Entre janeiro e agosto de 2022, Pernambuco realizou 900 transplantes de órgãos e tecidos, 9,4% a mais que no mesmo período do ano passado, quando foram efetuados 823 transplantes. Apesar da alta nos números absolutos, a negativa familiar ainda é responsável por 50% dos motivos da não efetivação das doações no Estado. Para ter uma ideia, neste ano, 98 famílias não autorizaram a doação de órgãos de seus parentes. Nesta terça-feira (27), entidades de saúde de todo o país se mobilizam para marcar o Dia Nacional de Doação de Órgãos e chamar a atenção para este gesto de solidariedade. Ao longo deste mês, o chamado Setembro Verde, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), por meio da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), realizou e participou de programação para capacitar profissionais e conscientizar a população em geral sobre o assunto.
Hoje pela manhã, a Central de Transplantes marca presença no Simpósio sobre o Setembro Verde promovido pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Já pela tarde, a coordenadora da CT-PE ministrará palestra na programação dedicada ao tema realizada pelo Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP). Encerrando a programação nesta quarta-feira (28), a partir das 20h, a Central participa de live nas redes sociais do Cremepe. O encontro online terá como tema 'Cuidados paliativos e doação de órgãos: mitos e verdades'.
Na última semana, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), a CT realizou duas capacitações sobre morte encefálica. Os treinamentos foram voltados para médicos e enfermeiros atuantes em UTIs, SR (sala de recuperação) e emergência, além de profissionais da Central Estadual de Transplantes (CET), Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT).
Desde 2017, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou os critérios de diagnóstico da morte encefálica, a CT-PE tem atuado constantemente para capacitar os profissionais sobre as novas diretrizes. "Preparar os profissionais para o diagnóstico adequado da morte encefálica e para tirar todas as dúvidas dos familiares sobre este processo é fundamental para que o transplante ocorra. Precisamos entender que, neste momento de dor que é a perda de um ente querido, a equipe deve estar bem preparada para auxiliar a família a compreender a importância da doação de órgãos", pontua a coordenadora da Central, Noemy Gomes.
Ao longo do mês, as equipes das unidades vinculadas à rede estadual de saúde também realizaram ações de conscientização sobre o transplante e a doação de órgãos.
DADOS - Dos 900 transplantes realizados entre janeiro e agosto deste ano, 414 foram de córnea, seguido de rim (205), medula óssea (186), fígado (61), coração (23), valva (8) e rim/pâncreas (3). Pernambuco, inclusive, ocupa o primeiro lugar no Norte e Nordeste no número de procedimentos de rim, coração e pâncreas, segundo aponta levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em análise até junho deste ano.
Atualmente, 2.617 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco. A maior fila é por rim (1.430), seguida de córnea (978), fígado (150), medula óssea (20), rim/pâncreas (25) e coração (14).