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A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo superfaturou contratos, segundo denúncia apresentada na quarta-feira, 10, ao Ministério Público Estadual (MPE), e "maquiou" sua dívida em R$ 400 milhões, de acordo com auditoria externa encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde. O parecer da análise será apresentado nesta quinta-feira, 11, à direção da instituição filantrópica.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o valor real do déficit do complexo hospitalar chega a R$ 800 milhões, conforme a investigação dos técnicos da BDO RCS Auditores Independentes. Até agora, a Santa Casa afirmava que o saldo negativo das contas era de R$ 400 milhões. Procurada ontem à noite, a assessoria da Santa Casa informou que a entidade "não foi comunicada nem tem conhecimento" das informações da reportagem e, portanto, não poderia comentar.

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Em meio a uma grave crise financeira, a entidade já atrasou o pagamento de salários e benefícios aos empregados nas últimas semanas. A Santa Casa tem 11 mil funcionários entre redes própria e terceirizada. O jornal O Estado apurou também que foram detectadas distorções nas contas das unidades públicas administradas pela instituição. Hoje, a entidade administra quatro hospitais próprios e 27 unidades de saúde das prefeituras de São Paulo e Guarulhos.

Além de apresentar inconsistências nas contas, a entidade ainda será investigada pelo MPE por comprar medicamentos e realizar obras com sobrepreço. O superfaturamento foi revelado ontem por um ex-funcionário do alto escalão da Santa Casa, em depoimento à Promotoria da Saúde Pública, que abriu inquérito para apurar possíveis falhas na gestão.

"A testemunha diz que todos os remédios eram superfaturados, comprados por preços muito superiores aos praticados no mercado. Ela cita o exemplo da dipirona, que, na farmácia, sai por R$ 1,80, mas que chegou a ser comprada por R$ 20 pela Santa Casa", disse o promotor Arthur Pinto Filho, responsável pelo inquérito civil.

O ex-funcionário contou à promotoria que a direção da Santa Casa não tem controle sobre a compra de materiais, uma vez que todo o setor de almoxarifado foi terceirizado e é controlado pela empresa Logimed, principal fornecedora de insumos. A reportagem não conseguiu contato com representantes da empresa ontem à noite.

"Todo o almoxarifado é formado por funcionários da Logimed. Eles compram o que querem, pelo preço que querem e na qualidade que eles querem. É uma loucura isso", afirmou o promotor. "Somente um diretor trata diretamente com a empresa. Os demais membros da direção da Santa Casa são proibidos pela Logimed de verificar o que tem dentro do almoxarifado", disse Pinto Filho.

No depoimento, a testemunha relatou também que o valor pago à empresa pelos serviços de almoxarifado é muito superior ao que seria gasto pela Santa Casa se ela administrasse de forma direta o departamento. "A Logimed custa por mês para a Santa Casa cerca de R$ 1,4 milhão. O ex-funcionário chegou a fazer um estudo quando trabalhava lá que mostrou que, se o almoxarifado fosse tocado por gente própria da Santa Casa, o custo seria de R$ 400 mil."

Obras

O ex-funcionário apontou irregularidades nos contratos firmados pelo setor de obras. "Certa vez, foi feita uma obra para trocar o forro de determinada ala da Santa Casa e a empresa cobrou R$ 20 por metro quadrado. A testemunha ficou tão indignada que foi até lojas da região do Brás e viu que o mesmo serviço era oferecido por R$ 7", disse o promotor.

O funcionário relatou que alertou diversos diretores sobre as irregularidades, mas que nenhuma providência foi tomada. "Ele diz que sempre levava isso aos responsáveis, mas que ninguém se interessou muito em apurar." Pinto Filho espera os resultados da auditoria independente e de outra do Ministério da Saúde para entrar com uma ação civil pública. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

JOÃO PESSOA (PB) - O Governo da Paraíba prometeu um investimento de R$ 12 milhões para a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A informação foi dada pelo Secretário de Finanças do Estado, Tárcio Pessoa, em entrevista a uma emissora de rádio de Campina Grande.

De acordo com Pessoa, houve uma reunião entre o reitor Rangel Junior e o Governador Ricardo Coutinho (PSB), na qual foi firmado o acordo de disponibilização do valor. O Secretário ainda citou que a Universidade não podia ficar de fora do investimento que ele assegurou estar fazendo nas escolas.

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Em maio, a UEPB ameaçou fechar, declarando ter um déficit de R$ 50 milhões. A instituição tem autonomia orçamentária, mas teve uma redução nos repasses do duodécimo, provocando a crise financeira.

Líderes europeus que chegaram à Noruega para receber amanhã o prêmio Nobel da Paz de 2012 disseram que a União Europeia precisa de mais integração e autoridade para resolver seus problemas, incluindo a crise financeira.

Reconhecendo que a União Europeia não teve poderes suficientes para impedir a Guerra da Bósnia na década de 1990, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou que esse é "um dos mais poderoso argumentos a favor de uma União Europeia mais forte".

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Barroso está em Oslo, Noruega, junto com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, para receber o prêmio deste ano, concedido à UE por promover a paz em um continente devastado por guerras. As informações são da Associated Press.

A polícia de Boston interveio na manhã de hoje para despejar um acampamento instalado havia dois meses meio na Praça Dewey em protesto contra a ganância corporativa e a injustiça econômica. Quarenta e seis pessoas foram detidas, segundo Elaine Driscoll, porta-voz da polícia local.

A prefeitura havia dado o prazo de meia-noite de quinta-feira para que os manifestantes deixassem a praça voluntariamente. Como eles não saíram, a polícia interveio e desocupou o local. As informações são da Associated Press.

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O encarecimento do custo de capital na Europa e nos Estados Unidos, na esteira do aumento do risco dos bancos destas regiões, já se reflete na captação de bancos e empresas brasileiras no exterior, que foi de zero em outubro e de apenas US$ 400 milhões em setembro. Em comparação, a média mensal em 2010 e em 2011 até agosto é de quase US$ 2,4 bilhões.

Esse fechamento do mercado de captação externa, por sua vez, está contribuindo não só para a depreciação do real, que se desvalorizou 11% desde o fim de outubro, mas também para a forte desaceleração da economia brasileira - por causa da redução do crédito.

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"Esse é o principal canal de contágio (no Brasil) da crise de crédito soberano (dos países) na Europa", diz André Loes, economista-chefe do HSBC para a América Latina.

O aumento do risco dos bancos é sinalizado pela alta do credit default swap (CDS) - produto financeiro que funciona como uma espécie de seguro contra o risco de calote. Quando mais alto o CDS de um país, de uma empresa ou de um banco, mais ele sinaliza o risco de não pagamento de dívidas e de quebra. A alta do CDS também encarece o custo de captação. "Nesse nível de taxas, o mercado já começa a travar um pouco, e, no limite, ninguém toma nem dá dinheiro", observa Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP.

Uma questão crucial é a de saber se o aperto no custo de captação dos bancos europeus e americanos vai acabar atingindo as linhas comerciais, o que teria impacto sobre o comércio internacional e afetaria diretamente a operação de empresas brasileiras (como aconteceu em 2008 e 2009). Segundo o executivo de uma trading, "por enquanto as linhas não secaram, mas já houve uma alta de custo de 150 pontos (1,5 ponto porcentual)". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Órgãos reguladores do sistema financeiro dos Estados Unidos fecharam três bancos ontem: um na Flórida, um na Geórgia e um em Illinois. Com isso, o total de falências de bancos no país sobe para 68 desde o começo deste ano. Na mesma altura do ano passado, já haviam sido anunciadas 110 falências de bancos.

O Escritório de Controle da Moeda fechou o Lydian Private Bank, sediado em Palm Beach; é a quinta maior falência de banco nos EUA neste ano e a décima a ocorrer na Flórida. O mesmo órgão fechou o First Southern National Bank, sediado em Statesboro; o que elevou o número de falências de bancos na Geórgia a 17 neste ano. Já o First Choice Bank, sediado em Geneva foi fechado pelo Departamento de Regulamentação Financeira e Profissional de Illinois e será assumido pelo Inland Bank & Trust, sediado em Oak Brook, no mesmo Estado; é a sétima falência de banco no Illinois neste ano.

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O Lydian Private Bank será assumido pelo Sabadell United Bank e o First Southern pelo Heritage Bank of the South, subsidiária do Heritage Financial Group. A Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) estima que o custo das três falências para o Fundo de Seguro de Depósitos será de US$ 363,8 milhões. As informações são da Dow Jones.

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