A Argentina é conhecida por sua história com a apicultura, mas as vendas e exportações de mel têm caído bruscamente desde 2004, segundo a ONU. O levantamento feito até 2012 indicou que a queda de venda foi de 120 mil toneladas para 70 mil. Essa diferença está ligada ao avanço do cultivo de soja no país, que prejudica as abelhas, como explica Roberto Imbeti, da associação argentina de apicultores. "O pasto é criado e ao redoro brotam flores naturalmente, assim há alimentos para as abelhas. O inseto busca essas flores e acha o que precisa. Quando todo o campo é arado e a soja brota, a terra fica vazia para as abelhas. Não há nada", comenta.
O país é o segundo maior exportador mundial, mas os preços internacionais e os custos internos aumentaram, os apicultores têm que achar outras saídas para o negócio. Ángel e Fernando moravam nos Pampas, uma região fértil, mas que também cresceu com a soja, passando de 12 para 20 milhões de hectares em 10 anos. Os dois são apaixonados pela profissão e tiveram que mudar o local de trabalho para poder manter a tradição na apicultura. Assim como outros trabalhadores, eles tiveram que recolher 400 colmeias para salvar o negócio, as abelhas e manter a estabilidade. Alguns apicultores não tiveram a mesma sorte e terminaram abandonando as atividades.
O aluguel de colmeias para polinização de árvores frutíferas tem sido uma ótima saída, além de se tornar uma nova saída para quem quer lucro. O Delta do Paraná, região para onde os apicultores estão levando suas colmeias, contém flores em abundância e isso faz com que o mel produzido seja de alta qualidade, mas o negócio não floresce. É aí que entra a polinização, uma atividade essencial para a continuidade da produção dos alimentos, já que o mundo consume cerca de um terço dos alimentos.
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