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A mansão da Costa Azul francesa onde Picasso passou seus últimos anos foi vendida nesta quinta-feira (12) por pouco mais de 20 milhões de euros a um empresário neozelandês em um leião em Grasse.

O artista espanhol comprou a propriedade de Mougins, perto de Cannes (sudeste) em 1961, morou nela com sua segunda esposa e musa inspiradora, Jacqueline Roque, e morreu ali 12 anos depois.

Roque disputou a propriedade com os filhos de Pablo Picasso após sua morte e se suicidou nesta casa em 1986. Sua filha, Catherine Hutin-Blay, nascida de um primeiro casamento, a herdou e vendeu, em 2007, por mais de 10 milhões de euros.

A propriedade, em um terreno de três hectares, que havia pertencido à família dona da cerveja Guinness e onde Winston Churchill passava as férias, foi comprada por um holandês.

Este a rebatizou de "O covil do Minotauro", a ampliou e construiu uma piscina, um elevador, uma quadra de tênis e um spa, antes de dificuldades financeiras o obrigarem a interromper as obras.

O novo dono aspirava a concluir aquelas obras "com a intenção de revender a casa por 170 milhões de euros", disse Maxime Van Rolleghem, advogado do banco holandês Achmea Bank, credor do proprietário.

A casa é um bom negócio. "Muitas vilas de prestígio valem muito mais na Costa Azul", acrescentou Van Rolleghem.

O advogado indicou que um investidor neozelandês de origem cingalesa, Rayo Withanage, apresentou, em junho, uma oferta no valor de 20,2 milhões de euros (23,8 milhões de dólares).

Nesta quinta-feira, nenhum outro investidor se apresentou no tribunal para o leilão, então será este homem. à frente da companhia de investimentos BMB, fundada em 2004 com um príncipe de Brunei, que arrematou o bem.

Contudo, a venda ainda não foi totalmente concluída, uma vez que o comprador tem dois meses para obter os fundos necessários.

"Rayo Withanage é proprietário a partir de hoje, mas deve pagar o preço em dois meses", confirmou Van Rolleghem.

A antiga mansão de Picasso se destaca por suas vistas da baía de Cannes e das montanhas, mas se encontra em um entorno um pouco barulhento e está sujeita a uma servidão de passagem (direito de transitar) para pedestres.

A casa principal, modesta na época de Picasso, data do século XVIII e foi profundamente restaurada. Grandes janelas de vidro foram adicionadas para contar com uma maior iluminação natural.

Do período de Picasso, a única peça original é o ateliê, onde há traços de tinta deixados pelo artista, mas a propriedade não contém nenhuma obra sua, segundo a agência imobiliária Michael Zingraf.

Esta empresa foi contatada há três anos para revender o imóvel, cujo valor estimou em entre 20 e 25 milhões de euros em seu estado inacabado das obras. Devido aos obstáculos financeiros do proprietário, a agência não pôde assumir seu mandato de venda nem organizar visitas.

Centenas de estrelas, cineastas, produtores e jornalistas de todo o planeta preparavam as malas com destino a Cannes, na Costa Azul francesa, onde começa nesta quarta-feira a maior festa do cinema mundial, que completa 66 anos. O júri, presidido pelo cineasta americano Steven Spielberg, que terá entre seus companheiros Nicole Kidman e o diretor Ang Lee, escolherá o vencedor entre 20 filmes na disputa pela Palma de Ouro.

Entre as estrelas aguardadas no festival estão Leonardo de Caprio, Carey Mulligan, Benicio del Toro, Ryan Gosling, Marion Cotillard, Emma Watson, Matt Damon, Michael Douglas, James Franco e Robert Redford. Cannes também aguarda Justin Timberlake, Forest Whitaker, Berenice Bejo, Orlando Bloom, Garret Hedlund e Joaquin Phoenix, além de cineastas consagrados como Roman Polansky e os irmãos Coen.

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Este ano, Cannes quebrou uma tradição e escolheu como filme de abertura um longa-metragem que já estreou nos Estados Unidos: "O Grande Gatsby", do australiano Baz Luhrmann, que dividiu a crítica.

Baseado no livro clássico de Francis Scott Fitzgerald, o filme garante que a cerimônia de abertura será tão luxuosa quanto a grande produção de Hollywood, que custou mais de 100 milhões de dólares.

Esta edição oferece uma posição de destaque à cinematografia americana, não apenas na competição pela Palma de Ouro, mas também na mostra Um Certo Olhar, que terá como filme de abertura "The Bling Ring", de Sofia Coppola, assim como nas mostras paralelas, como a Semana da Crítica e a Quinzena dos Realizadores. Na disputa pela Palma de Ouro estão os irmãos Joel e Ethan Coen, com "Inside Llewyn Davis", Alexander Payne, com "Nebraska", James Gray com "The Immigrant", e Jim Jarmush com "Only lovers left alive", um filme sobre vampiros.

Também está na mostra oficial o filme "Behind the Candelabra", de Steven Soderbergh, produzido pelo canal HBO porque os grandes estúdios de Hollywood consideraram a fita muito gay. O diretor venceu a Palma de Ouro em 1988 com "Sexo, mentiras e videotapes".

Em outro aspecto, Cannes não quebrou a tradição: o festival continua sendo um clube masculino. O único filme dirigido por uma mulher na disputa pela Palma de Ouro é "Un Chateau d'Italie", da franco-italiana Valeria Bruni-Tedeschi. Mas, para o diretor artístico do Festival, Thierry Frémaux, "o problema da escassa presença feminina não é um problema do Festival de Cannes, e sim da indústria do cinema".

Além dos americanos, os cineastas franceses predominam nesta edição, com quatro longas na mostra oficial, incluindo "La Vénus a la fourrure", do franco-polonês Roman Polansky, que ganhou a Palma de Ouro em 2002 com "O Pianista", e "Jimmy P", de Arnaud Desplechin, protagonizada por Benicio del Toro.

"O cinema americano e o cinema francês têm ambos uma tradição, uma força, uma economia e uma qualidade artística que explicam esta forte presença", explicou Frémaux. "Mas isto não exclui a presença de outros países na mostra oficial", destacou Frémaux.

A América Latina terá apenas um representante na disputa principal, "Heli", do mexicano Amat Escalante.

Um dos filmes mais esperados é o violento thriller "Only God Forgives", do dinamarquês Nicolas Winding Refn, que repete a parceria com Ryan Gosling nesta obra filmada em Bangcoc. O iraniano Asghar Farhadi, diretor de "Separação", competirá com "Le Passé" (O Passado), o francês François Ozon apresentará "Jeune et jolie" e o japonês Hirkazu Kore-eda entra na disputa com "Like Father, like son".

Cannes também é o mercado mais importante do cinema mundial, onde diretores, atores e produtores de todo o planeta buscam financiamento para seus projetos, e onde são comprados e vendidos os direitos de exibição e distribuição de filmes já produzidos ou ainda no papel.

O cinema da Índia, que completa 100 anos, terá um espaço nobre nesta edição, que também homenageará a estrela de Hollywood Kim Novak e o ator francês Alain Delon.

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