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Um decreto do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), vai vetar a canalização de córregos e ribeirões da cidade, corrigindo brecha do Plano Diretor, que entra em vigor nesta quarta-feira (5). O plano já proibia o tamponamento - fechamento -, mas deixava em aberto a possibilidade de canalização, ou seja, o alargamento e a pavimentação dos cursos d'água, conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. O tamponamento e a canalização são apontados por especialistas como os principais responsáveis pelas enchentes na cidade.

O veto à canalização foi confirmado ao Estado por fontes da prefeitura. Segundo a Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, o que ocorrerá, com a criação do decreto, é estipular "condições excepcionais" para que esse tipo de obra seja feita. No texto original, o Plano Diretor informava só que teria de ser dada preferência para não realizar canalizações.

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BH tem cerca de 700 quilômetros de córregos e ribeirões - 250 já foram canalizados e tamponados. A maior parte das áreas destruídas pelas fortes chuvas do dia 28 está nos bairros Santa Lúcia, Cidade Jardim e Lourdes, por onde passa o Córrego do Leitão, canalizado e colocado para correr sob a cidade, e a Avenida Tereza Cristina, que margeia o Ribeirão Arrudas, também canalizado e com parte de seu curso tamponado.

Segundo especialistas, ao colocar concreto e deixar o córrego retilíneo, a força da água aumenta, e cresce o risco de estragos em vias e enchentes.

A Defesa Civil de Minas anunciou ontem a possibilidade de chuvas de 20 a 30 milímetros até amanhã e com risco de superar 100 milímetros até quinta-feira. Nesta segunda-feira, chegou a 57 o número de mortes em decorrências das chuvas no Estado.

O tema de despoluição dos rios e das represas que passam pela capital paulista também mobiliza a Igreja Católica. Como ato concreto da Campanha da Fraternidade de 2017, que tem por tema neste ano Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, o regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou um abaixo-assinado focando especificamente a despoluição dos Rios Tietê e Pinheiros e das Represas Billings e Guarapiranga.

O regional congrega as dioceses do Estado de São Paulo. A ideia é colher assinaturas para solicitar ao Ministério Público Estadual (MPE) que cobre providências dos órgãos fiscalizadores para garantir a preservação dos rios e represas e a recuperação de áreas degradadas.

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