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A Polícia Federal começou a investigar as ameaças recentes a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ataques se intensificaram depois que o órgão deu aval para a imunização de crianças a partir de 5 anos com a vacina da Pfizer.

A própria agência denunciou a escalada de ameaças e pediu proteção policial para os técnicos e seus familiares. Ofícios foram disparados ao Ministério da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.

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Mais cedo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também disse que adotou providências para atender o pedido. A informação conta em documento enviado ao presidente da agência, Antonio Barra Torres.

A Anvisa vem sendo atacada desde o início da pandemia por causa das medidas sugeridas para o enfrentamento da crise sanitária. Os ataques recentes vieram na esteira da reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sinal verde para a vacinação de crianças. Ele disse que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da imunização infantil contra a covid.

Após a declaração do presidente, a Anvisa disse 'repudiar com veemência' ameaças a funcionários do corpo técnico do órgão. Ao pedir a responsabilização pelas tentativas de intimidação, a agência disse que os diretores foram 'surpreendidos com publicações nas mídias sociais na 'internet' de ameaças, intimidações e ofensas'.

"Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento", afirma o texto.

A PF já tem um inquérito em curso sobre ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência para que a vacinação contra a covid-19 em crianças não fosse autorizada.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou, nesse domingo (19), ter determinado a "adoção de providências" para "assegurar a proteção" de diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após o presidente do órgão, Antonio Barra Torres, denunciar novas ameaças em razão da aprovação da vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A informação foi prestada em ofício encaminhado à Barra Torres no domingo. O PGR, no entanto, não detalhou quais as "providências" foram adotadas para proteger os dirigentes da Anvisa.

O documento registra que comunicações anteriores que chegaram à PGR sobre fatos similares "foram diligentemente tratadas por membros do Ministério Público Federal no Distrito Federal e no Paraná, que contam, no tema, com o zeloso trabalho da Polícia Federal", indicou o Ministério Público Federal em nota.

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A escalada das ameaças a diretores da Anvisa foi relatada neste domingo, três dias após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da vacinação infantil contra a Covid. Após a fala de Bolsonaro, a Anvisa reagiu e disse "repudiar com veemência" ameaças feitas contra funcionário do corpo técnico do órgão.

Eles pediram à PGR, à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional que apurem e responsabilizem "com urgência" os autores das intimidações, além de garantir proteção policial aos servidores e seus familiares.

Em nota, o órgão lembrou inclusive das ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência em outubro, para que a vacinação contra a Covid-19 em crianças não fosse autorizada. Tais ameaças, feitas por e-mail estão sob investigação da PF.

Também no domingo, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF), engrossou o coro contra a "perseguição" aos servidores da Anvisa, conclamando as autoridades policiais a investigarem e garantirem a segurança dos mesmo e de suas famílias. "A perseguição aos técnicos da Anvisa é uma vergonha nacional. Mostra como o discurso do ódio chegou a níveis alarmantes no país. Aos servidores da agência, expresso minha solidariedade", escreveu em seu perfil no Twitter.

O presidente Jair Bolsonaro adotou um tom de desestímulo ao comentar a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciada nesta quinta-feira (16), de autorizar a aplicação da vacina contra a Covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos com doses pediátricas. Na contramão de especialistas, que recomendam a vacinação para conter a pandemia, Bolsonaro citou, sem apresentar provas, efeitos colaterais dos imunizantes. Disse que os pais devem decidir "se compensa ou não" vacinar os filhos.

"Anvisa diz que os pais sejam orientados a procurar médico se a criança apresentar dores repentinas, falta de ar", afirmou o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Vocês têm o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de 5 anos para seus filhos. Você decide se compensa ou não", acrescentou o chefe do Executivo.

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A vacinação de crianças de 5 a 11 anos foi aprovada hoje pela Anvisa após testes que comprovaram segurança e eficácia de sua utilização. No entanto, o Brasil ainda não tem as doses pediátricas da vacina da Pfizer, criadas especialmente para a aplicação em crianças.

De acordo com Bolsonaro, ele e a primeira-dama Michelle vão estudar a possibilidade de vacinar a filha do casal, Laura, de 11 anos. O presidente disse não ter se vacinado, enquanto a primeira-dama tomou a vacina nos Estados Unidos.

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