A Casa Branca abandonou nessa segunda-feira (17) seu esforço para elevar as taxas de impostos sobre as rendas acima de US$ 250 mil, um elemento chave em sua proposta de arrecadação de tributos e corte de gastos. Na sua nova contraproposta para os parlamentares republicanos, o presidente dos EUA, Barack Obama, recuou desta posição, à medida que o governo e a oposição no Congresso tentam chegar a um acordo antes do final do ano para evitar o chamado abismo fiscal.
Em sua última proposta de orçamento, Obama pretende agora aumentar os impostos sobre as rendas acima de US$ 400 mil, disse uma pessoa familiarizada com as negociações. Esse patamar é ainda inferior ao limite de US$ 1 milhão recentemente oferecido pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, mas marca um movimento significativo para uma Casa Branca que tinha fechado questão sobre um ponto central da campanha à reeleição de Obama.
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A Casa Branca estima que a sua nova combinação de aumento de impostos e corte de gastos reduziria o déficit em cerca de US$ 2,4 trilhões em dez anos, um número que não inclui o acordo de aproximadamente US$ 1,1 trilhão garantido em 2011.
A oferta de Obama inclui uma série de outras mudanças em relação às propostas anteriores. Em vez de buscar uma mudança permanente para o teto da dívida federal, a Casa Branca propôs um aumento de dois anos.
Também incluiu uma alteração na forma como a inflação é medida por programas federais como o Medicare e a Seguridade Social. Esta medida de inflação menor provavelmente diminuirá a taxa de crescimento anual dos benefícios, com o que o governo prevê economizar US$ 130 bilhões ao longo de dez anos.
Além disso, a Casa Branca acredita que a sua nova proposta de impostos irá arrecadar US$ 1,2 trilhão em dez anos, abaixo de seu primeiro pedido de US$ 1,6 trilhão no mesmo período. Com essas mudanças, o governo e os líderes republicanos da Câmara estariam a apenas US$ 200 bilhões de um acordo, a menor diferença a que os dois lados já chegaram nas negociações.
"Qualquer movimento fora da oferta irreal feita anteriormente pelo presidente (Obama) é um passo na direção certa, mas uma proposta que inclui US$ 1,3 trilhão em receitas para apenas US$ 930 bilhões em cortes de gastos não pode ser considerada equilibrada", disse Michael Steel, porta-voz do republicano Boehner.
"Esperamos continuar as discussões com o presidente, para que possamos chegar a um acordo que seja verdadeiramente equilibrado e comece a resolver o nosso problema de gastos", completou o porta-voz. As informações são da Dow Jones.