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A personalização da política é uma das principais causas do extremismo do eleitorado que vai votar em novembro. Enquanto os programas partidários são descaracterizados, o debate se empobrece com a busca por um candidato 'super-herói', pontuou a cientista política e pós-graduanda em Direitos Humanos na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Letycia Raila. 

A analista explica que o debate sobre a desvalorização dos partidos é antigo e interfere em democracias mais estabelizadas como os Estados Unidos, que elegeu Barack Obama com a identidade racial e, em seguida, Donald Trump com pautas mais conservadoras.  "Hoje a gente consegue perceber um cenário muito mais personalista nas eleições do que um debate de ideias e ideologias, de fato", assinala Raila.   

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Candidatos sustentam partidos 

Ela destaca que o fenômeno também se exemplifica na diminuição da visibilidade histórica do PSDB, que se enfraqueceu pela falta de quadros populares, enquanto partidos nanicos ganharam protagonismo em torno da figura de seus integrantes, como antigo PSL que elegeu Jair Bolsonaro (PL), e o crescimento do PT apoiado na imagem de Lula.  "Apesar da gente ter um debate sobre ideologias, como o comunismo, o liberalismo, o capitalismo e etc, não necessariamente a gente tem esse debate a nível governamental. Hoje você não sabe exatamente quais os pontos de ideias dos candidatos", criticou a estudiosa.   

Problemas reais deixados de lado 

Na visão de Raila, ainda não é muito claro se essa realidade representa um grande risco à democracia. No entanto, enxerga que há o prejuízo de criar um eleitor que sempre espera por um 'super-herói' e deixa o debate dos reais problemas de lado.  Para o próximos eleitos ao Executivo, fica o desafio de conviver com seus opositores em um cenário inflamado e focar em trabalhar em prol da população.

Os membros da Executiva Estadual do PSB decidiram, por unanimidade, que são contra a fusão da legenda com o PPS. De acordo com o presidente da sigla em Pernambuco, Sileno Guedes, o sentimento de contrariedade está baseado na preservação da “identidade do partido”. O posicionamento da cúpula socialista do estado foi exposto durante uma reunião realizada nessa quinta-feira (7). 

“O sentimento, por unanimidade, é de que se possa fazer a discussão, mas somos contrários à fusão com o PPS. É uma posição que pode se avançar e vá recebendo argumentos ou até mesmo ser modificada, mas agora o nosso sentimento é de muita preocupação em garantir a identidade do partido e a capilaridade que o partido tem hoje no país inteiro”, detalhou Guedes. 

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Segundo o dirigente, o partido tem referências históricas “muito fortes”, como Eduardo Campos, João Mangabeira e Miguel Arraes, que devem ter a memória e ideais tratados com “muito cuidado e zelo”. “Nosso posicionamento é para que a gente não entre em um processo de descaracterização”, resumiu. 

O direcionamento estadual será levado para Brasília, na próxima terça-feira (12), quando acontece uma reunião da Executiva Nacional com os presidentes estaduais do PSB em todo o país. 

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