A quarentena e o isolamento social por conta da pandemia de coronavírus podem trazer inúmeras sensações e emoções aos pets. Com a rotina de passeios alterada e permanecendo mais tempo dentro de casa, os animais de estimação podem ser acometidos de estresse, ansiedade e depressão.
Irritabilidade, destruição dos móveis e objetos pessoais, além de defecar fora dos locais pré-estabelecidos são alguns dos indícios da falta de equilíbrio que nasce com as tensões desse período. "Com a humanização dos animais domésticos, temos nos deparado com recorrentes manifestações de depressão, ansiedade e outros distúrbios psicológicos que afetam diretamente a personalidade destes animais", explica a veterinária Karina D’Elia Albuquerque, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Guarulhos (UNG).
##RECOMENDA##Segundo a veterinária, a depressão nos pets se manifesta de inúmeras formas. Em cachorros, normalmente, ocorrem a perda do apetite, lambedura excessiva nas patas e aparência apática. É o caso de Romeu, um pug tutorado pela estudante de psicologia Thainá Santos, 24 anos. Nos últimos tempos, ela notou que o animal perdeu peso e está mais agitado. "Ele ia duas ou três vezes na rua. Agora, por conta da pandemia, estou saindo poucas vezes na semana para um passeio com ele. Pude notar uma mudança drástica em seu comportamento, como a falta de apetite, desinteresse por brinquedos que eram comuns para ele e agitação dentro de casa", comenta.
O mesmo acontece com a golden Clarice, tutorada pela nutricionista Caroline Garcês, 24 anos. A cachorra que, sempre dormiu dentro de casa, não estava mais confortável com o ambiente. "Acostumada com passeios livres, ela ficou limitada no espaço e, como reação, começou a lamber e morder as patas até aparecerem machucados", conta.
Outros fatores como distanciamento de outros animais que serviam de companhia, mortes de familiares próximos e a introdução de um animal desconhecido, podem desencadear depressão em cães e gatos, sendo os felinos os mais propícios a adquirirem tal quadro.
Sobre o tratamento, a veterinária Karina orienta que é importante minimizar ao máximo a mudança na rotina, levar ao veterinário para a realização de exames laboratoriais e de imagem, assim como evitar a ausência do proprietário. Em alguns casos, será recomendado o uso de antidepressivos e terapias.