Após ser atacada pelo deputado estadual Frederico d'Ávila (PSL) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma carta de repúdio e defendeu o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes. Em seu discurso favorável ao armamento, o político xingou a Igreja e o papa Francisco de 'safados', 'vagabundos' e 'pedófilos'.
O deputado bolsonarista rechaçou o comentário do arcebispo feito durante a celebração no Santuário de Nossa Senhora da Aparecida, no Interior de São Paulo, no último dia 12. "Pátria amada não pode ser pátria armada", afirmou o religioso.
##RECOMENDA##Como resposta aos insultos de Frederico, a carta assinada pelo presidente e gestores do alto escalão da CNBB, D. Walmor Oliveira de Azevedo, D. Jaime Spengler, D. Mário Antônio da Silva e D. Joel Portella Amado, pontua sobre o "ódio descontrolado" do parlamentar e rejeitou "as abomináveis agressões".
Ao analisar o "deplorável fato", a CNBB reforçou que "jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira. Também jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja. Nunca se deixou intimidar. Agora, diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez, levanta sua voz".
O comunicado pede que o desrespeito seja reparado por "medidas internas eficazes, legais e regimentais em proporção à sua gravidade - sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrata e civilizada". E ainda destaca que a instituição "reivindica sempre a liberdade a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem".
Eleito em 2018 como o principal representante do agronegócio paulista, Frederico d'Àvila foi assessor do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2011 e 2013. Antes de chegar a Alesp, compôs da diretoria e do conselho da Sociedade Rural Brasileira de 2017, a qual permaneceu até 2020.
Em 2019, apresentou um projeto para homenagear o ex-ditador chileno Augusto Pinochet no dia 10 de dezembro. Porém, a solicitação foi impedida pelo então presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB).