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Na última convocação para esforço concentrado antes do primeiro turno das eleições, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), cumpriu o que tinha planejado: deixou de fora polêmicas e colocou em votação pautas consensuais, que tem mais simpatia da população, como saúde e mobilidade urbana.

Entre projetos de Lei, indicações de autoridades, acordos internacionais, uma medida provisória e empréstimos para estados, Eunício comemorou o resultado do esforço concentrado: “mais de 47 itens votados neste esforço concentrado. Saio daqui feliz com a consciência de dever cumprido”. 

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"Estaremos de volta logo depois das eleições. Deputados e senadores são eleitos no primeiro turno, então não tem porque nós não reiniciarmos todos os trabalhos da Câmara do Senado e do Congresso Nacional já na semana seguinte à votação do primeiro turno. Vamos trabalhar normalmente e não em esforço concentrado", acrescentou.

O presidente do Senado lamentou não ter conseguido votar a medida provisória que amplia a renegociação de dívidas rurais e aumenta em mais de dez vezes a previsão de impacto fiscal dos descontos para sanar os débitos. O texto original da MP pretendia liberar a concessão de descontos apenas para a liquidação de dívidas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O texto a ser analisado pelo Senado, em sessão marcada para o dia 9 de outubro, retoma itens vetados pelo governo quando da sanção de lei sobre o Programa de Regularização Rural (PRR), conhecido como Refis do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), e contempla as renegociações de dívidas de agricultores familiares, não só do Norte e Nordeste, mas também das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, destacou nota da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). 

Outra pendência também já tem data para ser resolvida, mas dessa vez, em sessão do Congresso Nacional, convocada para o dia 10 de outubro. Trata-se do veto ao reajuste de R$ 52.86% ao piso salarial dos agentes de saúde e de endemias. Ao sancionar, no mês passado, a lei que regula a atividade desses profissionais, o presidente Michel Temer vetou o aumento.

“A intenção é derrubar o veto injusto aos agentes de saúde e agentes de endemias que são verdadeiros anjos da guarda. Eles visitam as casas dos pobres e botam o pé na lama para levar conforto e as vezes buscar essas pessoas para serem atendidas em algum posto de saúde. Nós vamos proteger aqueles que protegem os pobres do país, que são os agentes de saúde e endemias”, disse Eunício Oliveira.

Destaques

Além de aprovar nesta quarta-feira (5) a medida provisória que vai permitir desconto de R$0,46 no litro do óleo diesel, como parte do acordo que pôs fim à paralisação dos caminhoneiros em maio, o plenário aprovou também a ampliação da licença paternidade de militares de cinco para 20 dias. A proposta que vai à sanção presidencial já é válida para os demais servidores públicos.

Saúde

Na área de saúde os senadores aprovaram o projeto que garante ajuda de custo a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitem de tratamento em cidades distantes mais de 50 quilômetros (km) de onde moram.

O texto (PLS 264/2017) prevê o pagamento para os gastos do paciente com alimentação, transporte e hospedagem. A ajuda só poderá ser paga após esgotados todos os meios de tratamento na cidade onde reside o paciente. Um acompanhante também poderá ter direito à ajuda, caso solicitado. A proposta ainda depende de votação na Câmara e deixa claro que os recursos para pagamento da ajuda de custo serão de responsabilidade apenas da União.

Outro projeto aprovado hoje é o que obriga os hospitais a notificarem casos de acidentes envolvendo crianças e adolescentes. Pelo PLC 13/2017 os estabelecimentos de saúde da rede pública e privada ficam obrigados a notificar aos órgãos públicos competentes os casos de acidentes envolvendo menores de idade. A intenção é dar mais informações para que o poder público possa planejar ações que previnam mortes e hospitalizações de crianças e jovens. A obrigação recai sobre os gestores dos hospitais e os profissionais responsáveis pelo atendimento. Caso não o façam, eles estarão sujeitos a penalidades administrativas. Como foi modicada no Senado, a proposta volta para análise dos deputados.

Mobilidade

Outro destaque desta quarta-feira no Senado foi a votação do projeto que cria o Programa Bicicleta Brasil (PBB), de incentivo ao uso da bicicleta para melhoria das condições de mobilidade urbana. O texto quer promover a integração das bicicletas ao sistema de transporte público coletivo; apoiar estados e municípios na instalação de bicicletários públicos e na construção de ciclovias e ciclofaixas; e promover campanhas de divulgação dos benefícios do uso desse meio de transporte.

O texto aprovado prevê que o programa será financiado por 15% do total arrecadado com multas de trânsito e coordenado pelo Ministério das Cidades. As ações também poderão ser financiadas com recursos da Cide-Combustíveis, por meio de alteração na lei que fixa os critérios desse tributo (Lei 10.636, de 2002) e no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997). Já aprovada na Câmara, o texto só depende agora da sanção presidencial.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, disse nesta quinta-feira (24) que pretende votar o relatório sobre o processo durante o esforço concentrado da Câmara dos Deputados, marcado para os dias 5 e 6 de agosto.

Vargas, que em abril anunciou a desfiliação do PT, legenda que militou por 24 anos, é investigado por ter atuado em favor de um laboratório que pretendia fechar um contrato com o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. A empresa seria um laboratório de fachada do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro. O deputado nega as acusações.

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A intenção do relator era ter liquidado o processo antes do recesso parlamentar de julho, mas como várias testemunhas não compareceram e diversas reuniões do conselho foram adiadas por falta de quórum, a nova previsão teve que ser feita.

O advogado de André Vargas, Michel Saliba, criticou o fato de embora o Conselho de Ética não ter poder de convocação, ter prazo para encerrar os trabalhos. Questionado sobre o não comparecimento de Vargas para se defender no conselho, o advogado explicou que a ida do deputado ao conselho está condicionada a tomada de depoimento de todas as testemunhas de defesa. “ Ele quer vir ao Conselho de Ética, mas não comparecerá em uma data açodada. Entendemos açodada, aquela que não respeita a oitiva de todas as testemunhas”, disse, ressaltando que ainda faltam três testemunhas.  Hoje, o colegiado ouviu o capitão Paulo Ricardo de Souza, da Marinha, que tem contratos com o laboratório Labogen.

“A gente não tem como ouvir todas as testemunhas, nós temos um prazo de encerramento. É bom lembrar que as testemunhas de defesa já estão no quarto convite", disse o relator. Segundo ele, todas que estão sendo arroladas pela defesa poderão comparecer até o dia 29, quando já estarão na sexta convocação, inclusive o próprio deputado André Vargas , depois disso, será encerrada a fase de instrução probatória. 

“Se o deputado André vargas também não comparecer como parece que não vai fazê-lo, logicamente ele terá no dia que nos apresentarmos o nosso parecer, o nosso voto, a sua defesa por escrito e oral porque ele vai ter o direito também de vir aqui” , garantiu o relator.

Mesmo assim, Delgado admite que o processo de André Vargas só deverá ser totalmente encerrado durante o esforço concentrado, que deve ocorrer na Câmara em setembro. Isso porque após a votação do parecer deve haver apresentação de recurso por parte de Vargas tanto à Justiça como à Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

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