A rodada de amistosos internacionais autorizadas pela Fifa, que começou na última segunda-feira (5) e vai até o próximo dia 13, desfalcará mais da metade dos times nos próximos compromissos do Campeonato Brasileiro. As seleções sul-americanas convocaram 18 jogadores de 11 clubes diferentes e podem afetar as escalações da Série A por até três rodadas.
O calendário da Fifa para 2017 estabelece que na janela de oito dias do mês de junho as seleções podem marcar amistosos com a comodidade de os clubes serem obrigados a liberar os atletas. Pelas regras da entidade, para essas partidas os jogadores devem deixar as suas equipes no mínimo dois dias antes de entrar em campo pelos compromissos internacionais.
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Quem mais sentirá o impacto desses chamados é o Corinthians. O time briga pela liderança do Brasileirão e vai enfrentar o Vasco, nesta quarta-feira (7), no Rio, sem três titulares. O lateral-direito Fagner e o meia Rodriguinho estão em Melbourne, na Austrália, para dois amistosos da seleção brasileira - contra Argentina e Austrália. Já o atacante Romero defenderá o Paraguai contra o Peru.
"A equipe vem embalada já há algum tempo e o entrosamento pode pesar quando esses jogadores forem para as suas seleções, mas quem está esperando a oportunidade tem qualidade e a confiança do treinador", disse o meia Jadson.
Outros clubes paulistas também sentirão o impacto das perdas, porém em menor quantidade. O Palmeiras cedeu a dupla colombiana Mina e Borja para jogos na Espanha e o São Paulo perdeu o zagueiro Rodrigo Caio e o meia peruano Cueva também por causa de suas seleções.
O Santos está fora da lista de clubes prejudicados porque o meia Lucas Lima, convocado pelo técnico Tite, sofreu lesão na coxa direita e ficou fora da seleção. Mas também não tem condições de jogar por seu time.
Na contramão destas perdas, dois jogadores convocados preferiram ficar no Brasil. O meia Otero, do Atlético Mineiro, intermediou o pedido para a Venezuela aceitar que ficasse fora do primeiro dos dois amistosos da equipe. Assim, ele pôde defender o clube mineiro no último domingo contra o Palmeiras e viajou aos Estados Unidos para enfrentar o Equador.
O Palmeiras fez procedimento parecido com outro venezuelano: o meia Guerra. O clube solicitou à federação do país a desconvocação do jogador. Com a resposta positiva, não precisará mais se apresentar.
A situação da Venezuela, porém, é diferente da maioria das outras seleções sul-americanas, por já não ter chances de se classificar para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Apesar da rodada ser de amistosos, os jogadores encaram as convocações como oportunidade para se firmarem nos elencos nacionais.
A chance de mostrar serviço, por exemplo, mexeu com o Campeonato Colombiano. Assim como no Brasil, o calendário local não está alinhado com as datas da Fifa. Entre esta quarta-feira e domingo serão disputadas as duas partidas das semifinais e os times participantes adotaram posturas opostas sobre o tema.
Eliminado há pouco da fase de grupos da Copa Libertadores, o Atlético Nacional, de Medellín, pediu à federação para não ter atletas convocados. No caso do Deportivo Cali, os dois atletas chamados insistiram com o treinador do time para que pudessem viajar à Espanha, pois pretendem se firmar nas próximas listas do elenco colombiano.
RETORNO - A distância dos locais dos amistosos vai influir na quantidade de jogos em que os convocados serão desfalques. Quem está na Austrália, por exemplo, não terá tempo hábil para disputar a rodada dos dias 14 e 15, pois o último amistoso é no dia 13.
Os colombianos entram em campo na Espanha no mesmo dia e dependem da logística de viagem para retornarem a tempo. Os que disputam amistosos na América do Sul, como os atletas de Paraguai e Peru, devem voltar antes.