A sul-coreana Samsung apresentou nesta quarta-feira (20) o Galaxy Fold, primeiro smartphone dobrável, desenvolvido por um dos grandes fabricantes do setor, que estará disponível a partir de 26 de abril ao preço mínimo de 1.980 dólares.
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A tela dobrável era uma inovação muito aguardada doze anos depois do lançamento do iPhone, o modelo vedete da americana Apple.
Dobrado, o dispositivo é um celular de 4,6 polegadas (11,7 cm), "que cabe na mão", mas o aparelho pode ser aberto com uma tela dobrável que o transforma em um tablet de 7,3 polegadas (18,5 cm), explicou Justin Denison, um dos encarregados da líder mundial do mercado, durante apresentação em San Francisco.
"Estamos oferecendo um dispositivo que não só define uma nova categoria, desafia uma categoria", disse Denison no lançamento do novo aparelho, que pode ser usado tanto como telefone inteligente quanto como tablet.
Este novo aparelho chega em um período de desaceleração nas vendas dos smartphones. O setor, que experimentou uma queda na comercialização destes dispositivos pela primeira vez em 2018, espera novidades para se recuperar.
O novo modelo era aguardado com curiosidade desde que a Samsung apresentou um misterioso protótipo de tela dobrável no fim de 2018, sem dar detalhes, nem preço inicial. A companhia sul-coreana é a primeira grande fabricante a lançar um telefone com tela dobrável.
"O Galaxy Fold é uma revolução, e não só porque responde aos céticos que dizem que já se fez tudo o possível e que a era do telefone inteligente acabou, em um mercado saturado. Estamos aqui para dizer que estão errados", disse DJ Koh, chefe da divisão de celulares na Samsung.
A empresa informou ter trabalhado com a Google, que desenvolve o sistema operacional Android instalado nos celulares da Samsung, para otimizá-lo, bem como os aplicativos do Fold.
Por ocasião do décimo aniversário da família Galaxy, a número um mundial do setor não poupou meios e apresentou seu novo aparelho móvel em uma sala de concertos com capacidade para 8.500 pessoas em San Francisco.
Além do Fold, também apresentou o último modelo da linha Galaxy S, o S10.
O grupo sul-coreano, primeiro fabricante mundial, com 20,8% do mercado, apesar de uma queda nas vendas de seus produtos no ano passado, decidiu desafiar sua principal concorrente, a Apple, em seu próprio território. A sede a marca da maçã fica em Cupertino, 60 km ao sul de San Francisco.
Mercado estagnado
O Samsung Fold chega a um mercado mundial estagnado, onde grande parte da população já tem um smartphone e no qual os consumidores adiam a troca dos modelos que possuem.
Segundo analistas, a vantagem de um telefone que pode ser aberto com uma tela mais ampla é simples: os compradores começam a mostrar uma preferência por modelos menos leves, úteis para ver vídeos, jogar videogames, trabalhar, etc.
Mas com um aparelho tão caro, o objetivo da Samsung não é, aparentemente, inundar o mercado de forma imediata, mas deixar uma marca e criar uma nova categoria para impulsionar um novo crescimento no mercado.
Já existe um modelo no mercado com tela dobrável, apresentado na CES de Las Vegas, a maior feira de eletrônica de consumo do mundo, por uma pequena empresa emergente chinesa, a Royole.
Mais grosso que o Fold, o FlexPai, disponível na China - e nos Estados Unidos por 1.300 dólares - pode se tornar um tablet e funciona com um sistema operacional independente, diferentemente da grande maioria dos celulares mundiais, que integram o Android ou o programa da Apple, o iOS.
As telas dobráveis serão uma das grandes inovações de 2019, e, junto com a internet 5G, espera-se que possam reativar o mercado mundial de smartphones.
Na CES de janeiro, outro grupo sul-coreano, a LG, apresentou uma TV com tela dobrável.