Tópicos | CPMI da Petrobras

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras se reúne nesta terça-feira (3) para votação de cerca de 227 dos 609 requerimentos e do plano de trabalho elaborado pelo relator, deputado Marco Maia (PT-RS). A reunião está marcada para as 14h30.

Entre os requerimentos apresentados estão os de convocação de depoentes. A prioridade deve ser dada para as oitivas com o ex-diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa, acusado de integrar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões; o ex-diretor da área Internacional, Nestor Cerveró; e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais personagens da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro. “Esses deveriam ser os primeiros a ser ouvidos”, opinou Maia.

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Há parlamentares que discordam e pediram que o depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, também seja priorizado. “É brincadeira pensar que pessoas que prestaram depoimentos na CPI do Senado não sejam ouvidas aqui”, disse o senador Mário Couto (PSDB-PA). Já Maia explicou. “Ela já foi ouvida em três oportunidades na Câmara e no Senado, inclusive na CPI do Senado. Ouvi-la agora sem ter mais informações e sem ter os dados da Operação Lava Jato é ouvir o mais do mesmo. Precisamos de mais informações para que, quando ela venha, possa contribuir de forma decisiva¨, defendeu.

Outra solicitação dos parlamentares é a criação de subrelatorias para agilizar os trabalhos, mas, novamente, o pedido foi negado nesta fase da investigação. “Temos quatro eixos muito bem delimitados. No decorrer do processo, não hesitarei em pedir a criação de sub-relatorias, mas não é o caso neste momento”, disse o relator.

As duas CPIs – a do Senado e a mista - têm quatro objetos de investigação: o processo de aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos; denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela holandesa SBM para obtenção de contratos; relatos de falta de segurança para os trabalhadores em plataformas de petróleo; e indícios de superfaturamento na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

O colegiado misto deve se reunir duas vezes por semana, assim como a CPI do Senado, mas em horários diferentes, já que têm o mesmo presidente, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Segundo os parlamentares, haverá uma troca de informações entre as duas comissões também para facilitar o processo de investigação

Depois de assumir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura as denúncias de irregularidades na Petrobras, o governo também está no comando do colegiado misto. Para tentar conter a base governista, a oposição quer garantir voz aos líderes e o foco das investigações na estatal, o que aponta que guerra de braço está longe do fim.

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Após muitas polêmicas, que envolveram até o Supremo Tribunal Federal (STF) numa tentativa de impedir as articulacões da oposição de investigar a estatal, a instalação da CPMI foi realizada nesta quarta-feira (28).

O presidente da CPMI da Petrobras será o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que também preside a comissão do Senado. Ele foi eleito com 19 votos favoráveis de um total de 29 votantes, contra o deputado Enio Bacci (PDT-RS). Como primeiro ato, Vital indicou o deputado federal Marco Maia (PT-RS) como relator. O vice-presidente é o senador Gim Argello (PTB-DF), que venceu a disputa contra deputado Fernando Francischini (SD-PR).

A CPMI é composta por 16 senadores e 16 deputados federais, com igual número de suplentes. O prazo de trabalhos é de 180 dias, com orçamento de R$ 250 mil.

CPI x CPMI

Com o mesmo presidente, o futuro das duas CPIs, aos poucos, vai se desenhando. Inicialmente, cogitou-se de o Congresso ficar apenas com o colegiado misto. Mas Vital do Rêgo discordou e disse que não há problemas de duas comissões com o mesmo objeto de investigação funcionarem simultaneamente.

"A CPI do Senado tem uma obrigação e o seu destino não pode ser vinculado à CPMI. A CPI do Senado foi proposta por membros da oposição, que provocaram o Supremo Tribunal Federal para vê-la instalada. Temos os nossos prazos, as nossas responsabilidades e nossos compromissos com o país. Não podemos, simplesmente, por ter outra comissão parlamentar de inquérito constituída, esquecer que houve um requerimento e que houve um grande debate nacional pela implantação da CPI do Senado", ressaltou o senador, na semana passada.

Oposição

Em discurso como líder do PSDB no Senado, Aécio Neves (MG), que não é membro do colegiado, mas tem direito à palavra como líder, propôs a convocação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, dos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e do doleiro Alberto Youssef. O tucano também pediu a quabra de sigilo dos três, assim como das empresas MO Consultoria e do laboratório Labogen, além de requerer acesso à informações da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal.

Ele também propôs uma agenda de trabalho alternativa e a formação de subrelatoriais para investigar em diferentes frentes: a compra da refinaria de Pasadena (EUA), a construção de refinarias e o negócio com a SBM Offshore. “Hoje os olhos da nação estão postos sobre esta casa e esta comissão. Há 45 dias foi lido o requerimento da comissão que só foi instalada pelo esforço hercúleo das oposições”, frisou.

Para pressionar a base governista, o líder da DEM, deputado Mendonça Filho (PE), disse que o partido irá obstruir a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2015 para evitar que o Parlamento não entre em recesso em 17 de julho. "Estendemos em mais de 45 dias um prazo que poderia ser de poucos dias. A bancada do PT não colaborou, imaginando que o início da Copa do Mundo pudesse dar um foco específico. O povo brasileiro quer acompanhar a seleção, mas quer saber o que aconteceu com a outrora maior empresa da América Latina", salientou.

Discussão
Durante a primeira sessão, houve discussão entre os parlamentares. A deputada Iriny Lopes (PT-ES) acusou a oposição de querer usar o colegiado como palanque eleitoral e não com fins de investigação.

Já o senador Márcio Couto disse que apresentará requerimento ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, Dilma teria praticado improbidade administrativa por ter assinado a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, quando chefiava o Conselho de Administração da Petrobras. Ele também pediu o afastamento da presidente da Petrobras, Graça Foster, “por ter mentido na CPI do Senado”.

O PT indicou, nesta quinta-feira (22), os nomes dos deputados que irão integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará irregularidades na Petrobras. Outros partidos e bancadas já tinham feito as indicações.

Como titulares foram indicados os deputados Marco Maia (RS) e Sibá Machado (AC), e como suplentes os deputados Afonso Florence (BA) e Iriny Lopes (ES).

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Até o momento, falta os blocos da maioria (PMDB, PP, PSD e PV) e de apoio ao governo (PT, PDT, PCdoB, Psol e PRB) no Senado indicar integrantes para a CPMI. Se esses nomes não foram escolhidos até terça-feira (27), caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fazer essa definição.

A previsão é de que o colegiado seja instalado na próxima semana.

 

Confira os integrantes confirmados:

Deputados titulares

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Lucio Vieira Lima (PMDB-BA)

Carlos Sampaio (PSDB-SP)

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)

Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG)

Júlio Delgado (PSB-MG)

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Fernando Francischini (SD-PR)

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

Rubens Bueno (PPS-PR)

Enio Bacci (PDT-RS)

Eduardo Sciarra (PSD-PR)

Guilherme Campos (PSD-SP)

Márcio Junqueira (Pros-RR)

Marco Maia (PT-RS)

Sibá Machado (PT-AC)

 

Deputados suplentes

João Magalhães (PMDB-GO)

Sandro Mabel (PMDB-GO)

Izalci (PSDB-DF)

José Otávio Germano (PP-RS)

Aelton Freitas (PR-MG)

Alexandre Roso (PSB-RS)

Onyx Lorenzoni (DEM-RS)

Simplício Araújo (SD-MA)

Antonio Brito (PTB-BA)

Eurico Júnior (PV-RJ)

Marcos Rogério (PDT-RO)

Marcos Montes (PSD-MG)

Moreira Mendes (PSD-RO)

Hugo Leal (Pros-RJ)

Afonso Florence (PT-BA)

Iriny Lopes (PT-ES)

 

Senadores titulares

Alvaro Dias (PSDB-SP)

Mário Couto (PSDB-PA)

Jayme Campos (DEM-MT)

Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP)

Gim (PTB-DF)

Ataídes Oliveira (Pros-TO)

 

Senadores suplentes

Ruben Figueiró (PSDB-MS)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

José Agripino (DEM-RN)

Eduardo Amorim (PSC-SE)

Cidinho Santos (PR-MT)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse nesta quinta-feira (15) que não cabe a ele instalar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar irregularidades na Petrobras, como reivindica a oposição.

“A instalação não tem nada a ver com o presidente [do Congresso Nacional], a única coisa que depende do presidente, e eu vou fazer no prazo [regimental], é a indicação dos nomes dos partidos que não indicarem. É isso que cabe ao presidente do Congresso. Eu vou seguir os mesmos prazos que segui em relação a CPI do Senado”, garantiu.

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Com a 19 dos 32 integrantes definidos - dois a mais que o número mínimo exigido para o início dos trabalhos,  a instalação deve ocorrer na próxima semana, mesmo sem as indicações da base aliada ao governo. Ontem (14), a oposição chegou a anunciar que instalaria hoje a CPMI de qualquer maneira, mas desistiu da ideia depois de ser alertada de que a primeira reunião da CPMI pode até ocorrer com a comissão incompleta - metade mais um dos integrantes, mas somente depois que vencer o prazo para as indicações dos líderes, o que ocorrerá na próxima terça-feira (20). Se a base aliada não apontar nomes pra compor a comissão, o presidente do Congresso tem até 27 de maio para fazer as indicações.

“Eu espero - e toda oposição estará mobilizada, para que a gente, tendo número regimental de mais de 17 membros, possa escolher o presidente e designar o relator para iniciarmos os trabalhos imediatamente”, disse o líder o DEM na Câmara deputado Mendonça Filho (PE).

Segundo o deputado, a CPI mista vai andar paralelamente à CPI do Senado, que tem uma chancela e uma cara governista, chapa branca. “A CPMI vai ter muito mais independência porque, além de contar com a tropa de choque do governo, conta também com parlamentares independentes e da bancada oposicionista da Câmara e [a comissão ] vai atuar para desvendar todo esse mar de denúncias envolvendo a Petrobras”, disse.

Na avaliação de Mendonça, num primeiro momento, o alvo principal das investigações deve ser aqueles que atuaram direta ou indiretamente nas operações envolvendo a aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas, da SBM Off Shore, e na implantação da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

Na Câmara, até agora,13 das 16 vagas estão preenchidas, faltam as indicações do PT e do PROS. No Senado, PMDB e PT também não escalaram seus representantes. Com a saída do PSB do bloco de apoio ao governo, pela regra da proporcionalidade, o partido deve ganhar uma vaga na comissão.

Enquanto a CPI mista não se define, a CPI exclusiva do Senado para investigar irregularidades na Petrobras foi instalada ontem. A presidenta da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli e a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriad, estão entre os primeiros convocados para depor.

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