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O Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco terá um molde diferente este ano. Ao invés das concorridas disputas pelo comando estadual da legenda, como a última em 2013, as tendências internas decidiram firmar um acordo para a construção de uma chapa única. O anúncio da mudança foi feito durante uma coletiva, nesta segunda-feira (20).

Apesar de não se colocar como pré-candidato, o alinhamento da atual direção petista no estado é pela recondução de Bruno Ribeiro à presidência do partido. "Nome não é prioridade agora. Nenhuma tendência apresentou candidaturas a presidente do partido e no momento em que os delegados para o Congresso forem eleitos, qualquer um pode ser candidato", declarou, pontuando que a montagem das diretrizes que conduzirá a chapa foi a partir de uma série de articulações com todas as dez tendências que existem no estado.

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Com o mote "Unir para fortalecer, lutar e vencer", o grupo que governará o PT a partir do Congresso Estadual deve ter como prioridade a retomada do protagonismo da legenda em Pernambuco, mais rigor nas alianças políticas e o aperfeiçoamento da organização do partido. 

"Esta unidade programática tem como ponto central reorganizar e preparar o partido para fazer este enfrentamento em contraponto a uma agenda imposta para destruir os direitos já conquistados pelo país. Vencer as ofensivas das forças conservadoras", detalhou Ribeiro. Segundo ele, "o partido tem vivido um processo sustentável e estável de debate desde o último PED" e, por isso, a decisão de construir uma chapa única.

Unidade predomina discursos

Durante a coletiva, a pregação de uma “unidade” no PT foi o que norteou os discursos. De acordo com as lideranças, a convergência das ações é essencial para retomar o “protagonismo” do partido em Pernambuco e fechar o ciclo pós impeachment. 

“São três décadas de muita disputa interna e chegamos neste momento com uma construção política unitária e é importante entendermos o patrimônio que é o PT. Temos que recolocar a esperança que nos foi tirada. Lula é o nosso condutor político central. É importante demonstrar que estamos unidos na disputa e na política”, salientou o presidente da sigla no recife, Oscar Barreto.  

Ponderando que o caminho até chegar a unificação das tendências foi intenso, o ex-prefeito do Recife, João Paulo, destacou que agora é a hora do partido olhar para o essencial. 

“Não acreditava que este processo fosse possível em Pernambuco se nós não tivéssemos construído uma unidade em torno de um programa e um compromisso. O nome de Bruno tem conseguido conciliar as nossas diferenças. Elas são importantes e salutares, mas o que não dá é para trocarmos o essencial pelo acessório e isso acontece muitas vezes no partido”, frisou.

Além de Pernambuco, apenas o Acre vai concorrer ao PED com chapa única. Atualmente o PT tem 101,8 mil filiados no estado. A direção será escolhida durante o Congresso Estadual do partido, entre os dias 5 e 9 de maio. 

Cenário não se reflete no Recife

Com a conclusão do segundo mandato permitido pelo estatuto interno, Oscar Barreto não poderá ser reconduzido à presidência do PT no Recife. A disputa pelo posto na capital, entretanto, não será pautada pela "unidade" pregada na estadual. Duas chapas concorrem ao pleito interno. A primeira é liderada pelo irmão de Oscar, o ex-vereador Osmar Ricardo, e contêm 88 membros, entre eles os ex-prefeitos João Paulo e João da Costa. Do outro lado, concorre a professora Maria dos Prazeres, juntamente com 12 lideranças. 

"A unidade ficou em 99% e estacionou", ponderou Barreto. Além do Recife, outras 77 cidades também terão disputas pelo PED. No total, estão inscritas 101 chapas. 

 

O Partido dos Trabalhadores em Pernambuco (PT-PE) divulgou uma nota, nesta quinta-feira (11), repudiando a sátira feita pelo bloco Irresponsáveis de Água Fria ao ex-presidente Lula (PT). Durante o tradicional desfile da Quarta de Cinzas, na zona norte do Recife, a agremiação utilizou um minicarro alegórico com um homem vestindo uma máscara do ex-presidente e enjaulado. A direção petista encarou a atitude com “profunda indignação” e a classificou como um ato “agressivo” e “odioso”. 

Apesar de considerar “a alegria e a liberdade de expressão” características do carnaval pernambucano, o partido disse que não se pode fazer da festa um meio para “achincalhar a imagem pública do melhor presidente do Brasil” sem que “nenhuma ação esteja tramitando contra ele”. 

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“Essa é uma atitude política odiosa que fere a democracia e o estado de direito, além de atacar gratuitamente os direitos fundamentais de um cidadão”, crava o texto. “Não foi apenas Lula o ofendido, mas todos os pernambucanos que, conterrâneos dele, reconhecem que foi o presidente da história brasileira que mais mudanças e transformações proporcionou para o nosso Estado e para o seu povo sofrido e injustiçado”, acrescenta.

A direção petista ainda lamenta “a evidente manipulação promovida por adversários” e o uso da “mentira como prática política”. Além disso, eles se afirmam que o pernambucano é “motivo de orgulho para os brasileiros”. “Lula merece respeito”, finaliza o documento.

Procurada pelo Portal LeiaJá, a direção do bloco afirmou que fará uma reunião nesta sexta-feira (12) para avaliar a questão e rebater a nota petista. Segundo um dos integrantes, em nenhum momento foi citado o nome do ex-presidente, mas se fez referência ao personagem de “Alibaba e os 40 ladrões”. Cerca de 400 mil pessoas participaram do desfile nessa quarta. O bloco surgiu em março de 1983 no bairro do Arruda. 

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