Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (21) que concederão a todos os etíopes presentes em seu território um status para protegê-los da deportação e que os autorize a trabalhar, devido ao conflito armado e à crise humanitária em seu país de origem.
O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, disse que essas pessoas não podem ser enviadas de volta à Etiópia devido à "violência", mas também à "grave escassez de alimentos, inundações, secas e deslocamentos da população" no país situado no Chifre da África.
O Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), concedido à Etiópia por um período de 18 meses que pode ser renovado, aplica-se a todos os cidadãos desse país atualmente presentes nos Estados Unidos e em situação irregular, mas não vale para os que entrarem no futuro.
Cerca de 26.700 pessoas são elegíveis, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês). Os etíopes nunca haviam se beneficiado desse programa antes, que atualmente permite que cidadãos de El Salvador, Honduras, Haiti, Nicarágua e Venezuela, entre outros países, residam legalmente nos EUA.
De acordo com o censo dos Estados Unidos, por volta de 272.000 pessoas procedentes da Etiópia vivem no país.
O anúncio do DHS acontece no mesmo dia em que o governo etíope e os rebeldes na região de Tigré anunciaram que comparecerão às conversas marcadas para a próxima semana na África do Sul, em um esforço para acabar com quase dois anos de guerra.
O conflito provocou o deslocamento de mais de dois milhões de pessoas e colocou centenas de milhares de etíopes em situação de fome, segundo a ONU.