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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta terça-feira, 1º de setembro, em Brasília, o Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros, que traz o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) para os 5.565 municípios do país. A publicação revela que o Brasil apresentava, em 2000, IVS igual a 0,446, posicionando-se na faixa da alta vulnerabilidade social. Dez anos depois, o índice caiu para 0,326, na faixa de média vulnerabilidade social – uma redução de 27% no período. No entanto, permanece um quadro de disparidades regionais, com a concentração de municípios na faixa de muito alta vulnerabilidade social na região Norte – estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia – e no Nordeste – principalmente nos estados do Maranhão, de Alagoas e de Pernambuco, além de porções do território baiano.

O Ipea concluiu que a quantidade de municípios brasileiros com alta ou muito alta vulnerabilidade social caiu de 3.610 em 2000 para 1.981 em 2010. Já o número de municípios com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social passou de 638 em 2000 para 2.326 dez anos depois. A evolução foi mais nítida em alguns estados das regiões Centro Oeste (como a faixa de fronteira do Mato Grosso do Sul), Norte (especialmente Tocantins) e Nordeste (com destaque para o sul da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e leste de Pernambuco).

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No Centro-Oeste, somente três municípios – Japorã (MS), Tacuru (MS) e Nossa Senhora do Livramento (MT) – registraram alta vulnerabilidade social em 2010. A região tem 48,5% dos municípios na faixa de baixa vulnerabilidade social. Na mesma faixa estavam 48,8% dos municípios da região Sudeste, entre eles as capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Vitória apresentou muito baixa vulnerabilidade social. A região Sul, por sua vez, é a que teve mais municípios com IVS muito baixo: 28,7%.

Na região Norte, 41,9% dos municípios estavam na faixa de IVS muito alto em 2010 e não havia nenhum município com o índice muito baixo. Na região Nordeste, quase metade dos municípios (47,7%) apresentavam IVS alto em 2010. O destaque ficou por conta do Rio Grande do Norte, onde 28% dos municípios tiveram retração do IVS da ordem de 0,181 a 0,377.

Na região Nordeste (figura à direita), quase metade dos municípios (47,7%) estão agrupados na faixa do IVS alto. Outros 32,4% estão na faixa de muito alta vulnerabilidade social. Os estados de Alagoas e Maranhão são os que apresentam o maior percentual de municípios nessas duas faixas de maior vulnerabilidade, 96,1% e 95,4%, respectivamente. No Maranhão, 78,8% dos municípios se encontram na faixa da muito alta vulnerabilidade social.

Na faixa do baixo IVS estão algumas das capitais de estado (Teresina/PI, Natal/RN, João Pessoa/PB e Aracaju/SE) e alguns poucos municípios do interior do Maranhão (1), do Rio Grande do Norte (12), da Paraíba (6), da Bahia (5), do Piauí (2) e do Ceará (2). Na faixa de muito baixa vulnerabilidade social há apenas um município nordestino (Fernando de Noronha/PE).

Renda e Trabalho – A dimensão do IVS em que o país apresentou maior redução é a de Renda e Trabalho, que envolve indicadores de insegurança de renda e de precariedade nas relações de trabalho. Todos os cinco indicadores desta dimensão tiveram melhoria entre 2000 e 2010, refletindo a redução da informalidade, a redução do trabalho infantil e o aumento da ocupação.

O IVS Renda e Trabalho era, em 2000, de 0,485 (alto). Em 2010, o subíndice foi de 0,320,registrando uma evolução da ordem de 34%. Entre os indicadores de Renda e Trabalho, aquele relativo à desocupação da população de 18 ou mais anos de idade foi o que mais caiu no país – redução em torno de 47% no período.

Capital Humano – O subíndice que sofreu a segunda maior retração no período diz respeito ao Capital Humano. Este conjunto de indicadores que retratam aspectos sociais diversos de exclusão social, acesso aos serviços de saúde e educação, e situações de vulnerabilidade decorrentes de aspectos demográficos e familiares, caiu 28%, passando de 0,503 (muito alta) para 0,362 (média). Destacam-se os avanços observados nos indicadores que medem o percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola (52% de queda) e a mortalidade até 1 ano de idade (45% de queda), expressando, claramente, avanços resultantes de políticas sociais implementadas ao longo dos anos 2000.

Infraestrutura Urbana – O subíndice Infraestrutura Urbana, que busca refletir as condições de moradia das pessoas em seus domicílios, por meio de três indicadores, apresentou melhoria de 16%, passando da faixa da média vulnerabilidade social (0,351), em 2000, para a baixa vulnerabilidade social (0,295), em 2010. A maior evolução verificada nesta dimensão foi no indicador relativo ao percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta de lixo – queda de 66%.

Prosperidade Social – O Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros traz, ainda, a análise integrada do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) como IVS, o que resulta no conceito de prosperidade social. Assim, nos casos em que uma região atingiu alto desenvolvimento humano e baixa vulnerabilidade social, considerou-se que o território é “socialmente mais próspero”.

A grande quantidade de municípios do Sul e do Sudeste com alto desenvolvimento humano e baixa vulnerabilidade social fez com que a faixa de muito alta prosperidade social fosse a mais numerosa em 2010. No entanto, a melhoria das condições de prosperidade social não ocorreu de forma homogênea em todo o país: os municípios do Norte e Nordeste permaneceram, em sua maioria, à margem do desenvolvimento enquanto processo capaz de reduzir a vulnerabilidade social.

Fonte: Ipea

Vemos constantemente notícias na mídia sobre a violência nas cidades e, por vezes, a ação da população fazendo justiça com as próprias mãos. Alguns têm tentado justificar essa mudança comportamental baseados na exclusão social e na morosidade no cumprimento da justiça no Brasil. Mas, qual seria a relação entre a exclusão social e a violência?

Não quero justificar o aumento da violência, porque realmente acredito que nada justifica os atos de criminalidade. No entanto, é preciso analisar as camadas sociais para entender, melhorar e combater essa mudança comportamental de uma parcela social. Começamos então pelo perfil atual da maioria dos presos: pessoas com baixa escolaridade, desempregados ou sub-empregados, que são menos favorecidas sócio-economicamente e que, em sua maioria, encontram dificuldades na própria sobrevivência, uma vez que não possuem uma renda que as possibilite comprar não apenas a comida, mas também pagarem suas contas de água, luz e outras dívidas.

A população penitenciária já se torna vítima social antes mesmo de ingressar no sistema penal, isso porque, no Brasil, o sistema carcerário não trata os desiguais de forma igualitária. Os crimes conhecidos como de “colarinho branco” e, geralmente, cometidos por uma classe mais instruída, em sua maioria ficam impunes ou os condenados têm condições privilegiadas de cumprimento da pena.

E outra questão me parece necessária: se essa população penitenciária já havia sido excluída antes de ingressar no sistema penal, o que eles farão após a saída dos presídios e carregando o preconceito de ser um ex-presidiário? Posso concluir que, infelizmente, esses ‘indivíduos’ estão sujeitos a dar continuidade à incidência criminal, isto se os fatores determinantes da criminalidade e da violência não forem de fato transformados e superados. Mas, como mudar essa situação?

Voltamos a um ponto importante de discussão: a falta de políticas públicas para contornar esta situação e de acesso à educação por uma parcela da população. É preciso que o Estado crie uma série de ações que possibilite aos sujeitos a garantia das condições materiais e sociais de sobrevivência. Essas ações devem começar na garantia de acesso à educação para todos, com o intuito de combater o analfabetismo e aumentar a qualificação da população, criando mais oportunidades de empregos registrados.

Entretanto, o que fazer com a população carcerária, que já vive em presídios superlotados e ociosos? É preciso investir em atividades internas, como já é feito em algumas instituições. Incentivar oficinas profissionalizantes, aulas de alfabetização e até de continuidade de estudos, avaliando a possibilidade de que esses reclusos possam, inclusive, chegar a prestar um vestibular e frequentar uma universidade. Preconceito e violência se combatem com educação e políticas públicas direcionadas.

Entre a Cruz e o Arco-íris - a complexa relação dos cristãos com a homoafetividade, livro-reportagem da Jornalista Marília de Camargo César, chega às prateleiras para discutir assuntos que interligam religião e homossexualidade.

Na época da campanha presidencial de 2010, quando acompanhava a então senadora e candidata à presidência, Marina Silva, para escrever sua biografia, a jornalista identificou que a polêmica entorno do tema merecia uma atenção especial e iniciou uma grande reportagem sobre o assunto. O livro, lançado pela Editora Gutenberg, traz à tona discussões e questionamentos sobre a complexa relação entre os cristãos, em especial os evangélicos, e a homossexualidade.

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Em um tom jornalístico-investigativo, Marília contextualiza, a partir de pesquisas e dados históricos  a origem do pensamento de exclusão social e religiosa dos homossexuais. Além disso, a autora destaca também sentimentos e opiniões acerca do tema por meio de dezenas de entrevistas com religiosos, pastores, gays, familiares, historiadores, teólogos e psicólogos, entre outros.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (19), durante anúncio da ampliação do Plano Brasil sem Miséria, que o País está "virando uma página decisiva na longa história de exclusão social". E destacou que outras páginas precisam ser viradas, como a do acesso ao emprego.

A presidente disse que metas e prazos do programa Brasil sem Miséria foram superados e que "falta pouco para que não haja mais brasileiros na extrema pobreza". "Por não termos abandonado nosso povo, a miséria está nos abandonando", disse a presidente, acrescentando que o Brasil retirou pessoas da miséria por ter sensibilidade, honestidade e coragem política.

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Segundo Dilma, a superação da miséria não se faz só por meio da renda, mas é preciso enfrentar outras faces, levando cidadania e oportunidades. "Nosso desafio é garantir escola em tempo integral, alfabetização na idade certa, creches", destacou.

"Agora que acabamos com a miséria visível, temos de ir atrás da miséria ainda invisível, aquela que esconde dos nossos olhos, dos nossos programas e das estatísticas oficiais", completou. Dilma destacou que é preciso preencher as lacunas do cadastro único dos programas sociais do governo, preenchendo-as com nome e endereço, com a tipificação de cada família que ainda não recebe os benefícios do Brasil sem Miséria.

Dilma propôs informalmente, em seu discurso, um grande campeonato pela justiça e igualdade no País, no sentido de buscar as pessoas que estão fora do Cadastro Único, que serve como porta de entrada para os programas sociais do governo. "Vamos todos juntos, governo federal, Estados, municípios e movimentos sociais. Vamos vencer esse campeonato e aí vamos entrar para a história como um dos países que, de forma determinada e acelerada, eliminou do seu território a pobreza extrema."

Ao final de seu discurso, a presidente disse que se sentia emocionada e alegre ao ver que "juntos, conseguimos realizar a grande meta de superação da extrema pobreza". "Agora falta pouco, falta muito pouco, mas agora justamente estamos atingindo essa meta, temos de vê-la apenas como o início, um grande e maravilhoso início, do tempo em que o Brasil vai poder realizar em plenitude seu grande papel histórico para o seu povo e o mundo."

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