji. Com relação à dupla e ao filho de Lobão, Márcio, o juiz rejeitou as acusações de corrupção passiva por considerar que não havia 'indícios mínimos de autoria ou participação dolosa'.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na quarta-feira passada, dia 20, que os autos do Inquérito 4260, que apura supostas propinas pagas pela Camargo Corrêa ao ex-ministro Edison Lobão no âmbito da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, sejam enviados para o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O relator da Lava Jato na Corte acolheu os pedidos do Ministério Público Federal e reconheceu não cabe ao STF julgar o caso uma vez que Lobão perdeu o foro por prerrogativa de função.

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A defesa de Lobão indicou, no entanto, que pedirá que o inquérito seja enviado à Vara Federal de Brasília, com base em uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que determinou, também na quarta, o envio de uma outra ação contra o ex-ministro para a Justiça Federal do Distrito Federal.

O inquérito 4260 foi iniciado em junho de 2016 e tem como base a delação do ex-diretor da Área de Energia da construtora Camargo Corrêa Luiz Carlos Martins. O executivo narrou que as empreiteiras que participaram do consórcio de construção de Belo Monte, lideradas pela empreiteira Andrade Gutierrez, teriam estabelecido um "compromisso político" de pagar propinas ao PT, ao MDB e ao ex-Ministro da Fazenda Delfim Netto, contando com a ajuda de Antônio Palocci, interlocutor do Governo Federal à época.

Martins destacou três situações específicas em que Lobão teria recebido vantagens ilícitas: a celebração de contratos sem lastro de R$ 2,5 milhões com a AP Energy Engenharia e Montagem; a entrega, em espécie de R$ 800 mil na casa do ex-ministro em Brasília, feita por um funcionário da Camargo Corrêa; e o repasse de R$ 160 mil a uma empresa vinculada a Delfim Neto, a pedido de Lobão.

Ao considerar os pedidos do Ministério Público Federal, pela "incompetência" do STF para investigar os fatos, Fachin considerou que seria pertinente o declínio de competência do caso para a 13ª Vara de Curitiba, tendo em vista que Lobão, não mais senador, perdeu a prerrogativa de foro, e também considerando que em tal juízo tramitam outras investigações sobre delitos na obra de Belo Monte.

Em outra ação penal, o ex-senador, seu filho Márcio Lobão, e sua nora, Marta, são réus por supostos repasses de R$ 2,8 milhões da Odebrecht entre 2011 e 2014, oriundos de corrupção no contrato de construção da Usina de Belo Monte.

A investigação se iniciou no Supremo Tribunal Federal e foi declinada para a Justiça Federal do Paraná. Em 2017, o ministro Edson Fachin autorizou buscas contra Lobão e seu filho, quando foram encontrados 1,2 mil quadros com Márcio.

As obras de arte do emedebista voltaram a ser alvo de investigações em outubro de 2019, quando a Lava Jato em Curitiba deflagrou a Operação Galeria, que levou o filho de Lobão à cadeia - ele foi solto depois por decisão do desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

A ação sobre as supostas propinas da Odebrecht foi, no entanto, enviada para a Justiça Federal de Brasília por ordem do juiz Luiz Antonio Bonat, titular da 13ª Vara de Curitiba. A decisão atendeu a uma determinação do TRF-4 que atendeu parcialmente, na última quarta, um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Lobão.

Na ocasião, os desembargadores da 8ª Turma seguiram o entendimento do relator do caso, João Pedro Gebran Neto, de que os crimes investigados no âmbito de contratos de licitação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte não teriam "relação fática" com os fatos da Lava Jato.

Com base em tal decisão, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Edison Lobão, apresentará uma petição ao juízo da 13ª Vara, assim que os autos do Inquérito 4260 chegarem a Curitiba, alegando que o TRF-4 entendeu recentemente que os delitos investigados no âmbito da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte tem de ir para a Justiça Federal de Brasília. "Então esse caso não seguirá em Curitiba", diz o advogado.

Edison Lobão também foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da Transpetro.

Defesa

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que defende Edison Lobão, divulgou a seguinte nota:

"O ministro Fachin quando entende que o inquérito deve ir pra Curitiba deixa que o juiz decida. Ele não manda de forma peremptória, assim como fez como esse caso (da Odebrecht). A juíza se deu como competente, nós fomos ao Tribunal e foi considerado que não havia motivo para o processo estar em Curitiba. Belo monte não tem nenhum sentido estar em Curitiba. Quando o inquérito baixar vou fazer uma petição simples dizendo que o TRF-4 entendeu recentemente que tudo que disser respeito a Belo Monte na realidade tem que ir para Brasília. Então esse caso não seguirá em Curitiba."

Na série Amazoninos, produzida entre o fim dos anos 1980 e início dos 2000, a artista plástica Lygia Pape (1927-2004) usa materiais como ferro e plástico para criar "naturezas próprias" que geram a sensação de surpresa no observador. Já para os investigadores da Operação Lava Jato, o Amazonino Vermelho encontrado no apartamento de Márcio Lobão, no Rio, é só um artifício usado pelo filho do ex-senador Edison Lobão (MDB-MA) para lavar R$ 160 mil desviados da Transpetro por meio da galeria de arte Almeida & Dale.

Na quarta-feira passada (30), Márcio, Edison Lobão e outras seis pessoas foram denunciados pela força-tarefa da Lava Jato por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos da Transpetro com o Grupo Estre e o Consórcio NM Dutos Osbra que somam R$ 1,5 bilhão.

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Entre os denunciados está Carlos Dale Junior, um dos donos da Almeida & Dale. A pista levou a Lava Jato a abrir investigação para apurar a suspeita de que o ex-senador Luiz Estevão teria lavado R$ 65 milhões por meio da galeria.

A Almeida & Dale também é citada em casos envolvendo o senador Fernando Collor de Mello (PROS), em suspeitas de irregularidades na aquisição do avião que caiu matando o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e no processo que pede a cassação por uso de caixa 2 eleitoral do prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior (PSDB).

Em meio a um ambicioso plano de expansão que tinha como objetivo dominar o mercado de arte brasileiro, a Almeida & Dale foi alvo de ações da Polícia Federal e trouxe para o centro da Lava Jato nomes como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Alberto Volpi.

Não, a nata dos artistas plásticos brasileiros não participou dos desvios. Mas os investigadores suspeitam que suas obras foram usadas para lavar dinheiro desviado da Petrobras.

Para a Lava Jato, Márcio Lobão pagou pelo Amazonino Vermelho R$ 200 mil a Carlos Dale Júnior em maio de 2011, sem nota fiscal, mas só declarou a obra em 2012, com nota de R$ 40 mil, ocultando R$ 160 mil.

Em 10 de setembro, a PF desencadeou a 65ª fase da Lava Jato, a Operação Galeria, que fez busca e apreensão na sede da Almeida & Dale, em São Paulo, e achou documentos que apontam para Estevão, condenado a 26 anos de prisão por peculato, estelionato e corrupção no caso do TRT-SP. Entre maio de 2008 e outubro 2018, ele teria participado da negociação de R$ 65 milhões em obras com a Almeida & Dale. Entre elas, trabalhos de Tarsila, Di Cavalcanti e Volpi.

Uma denúncia anônima enviada ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em outubro de 2015 anexada à ação sobre a suspeita de pagamento de R$ 26 milhões em propinas a Collor dizia que Estevão era o verdadeiro dono da Almeida & Dale e que a galeria era usada para ocultar valores do ex-presidente. A denúncia foi arquivada. Não há registro de transações entre Collor e a galeria.

Eleitoral

Dez cheques da galeria foram depositados na conta da aposentada Ana Maria Comparini Silva, que era usada, segundo a Procuradoria Eleitoral de São Paulo, para alimentar o caixa 2 da campanha do prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Junior, e de candidatos a vereador do PSDB em 2016. Na ação que pede a cassação de Auricchio, Carlos Dale Júnior diz que "a contabilidade da empresa melhorou depois de 2018 e que agora fornecem notas fiscais e destacou que antes da profissionalização da contabilidade as declarações de Imposto de Renda não refletiam as negociações da empresa".

A Almeida & Dale também foi alvo de ação fiscal da Receita em 2017 por pagamentos sem causa para empresas fantasmas, segundo a investigação.

Especialistas afirmam que o uso de bens não monitorados, como obras de artes e joias, para ocultação de valores ilícitos aumentou a partir da Convenção de Viena, em 1988, que obrigou todos os países a criarem legislações específicas para combater a lavagem do dinheiro do narcotráfico.

"Obras de arte têm valor altamente volátil, é difícil argumentar objetivamente se uma obra vale determinado preço ou não. E são fáceis de transportar", disse Heloisa Estellita, professora de direito penal da Fundação Getúlio Vargas.

Defesas

O advogado da Almeida & Dale, Ralph Tórtima Filho, disse que a galeria não reconhece as acusações de participação em atos de lavagem de dinheiro. "Ele (Carlos Dale Jr.) está extremamente tranquilo. Não cabe a ele, como não cabe a qualquer negociador, verificar a origem dos recursos nas vendas feitas pela galeria."

Segundo Tórtima, Dale vende obras pelo valor de mercado. "Se antes a obra foi declarada por valor a menor, não é responsabilidade da galeria", argumentou.

Quanto aos R$ 550 mil que foram parar na conta que, segundo o Ministério Público, abastecia o caixa 2 do PSDB em São Caetano do Sul, o advogado disse que não existem provas de que os depósitos foram feitos pela galeria. "Os cheques foram dados a outra pessoa." A assessoria de José Auricchio Júnior afirmou que "a prestação de contas eleitorais do prefeito registrou de forma transparente as doações recebidas de Ana Maria Comparini".

A defesa de Luiz Estevão e a assessoria de Fernando Collor não se manifestaram. A reportagem não conseguiu contato com Edison e Márcio Lobão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Operação Lava Jato investiga o ex-senador Luiz Estevão por supostamente intermediar R$ 65 milhões na compra de obras de arte sem emissão de nota fiscal em um período de 10 anos. O ex-parlamentar cumpre pena no Complexo Penitenciário Federal da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado a 28 anos de prisão em duas sentenças relativas a fraudes nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo e também por sonegação fiscal.

A apuração que envolve Estevão é decorrente da Operação Galeria, 65.ª fase da Lava Jato, que investigou esquemas de lavagem de dinheiro que envolvia o ex-senador e ex-ministro Edison Lobão (MDB-RN) e o filho dele Márcio Lobão, que supostamente teriam recebido propina em contratos da Transpetro. Eles foram denunciados na terça-feira (29) à Justiça.

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Segundo a Lava Jato, o emedebista e o filho ocultaram dinheiro por meio de obras de arte adquiridas na Almeida & Dale Galeria de Arte, cujo dono, Carlos Dale Júnior, também foi alvo da denúncia à Justiça. Quando a PF vasculhou o estabelecimento, que fica no Jardim Paulista, área nobre da capital, encontrou no computador do proprietário do local uma tabela com os cifras referentes a vendas de obras de arte.

De acordo com os investigadores, chamou a atenção o valor das transações, um total de R$ 65,2 milhões, "como também o fato de que todas elas ocorreram sem a emissão de nota (nota fiscal)". Por fim, disseram os investigadores da Lava Jato, havia "a indicação da participação nelas de 'Luiz Estevão' como adquirente das obras". Os procuradores ainda disseram que em "rápida pesquisa na internet" foi possível concluir que Dale Júnior e Estevão mantinham relação de amizade.

"De fato, conforme constou na tabela apreendida na busca e apreensão da Almeida & Dale Galeria de Arte, é possível que pessoa identificada como 'Luiz Estevão' tenha sido responsável por adquirir telas de (Alfredo) Volpi, entre 2010 e 2015", afirmou a Lava Jato. Dois quadros do pintor modernista, de acordo com a força-tarefa, "foram compradas por R$ 250 mil".

Na denúncia da Lava Jato contra Lobão, ele é acusado de corrupção passiva e seu filho por corrupção passiva e também por lavagem de dinheiro. Ambos teriam recebido propina de contratos da Transpreto, empresa da Petrobrás que faz o transporte de combustível, que chegariam a R$ 1,5 bilhão.

A acusação dos procuradores detalha supostos esquemas do emedebista para ocultar os valores por meio da aquisição de obras de arte. As investigações partiram de uma delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Defesa

Ralph Tórtima Stettinger Filho, advogado da galeria Almeida & Dale, afirmou que o estabelecimento comercial "apenas atuou na intermediação de compra e venda e, no menor tempo possível, estará fornecendo todos os esclarecimentos necessários de sorte a evidenciar a regularidade dessa operação".

Marcelo Bessa, advogado de Estevão, disse desconhecer o assunto. "De qualquer forma, não vou comentar a questão", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Policiais federais prenderam nesta terça-feira (10) Márcio Lobão, filho do ex-senador Edison Lobão, do Maranhão, na 65ª fase da Operação Lava Jato. Márcio e o ex-senador são suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção envolvendo a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e outras empresas como a Transpetro, subsidiária da Petrobras. Também estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Participam da operação auditores da Receita Federal.

De acordo com a Polícia Federal (PF), estão sendo investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro decorrentes do pagamento de vantagens indevidas. Entre os suspeitos de receber propina está também o ex-senador Edison Lobão, que foi ministro de Minas e Energia de 2011 a 2014.

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os suspeitos teriam recebido R$ 50 milhões de propina da Odebrecht entre 2008 e 2014. Mais 40 contratos, cujo valor chega a cerca de R$ 1 bilhão, estão sendo investigados nesta fase da Lava Jato.

O dinheiro, segundo o MPF, era entregue em espécie a um escritório de advocacia ligado à família Lobão, localizado no Rio de Janeiro. A investigação mostrou que os recursos eram lavados por meio da compra e venda de obras de arte e de imóveis, da simulação de empréstimos familiares e da movimentação de valores em contas abertas em nomes de empresas offshore.

De acordo com os procuradores da Lava Jato, em Curitiba, no período das transações, foi possível verificar um aumento no patrimônio do filho do ex-ministro de mais de R$ 30 milhões. "Por isso, também são alvo dos mandados de busca e apreensão endereços de galeria de arte e de agentes financeiros que atuavam junto a  bancos, como o Julius Bär, gerindo contas de Márcio Lobão no exterior".

O MPF justificou o pedido de prisão de Márcio Lobão, diante das "fortes evidências" do envolvimento dele, por longo período, em "diversas operações de lavagem de capitais e em crimes de corrupção relacionados a diferentes obras públicas e grupos empresariais, bem como os indicativos de que permanece, ainda em 2019, praticando atos de lavagem de dinheiro, motivaram a decretação da prisão preventiva".

"A medida revela-se imprescindível para garantir a ordem pública e econômica, evitando-se a continuidade e a reiteração criminosa, bem como para garantir a aplicação da lei penal", acrescentou. Os procuradores informaram também, durante a entrevista concedida à imprensa na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que o ex-ministro Edison Lobão, não foi objeto de qualquer medida cautelar nas investigações da Operação Galeria.

Defesa

A defesa de Márcio Lobão informou, por meio de nota enviada à Agência Brasil, que "obteve recentemente acesso ao conteúdo da decisão judicial que determinou sua prisão. Tratam-se de fatos antigos, que envolvem investigações diferentes, sobre as quais não houve nenhuma ação dos investigados a impedir ou dificultar o trabalho do órgão de acusação. Pelo contrário, a defesa, sempre que intimada, prontificou-se a prestar esclarecimentos e colaborar com a Justiça. Diante disto, a decretação de prisão mostra-se desnecessária e viola princípios básicos do direito, que devem ser restabelecidos pelo Poder Judiciário".

 

A Justiça Federal aceitou denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná contra o ex-ministro e ex-senador Edison Lobão (MDB) e outros cinco investigados por corrupção no contrato de construção da Usina de Belo Monte. A acusação formal do Ministério Público Federal também alcança o filho Márcio Lobão e a nora Marta Lobão e relata pagamento ilícitos, entre 2011 e 2014, no valor de R$ 2,8 milhões, por intermédio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Além de receber a denúncia, a 13.ª Vara da Seção Judiciária de Curitiba também determinou o arresto e o sequestro de R$ 7.873.080,00 de bens e ativos financeiros em nome de Edison Lobão, Márcio Lobão e Marta Lobão. A acusação também atinge Ailton Reis, Antonio Carlos Blando e Augusto Roque.

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Segundo a Procuradoria da República, as empresas do Consórcio Construtor Belo Monte, entre elas a Odebrecht, "se comprometeram a efetuar pagamentos de propina na razão de 1% do valor do contrato de construção da Usina de Belo Monte para políticos do PT e MDB". A denúncia aponta que os valores da propina foram divididos de modo que 45% ficassem com integrantes do PT, 45% com integrantes do MDB e 10% com Antônio Delfim Netto.

Os procuradores afirmam que R$ 2,8 milhões de propina da Odebrecht foram direcionado a Edison Lobão e Márcio Lobão. À época dos supostos pagamentos, Edison Lobão era ministro de Minas Energia, e, por isso, solicitou a propina de Belo Monte.

De acordo com a acusação, a propina para Edison Lobão e Márcio Lobão foi repassada pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, em cinco entregas, no local onde Marta Lobão, esposa de Márcio Lobão, mantinha um escritório de advocacia com a família de seu sogro. Nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht, relata o Ministério Público Federal, Edison Lobão era identificado como "Esquálido" e para viabilizar os pagamentos foram efetuadas operações dólar-cabo para gerar valores em espécie no Brasil e criadas senhas para a entrega do dinheiro.

"As provas do recebimento da propina foram colhidas dos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht, em planilhas obtidas com Álvaro Novis, doleiro responsável por gerenciar as entregas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, e com recibos de entregas apreendidos na empresa Trans-Expert, transportadora de valores ilícitos que prestava serviços para a empreiteira", informou a Procuradoria em nota.

Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, "os crimes de corrupção envolvendo a construção da Usina de Belo Monte, com o escoamento de milhões em propinas para políticos, revelam um triste contraste e um descaso com as comunidades atingidas pela obra, que diuturnamente sofrem com ausência dos investimentos necessários para cumprimento dos compromissos assumidos quando do licenciamento da usina; trata-se de uma inversão de valores demonstrativa dos efeitos nefastos que a corrupção causa no nosso país".

A procuradora da República Jerusa Burmann Viecilli destaca que "os crimes cometidos no âmbito da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte ultrapassam os danos causados ao erário, na medida em que atingiram diretamente o meio ambiente, direito fundamental cujo equilíbrio é indispensável para o futuro das gerações".

Continuidade das investigações

As apurações envolvendo crimes no contexto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte ainda prosseguem no que se refere a outras parcelas de propinas pagas pela própria Odebrecht e pelas demais empresas integrantes do Consórcio Construtor de Belo Monte para integrantes do PT, MDB e para Antônio Delfim Netto.

Defesas

Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Edison Lobão afirmou: "A defesa do ex-senador Edison Lobão vem a público dizer que a denúncia que foi recebida em relação à investigação que se deu sobre as obras da Usina Belo Monte é mais uma, dentre tantas, que se lastreia unicamente nas palavras dos delatores. Nada mais. Ao longo dos últimos meses esta estratégia da força tarefa de usar a palavra dos delatores para escrever uma história da operação Lava Jato está sendo desmoralizada pelos fatos que estão vindo à tona diuturnamente. Inclusive, um dos subscritores dessa denúncia hoje está em cheque. A defesa do ex-senador Edison Lobão confia no juiz titular da 13.ª Vara de Curitiba e tem certeza da sua imparcialidade. É o que basta para enfrentar uma acusação sem nada concreto, a não ser a palavra de delatores."

A reportagem está tentando contato com todos os citados. O espaço está aberto para manifestação.

As defesas do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e do ex-secretário da Casa Civil do Maranhão Luiz Fernando Moura da Silva sustentam que a colaboração de Gustavo da Costa Marques tem de ser anulada por ele ter admitido que "mentiu" em depoimentos supostamente orientados pela Camargo Corrêa.

"Ou você fala a verdade ou perde o direito à delação. Nesse caso, não houve espontaneidade", afirmou nesta segunda-feira (14) o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Lobão. Ele negou que seu cliente tenha recebido "qualquer coisa" do executivo e se disse "perplexo" com a mudança de versões. "Não pode haver recall."

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Os advogados Daniel Gerber e Bernardo Fenelon, que defendem Silva, alegam que o acordo de Costa Marques está "nitidamente viciado" e não deve ser mantido. Em petição enviada ao ministro do Supremo Edson Fachin, eles argumentam que a Lei 12.850/13 impõe como condição de validade o compromisso de dizer a verdade.

"Tal situação é intolerável. Isso porque a aceitação de mentiras nesse meio de obtenção de prova tão controverso subverte totalmente a finalidade jurídica do instituto da colaboração premiada", diz o documento.

A Camargo Corrêa informou que não se manifestaria. O advogado Celso Vilardi, que representa executivos da empresa, afirmou que todas as colaborações são verdadeiras e auxiliaram as autoridades. Com relação a Costa Marques, disse não ter como explicar "porque mentiu" e retificou suas versões.

Fernando Brito e seus advogados não atenderam aos telefonemas do Estadão. Em depoimento à PF, o empresário admitiu que sua empresa foi usada no esquema de corrupção. O defensor de Rodrigo Brito, Daniel Bialski, informou que não poderia comentar as declarações de Costa Marques, pois o caso é sigiloso. Costa Marques e sua defesa não atenderam aos telefonemas da reportagem nesta segunda-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas empresas apontadas como de fachada pelas investigações da Lava Jato ligam o ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, Edison Lobão (PMDB), ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso novamente nesta quarta-feira, 7, no Rio pela Polícia Federal, durante a Operação Pripyat.

A AP Energy, citada na delação premiada do ex-diretor da Camargo Corrêa Luiz Carlos Martins como responsável por repassar propina a Lobão, aparece na quebra de sigilo da Link Projetos e Participações que, segundo o Ministério Público Federal, foi utilizada para repassar vantagens indevidas ao ex-presidente da Eletronuclear.

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A delação do ex-executivo da Camargo embasa um inquérito contra o ex-ministro aberto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No pedido que originou a primeira prisão de Othon, em julho de 2015, o MPF afirmou que existiam "evidências de que a Link Projetos e Participações foi efetivamente utilizada pela Engevix Engenharia apenas para repassar vantagens indevidas ao investigado, não tendo prestado quaisquer serviços".

Na quebra de sigilo da Link, o MPF detalha 88 transações financeiras com a AP Energy entre 2010 e 2014. No total, as movimentações bancárias somam R$ 2,1 milhões.

Para os investigadores, tanto a Link como a AP Energy existem apenas no papel e eram utilizadas para escoar propina. A primeira tem como sócio o empresário Victor Sérgio Colavitti. Após a 16.ª fase da Lava Jato, em que a empresa foi alvo, Colavitti assinou um acordo de delação premiada e assumiu ter firmado contratos fictícios com a Engevix com o objetivo de mascarar os repasses para a Aratec Consultoria, em nome da filha e do genro de Othon.

Ele declarou ter pago R$ 765 mil para a Aratec no mesmo período em que foram identificadas as movimentações relacionadas à AP Energy.

A empresa de Colavitti integra um núcleo formado por ao menos outras três companhias suspeitas de firmar contratos fictícios com empreiteiras. A finalidade destes contratos, segundo afirmam os procuradores, seria "esquentar" a propina endereçada a agentes públicos.

Ex-ministro

Além da delação sobre a propina destinada à Lobão via AP Energy, outros depoimentos reunidos pela Lava Jato apontam para atuação do ex-ministro em desvios em obras do setor elétrico. Entre eles está a delação de Flávio Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez, que relatou pedido do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, "em nome de Lobão", para que empresários doassem ao PMDB. O pedido, disse o delator, ocorreu durante reunião de empreiteiros sobre as obras de Angra 3.

Defesas

O advogado de Colavitti não respondeu ao contatos da reportagem. O advogado de Edison Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que as delações citadas são genéricas e desprovidas de sentido. Sobre a AP Energy, o advogado informou que Lobão "sequer conhece a empresa". A reportagem não encontrou os sócios da AP Energy nos telefones em nome da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não cita apenas o possível envolvimento da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas aponta também a participação de políticos integrantes da cúpula nacional do PMDB, PSDB e PT, entre eles senadores. 

De acordo com informações publicadas pela Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (9), o ex-líder do governo no Senado menciona o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e os pares Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Aécio Neves (PSDB-MG).  

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As declarações de Delcídio ainda estão sendo analisadas pela Procuradoria Geral da República (PGR), de acordo com o periódico, e os investigadores da Lava Jato estão apurando se os fatos atribuídos aos senadores são verídicos e se há indícios o suficiente para novos inquéritos. O senador petista nega ter feito qualquer tipo de delação premiada.

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) criticou a pressa na tramitação do projeto que muda as regras de exploração do pré-sal. De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), a proposta acaba com a exigência de a Petrobras ser operadora única e ter no mínimo 30% de participação nos leilões.

"Não vejo razão para se querer de afogadilho alterar essa lei que levou três anos e meio para ser elaborada. Pede-se urgência com que objetivo?", questionou em audiência no Senado para discutir a proposta.

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Lobão foi ministro de Minas e Energia nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff e estava à frente da pasta quando a lei que estabeleceu o regime de partilha foi aprovada. O senador disse que a legislação beneficia o País e a empresa e que o açodamento pode levar ao "abismo". "Temos todas as razões lógicas para manter a lei tal como está, ou que pelo menos se examine com mais prudência", completou.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliou que merecem "aprofundamento" as investigações sobre uma suposta sociedade oculta do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) na Diamond Mountain Capital Group, via fundo de investimento aberto nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal. O parecer de Janot foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal como parte de um processo que apura a prática de crimes de ocultação de bens e lavagem de dinheiro no qual Lobão foi citado.

"Os indícios da possível prática dos crimes (...) merecem o aprofundamento das investigações", escreveu Janot ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo.

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O jornal O Estado de S. Paulo revelou que Lobão é suspeito de ser sócio oculto da Diamond Mountain Capital Group. O nome do ex-senador foi citado por Jorge Alberto Nukin, ex-dirigente da Diamond Participações, à Polícia Federal. Ele afirmou aos investigadores ter ouvido por diversas vezes dos donos da empresa que Lobão seria sócio de um fundo do grupo nas Ilhas Cayman. A menção fez com que um inquérito que corre na justiça federal em São Paulo fosse desmembrado para o STF já que Lobão tem prerrogativa de foro por ser parlamentar em exercício.

O procurador diz ainda que as declarações e documentos apresentados por Nurkin oferecem indícios de que Lobão teria participado de "transações e facilitações no suposto esquema de fraudes arquitetado pelos representantes legais da Diamond Mountain Capital Group". Segundo Nukin, os dirigentes da Diamond Marcos Henrique Marques da Costa e Luiz Alberto Maktas Meiches, teriam buscado apoio de Lobão no "intuito de obter facilidades junto aos fundos de investimentos controlados pelo Governo Federal, dentre eles, o Postalis - Fundo de Seguridade dos Correios", diz o texto. Costa e Meiches são investigados em inquérito aberto na Justiça Federal em São Paulo. O Estado confirmou que a Diamond é gestora de um fundo do qual o Postalis tem R$ 67,5 milhões investidos.

No documento, Janot pede ainda ao STF que o senador seja notificado e apresente documentos, caso queira. "Ante o exposto, e antes da análise de eventual outra providência, o Procurador-Geral da República se manifesta pela notificação ao do Senador da Republica Edson Lobão para ciência e apresentação de documentos, se assim o desejar, no prazo de 20 (vinte) dias", escreveu Janot, em pedido aceito pelo ministro Barroso. Após a manifestação do senador, o procurador-geral deverá decidir se pede a abertura ou eventual arquivamento do caso ao STF para apurar o suposto envolvimento do parlamentar no caso.

Lobão nega qualquer envolvimento com a Diamond. A defesa diz que vai processar quem usou o nome do senador indevidamente. A Diamond também tem negado participação do ex-ministro e qualquer irregularidade nas atividades do grupo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deu prazo de 20 dias para que o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) se manifeste sobre suspeitas de que seria sócio oculto de uma holding sediada nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal caribenho. No despacho, assinado nesta segunda-feira, 18, o ministro também retira o sigilo do caso, preservado apenas em dados bancários e fiscais.

Com a medida, Barroso busca mais elementos para decidir sobre a abertura de um inquérito específico na corte sobre a suposta participação do peemedebista no Grupo Diamond Mountain. O jornal O Estado de S. Paulo revelou no domingo, 17, que um inquérito aberto na Justiça Federal em São Paulo, enviado em fevereiro ao STF, apontou a eventual sociedade do senador na holding, voltada, no Brasil, à captação de investimentos de fundos de pensão, fornecedores da Petrobrás e empresas que recebem recursos de bancos públicos, como o BNDES.

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu parecer no caso e avaliou ser necessário, antes de um inquérito, fazer "diligências para apurar as denúncias contra o senador, bem como a continuidade das investigações em primeiro grau". No caso de Lobão, o pedido de investigação foi remetido ao Supremo porque, como congressista, ele tem prerrogativa de foro.

Em depoimentos à Polícia Federal, um ex-dirigente do Grupo Diamond Mountain disse que a entrada de Lobão como sócio da holding, por meio de uma empresa estrangeira, "abriria portas para novos negócios e a sua influência traria facilitações, sobretudo no setor público". Após tratativas de representantes do grupo com o ex-ministro, a Petrobrás ofereceu "ajuda" na captação de clientes.

O trecho consta de representação feita pela Policia Federal à Justiça, na qual reforça a necessidade de investigação específica no Supremo. O inquérito sobre a Diamond em São Paulo foi aberto a partir de declarações do ex-dirigente, que se diz lesado por outros sócios do grupo. Aos investigadores, ele contou que Lobão se associou à holding de forma oculta entre 2011 e 2012, quando ocupava o ministério.

Quadrilha

O advogado de Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, reiterou hoje que o ex-ministro não tem participação na Diamond e nem fez gestões para favorecer o grupo. Segundo ele, a investigação foi provocada por um ex-dirigente da holding, que entrou em litígio com os demais sócios, e o nome do senador está sendo usado indevidamente. "Está parecendo briga de quadrilha", disse.

Kakay informou que o senador vai interpelar na Justiça quem o citou de forma inadequada. "Ele (Lobão) é vítima", sustentou. Segundo ele, os investigadores não estão convencidos do envolvimento do seu cliente e também levantaram no inquérito a hipótese de o nome dele ter sido usado.

Em nota, a assessoria da Diamond Mountain afirmou que o ex-ministro "nunca se propôs a abrir portas para a empresa" e reiterou que Lobão "nunca foi sócio e muito menos sócio oculto da Diamond Mountain". A empresa informou ainda que "não há nenhum centavo investido em seus fundos que provenha de investidores públicos". O fundo de pensão dos Correios, o Postalis, tem R$ 67,5 milhões em fundo gerido pela Diamond.

Lava Jato

Lobão e o diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, prestaram depoimento hoje na sede da Polícia Federal em Brasília em inquéritos da Operação Lava Jato.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em delação premiada, em agosto de 2014, que o senador Edison Lobão solicitou a ele R$ 1 milhão em 2008. Na época, Lobão era Ministro de Minas e Energia. As declarações constam da petição encaminhada ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, também citou Lobão em depoimento à investigadores da Lava Jato.

A oposição na Câmara quer convocar o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) na CPI da Petrobras para explicar suspeitas de que é sócio oculto de um grupo de empresas sediado nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal caribenho.

A estratégia foi definida neste domingo, 17, após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que, segundo inquérito enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista teria participação na Diamond Mountain, holding que, no Brasil, atua prospectando investimentos de fundos de pensão, fornecedores da estatal petrolífera e empresas com financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Diante das suspeitas, além de aprovar um requerimento de convocação na CPI, os partidos da oposição vão insistir na instalação das CPIs dos fundos de pensão e do BNDES. As investidas, no entanto, esbarram na resistência de PT e PMDB, que têm maioria na Câmara.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), integrante da comissão da Petrobras, disse neste domingo que as denúncias são "muito pesadas". "Vejo que existem motivos para convocá-lo na CPI já em funcionamento", afirmou. Para ele, a investigação enviada ao Supremo mostra que há interface do escândalo na estatal com denúncias, ainda sem apuração, sobre o BNDES e os fundos de pensão. "Acho que seria importante também (a instalação de uma nova CPI) para outros pontos."

O deputado diz que já há número de assinaturas mínimo para a instalação das CPIs do BNDES e dos fundos de pensão, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estaria inviabilizando as comissões. "A presidência não quer instalar. O governo e o PMDB vão trabalhar contra", previu. Essas áreas são de alta influência do partido.

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) afirmou que a convocação terá total apoio do partido. "O senador precisa ser investigado, pois deve esclarecimentos ao País. A convocação é imprescindível neste momento", considerou.

Ivan Valente (PSOL-SP) disse que vai reforçar o pedido de convocação do ex-ministro. "A denúncia de hoje é grave e devo dar entrada no pedido na próxima terça-feira", disse. O conteúdo exposto pelo jornal dá um impulso maior à CPI. "A gente já estava neste encalço e a matéria reforça isso", comentou.

Lobão comandou a pasta de Minas e Energia nos governos Lula (2008 a 2010) e Dilma (2011 a 2014). Conforme a reportagem, a Justiça Federal em São Paulo enviou ao Supremo pedido para que ele seja investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O caso está sob relatoria do ministro Luiz Roberto Barroso, que decidirá sobre a abertura de um inquérito específico na corte.

Um ex-dirigente do Diamond Mountain disse em depoimentos que Lobão tinha uma fatia do grupo e escalou um advogado maranhense para representa-lo nos negócios. O senador nega envolvimento.

E-mails anexados ao inquérito indicam que os sócios do grupo se reuniram ao menos três vezes com o então ministro, em 2011, para tratar de interesses das empresas. Lobão admite apenas um encontro, em junho daquele ano, no ministério, para tratar da atuação da holding na Petrobras, estatal vinculada às Minas e Energia.

Como mostrou a reportagem, após as tratativas com Lobão, o gerente-executivo de Finanças da Petrobrás, Gustavo Tardin Barbosa, deu ajuda "não financeira" na criação, pelo grupo, de um fundo de investimentos para fornecedores da estatal. "Prontificamo-nos a, eventualmente, acompanhar V.Sas. durante o processo de capitalização do FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), participando de reuniões com investidores nacionais e estrangeiros, bem como fornecendo informações e material que se mostrem necessários", escreveu Barbosa num ofício de 2012. "Permanecemos à disposição de V.Sas. para a criação de ações conjuntas que se fizerem necessárias para se alcançar o sucesso do programa", complementou o gerente executivo.

O nome da Petrobras aparece por diversas vezes em inquérito que investiga sócios da Diamond.

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) discursou nesta quinta-feira (12), na tribuna do Senado, para repudiar “com veemência” a inclusão do seu nome na lista de políticos sobre os quais o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito por envolvimento nos casos de corrupção da Operação Lava Jato.

O senador, que foi oficializado nesta quinta como indicado pelo PMDB para presidir a Comissão de Assuntos Sociais do Senado, disse que as acusações contra ele não são calcadas em provas e negou que tenha se beneficiado de qualquer desvio de recursos da Petrobras. Lobão também reclamou ter sido mencionado entre os suspeitos desde o princípio do escândalo.

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“Observem que há quase três meses, quando as investigações mal começavam e estavam protegidas por segredo de Justiça, o meu nome já estava exposto, indefeso, nos meios de comunicação, numa condenação antecipada por vazamento seletivo e criminoso. Como Ministro de Minas e Energia, sempre mantive com os dirigentes da Petrobras e das demais empresas vinculadas àquela Pasta um relacionamento exclusivamente institucional”, disse Lobão.

Em sua defesa, o senador disse ainda que nunca integrou o Conselho de Administração da companhia e nem teve qualquer ingerência sobre seus dirigentes. “Minha atuação como ministro se restringia à formulação das políticas públicas para o setor de petróleo e gás, definidas no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), sobre as quais, muitas vezes, como convidado, debati aqui com os senhores senadores. Não tomei parte na escolha de nenhum dos integrantes da diretoria da Petrobras. Nenhum foi nomeado por mim ou indicado por mim”, defendeu-se..

Assim como outros parlamentares que já discursaram se defendendo, Lobão também questionou a qualidade dos depoimentos prestados em regime de delação premiada e acusou a falta de provas correlatas ao que foi dito.

“É preocupante o poder que se confere, nas investigações sobre a Petrobras, ao instituto da delação premiada. Muitos, como eu, estão sendo injustamente acusados de atos que não praticaram e deverão submeter-se a um desgastante e injusto processo, apenas porque um delator, para escapar dos seus crimes, mencionou os seus nomes. A prova? Isso parece pouco relevante nos procedimentos que deram origem a esse estranho, kafkiano, processo”, reclamou o senador do PMDB.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito para investigar Lobão por causa de depoimentos na Operação Lava Jato, segundo os quais ele pediu dinheiro de propina na Petrobras para a campanha da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Por enquanto, todos os políticos citados na lista acatada pelo STF serão investigados. Não há, ainda, acusações formais sobre nenhum deles.

Incluído na relação dos políticos sobre os quais deverá ser aberta investigação, por suspeita de envolvimento em irregularidades na Petrobras, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) subiu à tribuna do Senado para dizer que vai provar que sua vida "não tem mácula". O nome dele foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa na delação premiada à Justiça como tendo recebido propina para repassar à campanha da governadora Roseana Sarney, em 2006. Lobão foi indicado ontem pelo PMDB para presidir a Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

"Minha dignidade jamais foi posta à prova. Tenho uma vida sem manchas, sem nódoas, sem máculas. Esse é meu patrimônio. É em nome dele que repudio toda a tentativa de envolver meu nome no escândalo de corrupção que abala a nossa maior empresa, a Petrobras", disse Lobão. "Sem nenhuma prova, com base em depoimentos de delação premiada, fui incluído na lista dos que teriam praticado alguma coisa contra a empresa. Há três meses, o meu nome já estava exposto nos meios de comunicação, em uma condenação antecipada", afirmou Lobão.

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"Nunca integrei o Conselho de Administração da Petrobras. Minha atuação como ministro foi a definida pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas. Não tomei parte na escolha de nenhum dos integrantes da diretoria da Petrobras", disse Lobão, em sua defesa. "É mentira que em 2006 eu apoiei a indicação do Paulo Roberto Costa. Eu nem sequer era filiado ao PMDB (Ele era do PFL)."

Lobão disse que, ao contrário do que afirmou Paulo Roberto Costa, ele nunca fez pedido de dinheiro para a campanha de Roseana. "O próprio Alberto Yousseff (doleiro que também está fazendo delação premiada) informa que nem sequer me conhece e que jamais falou comigo."

"Homens como eu estão sendo injustamente acusados. Vou me submeter a um injusto e degradante processo. Estranho e kafkiano processo. Nada tenho a esconder ou temer. Tenho a consciência limpa. Tenho certeza de que tudo se esclarecerá. Jamais pratiquei um ato do qual pudesse me envergonhar. Jamais tomei uma decisão no Ministério sem consultar os técnicos, que são os mais qualificados. Vou provar a inconsistência e improcedência desse processo."

Ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (PMDB-MA) está na lista de pedidos de investigação do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, enviada ao Supremo Tribunal Federal na última terça-feira, 3.

Lobão contratou o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para fazer sua defesa. O peemedebista tem estado muito nervoso e tenta buscar informações para saber exatamente em qual contexto foi citado. Por enquanto, sabe apenas que seu nome foi implicado durante depoimento de delação premiada feito ao Ministério Público pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa.

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Ao Supremo, Janot encaminhou pedido de abertura de inquérito contra 54 pessoas suspeitas de envolvimento na Lava Jato. Além deles, o procurador apresentou sete pedidos de arquivamento - entre eles o da presidente Dilma Rousseff e do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os nomes não foram revelados oficialmente porque o caso está sob segredo de Justiça. Entre os 54 suspeitos estão políticos com e sem mandato e podem envolver parlamentares do PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.

Até o momento, há informações de que, além de Lobão, outros três peemedebistas foram citados: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), segundo vice-presidente do Senado.

O ministro do STF Teori Zavascki, relator do caso, deve deliberar até sexta-feira, 6, sobre quais inquéritos vai pedir abertura. Depois disso, pretende retirar o sigilo de todos eles.

De saída do governo, o atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse à Agência Estado esperar que, no próximo mandato da presidente Dilma Rousseff, o "Brasil prossiga sendo uma grande nação" e avaliou que não há crise no horizonte para este ano.

Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo, Lobão foi citado pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento como sendo um dos 28 políticos que teriam recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras.

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"Desejo muito êxito à presidente Dilma, espero que o Brasil prossiga sendo uma grande nação. Todo ano tem suas características. Não acredito em crise", comentou Lobão à reportagem, ao chegar ao salão nobre do Palácio do Planalto.

Questionado se estava emocionado com a despedida do governo - Lobão será substituído pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) no controle da pasta -, respondeu: "Eu não, por que estaria? Estou tranquilo, saio do governo com a sensação de dever cumprido."

O ministro desconversou ao ser indagado sobre o desgaste provocado com a citação de Paulo Roberto Costa. "Não conheço o depoimento dele", afirmou. Com a saída da Esplanada dos Ministérios, Lobão retornará ao Senado Federal.

Em um clima acalorado de discussão em plenário, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 29, a convocação dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão; e da Agricultura, Neri Geller. Apresentados pela oposição, os pedidos de convocação também tinham como alvo o ministro da Integração Nacional, Francisco Coelho Teixeira, mas com esvaziamento da sessão o requerimento não chegou a ser votado.

Lobão foi convocado - a partir de um requerimento do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) - para explicar a venda de 51% da Centrais Elétricas de Goiás (Celg) à Eletrobras. Já Neri Geller terá de esclarecer - à pedido do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) - a decisão da pasta em transferir para o Lanagro/MG (Laboratório Nacional Agropecuário) a tarefa de fazer as provas de controle de qualidade oficiais em vacinas contra a febre aftosa.

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Em uma comissão dominada pelos oposicionistas, a base aliada só conseguiu evitar hoje a convocação do ministro da Integração Nacional, mas o assunto deve voltar à pauta da próxima sessão. A bancada governista vinculou a ação da oposição à derrota na sucessão presidencial. "Estamos tratando aqui da relação entre o Executivo e o Parlamento. O esgarçamento não faz bem. A eleição ficou para trás há dois dias", argumentou o deputado Márcio Macêdo (PT-SE).

Um dia após a Câmara derrubar o decreto presidencial que criou os conselhos populares, o petista disse que o clima de beligerância não faria bem à Casa. "Não é na força, na intolerância que vai resolver o problema", insistiu Macêdo.

Caiado, que é líder da oposição no Congresso, ironizou o apelo do colega por "equilíbrio" no Parlamento e disse que, se o tucano Aécio Neves tivesse sido eleito presidente da República, os sem-terra estariam "obstruindo" o País. O parlamentar questionou a sinalização feita no último domingo pela presidente Dilma Rousseff de promover o diálogo em seu segundo governo e disse que a petista "plantou a discórdia no País".

O deputado acusou o PT de criar um "apartheid social". "Vocês terão aqui parlamentares que não vão ceder ao canto da sereia do PT. Vamos ao enfrentamento", avisou.

Ainda no clima de confronto, o líder da oposição no Congresso disse que ministro "tem de ser convocado sim" pelo Parlamento. "Porque daqui alguns dias eles serão trazidos aqui debaixo de vara", afirmou.

O deputado Márcio Macêdo reagiu à declaração de Caiado e insistiu na construção do diálogo entre o Executivo e o Legislativo. "Nós vivemos uma democracia, tem de respeitar o Parlamento e o Estado de direito. Não pode dizer uma coisa dessa para um ministro de Estado. O senhor já defendeu quem usou baioneta, mas aqui é uma democracia, que tem de ser respeitada", rebateu.

O senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) afirmou na noite desta quarta-feira, 10, que seu pai, Edison Lobão, não pedirá demissão do cargo de ministro de Minas e Energia, cargo que ocupa por indicação do PMDB.

"Ele [Edison Lobão] não falou nada a respeito disso", afirmou Lobão Filho após participar de um debate promovido pela Federação das Indústrias do Maranhão entre ele e Flávio Dino (PCdoB), os dois principais candidatos ao governo do Maranhão.

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A demissão do ministro passou a ser cogitada após o último fim de semana, quando seu nome foi elencado pela revista "Veja" entre os políticos citados pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que tenta um acordo de delação premiada com as autoridades.

Costa foi preso em março pela Polícia Federal após a Operação Lava Jato desarticular um esquema internacional de lavagem de dinheiro e comércio ilegal de câmbio. Os processos iniciados por causa da operação incluem investigações sobre desvios em obras públicas e na Petrobrás.

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